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quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

Crônica: O que os olhos não veem, não cobiça o coração


Pixabay


Tentava desviar o olhar, mas quando alguma delas se aproximava, sentia o coração disparar

Astrogildo Magno

Todo início de Elton prometia que mudaria de vida. Deixaria de beber, de abusar de comida gordurosas e ser extremamente fiel a sua esposa, Talita, com quem estava casado há 50 anos. Na passagem do ano velho para o novo, ele a abraçava  e mentalmente dizia que se tornaria um marido longe da prática do adultério.

Geralmente Elton e sua família passavam as festas de final de ano no Litoral Norte de SP. O mar era a paixão de todos. Com a famosa caixa de isopor ao lado, repleta de bebidas, logo percebia que a promessa seria de curta duração, quando se deparava com alguma adolescente de fio dental. Esse era o seu ponto fraco.

Tentava desviar o olhar, mas quando alguma delas se aproximava, sentia o coração disparar e sexualmente lançava olhares de desejo sexual. Para complicar, se estivesse almoçando ou jantando num restaurante, sempre aparecia uma garçonete com ares provocativos. Enfim, essa era a sua luta todos os anos. De repente, Elton começou a perder a visão. Foi ao médico. A causa glaucoma em estágio avançado. Mergulhado na escuridão, ele não pode mais visualizar e cobiçar nenhuma mulher....

Astrogildo Magno é cronista

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