A proposta desta Lei é coibir a violência contra criança e adolescente |
*Aurélio Melo
A Lei da Palmada, agora denominada “Lei Menino
Bernardo” foi aprovada na Câmara dos Deputados na última quarta-feira (21), e
segue para análise do Senado.
Trata-se de um projeto que altera o ECA
(Estatuto da Criança e do Adolescente) e proíbe a aplicação de castigos físicos
em menores de 18 anos. Sendo que, os
pais que agredirem fisicamente os filhos deverão ser encaminhados a cursos de
orientação, tratamento psicológico ou psiquiátrico, além de receberem
advertência.
Segundo o psicólogo e professor da
Universidade Presbiteriana Mackenzie, Aurélio Melo, o projeto que gerou muitas
discussões, aparentemente seria uma interferência na forma de educação familiar
e, em casos extremos, impediria os pais de dar limites aos seus filhos.
Aurélio argumenta que é
compreensível que muitos pais fiquem inconformados com a ideia de que uma
palmada possa ser motivo de advertência por parte do Conselho Tutelar. No
entanto, conforme argumenta, a Lei é importante, pois coíbe a violência.
“O projeto quer prever ou minimizar formas de
castigo que resulte em sofrimento físico ou lesão. A Lei “Menino Bernardo” não
quer impedir que pais deem limites aos filhos - os limites são fundamentais no
desenvolvimento psicológico de um indivíduo – mas, ser mais um instrumento
social para proteger crianças e adolescentes de alguns pais que de forma
perversa ou ignorante, agridem em vez de proteger e educá-los”.
Para o psicólogo a agressão física surge do
descontrole emocional em determinadas situações ou da tentativa de impor-se
pela força.
“Longe de ser uma forma ideal de educação, as
agressões físicas diminuem o respeito entre pais e filhos ou reproduzem pais
que acreditam nos castigos físicos como medida efetiva de educação”. Freud, o
pai da psicanálise, explica que o maior dos medos dos filhos é a perda do amor
de seus pais. Nos casos em que não há amor a se perder, só resta impor-se pela
força, afirma.
*Aurélio Melo é psicólogo e professor na Universidade
Presbiteriana Mackenzie e está disponível para entrevistas.
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