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quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Jiló com Pimenta: Tratamento VIP para Deputado/bandido e ameaças de auditores acusados de corrupção na Prefeitura de SP



O mensaleiro Costa Neto, mesmo condenado, continuará ganhando o salário de deputado de R$ 26 mil

Luís Alberto Caju
Bandidos com tratamento VIP: Ao dar para mensaleiros, com mandato, o mesmo tratamento dispensado ao deputado-presidiário Natan Donadon, a Câmara atirou contra o próprio pé. Dependendo da decisão que será tomada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), o Brasil será o único país no mundo, onde o Poder Legislativo poderá abrigar dois parlamentares que, após o expediente, serão algemados, colocados no camburão e levados à cadeia, para dormir.
 Na tarde de hoje (13) começa a terceira fase do julgamento do mensalão. Nessa rodada o STF julgará a segunda rodada de embargos de declaração (recursos que visam corrigir eventuais contradições, omissões ou obscuridades do veredicto). Para os 13 condenados, será o fim da linha, pois sem possibilidade de manejar novos recursos, poderão ir para a cadeia.
 Nesse grupo estão os deputados federais Valdemar Costa Neto (PR/SP), condenado a 7 anos e 10 meses, e Pedro Henry (PP/MT), que pegou 7 anos e dois meses. Penas abaixo de 8 anos garante ao réu regime semiaberto. Eles poderão pedir ao STF o direito de deixar o presídio durante o dia para trabalhar. Enquanto não forem cassados, estarão circulando livremente pela Câmara dos Deputados.
 Enquanto o deputado/bandido Natan Donadon perdeu toda a estrutura que os parlamentares dispõem no Congresso Nacional, Costa Neto e Henry, mesmo presos, continuarão ganhando o “módico e irrisório” salário de R$ 26 mil e demais verbas para manter o gabinete em funcionamento. É o mesmo de pagar para o criminoso cometer seus delitos.
 Já para o cidadão comum (trabalhadores que enfrentam ônibus, Metrô e trens superlotados) não existe regalia. Experimente furtar um frasco de xampu ou levar dois sabonetes para casa, sem pagar, para ver o que acontece. Continuo afirmando com todas as letras: Justiça no Brasil só funciona para Pobre, Preto e Prostituta. Rico e Político raramente são vistos por ela.
Cano de esgoto entupido: O auditor Luis Alexandre Magalhães, segundo escutas autorizadas pela Justiça e feitas pelo Ministério Público, ameaçou seu antigo chefe Ronilson Bezerra Rodrigues: “Não vai cair ninguém. Se cair cinco vão cair 50. Eu tenho anotado, eu tenho transtorno obsessivo compulsivo. Eu anoto todos os acertos desde 2002”.
Magalhães ao lado do automóvel que teria sido comprando com o dinheiro da propina do ISS
 Ele gravou a conversa mantida com Rodrigues e com o colega Carlos Alberto Di Lallo num restaurante. O trio explica que após o afastamento, o suposto esquema de fraude do ISS e IPTU teria prosseguido na Prefeitura de SP. Na maior cara de pau, Magalhães sugere que se esqueça do passado, pois já ganhou muito dinheiro. Mas ameaçou para que não se mexa no patrimônio obtido com o dinheiro sujo da corrupção nem com nenhum dos integrantes de sua antiga equipe.
 De acordo com investigações do Ministério Público, os auditores suspeitos de fraude em SP têm 59 imóveis e lancha de R$ 1 milhão. Magalhães vai mais longe ao dizer que ser bandido também é difícil.  Ela não sabe que dificuldade é continuar honesto diante de tanta sujeira. Quando o cidadão de bem precisa fazer malabarismo para pagar todas suas contas em dia, sem correr o risco de apelar para o crime. Dormir e acordar pensando em pagar dívidas, para não deixar o nome na lista de maus pagadores.
 É tão grande a cara de pau do auditor Magalhães, que ele ameaça o atual subsecretário de Finanças da Prefeitura de SP, Douglas Amato, para ele ficar atento com as informações que passa. Como percebeu que vai para a cadeia, não quer ficar sozinho. Já disse na coluna anterior (vaso sanitário entupido) que tinha mais gente envolvida, bastasse o Ministério Público apertar o cerco. Para o bem público, caso tenha 50 envolvidos, que todos eles sejam presos e condenados. A cidade ficaria livre de tamanha sujeira. E os bens dos corruptos vendidos para ressarcir os cofres públicos.

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