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quinta-feira, 11 de março de 2021

Artigo: Seus maiores talentos podem abandonar sua empresa

 


52% dos funcionários com saída voluntária dizem que seus gestores poderiam ter feito algo para prevenir sua saída

Erica Castelo

 Entrevistar executivos de sucesso faz parte da minha jornada há mais de 15 anos. Nos primeiros deles, liderando uma empresa americana de conteúdo sob a forma de seminários para altos executivos.

 

Desenvolvi ali a habilidade de selecionar talentos transformadores (então palestrantes) que inspiravam outros negócios com desafios semelhantes. Hoje, por meio da The Soul Factor, empresa de executive search que fundei nos EUA, ajudo empresas a contratar esses mesmos executivos para acelerar seus negócios globalmente.

 

Esse olhar investigativo e comportamental sobre o universo executivo vem me acompanhando ao longo dessa jornada. Ao longo desses últimos como headhunter, entrevistando centenas de executivos globais mensalmente, ouvindo suas histórias e motivações, percebi algo curioso: existem muitos pontos em comum sobre o que os leva a buscar novos desafios.

 

Levantar essa reflexão pode ajudar por diversos motivos. O primeiro deles e mais óbvio, é que o turnover voluntário custa (e muito) dinheiro para as empresas. Pesquisas mundiais demonstram que o custo de substituição de um único colaborador pode ser até duas vezes maior que o salário anual; outro estudo mostra que as empresas americanas perdem em média U$ 1 trilhão devido ao turnover  voluntário.

 

Porém, existem muitos outros custos ainda maiores que não se registram diretamente na planilha financeira: perder suas melhores pessoas significa perder vencedores comprovados, inovadores constantes e os solucionadores de problemas mais eficazes.

 

Internamente, esse fato prejudica a moral da equipe, pode significar a perda de relacionamento com clientes e, dependendo do cenário de saída, pode ameaçar sua marca ou levar a um processo judicial.

 

Você poder até pensar que tudo isso é parte do “churn”natural de talentos. De acordo com o Instituto Gallup, não é: 52% dos colaboradores com saída voluntária dizem que seus gestores poderiam ter feito algo para prevenir sua saída.

 

Convencido de que é hora de virar esse jogo? Aqui vai uma lista dos argumentos que mais ouço quando pergunto os motivos pelos quais meus entrevistados estão dispostos a ouvir propostas de outras empresas:

 

 1.“Sou mais uma peça na engrenagem, não tenho autonomia”

Não adianta trazer gente boa se elas não puderem fazer a diferença. Afogar essa qualidade fará com que busquem esse impacto na empresa ao lado – na sua concorrência, por exemplo.

 

 2.“O ambiente de trabalho é tóxico”

Ninguém mais quer trabalhar e não se sentir bem. Cultura do medo, assédio moral (para não mencionar os demais tipos de assédios), fofocas, microgestão excessiva…todos esses ingredientes são a receita perfeita para uma refeição de saída rápida para qualquer talento.

 

 3.“Não sinto que me valorizam”

A liderança moderna não leva créditos, ela dá. Caso contrário, prepare-se para o velho hábito de chorar por quem se foi…

 

 4.“Não estou mais aprendendo”

Talentos, independentemente do nível hierárquico, querem aprender e se desenvolver constantemente. A falta de desafios novos ou avenidas de aprendizagem farão esses profissionais tomarem novos rumos, provavelmente longe da rota da sua empresa.

 

 5.“Não me foi cumprido o prometido”

 

Promessas feitas não tem valor, mas as cumpridas são inestimáveis. A quebra da confiança na empresa tem preço muito alto, geralmente.

 

 6.“Meu propósito não está alinhado ao da empresa”

Muitas empresas falham em entender as paixões de seus talentos para alinhá-las aos propósitos corporativos. Se você não se preocupar com isso, seus concorrentes vão.

 

Todos esses pontos revolvem a uma máxima bem antiga, mas ainda atual: “os talentos não deixam as empresas, eles deixam seus chefes”. Portanto, treine a liderança para ter conversas frequentes e significativas com os colaboradores, sobre o que realmente importa para eles.

 

O desdobramento vem daí, do humano para o corporativo. E não vice-versa.Faz sentido para você?

 

Erica Castelo, Headhunter Internacional e CEO da The Soul Factor

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