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quinta-feira, 3 de julho de 2014

Radiografia de Sampa: Praça da Bandeira



Ao fundo a Câmara Municipal de SP

 Luís Alberto Alves

 Em séculos passados, a atual Praça da Bandeira era um descampado onde convergiam três cursos d´água: os ribeirões Saracura, do Bexiga e Anhangabaú (o principal), que continuavam com o nome de "Anhangabaú". Atualmente, todos eles encontram-se canalizados.

 Espaço bastante frequentado por tropeiros que ali vendiam seus produtos, teve inicialmente o nome de "Largo do Bexiga", uma referência à "Chácara do Bexiga" que ficava nas proximidades. Posteriormente, este nome foi expandido para toda uma região: o Bairro do Bexiga, oficialmente "Bela Vista". No dia 28 de novembro de 1865 passou a ser denominado oficialmente como "Largo do Riachuelo",  homenagem à Batalha do Riachuelo, travada no Rio Paraná no dia 11/06/1865, durante a Guerra do Paraguai.

  Por essa época, desembocavam no Largo as Ruas do Bexiga (atual Santo Antonio) e Santo Amaro, as Ladeiras de São Francisco (atual Rua de São Francisco), do Ouvidor (atual Rua José Bonifácio), de Santo Antonio (atual Dr. Falcão), a Rua Formosa e as Ladeiras da Memória e do Piques (atual Quirino de Andrade).

 Esse labirinto de ruas e vielas era habitado por imigrantes italianos até o final do século XIX, sendo um dos pontos mais movimentados da capital, importante centro de comércio de tecidos, calçados, couro, madeiras e produtos agrícolas que chegavam por intermédio de tropeiros vindos de Santo Amaro e Pinheiros.

 No início do século XX, também essa região foi atingida pela reurbanização iniciada, principalmente, com a canalização do Ribeirão Anhangabaú. Na primeira administração do Prefeito Prestes Maia (1938-1945), toda a área foi arrasada, modificada e urbanizada para a abertura da Avenida 9 de Julho. Como consequência, também o espaço da Praça foi reformulado e o nome, Largo do Riachuelo, foi mantido.

 No início da década de 40, o Largo foi palco de um grande Congresso Eucarístico que reuniu milhares de pessoas. Terminado os festejos, houve um movimento para dar à praça a evocativa denominação de "Congresso Eucarístico". Ao aproximar-se o "dia da bandeira" (19 de novembro), Prestes Maia imediatamente teria sugerido o nome "Praça da Bandeira" - homenagem portanto à bandeira brasileira para o Largo do Riachuelo que, no seu entender, não teria oposição da Igreja. Desde 1950 o local ganhou o atual nome. A Praça da Bandeira fica no Centro de SP, próximo à Câmara Municipal.


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