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Crônica: De bem-sucedido ao amargo do ostracismo

    Hourpress/Arquivo Morava num apartamento de cobertura na Região dos Jardins, com direito a três vagas na garagem, onde tinha estacionad...

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Geral: No Rio de Janeiro, cidades trabalham para conter danos provocados pela chuva

Prefeituras recebem apoio de militares da Marinha e do Exército


Agência Brasil

Após a chuva que atingiu municípios no norte do Rio de Janeiro nos últimos dias, a água acumulada já baixou, mas a situação de moradores continua precária.
As prefeituras de Campos, Cardoso Moreira e Itaperuna estão recebendo o apoio de militares da Marinha e do Exército em ações para conter os danos provocados pelas enchentes dos últimos dias e no atendimento à população, com a distribuição das doações e água potável.
Ontem (29), um grupo de militares da Marinha participou dos trabalhos de contenção da água de um dique secundário, que se rompeu em Campos. Havia risco de alagamento à comunidade de Três Vendas, com cerca de 4 mil habitantes.
De acordo com a Prefeitura de Campos, até a noite de quarta-feira (29), 38 famílias de Três Vendas tinham sido transferidas para alojamentos municipais e casas de parentes. O município organizou ainda a transferência de outras 19 famílias. O Grupo de Emergência em Alagamentos, monitora os rios Muriaé e Paraíba do Sul e as condições das famílias, fazendo a mudança preventiva por causa do rompimento do Dique da Boianga.
A prefeitura informou que 220 famílias não quiseram sair de suas casas e 10 famílias estão ilhadas em Pontal e Brejo Grande. Os moradores, no entanto, já estão sendo atendidas com água potável e receberão cestas básicas.

Itaperuna

Em Itaperuna, o apoio dos militares começou na terça-feira (28). No município, eles atuam em atividades de resgaste e transporte de desalojados e desabrigados, além da distribuição de água e de alimentos e da desobstrução de vias públicas.
As ações contam com o reforço de um helicóptero de grande porte, de veículos com capacidade de trafegar em qualquer tipo de terreno e uma unidade para atendimento de saúde.
O secretário de Governo, Franciney França, informou à Agência Brasil que há 35 desabrigados no município e 200 pessoas estão desalojadas. O número já foi maior, mas diminuiu na medida em que a água começou a baixar. Eram 250 desabrigados e 3570 desalojados.
“O momento crítico, em relação às águas e à falta de condição de chegar a alguns locais, já passou. Agora é hora de dar assistência às pessoas que perderam tudo e ajudar a fazer a limpeza. Muitos ainda não voltaram, porque as condições não permitem.” Ele disse que o efeito da chuva prejudicou o abastecimento da cidade, uma vez que as estradas vicinais ficaram alagadas.
França orientou os moradores que façam o cadastro nos centros de referência da cidade. “Os centros de referência que estão em praticamente todos os bairros, as pessoas que quiserem vão até la. Não estamos mais fazendo cadastro np galpão da Defesa Civil”, afirmou.
Segundo o secretário, o recebimento e a distribuição de doações continuam centralizados no galpão da Defesa Civil.
Para França, em relação ao risco de vida, o pior já passou. A cidade não registrou mortes em consequência da chuva. O único óbito foi de uma pessoa que resolveu pular de uma ponte e foi levada pela água do rio.
A cidade está em estado de alerta e deve continuar assim ao longo de fevereiro. Mas em dezembro o governo municipal já tinha montado um gabinete de crise, em uma medida preventiva diante do período de chuva que era previsto.

Cardoso Moreira

Desde terça-feira, o município de Cardoso Moreira recebe apoio dos militares. O secretário de governo de assistência social, Fausto da Rocha afirmou que a doação de cestas básicas ainda é suficiente para atender a todos.
Há cerca de 4 mil desabrigados e 1700 desalojados, segundo o secretário. Com a redução do nível das águas e o retorno do acesso às localidades, o trabalho agora é atender os que voltaram às suas residências.
“Agora é que está ficando pior, porque eles estão voltando para casa. A bagunça está maior porque deixaram móveis, deixaram tudo. Com a assistência social, estamos mapeando as regiões,para começar os atendimentos nas casas”, afirmou, em entrevista à Agência Brasil.
O bairro mais atingido foi o Cachoeiro, que é a parte mais baixa da cidade. “Estamos indo para lá agora”, afirmou, completando que o atendimento foi prejudicado pela falta de acesso, inclusive para a entrega de água potável. “Foi o último local a esvaziar.”
O secretário disse que a cidade está em estado de alerta. Em consequência dos efeitos da chuva a prefeitura decidiu cancelar o carnaval.
“Em virtude das cheias do Rio Muriaé que atingiram o Município de Cardoso Moreira e devido todo sofrimento que a população vem passando, o Poder Executivo Municipal decidiu por cancelar as festividades do CARNAVAL que seria realizado entre os dias 22 e 25 de fevereiro”, informou, em nota, o prefeito Gilsdon Siqueira.

Doações

Os quartéis do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro (CBMERJ) estão arrecadando e distribuindo donativos para as vítimas das chuvas que atingiram o norte e o noroeste fluminense.
De acordo com a Defesa Civil estadual, itens como água mineral, alimentos não perecíveis, material de higiene e material de limpeza podem ser doados, tanto na capital como no interior. O trabalho da Defesa Civil do estado inclui consultoria técnica, orientação de preenchimento de documentação para decretação de situação de emergência e coordenação em eventos de repercussão intermunicipal.
“A decretação da situação de emergência permite que o poder público faça aquisições, compras e contratações emergenciais que agilizam o atendimento à população em suas necessidades. Natividade, Porciúncula, Laje do Muriaé, Itaperuna, Italva, Cardoso Moreira, Bom Jesus do Itabapoana e São Francisco do Itabapoana já decretaram”, informou a Defesa Civil, em resposta à Agência Brasil.
Ainda de acordo com a Defesa Civil estadual, o monitoramento das condições meteorológicas e dos índices pluviométricos da região continua sendo feito por meio do Centro Estadual de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden-RJ).

Túnel do Tempo: Morre Mahatma Gandhi



Luís Alberto Alves/Hourpress


Em 30 de janeiro de 1948, aos 79 anos, Gandhi é assassinado por um hindu. Em 1947, é proclamada a independência da Índia. Ele pregava a paz no mundo, tentou evitar a luta entre hindus e muçulmanos que estabeleceram o Paquistão. 

Raio X de Sampa: Conheça a história da Rua Henrique Schaumann


Quando adulto ajudava o pai a dirigir a farmácia Botica Veado D`Ouro, fundada por sua família


Luís Alberto Alves/Hourpress

A Rua Henrique Schaumann (foto) que fica em Pinheiros, Zona Oeste,  fez parte do loteamento original então chamado "Villa Cerqueira César".Em 1929, ela foi incorporada à Avenida Brasil, mas três anos depois, essa medida acabou desfeita. 
 Como área residencial, com sobrados e alguns casarões, permaneceu a Rua Henrique Schaumann até finais da década de 1960. Em 1969 surgiu o primeiro projeto de alargamento que, com modificações, foi concretizado entre 1973 e 1974, passando de uma pista a duas, com 14 metros de largura cada uma. 
Em 1976, por causa de valor baixo de aluguel tornou-se ponto preferido de bares, que atingiu 16 e a rua ficou conhecida como "praia dos paulistas". Henrique Schaumann nasceu em Campinas (SP), em 1856, filho de imigrantes alemães. Quando adulto ajudava o pai a dirigir a farmácia Botica Veado D`Ouro, fundada por sua família.
 Foi dele a ideia de ampliar o negócio e criar um laboratório químico. Após a proclamação da República se elegeu vereador por São Paulo. Participou ativamente de campanhas contra as epidemias de peste e de tipo, no século 19. Foi sócio-fundador do Hospital Samaritano.
 Em 1905 mudou-se com toda a família para a Europa a fim de procurar cura para um distúrbio intestinal do qual sofria a muitos anos. Em 1910 tornou-se membro da "Society of Tropical Medicine" de Londres. Passou os últimos anos de sua vida na Suíça, onde veio a falecer no dia 08 de março de 1922..

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Variedades: Concurso Musa e Princesa São Paulo 466 agita aniversário da cidade



Evento teve excesso de beleza


Luís Alberto Alves/Hourpress

No dia 26 de janeiro, em comemoração aos 466 anos de São Paulo, foram eleitas a Musa e Princesas São Paulo, e teve um congestionamento de beleza. O evento, que ocorreu no Coconut Brasil, na Rua Canuto do Val, 41, Santa Cecília, Centro, contou com apoio de vários veículos de comunicação, entre os quais o jornal e portal de notícias São Paulo de Fato.

Sob direção de Renato Cury, que já realizou 4 mil concursos deste porte, participaram 40 candidatas, avaliadas por seleto corpo de jurados, formado por empresários, artistas e jornalistas.

A Musa São Paulo, vencedora neste ano, foi a candidata número 11, Adrieli Silva (foto), de Moema, Zona Sul e as dez princesas, Laura Gonçalves, Larissa Santos, Raquel Gonsalves, Alessandra Lemos, Beatriz Martinz, Larissa Medeiros, Isabela Renosto, Vanessa Camargo, Victoria Stefanie, Sheila Correia.

A festa teve shows de MC Dom Russo, cantora Elly Ribeiro, MC Frankle Bruno, Julia Azevedo  e suas bailarinas, cantor Osorio Antonio, cantor mirim Luigi Ferrari, cantor de seriados japoneses, Diogo Miyahara e apresentação da Brás Pereira Banda Show.



Economia: O que fazer quando a empresa está na UTI?



Da mesma forma como o ser humano, constantemente a empresa emite sinais

* Marcos Sardas

No mundo empresarial sempre acontecem altos e baixos, e, uma empresa que esteve no topo por um longo tempo, pode se deparar, de repente, com uma grande crise, enfrentar dificuldades financeiras, ou até mesmo correr o risco de ter que requerer a uma recuperação judicial, ou eventualmente, ir à falência.

Uma empresa é como um ser vivo e orgânico e que se assemelha muito com o ser humano, tanto no que se refere a gestão de seus hábitos e das práticas de atitudes saudáveis, como na prevenção e cuidados que devem ser tomados para possibilitar uma vida longa e prazerosa.

Toda pessoa que se preserva, realiza exercícios físicos, mantém uma alimentação balanceada, equilibra trabalho e lazer, se permite momentos de reflexão, estabelece metas pessoais para si e para sua família, cultiva políticas financeiras para o seu patrimônio, pensando no presente e no futuro.

E toda vez que desvios acontecem, ela ou ele procuram seu médico, seu preparador físico, seu nutricionista, seu psicólogo ou seu banco para promover os devidos ajustes.

Uma empresa é extremamente semelhante. Requer boas práticas de gestão, balanço adequado entre suas receitas e despesas, deve possuir um bom clima no seu ambiente de trabalho, com respeito, porém, que seja leve e descontraído, estabelecer metas estratégicas para ser sustentável e perene e buscar o equilíbrio econômico-financeiro que necessita.

Da mesma forma como o ser humano, constantemente a empresa emite sinais: desvios de rota em relação às suas estratégias previamente definidas, não cumprimento de metas físicas ou financeiras, deterioração do ambiente e do clima de trabalho, baixa atratividade para novas contratações, perda de funcionários para o mercado ou para a concorrência, perda de resultado, piora da sua condição financeira e de caixa, comprometimento econômico e patrimonial.

Aos primeiros sinais, as empresas deveriam iniciar seu processo de correção de rota e de ajustes de suas práticas inadequadas ou ineficientes. Lamentavelmente em muitos casos essas correções vêm tardias e/ou sem eficácia, motivadas por egos inflados, por conflitos internos entre os gestores, falta de uma estratégia definida, falta de costume para lidar com situações difíceis e inusitadas, e muitas vezes, mesmo, por falta de capacitação ou competência para trabalhar problemas que fujam da rotina habitual.

Quando uma situação crítica acontece em uma corporação, seus donos e acionistas muitas vezes desconhecem como reverter o cenário. É comum nesses momentos buscarem a ajuda e suporte externo de uma consultoria empresarial, que imaginam tenha o dom de “transformar sapo em príncipe”, em um curto período. Milagres não acontecem com tanta facilidade.

Muitas vezes o paciente já está na UTI, e a reversão é possível, porém crítica e arriscada. E provavelmente as correções deverão ser cirúrgicas e radicais.

Nossa recomendação é que, para manterem-se e preservarem-se as condições saudáveis de uma boa gestão, e evitar dessa forma surpresas desagradáveis de fuga de rota, primeiramente que tenhamos a disciplina e a consciência que ter hábitos preventivos. Paralelamente nos mantermos alinhados com a estratégia previamente definida, e que se estabeleça, e se acompanhe, de forma rotineira e com bastante rigor, indicadores de performance, que sejam os termômetros de controle das boas práticas e dos bons resultados. Ao menor sinal de desvio, acenda o seu “alerta”.

E, caso necessite de ajuda não espere ir para a UTI. As soluções serão mais eficazes e menos traumáticas.

Sobre Marcos Sardas
Marcos Sardas possui mais de 35 anos de experiência como executivo de empresas e longa experiência como consultor. É sócio-diretor da Exxe Consultoria Empresarial. Conselheiro Certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa, conselheiro independente de diversas empresas. Formado em Engenharia pela Escola de Engenharia Mauá e pós-graduado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Economia: Confiança do empresário da construção atinge maior nível desde 2014


Índice cresceu 2,1 pontos na passagem de dezembro para janeiro

Agência Brasil

O Índice de Confiança da Construção, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), cresceu 2,1 pontos na passagem de dezembro de 2019 para janeiro deste ano. Essa foi a oitava alta consecutiva do indicador, que chegou a 94,2 pontos, maior patamar desde maio de 2014 (94,6 pontos).
O Índice de Situação Atual, que mede a confiança dos empresários da construção no momento presente, avançou 1,7 ponto e chegou a 84,3 pontos. A maior contribuição para esse resultado veio do componente “carteira de contratos”.
O Índice de Expectativas, que mede a confiança do empresariado do setor em relação aos próximos meses, cresceu 2,4 pontos e alcançou 104,2 pontos, o maior valor desde setembro de 2012 (104,5 pontos). Dos quesitos que compõem esse índice, a principal alta veio da demanda prevista para os próximos três meses.
Segundo a pesquisadora da FGV Ana Maria Castelo, o resultado de janeiro é um sinal do que deve ser a dinâmica predominante em 2020: um aumento do protagonismo da área de edificações, puxado pela melhora do mercado imobiliário residencial em 2019.
Para ela, no entanto, ainda há um longo percurso para recuperar o patamar de atividade anterior à crise. A demanda, de acordo com a pesquisadora, é o principal limitador do setor.
O Nível de Utilização da Capacidade caiu 1 ponto percentual, para 70,9%.

Economia: Moradores de favelas movimentam R$ 119,8 bilhões por ano



Brasil tem 13,6 milhões de pessoas morando em comunidades

Agência Brasil

O Brasil tem 13,6 milhões de pessoas morando em favelas e seus moradores movimentam R$ 119,8 bilhões por ano. As favelas movimentam um volume de renda maior que 20 das 27 unidades da federação. Os dados são da pesquisa “Economia das Favelas - Renda e Consumo nas Favelas Brasileiras”, desenvolvida pelos institutos Data Favela e Locomotiva e encomendada pela Comunidade Door.
“Os favelados são empreendedores natos. Essa pesquisa só comprova isso. É preciso que a sociedade reconheça a potência desses territórios e, cada vez mais, gere oportunidades para seus moradores desenvolverem suas habilidades e criatividades”, disse Celso Athayde, CEO da Favela Holding e fundador do Data Favela.
Para o presidente do Instituto Locomotiva, Renato Meirelles, há poucos dados sobre a realidade desse território e das oportunidades que existem nele. “Muitas vezes, as pessoas enxergam a favela só como território da violência e tendem a generalizar a favela só pelas questões negativas, como a falta de segurança. A grande fala que o que existe na favela é a falta de oportunidade. Essa falta de oportunidade, que alimenta o preconceito que os moradores do asfalto têm da favela, acaba criando barreiras para que esse mercado consumidor consiga atingir produtos de boa qualidade e eles tenham boas oportunidades no mercado de trabalho”, disse.
O levantamento revela que 89% dos moradores de favelas estão em capitais e regiões metropolitanas. O Rio de Janeiro é o único estado da Região Sudeste com mais de 10% da população vivendo em favelas.
As regiões Norte e Nordeste registraram maior percentual de pessoas vivendo em favelas – de 5% a 10%. Os estados do Amazonas, Pará, Maranhão e Pernambuco têm mais de 10% da população em favelas. 

Expectativas

O levantamento revela que os moradores estão otimistas com suas vidas pessoais para o ano de 2020: 80% estão otimistas com a vida financeira; 80% com a saúde; 84% com a vida familiar; 76% com a vida profissional; 72% com a vida amorosa e 71% com a vida física.
No entanto, segundo os dados, eles têm uma visão pessimista com o país quando consideram a dimensão pública: 43% responderam que o governo brasileiro vai piorar; 39% acreditam que a segurança pública vai piorar e 38% avaliam que a saúde pública também vai piorar.
De acordo com o estudo, o otimismo dos moradores de favela com suas vidas pode ser explicado pela crença no seu esforço pessoal, chamando para si a responsabilidade: 64% dos entrevistados acham que depende de si fazer a vida melhorar. Outros 13% atribuem a Deus, fé ou igreja a contribuição para melhoria de vida e 10% atribuem à família. Apenas 5% dos entrevistados responderam que o governo federal e o presidente podem contribuir para a vida melhorar e 1% atribuiu a responsabilidade ao prefeito da sua cidade.
“A primeira leitura normalmente diz que as pessoas estão querendo resolver mais por conta própria as deficiências do Estado, mas o que a gente vê na prática é que, depois de tantos anos com uma atribulação política muito grande, eles não acreditam mais que a solução virá de fora, eles não têm mais tempo para esperar políticas públicas ou privadas para melhorar de vida”, disse Meirelles.
Por isso, segundo Meirelles, os moradores das favelas estão empreendendo, correndo atrás do próprio negócio e chamando para si a responsabilidade pela própria vida. “Isso não é um cenário ruim, mas é fruto não apenas da vontade empreendedora, mas também do descrédito que a população da favela passa a ter com as instituições”.
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O levantamento revela que os moradores de favelas estão otimistas com suas vidas pessoais para o ano de 2020 - Divulgação/ONG Viva Rio

Perfil

A pesquisa mostrou também que as favelas concentram uma proporção maior de negros do que a média brasileira: 67% dos moradores de favelas são negros; no Brasil, o percentual é de 55%. Outro dado representativo é que 49% dos lares das favelas são chefiados por mulheres, ou seja, elas exercem um papel de protagonismo.
A pesquisa considerou que a favela está conectada, já que 87% dos adultos acessam a internet pelo menos uma vez por semana e mais de 97% dos jovens acessam regularmente.
Os dados mostram que 31% dos moradores de favelas não têm conta em banco. Entre aqueles que têm conta (69%), as tarifas e taxas são apontados como o aspecto mais importante na escolha de um banco para 49% dos moradores de favelas. Apesar de fatores financeiros serem apontados como os principais, 33% consideram aspectos de relacionamento como mais importantes.
Em relação ao tipo de instituição financeira, 67% dos moradores de favelas têm conta em bancos tradicionais, 9% em bancos digitais e 7% têm conta em ambos os tipos de banco. Os moradores de comunidades jovens e com menor renda são os menos bancarizados.

Consumo

No que diz respeito ao consumo, a preferência de compra ainda é por loja física, mas a opção pelo e-commerce cresce para produtos eletrônicos. Um total de 39% dos moradores de favelas diz que compram pela internet, mas um terço desses compradores online que moram em favelas não consegue receber suas compras em casa.
“[O levantamento] mostra também para as empresas que muitas vezes ela se esforça para fazer com que os seus produtos cheguem por um preço barato para cidades muito distantes, para cidades que muitas vezes têm menos de 10 ou 15 mil habitantes, e ela não tem a mesma preocupação para fazer os produtos de qualidade chegarem a um preço justo dentro das favelas”, disse Meirelles. “A pesquisa serve também para quebrar os preconceitos que muitas vezes afastam as empresas no desenvolvimento de negócios para esse importante mercado consumidor”.
Os moradores de favelas estão dando mais valor a preço e qualidade, buscando custo-benefício na hora de comprar, de acordo com os dados divulgados. Questionados sobre suas compras, comparando com um ano atrás, hoje, os moradores de favela dão mais importância para a qualidade (77%), preço (74%) e marca (51%).
“A Comunidade Door encomendou esta pesquisa porque quer mostrar ao mercado todo o potencial econômico do morador de favela e deste território em geral”, disse Leo Ribeiro, CEO da Comunidade Door.