O negociador de discos raros é uma das atrações do filme |
Redação
Sintonizah é um documentário que revela a
sintonia protagonizada pelo Reggae no Brasil e Jamaica. O filme leva o
espectador às raízes do gênero, que se infiltrou em São Luís do Maranhão, para
vivenciar a cultura local, respondendo questões sobre a força de sua identidade
em populações distintas.
Dirigido por Lecuk Ishida e Willy Biondani,
Sintonizah é o resultado do encontro de grandes figuras da música Jamaicana e
apaixonados pelo Reggae, que se aconchegam na pista de dança dos guetos,
envolvidos pelas batidas, e fazem da música sua profissão, e razão de viver.
A descoberta nessa viagem musical é costurada
pelos depoimentos de Stranjah (Alex Herbst), negociador de discos raros e
pesquisador do filme, pelos músicos ícones Stranger Cole e Lone Ranger, que
conduziu a equipe pelos pontos mais relevantes do cenário do Reggae, como a
visita ao Studio One para o bate-papo com o proprietário Courtney Dodd, no
local onde ídolos do gênero como Bob Marley and the Wailers produziram seus
discos. Além do panorama apontado pela antropóloga e autora do livro Global
Reggae, Carolyn Cooper.
Em São Luiz, as informações se conectam com
declarações de Fauzi Beydoun, integrante da banda brasileira Tribo de Jah, o DJ
Serraleiro, um dos pioneiros do Reggae no Brasil, Tarcisio Selektah, professor
e pesquisador da UFMA, entre outros. Juntos contam sobre o alcance acidental
das ondas de rádio da Jamaica nos aparelhos de rádio da cidade e como o ritmo
gerou uma identificação semelhante nos guetos independente das fronteiras.
"É fascinante descobrir que certas
manifestações como o Reggae são tão fortes. Apesar da distância geográfica e
códigos diferenciados, a música criou uma identificação entre as pessoas, que
acabam vivendo da mesma maneira inspiradas pelo som", comentou Lecuk
Ishida.
Produzido pela Biondani com apoio da
BossaNovaFilms e incentivo do ProAc - Programa de Fomento ao Cinema, o
média-metragem será exibido pela primeira vez em sessão gratuita na
terça-feira, 27 de janeiro, às 20h no Centro Cultural São Paulo, sala Paulo
Emílio. A estreia será seguida de debate com o diretor Lecuk Ishida e equipe.
Curiosidades de produção
· O nome Sintonizah surgiu inspirado pela fonética do
Patoá Jamaicano, idioma falado na Jamaica, que inclui a letra "h" no
final das palavras.
· Durante as entrevistas, ouviram sobre
colecionadores e comerciantes obcecados pelo ritmo. Para garantir exclusividade
dos seus discos, muitos compram todas as cópias disponíveis, a prensa e a
matriz para destruição, garantindo a raridade.
· Durante a produção, Lecuk Ishida e equipe foram
guiados e conduzidos de carro pela cidade por Lone Ranger. Em uma das saídas
para gravação, um casal de policiais abordou o cantor e perguntou o que estava
acontecendo, quando viu o veículo cheio. O músico respondeu "It's
Brazilian reggae!". Quando os dois policiais foram conferir dentro do
carro, deram de cara com quatro orientais, o diretor e seus assistentes e
caíram na gargalhada.
Brasil/Jamaica, 54 minutos, livre.
Assista ao trecho do filme: https://www.youtube.com/watch?v=DIXwwUiXedg
Sinopse
Foi por acidente que as ondas de rádio
jamaicanas atravessaram o mar do Caribe e trouxeram o reggae ao Brasil,
sintonizando nas rádios do Maranhão. O documentário Sintonizah embala
o espectador em uma viagem entre Kingston, na Jamaica, e São Luís do Maranhão
para transmitir as emoções de quem vivência o reggae e, também, revelar como a
cultura maranhense incorporou o gênero musical e transformou a cena local
na ‘"Jamaica brasileira".
Sobre
os diretores
Lecuk Ishida teve
o seu primeiro contato com vídeo no início dos anos 80 com o programa “Grito da
Rua” (Gazeta). Nos anos 90 aprimorou seus conhecimentos morando 10 anos fora do
Brasil, onde estudou na UCLA (LA) e Silicon Graphic (Japão). Em 2000, já no
Brasil, trabalhou em muitas produções publicitárias e televisivas com perfil
documental. Logo começou a dirigir algumas de suas produções, entre elas: DVD
ao vivo da banda Sepultura, DVD ao vivo Trio Virgulino, programa “Ecoprático”
(Cultura), “Tempos de Escola” (Futura), “Feito no Brasil” (Nat Geo), “Pratique
Ecosport” (Fox), “Nosso Planeta” (Record), “Globo Ecologia” (Globo), entre
outros. Hoje, investe na criação de programas de TV, trabalhos autorais de
dramaturgia e documentários.
Reconhecido internacionalmente pela direção de
filmes de beleza e estética apurada, Willy Biondani começou
sua carreia como fotógrafo de publicidade e editoriais de revistas de moda e
beleza. Trabalhou para conceituadas revistas em Paris, onde também se tornou
diretor de publicidade. Recebeu prêmios no Art Directors, Clio, Cannes e
Anuário do CCSP.
Em 2005, integrou a edição especial “200 Best
Ad Photographers Archive” e fundou a BossaNovaFilms com seus sócios. Mais
tarde, dirigiu o média-metragem "Diadorim e Riobaldo", baseado no
livro "Sertão Veredas", de Guimarães Rosa, o DVD
"Roger100Ceni" sobre o goleiro Rogério Ceni, entre outros. Atualmente
está trabalhando para o lançamento de "Tudo bom, tudo bem", seu
primeiro longa.
Ficha técnica
Direção: Lecuk Ishida e Willy Biondani
Produtora: Bionandi
Produção: Denise Gomes e Paula Cosenza
Pesquisa: Stranjah (Alex Herbst)
Roteiro: Fernando de Castro Américo
Direção
de Fotografia: Ernesto Kobayashi
Montagem: Thiago Lucena
Finalização
de Áudio: INPUT | Artesonora
Participações: os músicos Lonne Ranger e Stranger Cole, a
antropóloga e escritora Carolyn Cooper, o proprietário do “Studio One” Courtney
Dodd, o proprietário da gravadora “Randy's 17th North Parade” e da “Impact”
Caurl Lauder, o antropólogo e professor Carlos Benedito, o integrante da banda
“Tribo de Jah” Fauzi Beydoun, os DJs e colecionadores Serraleiro e Stranjah
(Alex Hurst), e Tarcisio Selektah, professor e pesquisador da UFMA.
Serviço:
Sessão
gratuita
27
de janeiro, às 20h
Centro
Cultural São Paulo: Rua Vergueiro, 1000;
Sala
Paulo Emílio (99 lugares)
Nenhum comentário:
Postar um comentário