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Crônica: De bem-sucedido ao amargo do ostracismo

    Hourpress/Arquivo Morava num apartamento de cobertura na Região dos Jardins, com direito a três vagas na garagem, onde tinha estacionad...

segunda-feira, 20 de julho de 2015

Variedades: Boas dicas de livros de importantes temas






 Redação

Lançamento pelo selo Outras Expressões: "Energia elétrica e poder político - trabalhadores da Light São Paulo 1900-1935" do historiador João Marcelo Pereira dos Santos*.

 "O entrelaçamento entre os interesses dos acionistas e administradores da Light e o poder político - que hegemonizou a estrutura de Estado em São Paulo durante a Velha República - foi fundamental para dimensionarmos os constrangimentos impostos à organização dos trabalhadores e à construção de identidades coletivas no período. 

 As articulações entre a Light e a Delegacia Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo (DEOPS/SP) estão marcadas pela violência institucionalizada, pela cultura de intransigência e recusa de negociação, acompanhando a trajetória das organizações dos trabalhadores lightianos.

 As situações de enfrentamento, as pautas de reivindicação do conjunto do operariado paulistano nas disputas travadas no momento de transição para um sistema de relações de trabalho e sindical regulado pelo Estado é abordada através das diversas tentativas do Sindicato dos Operários em Tração, Luz e Força de São Paulo para se estabelecer na complexa conjuntura dos primeiros anos do governo Vargas"
* João Marcelo Pereira dos Santos, doutor pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Preço: de R$ 25 por R$ 20  nesta semana (17 a 24 de julho - basta clicar na imagem para ter acesso a livraria virtual). Assunto: História do movimento operário / História da cidade de São Paulo.
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Lançamento pelo selo Outras Expressões: "Fronteiras abertas" de Lurildo Ribeiro Saraiva*. 
Release: "(...) Pois bem, numa das inúmeras moagens que viveu ao lado do Pai, certa vez pediu para dormir com os operários do próprio Engenho, como eles faziam. O Pai consentiu, e Ele, contentíssimo, foi armar a sua rede junto a do Mestre. E, antes de dormir, pode comungar com aqueles pobres homens, as suas histórias de assombrações, a saudade das suas famílias, a esperança de um mundo melhor, mais justo e igual, suas desventuras e aventuras sexuais, o cansaço, a fadiga de uma vida quase somente devotada ao trabalho, enfim, eles declinavam, sem consciência política, a crueldade da Sociedade tão desigual em que sobreviviam, a perversa sociedade capitalista - e jamais viriam a saber que essas conversas, daquele Dia Libertador, iriam influenciar a opção política daquele menino, filho de um latifundiário humanista, doravante, sempre ao lado dos excluídos, e totalmente descrente em qualquer possibilidade de Justiça no Capitalismo como crêem hoje os falsos esquerdistas (...)".
* Laurildo R. Saraiva é Professor Associado de Cardiologia da UFPE e atuou na resistência ao golpe de 1964 e seus desdobramentos, em Recife e em São Paulo. Entre obras científicas da área biomédica, é autor também de "Água Braba", pelo selo Outras Expressões da Editora Expressão Popular.

Preço: de R$ 20 por R$ 16 nesta semana (de 17 a 24 de julho - basta clicar na imagem para ter acesso a livraria virtual). Assunto: Literatura / Memória
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Reimpressões (clique nas capas para ver os últimos lançamentos, promoções e reimpressões na livraria virtual):
# Paulo Freire - vida e obra (Paulo Freire; Ana Inês Souza - org.). Preço: R$25. Assunto: Educação

 Uma obra que reúne uma série de escritos que retomam os temas mais queridos de Paulo Freire: a prática educativa transformadora e libertadora, alicerçada em uma pedagogia com base na ética e no respeito à dignidade - conceitos atualmente fora de uso - como instrumentos para a construção de um mundo novo. Um livro que chama para a luta, que busca realizar meios de intervenção na realidade, numa ação cultural pela pedagogia da indignação, para valorizar o ser humano e, assim, tornar possível "o nosso sonho". Paulo Freire nos disse que não apenas temos o direito, mas temos, principalmente, o dever de mudar o mundo.


# O menino que lia o mundo (Carlos Rodrigues Brandão). Preço: R$15. Assunto: Educação de jovens e adultos (EJA)
 Esta "História do menino que lia o mundo" conta a vida de um grande homem que não deixou de ver o mundo com os olhos esperançosos de um menino. Paulo Freire, um dos mais notáveis pensadores da pedagogia mundial, teve uma infância pobre, tendo que conviver até mesmo com o sofrimento da fome. Cresceu e se tornou educador, desenvolvendo um dos métodos mais eficazes para alfabetização, sobretudo de adultos, por levar em conta o universo semântico dos estudantes. Essa forma de ensinar, baseada nas chamadas “palavras geradoras”, fomenta não apenas a apreensão da leitura e da escrita, mas também a discussão da realidade social dos envolvidos.
 # Árvores geneticamente modificadas (Chris Lang). Preço: R$15. Assunto: Agroecologia

 Os nomes que os povos locais alocam às plantações florestais industriais ilustram os problemas causados por esse modelo de florestamento. Na Tailândia, os agricultores chamam o eucalipto "a árvore egoísta", porque as plantações de eucaliptos absorvem os nutrientes do solo e consomem tanta água que nos campos vizinhos não é possível plantar arroz. O povo indígena Mapuche do Chile se refere às plantações de pinheiros como "milicos plantados", porque são verdes, formam fileiras e avançam. No Brasil, as plantações florestais são chamadas de "deserto verde" e, na África do Sul, "câncer verde". 

 As plantações de árvores geneticamente modificadas apenas vão exacerbar esses impactos. Árvores de crescimento mais rápido esgotarão a água mais rapidamente; haverá uma maior destruição da biodiversidade nos desertos biológicos de árvores modificadas para serem resistentes a insetos e não terem flores, frutos nem sementes; o solo se destruirá mais rapidamente, através do aumento da extração de biomassa, a mecanização intensiva e o aumento do uso de agroquímícos: mais comunidades serão despojadas de seus meios de vida e serão deslocadas para abrir o caminho para ainda mais "desertos verdes".

Variedades: Em novo mural, Eduardo Kobra ‘discute’ o tema das pessoas desaparecidas

O artista plástico Kobra em ação





Redação

 O artista plástico Eduardo Kobra faz hoje (20), das 9h às 17h, o mural “A Menina Desaparecida”. A intervenção, que tem o apoio da ONG Mães em Luta, acontece na avenida Pedroso de Morais 1033, em Pinheiros, Zona Oeste, São Paulo. Nascida em 6 de novembro de 2009, Ana Júlia Alves Tomas, filha de Lana Alves Inácio e Ivan Alves Tomaz, desapareceu no dia 23 de novembro de 2013, aos quatro anos de idade. 

 Diversas mães que integram a ONG estarão presentes, distribuindo panfletos e conversando com as pessoas.  A ação integra o projeto “São Paulo: uma realidade aumentada”, em que Kobra e equipe fazem uma série de dez intervenções, uma por dia, na maior cidade do País.

 “É uma situação desesperadora, que comove profundamente. Não dá para imaginar a dor que é ter alguém que você ama, um filho por exemplo, e não saber onde está, se passa fome e frio, se está sendo explorado. Por isso é um tema que tem que ser permanentemente destacado”, disse o artista.

                                   Uma Realidade Aumentada

 De 14 a 23 de julho, Kobra faz seu novo e ousado projeto. Acompanhado por sua equipe do Studio Kobra, desenvolve uma série dez intervenções na Cidade, com o sugestivo nome “São Paulo: uma realidade aumentada”. Todos os dias, Kobra anuncia nas suas Redes Sociais (instagram @kobrastreetart e www.facebook.com/Eduardo-Kobra) a intervenção do dia seguinte. Os trabalhos têm naturezas diversas e são a cada dia em uma região diferente. As pessoas que acompanham o processo pelas redes sociais podem se envolver e até opinar em um dos trabalhos.

 As intervenções mostram e questionam diversos aspectos da vida da maior cidade do País. “Geralmente em meus trabalhos mostro a beleza e convido as pessoas à contemplação. Nessas ações do “São Paulo: uma Realidade Aumentada” buscamos convidar para a reflexão, posicionamento e atitude”, afirmou.

 As dez intervenções estão previstas para serem concluídas no dia 23 de julho, mas poderá haver algum adiamento em caso de chuvas fortes em São Paulo. Se isso acontecer, a ação será transferida para o dia seguinte.

 Logo após o projeto, Kobra viaja para Minneapolis, nos Estados Unidos, onde pintará um mural com uma releitura icônica de Bob Dylan. De acordo com o muralista brasileiro, o famoso cantor e compositor irá até o muro para acompanhar parte do trabalho.


sexta-feira, 17 de julho de 2015

Túnel do Tempo: Explosão de avião






Luís Alberto Alves

Explosão: em 17 de julho de 1996, um Jumbo da companhia aérea americana TWA explode quando sobrevoava o oceano Atlântico, logo após a decolagem, com 230 pessoas a bordo.

Radiografia de Sampa: Rua Padre Adelino





Luís Alberto Alves

 Um importante padre da igreja tinha uma bela chácara na região que fica entre os atuais Largo Ubirajara e Avenida Álvaro Ramos. O referido prelado era o padre Adelino Jorge Montenegro. Um hábito deste homem era passear de charrete nas terras do Tatuapé, principalmente no que se conhece hoje por Vila Gomes Cardim. 

 Tanto gostava do local, que pensou em mandar construir nele uma capela. Fervoroso devoto da Nossa Senhora do Parto, a capela seria erigida em louvor a essa Santa. Tendo em vista esse plano, solicitou à Prefeitura de São Paulo isenção de taxas e impostos. Infelizmente seu pedido foi indeferido e seu projeto abortou.

 O padre Adelino era elemento de grande projeção dentro da igreja. Foi vigário geral e secretário do bispado ao tempo de Dom Lino Deodato Rodrigues de Carvalho. Além de padre era advogado,  atuado com extraordinária desenvoltura nos foros da Capital paulista e na cidade de Santos.

 Em 08 de abril de 1902 foi nomeado zelador da Capela Nossa Senhora da Imaculada Conceição, na atual praça Silvio Romero. Entre outras providências criou nessa capela a Irmandade de Nossa Senhora do Parto, isto em 26 de maio de 1902. 

 Em 28 de junho a associação foi reconhecida oficialmente. Sua direção ficou a cargo de Francisco José de Souza Vila Nova, presidente; Antonio Alves Machado, secretário; Antonio Cardoso de Melo, tesoureiro e Antonio Gonçalves Serra, procurador. Embora a Irmandade estivesse vinculada à Capela Nossa Senhora da Conceição, seu principal objetivo era a devoção ao culto de Nossa Senhora do Parto. 

 Não é fora de propósito, embora sem comprovação documental, admitir que a Capela Nossa Senhora do Parto tinha sido uma conquista pessoal do padre Adelino. A Cúria autorizou por provisão de 22 de dezembro de 1904 a realização de uma grande festa para o dia de Natal.

  O evento contou com enorme comparecimento e terminou com a tradicional queima de fogos. A Irmandade Nossa Senhora do Parto dividia as tarefas de sua capela com a Irmandade do Divino Espírito Santo da Quinta Parada. 

 Nos primeiros tempos, no entanto, esta última Irmandade predominava, visto que nas procissões o andor do Divino Espírito Santo ia a frente, seguindo atrás o andor de Nossa Senhora do Parto. Padre Adelino faleceu em 28 de dezembro de 1909. Sua atuação foi alvo de admiração e reconhecimento por parte dos seus contemporâneos. A Rua Padre Adelino (foto) fica no bairro do Belém, Zona Leste de SP.