O coronavírus deu grande rasteira em vários setores da economia
Luis Alberto Alves/Hourpress
A regra básica do capital é
produção e consumo. Ninguém fabrica algo para não ser comprado. Mesmo o produto
mais banal, precisa de alguém no final da linha para gerar lucro. Essa lógica
começa a ser questionada pelo coronavírus.
Em diversos países, as pessoas
entraram em quarentena. O funcionário deixou de ir ao trabalho. Mesmo com o
forte processo de automação, qualquer máquina precisa de alguma pessoa para
ligar e avaliar qualquer erro que possa acontecer. Imagine a gigantesca indústria chinesa em marcha lenta,
derrubando o crescimento.
Durante décadas diziam que se
os Estados Unidos espirrassem, o
mundo ficaria gripado. Agora mudou: um resfriado da China pode provocar pneumonia na economia mundial. É o maior
mercado consumidor do planeta. Calcule a suspensão de um milionário contrato de
exportação para os chineses por
causa do coronavírus?
Ajuda
financeira
Outro problema grave é o custo
com as pessoas, empregadas, que ficarão de quarentena por causa do coronavírus. No Brasil, da era Bolsonaro, aonde os direitos
trabalhistas foram demonizados, para o crescimento da economia, que não saiu do
chão, o quadro pode ficar crítico.
Em Portugal, a serenidade mostrou algo diferente. O Conselho de
Ministros daquele país aprovou medidas de apoio à proteção social dos
trabalhadores e das suas famílias, como faltas justificadas para funcionários
que ficaram em casa para acompanhar filhos até 12 anos, apoio financeiro
excepcional para quem não pode ir ao serviço, nesta situação provocada pelo coronavírus, no valor de 66% da
remuneração.
A divisão deste apoio
financeiro fica dividida em 33% (empresa), 33% (Seguridade Social). O valor
desta ajuda financeira será de 1/3 da remuneração média. Portugal criou um apoio extraordinário de formação profissional, no
valor de 50% da remuneração do trabalhador até o limite do salário mínimo
(equivalente a R$ 3.543, 00) daquele país, acrescida do custo da formação, para
as situações dos trabalhadores sem ocupação em atividades produtivas por longo
tempo.
Bolsa
de Valores
O coronavírus deu grande rasteira em vários setores da economia. Nem
a indústria do entretenimento escapou. Diversos shows e turnês de artistas foram
cancelados. Partidas de futebol na Europa ocorrem sem torcida nos estádios. Viagens turísticas acabaram suspensas.
Hoteis sem
hóspedes significa ausência de dinheiro no caixa, assim como restaurantes
vazios, vai reduzir compras de produtos alimentícios. Transportadoras de caminhões vazios vão amargar prejuízos. O mesmo já começou ocorrer nas companhias
aéreas. Como manter o custo de uma tripulação impedida pelo coronavírus de entrar e colocar no ar
os aviões?
Em toda a cadeia produtiva, o
coronavírus bate forte. Nas Bolsas de
Valores, investidores retiram dinheiro. O valor das empresas cai impactando
no bolso dos acionistas. Afinal de contas, o lucro é dividido, agora o prejuízo
é outra conversa. Menos dinheiro nas Bolsas de Valores atingem em cheio a
economia de qualquer país.
UTIs
Por outro lado, a indústria do medo investe pesado contra
a população. O desconhecimento ajuda esfriar os relacionamentos. Muitos não
aceitam mais sair em grupo ou mesmo ficar junto no mesmo lugar. A regra é a solidão, como se a quarentena
resolvesse a situação. Resultado: aumento da depressão e quem sabe até de suicídios.
A rede pública de saúde em alguns países ficará sobrecarregada,
provocando jornada de trabalho excessiva a esta categoria. Portugal, por
exemplo, autorizou a contratação, emergencial, de médicos já aposentados para
atender à demanda. E os doentes crônicos, como ficarão nesta história? As UTIs,
disputadas a ouro, atenderão só casos de coronavírus
ou outras doenças?
No país considerado a Meca do
capitalismo, Estados Unidos, não
existe saúde pública. Só quem tem dinheiro pode acessar os hospitais. Se
aumentar muito os casos de coronavírus
entre os norte-americanos, eles ficarão abandonados? Donald Trump, sem
perceber, foi nocauteado pelo coronavírus!!!
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