Luís Alberto Alves
De acordo com o International Business Report 2014 (IBR), da
Grant Thornton, 47% das empresas brasileiras não possuem mulheres em cargos de
liderança, abaixo da média global (33%). A pesquisa também mostra que apenas 7%
das empresas brasileiras têm planos para contratar ou promover mulheres nos
próximos 12 meses, metade da média global (14%).
Os números revelam um
cenário de retrocesso em relação aos anos anteriores. Em 2012, apenas 26% das
empresas não tinham mulheres no comando, em 2013, a fatia aumentou para 33%. O
estudo é feito com 12.500 empresas em 45 economias, sendo 300 companhias
brasileiras.
A pesquisa mapeou o nível de suporte que as
empresas oferecem para o desenvolvimento profissional de suas funcionárias.
Durante a licença maternidade, somente 9% das empresas brasileiras pagam
salários por um período maior do que a lei recomenda e apenas 19% garantem
acesso aos programas de educação continuada e desenvolvimento profissional. A
média global para esses itens é respectivamente de 29% e 37%.
No Brasil, os conselhos de administração têm
em média cinco integrantes, sendo apenas uma vaga ocupada pelo sexo feminino e
65% das empresas apoiariam cotas para aumentar o número de mulheres em
companhias de capital aberto.
Para Madeleine
Blankenstein, sócia da Grant Thornton Brasil, o País ainda precisa avançar no
âmbito da discussão sobre a participação de mulheres em cargos de direção em
empresas públicas e privadas e a União Europeia é um bom exemplo.
"O Parlamento
europeu aprovou em novembro um projeto que estabelece meta para que as mulheres
ocupem 40% dos cargos de conselho de administração em empresas de capital
aberto", disse Madeleine Blankenstein.
Globalmente, os setores de educação e serviços sociais têm mais mulheres em posição de liderança (51%), seguidos por hospitalidade (37%). Os segmentos de mineração (12%), agricultura e eletricidade (ambos 16%) são os que menos possuem mulheres liderando.