Bem estratégico ficava próximo à churrasqueira com a desculpa de fiscalizar a qualidade do churrasco
Astrogildo Magno
Firmino era bom de garfo. Comia
muito. Mas para desespero dos fãs de academia, para espantar o ganho de peso,
ele não engordava. Podia traçar feijoada, torresmo de rolo e até mesmo caldo de
mocotó. O seu corpo não ganhava nenhum grama de gordura. Nas churrascarias
provocava estrago, visto que demorava para entrar em recesso.
A fama de comilão já havia
grudado em seu nome. Na empresa onde trabalhou até se aposentar, na região da
Paulista, todos lembrava dele nas festas de final de ano. Bem estratégico
ficava próximo à churrasqueira com a desculpa de fiscalizar a qualidade do
churrasco que seria servido e enchia o prato a todo instante.
Canja
Em sua casa, os dois filhos já
adultos e casados não herdaram a qualidade de Firmino. Ambos nunca enchiam os
pratos nos almoços em família, principalmente no final de ano. O que sobrava,
desde panetone a doce de pavê, Firmino não deixava para o dia seguinte. Fazia o
pente fino na cozinha.
Mas de repente ele começou a
sentir que algo estava funcionando errado em seu corpo. Às vezes sentia
tonturas, pontadas no peito. Principalmente após digerir alimentos gordurosos.
Passou a andar com medicamentos para espantar o mal estar. Porém, teve uma
tarde que foi ao hospital. Ali, o médico o examinou e decretou: “senhor Firmino,
neste final de ano a sua dieta será canja de galinha e mais nada.....”
Astrogildo Magno é cronista
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