Postagem em destaque

Crônica: De bem-sucedido ao amargo do ostracismo

    Hourpress/Arquivo Morava num apartamento de cobertura na Região dos Jardins, com direito a três vagas na garagem, onde tinha estacionad...

sexta-feira, 14 de junho de 2019

Economia: Aos 70 anos, Lepe mira mercado no exterior para manter crescimento



 Luís Alberto Alves/Hourpress

Empresa exporta peças para Estados Unidos, China, Tailândia e Argentina, mas busca espaço na Alemanha, Espanha e Inglaterra
• A empresa já apresentou propostas às companhias alemãs, que totalizam 6,5 milhões de euros anuais de faturamento
• Hoje o mercado interno absorve 95% das peças produzidos pela empresa, como os coletores, suportes, carcaças, pedais e tampas

 Uma das principais referências do setor de autopeças do País, a Lepe (www.lepe.com.br), empresa especializada na fabricação de peças de ferro fundido cinzento, nodular e ligados, além de produtos especializados com muito valor agregado como usinagem, pintura e montagem, entregando produtos prontos para as linhas de montagem de seus clientes, chega aos 70 anos em 2019 de olho no mercado externo para manter o ritmo de crescimento de 20%, assim como já ocorrera em 2018. Em especial, a companhia mira o mercado da Alemanha, apontado pelo seu diretor comercial Wilson de Francisco Júnior como forte e com boa demanda de fundidos de qualidade.

A boa notícia é que a Lepe, com unidade fabril em Guarulhos, na Grande São Paulo, já apresentou propostas às companhias alemãs, que totalizam 6,5 milhões de euros anuais de faturamento e que agora dependem de negociações e competitividade. Além da Alemanha, a indústria, responsável por produzir peças fundidas e usinadas para as principais fábricas do setor automotivo no Brasil, também já vislumbra negócios na Espanha e Inglaterra, além de crescimento nos mercados já atendidos.

Hoje, o mercado interno absorve 95% das peças produzidos pela Lepe, como os coletores, alavancas, suportes, polias, tampas, pedais, carcaças e volantes. O restante é direcionado para o exterior, especialmente Estados Unidos, China, Tailândia e Argentina. “Temos nossas características de produção. Não somos uma empresa de grandes lotes, por isso os clientes muitas vezes nos procuram para produzir peças com requisitos técnicos específicos e bem diferenciados, que exigem muita capacitação, motivo pelo qual sempre investimos nesse quesito”, explicou o diretor de fundição, Augusto Koch Júnior.

DNA exportador no sangue – Promover negócios com o mercado externo faz parte da Lepe desde os anos 70. À época, até os anos 2000, a companhia fabricava virabrequins para automóveis de passeio para o mercado de reposição, exportando-os também para norte-americanos, alemães e venezuelanos. “Isso nos permitiu um aprendizado e tranquilidade em tratar todas as etapas do processo com o mercado externo”, lembrou.

Nos anos 2000, com a transferência de uma linha de montagem de um equipamento antes fabricado por um cliente no Brasil, para a China, a Lepe deu início aos seus negócios na Ásia. “Abriu-se um mercado até então desconhecido e novas oportunidades começaram a surgir”, argumentou.

Ele lembra que para a Lepe ganhar escala e competitividade, assim como toda a indústria nacional, é preciso que sejam tomadas ações emergenciais por parte do governo, como as reformas da previdência e tributária, efetiva aplicação da reforma trabalhista e que haja uma melhora na infraestrutura.

Por isso mesmo, Wilson é comedido com os números. É possível que com esses novos mercados, especialmente o alemão, as exportações possam representar 10% do volume produzido pela Lepe somente a partir de 2020. “Nesse cenário de estagnação econômica, apesar de todos os índices positivos da indústria de autopeças e montadoras, exportar é uma boa saída que deve ser bem explorada. Mas não pode ser vista como uma solução a curto, mas sim fazer parte de uma estratégia a longo prazo”, afirmou.

À espera da demanda para ampliar a capacidade - A Lepe opera hoje com cerca de 50% de sua capacidade total de 1.500 toneladas mensais. O ápice foi em 2011, quando produziu 1.350 toneladas. Bons tempos que, pelas projeções dos diretores, devem voltar a ocorrer no mercado de fundidos em 2022 ou 2023.

Até lá, a empresa quer estar preparada. Uma nova e ampla área fabril, de 3,6 mil metros quadrados, em Guarulhos mesmo, está pronta para receber a unidade de usinagem que, uma vez em operação, vai aumentar a capacidade interna da Lepe dos atuais 1,5 milhão para 3,5 milhões de peças usinadas no ano.

Também como parte do projeto futuro da Lepe, a nova unidade de Fundição, Usinagem, Pintura e Montagem, em Itaquaquecetuba, cujo terreno foi adquirido em 2009, já está sendo planejada, com previsão para iniciar suas atividades em 2027, permitindo alcançar uma capacidade de produção de 42 mil toneladas anualmente.
_______________________________________________________
SOBRE LEPE INDÚSTRIA E COMÉRCIO (www.lepe.com.br)
Fundada em 1949, a LEPE Indústria e Comércio, instalada no bairro Porto da Igreja, em Guarulhos, é uma empresa especializada na fabricação de peças de ferro fundido cinzento, nodular e ligados, além de produtos especializados, especialmente para o setor automotivo. Os produtos da LEPE são desenvolvidos com base nos projetos dos clientes, obedecendo às mais rigorosas especificações de materiais e dimensões, amplamente reconhecidas com as certificações ISO TS 16949 (IATF 16949) e ISO 14001.

Geral: Crise penitenciária: a seguir, cenas do mesmo capítulo


Não é de hoje que os presos detêm o controle dentro das unidades penais


*Débora Veneral

A realidade das penitenciárias brasileiras é preocupante. A população carcerária cresceu muito nos últimos tempos. Há pouco mais de dez anos, o Brasil era o 4º (quarto) país em população carcerária e, atualmente, ocupamos o 3º (terceiro) lugar. A quantidade de presos que vivem nesses locais praticamente dobrou, passando de aproximadamente 400 mil para mais de 725 mil entre os anos de 2006 e 2016[1]. Esses dados nos indicam que ficamos atrás apenas dos Estados Unidos (2,1 milhões) e da China (1,6 milhão) em população carcerária.

Um dos grandes problemas no sistema carcerário brasileiro são as rebeliões que acontecem nos presídios, delegacias e unidades prisionais. Vários são os fatores que influenciam esse tipo de ação que, sem sombra de dúvidas, termina em resultados nunca ideais para situações de conflito, sobretudo quando envolve presos de facções criminosas divergentes.


Não é de hoje que os presos detêm o controle dentro das unidades penais, inclusive por intermédio de aparelhos celulares, o que possibilita o contato e a articulação de ações internas ou externas. Entretanto, a fiscalização e a punição disciplinar e penal não impedem a entrada desses aparelhos nas prisões, por diversos meios. A posse do celular proporciona a execução de ações diversas, dentre elas as articulações e ordens de execução, inclusive para as rebeliões.


Quando se fala em rebeliões os motivos mais comuns têm relação com a superlotação carcerária, com a alimentação deficitária ou de má qualidade, com a distância do preso de seus familiares, com o despreparo dos profissionais atuantes nas unidades, com a ausência de trabalho e atividades educacionais dentro das prisões, com a falta de assistência médica e os maus tratos - que não raro acontecem dentro do cárcere -, entre outros agravantes. 


No entanto, quando se trata de presos vinculados a facções criminosas, nem sempre os motivos citados são os que geram as rebeliões. Uma das maiores preocupações desses grupos está em não perder o território conquistado. Eles não medem esforços para buscar cada vez mais espaço dentro das unidades prisionais. Isso ocasiona subversão à ordem e à disciplina, resultando em confrontos, brigas e mortes entre facções rivais, transformando os espaços em cenários de guerra.


É o que aconteceu nas unidades prisionais do Amazonas recentemente. Cenas cruéis se repetiram com o assassinato de 57 presos, passados pouco mais de dois anos do massacre anterior. Quando acontecem fatos como esse, de tamanha gravidade e repercussão, uma das ações imediatas é a transferência de presos para as unidades federais, o que é apenas uma solução temporária. Prova de que isso é apenas uma alternativa paliativa é que a situação se repetiu mais uma vez com praticamente o mesmo número de mortos. Ou seja, seguiu-se a cena, porém, repetindo-se o mesmo capítulo.


Ainda em relação ao Amazonas, além das causas comuns já citadas para as rebeliões, somam-se a elas a superlotação carcerária, os processos sem julgamentos e a falta de juízes e promotores para concluírem os processos. Ou seja, de um lado vê-se o crescimento da população carcerária e, de outro, a redução e até a ausência de recursos humanos e materiais. Somado a isso, há ainda a fragilidade na gestão. Todos esses fatores contribuem para que a engrenagem continue a repetir o mesmo movimento.


Outro agravante é que os presos mortos podem ter sido os mesmos que assistiram atônitos na rebelião anterior a partida de seus companheiros de cela, em situação que retratou um filme de terror. Diante desse cenário, é possível que o próximo capítulo se repita mais uma vez e a engrenagem continue emperrada e omissa quando o assunto é sistema carcerário brasileiro.


Em regra, após as tragédias ocorridas é comum instituir gabinete de crise envolvendo órgãos de segurança para discutir estratégias de melhorias na unidade penal, já que a ausência do Estado fica clara nesses lugares, assim como a falta de ressocialização. Ou seja, a reinserção do preso seria uma opção? Reinserção, nada! Somado ao caos das unidades prisionais administradas pelo Estado, questiona-se sobre o não funcionamento da empresa terceirizada atuante no sistema penitenciário. Todavia, mais que a negligência da empresa em não cumprir o contrato, há ainda a negligência ao Estado pela omissão em não rescindi-lo, repetindo-se, assim, o mesmo capítulo, ou seja, culpai-vos uns aos outros. 


*Débora Veneral é advogada e diretora da Escola Superior de Gestão Pública, Política, Jurídica e Segurança do Centro Universitário Internacional Uninter. 

Geral: Projeto Recortando Palavras realiza ações sociais e ambientais


Cada aluno da Escola Estadual Prof. Alcides Correa adotou um grupo de mudas, que foram plantadas


Redação/Hourpress

 O projeto Recortando Palavras realizou no dia 5 de junho (Dia Mundial do Ambiente) duas ações envolvendo os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) que norteiam o tema central da 19ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. Uma delas foi o plantio de cerca de 50 árvores, na Escola Estadual Prof. Alcides Correa, entre jequitibás, aroeiras e árvores frutíferas, doadas pelo setor de botânica da USP Ribeirão. Também foi realizada a entrega de alimentos arrecadados pelas escolas participantes do projeto ao Lar Padre Euclides, instituição que acolhe idosos em Ribeirão Preto. Ao todo foi entregue meia tonelada de alimentos.

Plantio de Árvores – Cada aluno da Escola Estadual Prof. Alcides Correa adotou um grupo de mudas, que foram plantadas. Eles serão responsáveis por elas daqui para frente. “Utilizamos este projeto para revitalizar uma parte da escola, que não utilizávamos mais. A intenção foi despertar uma responsabilidade ambiental nos alunos”, comenta a diretora da escola, Ana Luisa Landi.

Doação de Alimentos - Mais de 20 instituições de ensino, entre elas, as Escolas Estadual Professor Alcides Corrêa, E. E. Djanira Velho I, E. E. Jardim Paiva II e E. E. Dom Alberto José Gonçalves, fizeram ações de arrecadação de alimentos, como fraldas, produtos de higiene pessoal e alimentícios, que foram entregues ao Lar Padre Euclides. “A cada ano, o projeto irá contemplar uma entidade assistencial, para dar visibilidade a esses lugares esquecidos pela sociedade”, explica Arnaldo Martinez de Bacco Neto, historiador do Projeto Recortando Palavras. Segundo a diretora Ana Luisa Landi, o uso dos fanzines trouxe ganho pedagógico para os professores. “Todos os alunos conseguiram se envolver com a atividade. Cada um tem uma qualidade que possibilitou desenvolver uma determinada atividade. Os alunos desenvolveram uma relação de pertencimento com a ação muito grande, a empatia com os espaços e dependências, com suas casas e familiares, criando responsabilidade e respeito social”, completa.

O projeto Recortando Palavras, tem sua produção antes e durante a 19ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto e reúne cerca de mil estudantes de Ribeirão Preto. O autor homenageado nesta edição da feira, Ignácio de Loyola Brandão, escreveu textos inéditos para o projeto sobre os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável de ONU (ODS). Os alunos usaram estes textos e fanizes e deixaram a criatividade rolar com o uso de tesouras, cola, papel, lápis, caneta e recortes e criaram revistas artesanais. As 24 instituições participantes do projeto irão encontrar Ignácio de Loyola Brandão no dia 11/06, às 14h30, na sala principal do Theatro Pedro II.

19ª Feira Nacional do Livro
A 19ª Feira Nacional do Livro acontece entre os dias 9 a 16 de junho de 2019, em Ribeirão Preto (SP). Trata-se de uma das maiores programações culturais do País e neste ano traz o tema “Entre Uma História e Outra, Uma Nova História – Um Mundo Melhor para Todos. Objetivos de Desenvolvimento Sustentável” que embasa a tônica de todos salões de ideias, conferências, palestras, mesas-redondas, oficinas, exposição de filmes, shows, espetáculos infantis, performances, contações de histórias, entre outras atividades. São planejadas mais de 330 atrações culturais totalmente gratuitas com nomes referências nas esferas literária, educacional e cultural. A programação completa pode ser acessada no site da Fundação:
https://fundacaodolivroeleiturarp.files.wordpress.com/2019/05/19_fnlrp_revista_final.pdf

Homenageados 
Como em todos os anos, a Feira Nacional do Livro fará homenagem a um país – e o escolhido foi a Suécia. Quanto aos autores celebrados, o escritor principal é Ignácio de Loyola Brandão; o autor educação é Boaventura de Sousa Santos; a autora infantojuvenil é Heloisa Prieto; autor local, Gilberto Andrade de Abreu e a professora homenageada, Amini Boainain Hauy. O patrono desta edição é o empresário Luiz Octávio Junqueira Figueiredo.

Variedades: Livro apresenta 100 perguntas mais comuns sobre namoro, amor e o significado do sexo



Na publicação, o autor apresenta uma seleção de perguntas realizadas pela juventude sobre namoro, amor e sexo


Redação/Hourpress

A obra publicada pela PAULUS “Se você realmente me amasse”, tradução original If You Really Loved Me, do autor Jason Evert, apresenta 100 perguntas mais comuns sobre namoro, amor e o significado do sexo. Para Jason Evert, a geração atual está preparada para um tipo de amor mais elevado do que aquele que o mundo oferece. Mas afinal, como encontrar um amor autêntico e verdadeiro? Como cuidar do corpo? Qual a opinião da Igreja sobre alguns temas polêmicos?

Com o objetivo de auxiliar a juventude nos temas que envolvem relacionamento, o autor se distância das respostas do mundo e senso comum e, se baseia na sabedoria coletiva da Igreja e de especialistas, isto é, a bíblia, a vida dos santos, de médicos, de filósofos, de teólogos e psicólogos matrimoniais e também nas lentes da Teologia do Corpo, ensinada pelo Papa João Paulo II.

Na publicação, o autor apresenta uma seleção de perguntas realizadas pela juventude sobre namoro, amor e sexo. Segundo Jason, as dúvidas são os frutos de seu trabalho de palestras com a juventude. São eles, estudantes do ensino médio e universitários. Jason Evert colheu diversos questionamentos e anseios dos jovens.

Dentre as questões, estão perguntas sobre Igreja, amor de Deus, vocação, relacionamentos, castidade, virgindade, valor do sexo, intimidade, aborto, abstinência, noivado, matrimônio, divórcio, gravidez, estrupo, autocontrole, celibato, paternidade, homossexualidade, pureza, sacramentos, adultério, entre outros temas.

De acordo com pesquisas, o autor Jason Evert revela que a única chave que talvez desvende o mistério da sexualidade é a reverência – a pureza de coração. Assim como Jesus Cristo disse: “Bem aventurados os puros de coração, porque verão a Deus” (Mt 5,8). Portanto, como é possível observar as leis de Deus diante das respostas que o mundo oferece?

Para ele, por meio da pureza de coração, um homem é capaz de ver a imagem e semelhança de Deus em uma mulher, e uma mulher é capaz de ver a imagem e semelhança de Deus em um homem. O autor lembra que, uma vez que Deus nos criou para amar como Ele ama, amar com pureza é redescobrir o significado da vida.

Por essa razão, as diversas questões e as respectivas respostas do autor, apontam caminhos para a vida em Deus, para a civilização do amor autêntico e verdadeiro que conduz a salvação.

*Jason Evert é mestre em Teologia, graduado em Aconselhamento e Teologia pela Universidade Franciscana de Steubenville, nos Estados Unidos. Faz conferências, escreve a respeito de teologia do corpo e castidade para adolescentes e jovens do ensino médio e do mundo universitário. É um dos responsáveis pelo Chastity Project (Projeto Castidade).

Ficha Técnica
Título: Se você realmente me amasse
Autor (a): Jason Evert
Coleção: Juventude em Saída
Acabamento: Brochura / Capa Dura / Luxo
Formato: 13.5 (larg) x 21 (alt)
Páginas: 440
Área de interesse: Pastoral 

terça-feira, 11 de junho de 2019

Fundo do Baú: o pagode "Verdadeira Paixão"



Luís Alberto Alves/Hourpress

Ano de 1987, quando o samba usando o nome de Pagode estourava nas rádios. Esta canção "Verdadeira Paixão", na voz de Toninho Geraes embalava as mesas dos bares e quadras das escolas. Tudo simples, sem a frescura que virou o samba mela cuenca de hoje. Mate a saudade.

https://www.youtube.com/watch?v=qeJQcNbs9X8

Fundo do Baú: No samba rock, Sivuca coloca fogo nos Estados Unidos


Luís Alberto Alves/Hourpress

Década de 1970, o sanfoneiro e grande músico Sivuca estava morando nos Estados Unidos. Mesmo longe do Nordeste, colocou fogo nos gringos com essa pérola "Ain´t no Sunshine". Ao contrário do Brasil que desvaloriza seus talentos, os norte-americanos tinham e ainda têm grande respeito pelo som de Sivuca. Quem gosta de samba-rock é hora de matar a saudade.


https://www.youtube.com/watch?v=dhak37wRFvE

Sindical: Município é condenado por recusar volta de empregada ao trabalho após licença


A empregada, admitida em 1984 como auxiliar, ficou afastada por cerca de cinco meses em 2012


Luís Alberto Alves/Hourpress/TST

A Segunda Turma do Tribunal Superior do Trabalho condenou o Município de Paranaguá (PR) a indenizar uma empregada que, embora tenha tido alta previdenciária após afastamento por doença, havia sido considerada inapta para o trabalho pelo médico do empregador. A situação é conhecida como “limbo jurídico”, pois o trabalhador não recebe nem os salários nem o benefício previdenciário.

Aptidão
A empregada, admitida em 1984 como auxiliar, ficou afastada por cerca de cinco meses em 2012. Ela sofria de osteoartrose da coluna e hérnia de disco. Na reclamação trabalhista, ela afirmou que, depois de ser considerada parcialmente apta para o trabalho pelo INSS, o médico do município não havia aceitado seu retorno por considerá-la inapta. Segundo ela, a atitude do empregador afetou sua dignidade, pois a impediu de prover seu próprio sustento e a obrigou a depender da ajuda de familiares.

O município, em sua defesa, sustentou que a indenização por dano moral é devida apenas quando for comprovada a existência de prejuízos irreparáveis ao empregado e que a dispensa ocorreu nos termos da lei.

Abuso
O juízo da 3ª Vara do Trabalho de Paranaguá registrou na sentença que o município, ao contratar pelo regime da CLT, se equipara à empresa privada e que, após a alta e, consequentemente, o fim do período de suspensão do contrato de trabalho, a regra impositiva de pagamento de salários pelo empregador volta a ter eficácia. Assim, se, ao contrário das conclusões da Previdência Social, considerar a empregada inapta para o trabalho, “deve no mínimo realizar um exame minucioso para verificar se a aptidão é total ou parcial e, se parcial, deve inseri-la em função compatível com a restrição médica”.
Por considerar que houve abuso de direito, o juízo de primeiro grau condenou o município ao pagamento de indenização por dano moral no valor de R$ 15 mil e dos salários e demais parcelas devidas desde o dia da alta do INSS. O Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região, no entanto, reduziu a condenação para R$ 5 mil, o que motivou a auxiliar a recorrer ao TST.
Efetividade prática
O relator do recurso de revista, ministro José Roberto Pimenta, observou que a reparação, no caso, deve levar em conta não apenas a gravidade do fato, mas também o poder econômico do empregador e, principalmente, a efetividade prática da sanção aplicada, “com o fim de manter o equilíbrio das relações de trabalho”. Tomando como base precedente da Turma em situação semelhante, o ministro propôs a majoração da indenização para R$ 30 mil.
A decisão foi unânime.