Antes da pandemia, em 2019, fui alvo de discriminação racial
Vini Jr é alvo de racistas na Espanha
Luís Alberto Alves/Hourpress
O triste episódio envolvendo o jogador de futebol do Real Madri #Vini
Jr., alvo de vários ataques #racistas na Espanha, mostra que a modernidade do
século 21 ainda continua manchada pela mácula do racismo.
É absurdo alguém ter sua competência avaliada por causa de
sua cor. Ninguém escolhe se vai nascer branco, negro, amarelo ou indígena. Por
outro lado, os gritos racistas mostram o quanto a sociedade se encontra doente.
O #racismo está presente em diversos países, pobres ou ricos.
Nas grandes empresas são poucos os cargos de CEO ocupados por negros. Qual
motivo? Talvez para não desagradar acionistas, só executivos brancos e brancas
ocupem este cargo.
Nas Forças Armadas, entre elas a do Brasil, quantos negros
ocupam postos de brigadeiro na Aeronáutica, Almirante na Marinha ou general no
Exército. Quanto pilotos de caças estão no comando destas aeronaves em diversos
países? Poucos!
Brancas
No jornalismo é ainda muito grande a #discriminação racial,
principalmente nas emissoras de televisão. Segundo o departamento de marketing,
anunciantes alegam que negros afastam consumidores. Mas como, se no Brasil 56%
da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística),
são de pretos e pardos?
Por incrível que pareça, uma mulher branca casada com alguém
preto ou pardo não é bem vista por vários setores da sociedade, principalmente
na região Sul e Sudeste. Por quê? #Racistas alegam que mulheres brancas não
deveriam sujar a sua cor se casando com negros!
Como jornalista já enfrentei muita #discriminação. Olhar
atravessado de autoridades desconfiando de que eu não fosse repórter. Políticos
me tratando com falta de educação. Um deles, já falecido, Néfi Tales, então
prefeito de Guarulhos, segunda maior cidade de SP, me expulsou de uma
entrevista coletiva.
Sossego
Antes da pandemia, em 2019, fui alvo de #discriminação racial
num evento realizado no Hotel Fasano, na região dos Jardins, na capital
paulista. Registrei queixa na delegacia de crimes raciais, mas passados quatro
anos, até hoje nunca soube se os acusados deste delito foram punidos.
Quando saio para ir a algum shopping na companhia de minha
família, que não são negros, percebo o olhar furioso dos seguranças em relação
a mim. Ao entrar em determinadas lojas, de perfil de consumidor branco, os
vendedores me atendem com descaso. Talvez pensando: “mais um negro duro a tirar
o meu sossego!”
Portanto, sei o que está sentindo #Vini Jr. Mas o segredo é
continuar de cabeça erguida. Não desistir da luta. Não dar ibope para #racistas.
São doentes. Afinal de contas quando morremos, a terra não separa cor ou sexo
para consumir. Ou seja, todos são iguais. O resto é conversa fiada.
Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Hourpress
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