É a porteira aberta para todo tipo de absurdo
*Luís Alberto Alves/Hourpress
A extinção do ministério do
Trabalho significa passe livre para a escravidão. Com ele, os maus patrões já
cometiam barbaridades; agora vão deitar e rolar, pois não terão o rigor da fiscalização
para sanar irregularidades.
Jornadas acima de 12 horas
entrarão na ordem do dia, como já ocorrem na construção civil e comércio,
principalmente no segmento de açougues, onde balconistas cortam carne por mais
de 14 horas, principalmente nos finais de semana. As empregadas domésticas
terão aumento na jornada, talvez no batente de 20 horas diárias.
Luís Alberto Alves |
Não recolhimento do FGTS, do
dinheiro repassado à Previdência Social ou mesmo da parte do Imposto de Renda
ao Leão. É a porteira aberta para todo tipo de absurdo. A diferença é que o
trabalhador não terá ninguém para reclamar e resolver a situação. Os sindicatos
estão com as pernas quebradas.
Mais curioso nesta triste
história, é que os militares durante a ditadura de 1964 mantiveram o ministério
do Trabalho em funcionamento. Não mexeram nas regras. Endureceram com
sindicalistas, nomeando interventores, porém sem destruir as conquistas de quem
derrama o suor para o progresso desta nação.
Igual plateia de puxa-sacos,
parte dos brasileiros aplaude as medidas adotadas pelo futuro governo. Talvez acreditem
que eles não serão atingidos, só os “petistas”. Esquecem que a regra é válida
para todos os trabalhadores. O sinal verde para explorar é válido para qualquer
empresa. Infelizmente sentirão o peso da escravidão.
Nos grandes centros ainda é
possível resistir aos desmandos dos maus patrões. E nos locais afastados, no
sertão, onde quem manda na cidade é o famoso “coroné”, dono de tudo por ali? A
lei do chicote reinará absoluta. O funcionário ou escravo irá receber salário
de miséria, sem direito a férias, 13º salário, adicional de insalubridade e o
descanso remunerado.
Infelizmente as pessoas só
aprendem sob sofrimento. Igual criança e adolescente que desprezam os conselhos
dos pais. Depois que batem a cabeça é que reconhecem o quanto estavam errados.
Muita gente sentirá saudade da época em que a fiscalização do ministério do
Trabalho punia as empresas ruins, desobedientes à Lei. Época que não existia
truculência governamental.
*Luís Alberto Alves é diretor de redação do hourpress.com. br e jornalista
há mais de 30 anos. Trabalhou nos principais veículos de comunicação de SP. É
expert em Política Internacional, Segurança Pública, Economia, Música,
Veículos, Gospel Music, Sindicalismo e Meio Ambiente. É grande estudioso de
Black Music, arranjador e músico de formação clássica.
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