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sábado, 4 de abril de 2020

Variedades: Titãs lançam primeiro EP de "Titãs Trio Acústico"

A formação traz Branco Mello, Sergio Britto e Tony Bellotto


Redação/Hourpress
Os Titãs formam um grupo indescritível. Em 38 anos, surpreendem a cada lançamento - nos 15 álbuns de estúdio anteriores gabaritaram os gêneros (do new wave ao punk), tiveram todo tipo de formação (do trio ao octeto), e em todas ocasiões se recusaram ao conforto de uma estrada conhecida. Não poderia ser diferente agora, no projeto “Titãs Trio Acústico”, que lançam com o primeiro de três EPs.
A formação traz Branco Mello, Sergio Britto e Tony Bellotto. Os três se revezam nos vocais, enquanto Britto assume piano ou baixo, Branco, baixo ou violão, e Tony, violão, violão de 12 cordas ou guitarra acústica. Titãs Trio Acústico EP 01, já disponível nas plataformas digitais, traz novas versões para "Sonífera Ilha", "Porque Eu Sei Que é Amor", "Isso", "O Pulso", "Miséria", "Tô Cansado", "Querem Meu Sangue" e "Família". 
O registro era para ter marcado a efeméride de 20 anos do lendário “Acústico MTV”, só que o seria se fosse lançado em 2017. Mas na época eles estavam focados na composição e lançamento da primeira ópera-rock escrita e composta por uma banda no país, “Doze Flores Amarelas”. Só um reforço de que não dá para esperar lugar-comum da banda.
“Nós marcamos, então, quatro shows em teatros (neste formato acústico), e o resultado foi tão impactante que virou uma turnê. Quando vimos o material que tínhamos, resolvemos entrar estúdio para gravar”, diz Branco Mello.
Neste “Trio Acústico - EP01”, o desafio foi recriar canções com o mínimo de elementos, já que nem no acústico de 23 anos atrás fizeram essa economia. Algumas ganharam versões onde um deles somente a conduz em voz e algum instrumento.
A escolha do repertório, aliás, é outro ponto de atenção no trabalho, já que mais uma vez encararam o desafio de desnudar as canções seja qual fosse a complexidade de elementos no registro original.
“Fazer de maneira diferente é algo intrínseco nos Titãs. Nosso desafio é sempre sermos diferentes do trabalho anterior. Temos que surpreender a nós mesmos”, diz Tony Bellotto.
“Trio Acústico - EP01” começa com “Sonífera Ilha”, que é o primeiro single e data do disco de estreia da banda, de 1984. Aqui, ela viaja para um ska essencial, com piano, baixo, guitarra acústica e um acento percussivo ganhando uma despretensão como se tivesse sido composta na semana passada.
“O clipe (desta versão) é como se fosse um retrato emocional desses 38 anos de carreira. Com direito a participações especialíssimas de pessoas queridas, que amamos e admiramos. É como se estivéssemos fechando mais um ciclo, relançando o nosso primeiro single totalmente repaginado”, conta Sérgio Britto.
Na sequência, “Porque Eu Sei que é Amor” encaixa como se ganhasse uma versão R´n´B/soul dos Temptations. A balada, aliás, é de 2009, posterior ao primeiro acústico.
“Isso” igualmente é futura ao especial da MTV - é de 2001 -, mantém certo tom da original e traz uma dramaticidade ainda maior do que foi gravada no trabalho mais sensível do conjunto, “A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana”, quando perderam o guitarrista Marcelo Frommer. Marca também a estreia de Tony Bellotto como vocalista na banda.
O desafio inovador a que o guitarrista se referiu, aliás, é explícito na sequência, com duas do álbum inventivo de 1989, em que mesclaram o rock a programações eletrônicas, “Õ Blésq Blom”. “O Pulso” e “Miséria” mostram porque desde suas primeiras versões sinalizaram para onde a música brasileira apontaria nos anos seguintes, com a explosão de mangue beat e Cia.
É também uma abertura para as performances quase solo de “Trio Acústico - EP01”. “Miséria” é conduzida em piano e voz por Sérgio Britto, além de percussão, “Tô Cansado” é levada por Branco Mello no vocal e violão e Tony empunha guitarra e novamente microfone em “Querem Meu Sangue”.
Do raivoso “Cabeça Dinossauro”, de 1986, vem “Família”, que fecha o primeiro EP, na vibe reggae/ska daquela gravação e tocada por quinteto - com o acréscimo de Mario Fabre na bateria e Beto Lee no violão.
E a única coisa que dá para adiantar para o próximo é que os fãs não devem esperar a mesma coisa.

Variedades: Rionegro e Solimões: a maior verdade do primeiro de abril


Dupla comemora 31 anos de carreira


Redação/Hourpress
Contrariando as piadinhas que ouvimos em todo primeiro dia do mês de abril, Rionegro e Solimões é aquela mentira que virou verdade. É nesta data que os sertanejos completam 31 anos de carreira levando nas costas o lema: "Bote um sorriso na cara e mande embora a solidão". E foi assim, levando alegria ao povo que se tornaram uma das duplas mais respeitadas do Brasil, colecionando números extremamente satisfatórios.
A ligação dos cantores com o 1° de abril é bem forte. Foi em 1989 que eles lançaram o primeiro LP de carreira, que levava apenas o nome da dupla. De lá pra cá, a caminhada foi seguida de sucessos e glórias, conquistadas merecidamente em uma carreira consolidada, com muito amor e dedicação. E por incrível que pareça, o primeiro DVD dos artistas também foi gravado em primeiro de abril.
Comemorando 31 primaveras, é o tipo de dupla que agrada desde aquela criancinha que começa a descobrir as notas musicais até as pessoas que alcançam a melhor idade. Não tem uma faixa etária específica para curtir clássicos populares como “Peão Apaixonado”, “Frio da Madrugada”, “A gente Se Entrega”, “De São Paulo a Belém”, entre tantas outras canções que marcaram e ainda marcam a vida das pessoas. 
Quem nunca cantou uma melodia dos artistas em um karaokê, que atire a primeira pedra. "Na Sola da Bota" é um desses clássicos do cancioneiro popular que está na boca de todos os brasileiros, de norte a sul do país. “Ela foi lançada originalmente em 2003 e de lá pra cá conquistou todos. É sucesso em festa de rodeio, festa de criança e até em velório eu já ouvir tocar”, diverte-se Solimões.
O carimbo de todo esse sucesso vem com os números do YouTube – com  os inúmeros perfis que publicaram os clipes da música "Na Sola Da Bota", a faixa ultrapassa a impressionante marca de 20 milhões de views. “O povo publica vídeo gravado ao vivo pelo celular de algum show nosso, de coreografia feita pelas criancinhas em festa infantil e até videoaula ensinando os acordes na gaita. Esse é o maior presente que um artista pode ter. Esse reconhecimento popular não tem preço”, analisa o primeira voz. 
Mas, engana-se quem pensa que Rionegro e Solimões tem apenas esses grandes hits ao longo da carreira. Entre coletâneas e registros de sucesso, somam mais de 300 músicas gravadas , 19 CDs e 4 DVDs.  A dupla já  subiu ao palco mais de 7.000 vezes, vendeu mais de 13 milhões de cópias e bateu recorde de público em festas de peão. Como reconhecimento, recebeu dezenas de discos de ouro, prata, platina e platina dupla. Alguns de seus sucessos fizeram parte da trilha sonora das novelas Laços de Família ("Peão Apaixonado", 2000), Cabocla ("Floresce", 2004), América ("Na Sola da Bota", 2005) e A Favorita ("Vida Louca, 2008).  “Ultrapassamos 3 décadas de estrada. O artista precisa ter a percepção do que está acontecendo na atualidade e se reinventar quando for necessário. Graças a Deus, meu parceiro e eu conseguimos ter esse olhar crítico e por isso estamos na ativa até hoje”, analisa Rionegro.
De uns anos pra cá, os cantores também se tornaram referência na internet. Disponibilizando todos os discos nas plataformas streaming e capitaneando um canal de sucesso no YouTube, a dupla chega próximo aos 125 milhões de views em suas frentes digitais. Particularmente, quem entrou de cabeça na onda da internet foi Solimões. O sertanejo tem quase 360 mil seguidores no Instagram e não poupou esforços para conquistar novos fãs nessa plataforma. Ele é febre por lá e diversas vezes viralizou na rede ao postar fotos e vídeos irreverentes. Todavia, Rionegro também é referência. Tratando com mais seriedade suas postagens, o artista retrata seu cotidiano na fazenda, entre sua criação de cavalo e novas melodias compostas. Sua rede atualmente conta com 256 mil seguidores. E não é só. A dupla também tem o instagram oficial, ultrapassando os 300 mil seguidores - nesta frente são retratados os bastidores dos shows e dos programas de TV, além de alguns recados exclusivos dos artistas direcionados aos fãs. 
E é por todo esse know how e carisma que a dupla mudou de casa recentemente.  É isso mesmo que o título diz. Os sertanejos mais queridos do Brasil acabaram de assinar um contrato de gerenciamento de carreira com a Mega Produções Artísticas – escritório responsável também pelas carreiras de May e Karen e os talentosos Diego e Arnaldo. Essa mudança trará muitas novidades ainda neste semestre de 2020.
Capitaneada por Claudio Roberto Santos Boaventura Oliveira (conhecido como Manolo) a label promete um gerenciamento artístico no modelo de grandes agências internacionais, atuando em várias frentes. Importante ressaltar que o escritório foi responsável pela ascensão de Gusttavo Lima João Neto e Frederico "Além da venda de shows, faremos também gestão de redes sociais e marketing digital e também assinaremos a distribuição dos novos produtos da dupla", detalha Manolo. "Rionegro e Solimões são artistas extremamente conhecidos em todo o Brasil. Com certeza eles vão somar muito fazendo parte do casting do escritório e juntos vamos decolar e conquistar todo o território nacional. Assim como fizemos como May e Karen, Diego e Arnaldo, vamos inserir a dupla em festivais, festas e feiras agropecuárias de todo o Brasil" comemora Cláudio.
 Esse novo caminho agregará ainda mais valor à marca dos sertanejos. A Mega não vai deixar essa data passar batida. “A história da dupla é muito grande. Eles já construíram muitas coisas e tem uma essência única. A qualidade do trabalho deles é impecável. Assumimos agora para dar a eles mais 31 anos de glórias – agregando a estrada deles a agressividade que a label em para trazer muitas datas de shows”, detalha Manolo.  
A primeira faixa escolhida foi a bela e apaixonada "Arruma Essa Casa", composta por  Alexandre / Rodrigo Reys /  Pedro Souto Maior / Lauana Prado / William Santos. Trata-se de um modão pra lá de apaixonado que retrata a realidade de muitos casais brasileiros que um dia se amaram. “Quando o homem ama de verdade, ele sofre muito quando um relacionamento termina e essa música fala realmente sobre isso. Tenho certeza de que muitos vão se identificar”, analisa Rionegro. “Até mesmo quem já tá arranjado pode ouvir e lembrar de um relacionamento antigo. Daquela namoradinha do passado... “, completa Solimões sem perder o bom humor.

 Você pode conferir “Arruma Essa Casa”: https://www.youtube.com/watch?v=HYPERLINK "https://www.youtube.com/watch?v=umxOhtUCepc"umxOhtUCepc   ou baixar em anexo

Obra completa de Rionegro e Solimões – incluindo coletâneas, trabalhos ao vivo e DVDs: 
1989 - Samba e Cachaça 
1991 - Primeiro Vento 
1993 - Meu Amor 
1995 - Sonhei 
1997 - Peão Apaixonado 
1998 - O Amor Supera Tudo 
1999 - De São Paulo À Belém 
1999 - Bate o Pé 
2000 - Bailão do Rionegro e Solimões 
2000 - Bate o Pé - Ao Vivo 
2001 - Só Alegria 
2002 - Ensaio Acústico 
2003 - Na Sola da Bota 
2004 - De Bem com a Vida 
2005 - O Grito da Galera 
2005 - Clube do Batidão 
2006 - Do Jeito da Gente 
2008 - Arrastão 
2011 - Virou Festa 
2013 - O Cowboy Vai Te Pegar 
2017 - Sucessos de Hoje 
2018 - Deus Abençoou

ARRUMA ESSA CASA – Rionegro e Solimões - Composição: Alexandre/ Rodrigo Reys/ Pedro Souto Maior/Lauana Prado/ William Santos

E essa casa abandonada aí 
Não tem flores mais no seu jardim
Nem crianças, nem cachorro  
Não é mais o que era antes 
Companheiro eu to vendo os seus dias e o que tem passado
A sua tristeza já bateu na porta da casa do lado
Sei que não é fácil ver uma família desaparecer
Você ta se matando, mas saiba que ela
Não deixou de viver   
Arrume essa casa, Apare essa barba,
Levante a cabeça e pense em você  
Vou abrindo a garrafa que ganhou de presente
No seu casamento pra gente beber 
Arrume essa casa
Apare essa barba
Levante a cabeça e vamos beber 
Já que ela não volta
Eu conheço um lugar que você vai poder escolher  
Companheiro eu to vendo os seus dias e o que tem passado   A sua tristeza já bateu na porta da casa do lado   
Sei que não é fácil ver uma família desaparecer
Você ta se matando, mas saiba que ela
Não deixou de viver
Arrume essa casa
Apare essa barba
Levante a cabeça e pense em você  
Abra aquela garrafa que ganhou de presente  no seu casamento pra gente beber 
Arrume essa casa
Apare essa barba 
Levante a cabeça e vamos beber 
Já que ela não volta
Eu conheço um lugar que você vai poder escolher    
Já que ela não volta
Eu conheço um lugar que você vai poder escolher  
Pra que sofrer?

Variedades: "O Amor é o Segredo" é o novo single de Vitor Kley



O próprio Vitor diz que a canção “tem um negócio diferente


Redação/Hourpress

O primeiro single do novo álbum de Vitor Kley, “O Amor é o Segredo”, é a prova incontestável de que ele foi muito além do que é esperado, mesmo para um dos principais talentos musicais do país atualmente. Com a canção, Vitor ultrapassou o estágio da música que traz bons sentimentos e alcançou a marca de compositor que transforma melodia e harmonia em emoções. Ouça aqui.
Em um texto de apresentação, isto parece apenas um exercício de palavras. Mas na prática, alcançar o poder de transferir emoções através da música é um dos clímaces da carreira de um artista.
Pois é isso que a canção traz e o que promete o álbum que ela anuncia, que terá o nome de “A Bolha” (a explicação para o nome vem mais para frente).
O próprio Vitor diz que a canção “tem um negócio diferente, tem algo inexplicável”, que fez as pessoas que a escutaram em primeira mão se emocionarem. “É hoje a favorita na minha família, da Carol (namorada), meu irmão chorou, eu chorei, até o Rick (Bonadio) se emocionou”, diz.
Soará piegas, mas a verdade é que o título entrega a razão: o amor é o segredo. Podemos até colocar parte da letra aqui: “Um dia me disseram que nada vai adiantar / Que o mundo tá perdido e não sai do lugar / Pena de quem acreditou / Se a gente existe, ainda existe o amor / Então eu te quero muito bem / Quero te amar sem medo / Sorrir sem saber por quê / O amor é o segredo que falta a gente entender”.
É poesia plena. Mas a letra colocada dessa forma, fria, não representa completamente o que é escutá-la acompanhado de progressão de acordes de violão, piano, baixo e arranjo de cordas redondíssimos que emolduram balada impecável.
Talvez o motivo de a canção (e as demais) tocar tão profundamente nossas almas sem sabermos por quê esteja no progresso de composição, registro e produção do álbum.
O trabalho foi conduzido no estúdio caseiro de Rick Bonadio, que produziu e dirigiu artisticamente o disco (nisto, junto a Renato Patriarca), além de fazer arranjos, tocar piano, baixo etc. “Entramos num’A Bolha (NR: taí o nome do disco), com a filhinha dele recém-nascida em casa, um alinhamento total de planetas entre ele e eu que trouxe uma verdade gigantesca para todo o disco”, conta.
Por falar no álbum, a promessa é de a variedade exemplificada no single permear toda a obra. “Tem uma diversidade maior. Retrata bem quem sou, o cara que toca violão de (cordas de) nylon em casa, que usa acordes de sétima para um lance mais MPB, pega a guitarra e curte tocar um rock´n´roll de duas notas”, diz Vitor.
Temos também o timing em que a canção é lançada. Um instante nunca vivido na humanidade, que mistura isolamento social, certo estado de guerra e pânico generalizados. Daí ser o momento propício para que artistas nos tragam luz e alento.
“Parece que estamos vivendo um filme. E o que tenho a oferecer é a música. Quero que ela ajude a alimentar de coisas boas as pessoas. Como não posso abraçar a todos que estão recolhidos, “O Amor é o Segredo” é um abraço a todo mundo que está em casa, e uma afirmação de que vamos passar por isso”, afirma.
O próprio artista fez isso no clipe do single, que será lançado em breve. Com a arte a aflorar o melhor de nossas emoções, com certeza superaremos esta fase e estaremos juntos mais fortes para celebrar a música. O segredo foi revelado.

Artigos: Em época de quarentena, é preciso cuidar da saúde mental e emocional


Ficar isolado pode gerar sentimentos e sensações de tédio


*Bruno Vieira

O mundo passa por um período sombrio e assustadoramente perigoso com uma pandemia que tem matado e adoecido fisicamente e mentalmente milhares de pessoas em diferentes países. Sabemos dos cuidados que temos que ter quanto à higienização, principalmente das mãos, e a necessidade de cumprir o período de quarentena para a nossa proteção e do próximo. Mas, o que muitos não têm se atentado é que, viver em isolamento social e constantemente apavorado com o que ainda está por vir, pode ser, também, muito danoso à saúde.

De acordo com um estudo publicado pela revista especializada East Asian Arch Psychiatry, 42% dos sobreviventes da última epidemia que matou mais de 800 pessoas pela Sars (síndrome respiratória aguda grave) entre 2002 e 2003, desenvolveram algum transtorno mental. Do total, 54,5% manifestou transtorno de estresse pós-traumático e 39% tiveram depressão. Com isso, é possível deduzir que, com a gravidade do novo coranavírus e o período indeterminado de quarentena, esse quadro poderá ser ainda pior.

Ficar isolado pode gerar sentimentos e sensações de tédio, solidão e até mesmo raiva -- sofrimentos psíquicos que podem levar a transtornos de ansiedade, ataques de pânico e depressão. Mas, cuidar da mente em tempos de tantos medos e incertezas é possível.

Primeiramente, é preciso trazer a rotina externa para dentro da casa, manter hábitos e atividades em um cronograma diário. É possível colocar tudo no papel, estipulando o que será realizado no período da manhã, tarde e noite ou de forma mais detalhada como hora para almoçar, trabalhar, estudar, ler um livro, realizar tarefas domésticas e assistir televisão. O importante é não ficar ocioso -- já dizia o velho ditado "mente vazia, oficina do diabo".

Para quem tem uma rotina regrada e muitas vezes exaustiva de exercícios físicos, como atletas e jogadores de futebol, é preciso manter os horários e fazer os treinos com muito foco -- o que é feito de atividades em uma hora e meia dentro do campo, por exemplo, necessitaria de três horas dentro da própria residência, afinal, será preciso lidar com as distrações familiares e comodidade do lar. Fazer uma pausa na carreira/trabalho, mesmo que seja de forma indesejada como essa, pode afetar, de maneira drástica, o emocional de qualquer um. Por isso, a organização e o foco são fundamentais.

Não podemos esquecer que, em meio a tantas suposições e "fake news", é preciso dosar o que é lido na internet. Se perceber que a rede social está com aquele "feed" carregado de notícias ruins, com publicações descrevendo números catastróficos quanto aos óbitos, vídeos e imagens que podem deixam qualquer um transtornado, desconecte-se. Dê um respiro e um momento de paz para a sua mente. É preciso estar informado, mas com cautela.

Lembre-se, este momento vai passar. Mas, é necessário que todos entendam que respeitar o período de quarentena não significa ficar parado, desocupado. Fique em casa, proteja os idosos e todos que estão no grupo de risco, mas continue em contato com amigos e familiares. Se relacionar, mesmo que de forma virtual, com outras pessoas é fundamental para manter o equilíbrio da mente.

*Bruno Vieira é psicólogo e possui especialização em Psicologia e Desempenho Esportivo pelo FC Barcelona

Internacional: Estados Unidos têm disparada de mortos e falta de equipamento



Coronavírus mata mais de 5.600 no país


Agência Brasil 

O número crescente de mortos na pandemia de coronavírus sobrecarregou as funerárias de Nova York, enquanto hospitais tentam atender milhares de pacientes infectados em meio a um total cada vez menor de ventiladores mecânicos e equipamentos de proteção disponíveis.
Diretores de funerárias e cemitérios descreveram uma disparada na demanda não vista em décadas, enquanto os casos de covid-19, a doença respiratória causada pelo novo coronavírus, ultrapassaram a casa dos 50 mil na cidade, com quase 1.400 mortos. 
"De muitas maneiras, o estado de Nova York é um microcosmos dos Estados Unidos, e é por isso que eu acredito que o que acontece aqui é ilustrativo para o resto do país sobre o que vai acontecer", afirmou o governador de Nova York, Andrew Cuomo. 
Os custos humanos foram ainda mais ressaltados por novas evidências da devastação econômica trazida pela pandemia, já que mais de 90% dos norte-americanos foram ordenados a ficar em casa para enfrentar a expansão do vírus.
O governo dos Estados Unidos reportou que 6,6 milhões de norte-americanos (um recorde) se registraram para obter benefícios de seguro-desemprego, dobrando a máxima histórica registrada na semana passada. 
"Você fica sem respirar", disse Justin Hoogendoorn, diretor de estratégia de renda fixa e análise na Piper Sander, em Chicago. "Obviamente a reação imediata a algo assim será o medo". 

Texas pede que ninguém saia de casa

Nesta quinta-feira, o Texas se tornou o quadragésimo estado norte-americano a emitir a ordem para que todos permaneçam em suas casas para conter a propagação do vírus. 
Como se a perda de emprego para 10 milhões de norte-americanos em duas semanas não fosse o bastante, o número de mortos nos Estados Unidos subiu em 950, marcando o terceiro dia seguido de altas recordes. Outras 800 mortes reportadas até então na quinta-feira levaram o número total do país para mais de 5.600 mortos, de acordo com uma contagem da agência Reuters de dados oficiais. 
Os casos confirmados nos EUA passaram os 235 mil na quinta-feira, o dobro da Itália, o país com o segundo maior número de ocorrências.
A força-tarefa da Casa Branca para a pandemia estima que entre 100 e 240 mil pessoas possam morrer, mesmo se a ordem de quarentena obrigatória for respeitada. 
No mundo, o número de infecções confirmados chegou a 1 milhão, com mais de 50 mil mortos até a quinta-feira (2), de acordo com o centro de pesquisa da Universidade Johns Hopkins para o coronavírus. 

Internacional: Como a pandemia do coronavírus faz a Terra tremer menos



Fenômeno foi observado pela primeira vez em Bruxelas, revelam estudos


Agência Brasil 

O mundo ficou mais silencioso e a Terra tremendo menos. Sismólogos explicam que a diminuição do ruído sísmico provocado pela circulação de pessoas e, principalmente, rodoviária, faz com que as vibrações na crosta terreste diminuam.
Com o isolamento obrigatório decretado em vários países em resposta à pandemia da covid-19, não foi só a poluição que diminuiu. Cientistas têm alertado para uma outra observação menos perceptível ao ser humano: a Terra está tremendo menos.
Em todo o mundo, os sismólogos têm detectado muito menos ruído sísmico, isto é, vibrações geradas pela circulação de automóveis, comboios, ônibus e mesmo pessoas durante o seu dia a dia.
Na ausência deste ruído, explicam os sismólogos, as vibrações na crosta terrestre diminuem, o que faz com que esta se mova menos.
Thomas Lecocq, geólogo e sismologista do Observatório Real na Bélgica, observou o fenômeno pela primeira vez em Bruxelas.
Segundo Lecocq, Bruxelas tem registrado uma redução de 30% a 50% do ruído sísmico desde meados de março, quando a Bélgica implementou medidas de distanciamento social e fechamento do comércio.
"Desde o início do confinamento, observamos um nível de ruído sísmico semelhante ao que geralmente detectamos nos fins de semana ou durante os períodos de férias. Uma queda de 30% a 50%”, disse o sismólogo, citado pelo Daily Science Brussels.
Ele explica que o ruído durante o dia é agora semelhante ao registrado à noite.
Nos Estados Unidos, também foi observada esta diminuição das vibrações terrestres. Uma imagem partilhada por Celeste Labedz, aluna de doutorado em geofísica na Califórnia, mostra uma quebra do ruído especialmente acentuada em Los Angeles ao longo de março.

Sismos menores mais facilmente detectáveis

Thomas Lecocq revelou ainda um outro efeito interessante relacionado com a diminuição do ruído: os cientistas conseguem detectar terremotos menores e outros eventos sísmicos que algumas estações sísmicas nunca conseguiriam registrar.
Ele dá o exemplo da estação sísmica de Bruxelas que, em situações normais, é “basicamente inútil”.
Como explica Lecocq, as estações sísmicas são habitualmente instaladas fora das áreas urbanas, uma vez que, quanto menor for o ruído humano, mais fácil é a captação de vibrações no solo.
No entanto, a estação de Bruxelas foi construída há mais de um século e a cidade expandiu-se, dificultando o trabalho.
Os sismólogos passaram a utilizar um aparelho instalado no subsolo para monitorizar a atividade sísmica. No entanto, atualmente, com a tranquilidade da cidade, Lecocq explica que a estação de Bruxelas tem detectado atividade quase tanto como esse aparelho.
“Atualmente, somos capazes de detectar eventos muito fracos, como pequenas explosões nas pedreiras do país”, afirmou.
Para o sismólogo, os gráficos são uma prova de que as pessoas estão cumprindo os conselhos das autoridades e, assim, evitam sair de suas casas.
“Do ponto de vista sismológico, podemos motivar a população ao dizer ok, vocês sentem-se sozinhos em casa, mas podemos dizer que toda a gente está em casa. Todos estão fazendo o mesmo, todos estão respeitando as regras’”, finalizou Lecocq.

Internacional: Pesquisa sobre coronavírus indica baixa consciência da crise


Trabalho é do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de Tóquio


Agência Brasil 

Pesquisa realizada por uma equipe liderada pela professora Muto Kaori, do Instituto de Ciências Médicas da Universidade de Tóquio, mostra que a maioria das pessoas toma medidas contra o coronavírus, como lavar as mãos, mas somente cerca de 40% sabem como proceder em caso de se infectarem com o vírus.
O grupo conduziu uma pesquisa online, no fim do mês de março, com 11 mil pessoas com idade entre 20 e 69 anos.
Perguntadas sobre o que estão fazendo para se proteger contra o vírus, 76,4% responderam que estão tomando algumas medidas, enquanto, 4,5% disseram que não estão fazendo nada. A taxa de pessoas que tomam medidas preventivas é mais alta entre os idosos e mais baixa entre aquelas na faixa dos 20 anos.
Sobre medidas preventivas que estão tomando, 86,8% disseram que não vão a grandes eventos; 86,4% responderam que lavam as mãos frequentemente; e 80,5% que evitam lugares com ventilação precária ou com aglomeração de pessoas, assim como locais onde pessoas conversam próximas umas das outras.
A pesquisa também revela que somente 41,5% disseram que sabem a quem consultar e que meios de transporte usar quando adoecem. Apenas 26,3% responderam que evitam contato com pessoas idosas.