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Crônica: De bem-sucedido ao amargo do ostracismo

    Hourpress/Arquivo Morava num apartamento de cobertura na Região dos Jardins, com direito a três vagas na garagem, onde tinha estacionad...

sexta-feira, 24 de julho de 2020

Política: Advogados criminalistas sugerem mudanças no Tribunal do Júri


Participantes sugeriram a extinção do juízo de acusação

Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

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Advogados criminalistas apresentaram nesta sexta-feira (24) sugestões de mudança no funcionamento do Tribunal do Júri, órgão do Poder Judiciário formado por cidadãos comuns que julgam casos de crimes contra a vida. As sugestões foram apresentadas durante reunião virtual promovida pelo deputado João Campos (Republicanos-GO), relator na Câmara dos Deputados do projeto do novo Código de Processo Penal (PL 8045/10).

Há 25 anos atuando como advogado de júri, Cláudio Dalledone defendeu a extinção da primeira fase do Tribunal do Júri, chamada de  juízo de acusação. “É exatamente essa fase que emperra todo o processo, gerando atrasos e gastos desnecessários”, disse.

A primeira fase, que antecede a fase de julgamento propriamente dita, tem início com o oferecimento da denúncia pelo Ministério Público, geralmente acompanhada do inquérito policial.

Segundo Dalledone, por envolver diversas etapas, como citação e resposta do réu à acusação, apresentação de documentos, realização de diligências e oitiva de até oito testemunhas, essa fase é um verdadeiro processo à parte, antes mesmo de o magistrado decidir pela realização do Tribunal do Júri (sentença de pronúncia) ou pela impronúncia (não realização do júri).

“Faria-se uma sustentação rápida, pegando o que foi produzido pela polícia, e o juiz ouviria um número reduzido de testemunhas e avaliaria se o caso vai ou não para o Tribunal do Júri”, sugeriu Dalledone. Para ele, a primeira fase é dispensável.

Réplica e tréplica
Os advogados Felipe Azuma e Adriano Bretas, que também atuam no Tribunal do Júri, sugeriram mudanças na fase de julgamento, pelo júri, da acusação admitida na fase anterior.

Segundo Bretas, ao reduzir o tempo dos debates iniciais entre defesa (advogado) e acusação (promotores públicos) e aumentar o tempo para alegações finais, a última reforma do Código de Processo Penal, em 2008, definiu que advogados só tem direito a tréplica se promotores tiverem a iniciativa da réplica.

“A réplica e a tréplica geram uma grande incerteza. Comparecemos sem saber se vai haver réplica e tréplica”, disse Bretas. "Ou se exclui a réplica e a tréplica e se aumenta o tempo de debate ou a réplica e tréplica passam a ser tornar obrigatórias”, acrescentou Azuma.

Bretas criticou ainda a proposta encaminhada à Câmara em fevereiro pelo presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ministro Dias Toffoli, que propõe alterações no Tribunal do Júri com o objetivo de "agilizar e dar maior efetividade aos julgamentos”.

Entre as mudanças está a permissão para instalar a sessão do júri popular mesmo com menos de 15 jurados – mínimo exigido hoje –, desde que as partes concordem. O texto também reduz a quantidade mínima de jurados para compor o conselho de sentença de sete para cinco.

"Queremos evitar a proposta do CNJ, que traz mutilações aos trabalhos do Tribunal do Júri a pretexto de uma certa celeridade”, disse Bretas. Em relação ao conselho de sentença, Azuma sugeriu que o número seja, na verdade, maior e par: 8 jurados.

Atualmente, o CPP define que o Tribunal do Júri é composto por 1 juiz togado, como presidente, e por 25 jurados, que serão sorteados dentre os alistados. Sete deles constituirão o conselho de sentença em cada sessão de julgamento.

Elaborado por uma comissão de juristas do Senado Federal, o projeto (PL 8045/10) está sendo analisado juntamente com outras 337 propostas de alteração no processo penal brasileiro. Relator da matéria, Campos anunciou que pretende propor uma reunião para ouvir o Ministério Público e a magistratura especificamente sobre o Tribunal do Júri

 

Economia: Franquia recupera 100% do faturamento durante pandemia


Os motivos são diversos e contribuíram na construção de um mercado de colchões

Redação/Hourpress

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De acordo com a Associação Brasileira do Sono, cerca de 75% da população tem dificuldades para dormir. Os motivos são diversos e contribuíram na construção de um mercado de colchões que, anualmente, movimenta R$10 bilhões no país. Foi dentro deste cenário superaquecido que a I wanna sleep, Retail Tech focada em sono e relaxamento, nasceu.

Fundada em 2014, a empresa tem como propósito ajudar as pessoas a dormirem melhor. Para tanto, oferece produtos e serviços variados direcionados ao sono e ao relaxamento que vão desde colchões e travesseiros, até chás, pantufas, aromatizantes, sleepwear e acessórios. Desde 2017 atuando no mercado de franquias, a rede I wanna sleep contabiliza mais de 10 mil colchões vendidos e conta hoje com 12 unidades, em Minas Gerais, São Paulo e em Mato Grosso do Sul (em implantação)

TECNOLOGIA A SERVIÇO DO SONO


Foi a possibilidade de trazer inovações para o mercado de colchões que fez Rafael Moura, fundador e CEO da I wanna sleep, dar o primeiro passo no empreendimento. "Eu era engenheiro agrônomo e estava buscando empreender. Um amigo, junto com meus irmãos, deram a ideia de abrir uma loja de colchões. No início, não me animei, pois lembrei das lojas tradicionais, todas brancas, com um atendente de jaleco se passando por um profissional de saúde. Depois, refleti que se não despertava meu interesse, também não despertava o dos consumidores. Essa foi a chave para descobrir uma oportunidade de mercado. Optei por seguir um caminho com o propósito de desenvolver uma marca verdadeiramente preocupada em ajudar as pessoas a dormirem melhor", completa.

A estrutura física das lojas I wanna sleep se divide em cinco momentos: dormir, relax, divertir, baby e saúde. Além disso, todas as unidades oferecem a Análise de Persona Noturna, um breve diagnóstico que, a partir de recursos tecnológicos, traça o perfil de sono de cada cliente. "Há os que dormem como pedra, os alérgicos, os calorentos, os estressados ou com insônia", explica Moura.

Algumas lojas também estão equipadas com o Space (serviços de massagem, reiki e quiropraxia) e com o Body Scan IWS, uma manta com 1,6 mil sensores que escaneia o corpo do cliente e, com base nas informações levantadas, indica qual o colchão ideal para cada consumidor. "Todos estes recursos permitem que a gente possa indicar os produtos mais adequados para cada cliente. O nosso objetivo é ajudar as pessoas a dormirem melhor e a I wanna sleep vem justamente para reinventar esse mercado arcaico de colchões", finaliza Moura.

Além disso, a marca também oferece o Sleeptest, que dá ao cliente a possibilidade de testar o colchão em sua casa por até 100 dias. Caso não esteja satisfeito, a troca é efetuada, isso reforça a missão da I wanna sleep de proporcionar um bom sono, conforto e bem-estar para seus clientes.

Economia: Distanciamento social afastou do trabalho 10,1% da população ocupada

Dado do IBGE é referente ao período de 28 de junho a 4 de julho


Agência Brasil 

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A população ocupada do Brasil afastada do trabalho por causa do distanciamento social causado pela pandemia da covid-19 somou cerca de 8,3 milhões de pessoas, que representam 10,1%. Os dados são referentes à semana de 28 de junho a 4 de julho. Os números significam queda em relação à semana anterior, quando o índice de afastamento estava em 12,5% (10,3 milhões) e ao período entre 3 e 9 de maio com 19,8% (16,6 milhões). Os dados fazem parte da Pnad Covid19 semanal, divulgada hoje (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A população ocupada do país na semana de 28 de junho a 4 de julho, que é classificada pelo IBGE como semana 1 de julho, foi estimada em 81,8 milhões, uma estabilidade em relação à semana anterior, que tinha 82,5 milhões de pessoas, mas queda em relação à semana de 3 a 9 de maio, quando eram 83,9 milhões de pessoas.

A pesquisa mostrou que a população ocupada e não afastada do trabalho foi estimada em 71,0 milhões de pessoas. Esse número significa aumento tanto em relação à semana anterior (69,2 milhões), quanto à semana de 3 a 9 de maio (63,9 milhões). A Pnad Covid19 semanal indicou que entre essas pessoas, 8,9 milhões (ou 12,5%) trabalhavam remotamente, representando estabilidade em comparação à semana anterior (8,6 milhões ou 12,4%) e em relação à semana de 3 a 9 de maio (8,6 milhões ou 13,4%).

Com 48,1%, o nível de ocupação o índice ficou estável frente a semana anterior (48,5%), mas em queda se comparado à semana de 3 a 9 de maio (49,4%). Outra estabilidade foi notada na taxa de informalidade aproximada que marcou 34,2%, e na semana anterior era 34,5%. Houve recuo ante a semana de 3 a 9 de maio, quando atingiu 35,7%.

População desocupada

A população desocupada foi estimada em 11,5 milhões de pessoas, o que é um recuo na comparação com a a semana anterior (12,4 milhões), mas aumentou em relação à semana de 3 a 9 de maio (9,8 milhões). Como resultado, a taxa de desocupação ficou em 12,3% no período de 28 de junho e 4 de julho e estável em relação à semana anterior (13,1%), mas de alta frente a primeira semana de maio (10,5%).

Movimentação no comércio de São Paulo após reabertura.
Taxa ficou em 12,3% no período de 28 de junho e 4 de julho - Rovena Rosa/Agência Brasil

Houve queda na taxa de participação na força de trabalho, que atingiu 54,9% entre 28 de junho e 4 de julho, enquanto na semana anterior era 55,8%. No entanto, na comparação com a primeira semana de maio (55,2%) representou estabilidade.

A população fora da força de trabalho, que não estava trabalhando nem procurava trabalho, mostrou aumento na comparação com a semana anterior. No período havia 76,8 milhões de pessoas, mas no período que antecedeu eram 75,1 milhões. Já em relação à semana de 3 a 9 de maio ficou estável com 76,2 milhões. A pesquisa mostra que nessa população, cerca de 28,7 milhões de pessoas ou 37,4% da população fora da força de trabalho disseram que gostariam de trabalhar. Esse resultado representa aumento frente a semana anterior (26,9 milhões ou 35,9%) e também se comparado à semana de 3 a 9 de maio (27,1 milhões ou 35,5%).

As pessoas fora da força que gostariam de trabalhar e não procuraram trabalho chegaram a cerca de 19,4 milhões e os motivos para isso foram a pandemia ou porque não encontraram uma ocupação na localidade em que moravam. Essas pessoas correspondiam a 67,4% das pessoas não ocupadas que não buscaram por trabalho e gostariam de trabalhar. O percentual mostra aumento em relação à semana anterior (17,8 milhões ou 66,2%), mas estabilidade em comparação com a semana de 3 a 9 de maio (19,1 milhões ou 70,7%).

Para a coordenadora da pesquisa, Maria Lúcia Vieira, os resultados da semana 1 de julho mostra o comportamento no mercado de trabalho um pouco diferente do que se observou na última semana de junho. “Agora nesse momento a gente vê uma redução da população ocupada que não é significativa, mas tem uma variação negativa. Essa redução da população ocupada vem acompanhada da redução de pessoas afastadas em 2,5 milhões, aumentando aí, a população não afastada. Então, a gente tem uma boa parcela de pessoas que estavam afastadas retornando ao trabalho, mas em uma pequena parcela, em torno de um terço dessa população que poderia estar sendo desligada do trabalho”.

A pesquisadora destacou a queda na população desocupada em relação a semana anterior. “Essa queda está mais associada à saída dessas pessoas da força de trabalho, ou seja, elas não procuraram trabalho naquela semana, do que pela redução da P.O. [população ocupada]. Se fosse pela redução da P.O., a população desocupada teria aumentado, então, essa redução da população desocupada indica que algumas pessoas que estavam procurando trabalho na semana 1 de julho, que é a semana de 28 de junho a 4 de julho, não procuraram trabalho por algum motivo”, observou.

Saúde

A Pnad Covid19 estimou que 3,1 milhões de pessoas com sintomas de síndrome gripal procuraram estabelecimento de saúde na semana de 28 de junho a 4 de julho. O contingente representa 21,2% daqueles que apresentaram algum sintoma e procuraram estabelecimento de saúde em busca de atendimento como postos de saúde, equipe de saúde da família, UPA, Pronto Socorro ou Hospital do SUS ou, ainda, ambulatório /consultório, pronto socorro ou hospital privado. Mostrou estabilidade em relação à semana anterior (3,1 milhões ou 20,0%), mas um recuo em valores absolutos se comparado à semana de 3 a 9 de maio (3,7 milhões ou 13,7%).

Os que tiveram sintomas de síndrome gripal e procuraram atendimento em ambulatório ou consultório privado ou ligado às forças armadas somaram 311 mil pessoas (10,1%), entre 28 de junho e 4 de julho. Segundo o IBGE, a proporção representa estabilidade tanto na comparação com a semana anterior (322 mil ou 10,4%), quanto em relação à primeira semana de maio (320 mil ou 8,7%).

Já os que procuraram atendimento em hospital, público, particular ou ligado às forças armadas na semana entre 28 de junho e 4 de julho, chegaram a cerca de 933 mil pessoas. É estatisticamente estável na comparação com a semana anterior (982 mil) e também frente a semana de 3 a 9 de maio (1,1 milhão). Entre os que procuraram atendimento, foram internados 136 mil (14,6%). O percentual ficou estável tanto em relação à semana anterior (119 mil ou 12,2%), quanto ao período de 3 a 9 de maio (97 mil ou 9,1%).

Sintomas

O trabalho apontou, ainda, que 14,3 milhões de pessoas ou 6,8% da população do país, apresentavam pelo menos um dos 12 sintomas associados à síndrome gripal investigados pela pesquisa, que são febre, tosse, dor de garganta, dificuldade para respirar, dor de cabeça, dor no peito, náusea, nariz entupido ou escorrendo, fadiga, dor nos olhos, perda de olfato ou paladar e dor muscular. Isso significa queda frente a semana anterior (15,4 milhões ou 7,3% da população) e em relação à de 3 a 9 de maio (26,8 milhões ou 12,7%). “Os sintomas que apresentaram queda foram tosse, dificuldade de respirar e dor de cabeça”, informou a coordenadora.

Maria Lúcia Vieira acrescentou que entre os 3,1 milhões de pessoas, que ainda procuraram estabelecimento de saúde na primeira semana de julho, a maior parte deles, cerca de 83%, procurou por estabelecimento público. “O percentual de pessoas que procura atendimento embora tenha ficado estável nessa última semana, mostra uma tendência de aumento desde a primeira semana de maio até agora, aumentos gradativos, nessa primeira semana de julho ficou em 21.2 %, sendo que na semana 4 de junho tinha sido 20% e na semana 1 de maio era de 13,7%”, completou.

Saúde: Anvisa proíbe venda sem receita de cloroquina e ivermectina


Medida está publicada no Diário Oficial da União


Agência Brasil 

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Regras que proíbem a venda sem receita em farmácias de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina, nitazoxanida e ivermectina foram publicadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). As orientações estão na Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) 405/2020, publicada ontem no Diário Oficial da União . De acordo com a agência, a lista poderá ser revista a qualquer momento para a inclusão de novos medicamentos, caso seja necessário.

Ainda segundo a Anvisa, o objetivo da norma é impedir a compra indiscriminada de medicamentos que têm sido amplamente divulgados como potencialmente benéficos no combate à infecção pelo novo coronavírus, embora ainda não existam estudos conclusivos sobre o uso desses fármacos para o tratamento da doença.  A medida visa também manter os estoques destinados aos pacientes que já têm indicação médica para uso desses produtos, uma vez que os medicamentos que constam na resolução também são usados no tratamento de outras doenças, como a malária (cloroquina e hidroxicloroquina); artrite reumatoide, lúpus e outras (hidroxicloroquina); doenças parasitárias (nitazoxanida) e tratamento de infecções parasitárias (ivermectina). 

Compra

A compra desses produtos em farmácias e drogarias será permitida apenas mediante apresentação da receita médica em duas vias. Cada receita terá validade de 30 dias, a partir da data de emissão, e poderá ser utilizada somente uma vez. A resolução será revogada automaticamente a partir do reconhecimento, pelo Ministério da Saúde, de que não mais se configura a situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional.

Farmácias e drogarias

Conforme previsto na resolução, todos os medicamentos que contenham as substâncias listadas na norma estão sujeitos aos procedimentos de escrituração no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). A escrituração dos medicamentos à base de hidroxicloroquina, cloroquina e nitazoxanida já era obrigatória desde a inclusão dessas substâncias nas listas de controle da Portaria 344/1998. Para os medicamentos à base de ivermectina, a entrada de medicamentos já existentes em estoque nas farmácias e drogarias antes da resolução não necessita ser transmitida ao SNGPC.

Ouça na Radioagência Nacional:

Saúde: Estudo vai criar registro nacional da síndrome do coração partido

Doença decorre de agressão ao músculo cardíaco, por inflamação


Redação/Hourpress

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A Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) iniciou estudo inédito para a criação de um registro nacional sobre a síndrome de Takotsubo, também conhecida como síndrome do coração partido. Serão avaliados pacientes que tiveram essa doença antes e durante a pandemia do novo coronavírus.

O presidente do Departamento de Insuficiência Cardíaca e coordenador da Universidade do Coração da SBC, Evandro Tinoco Mesquita, disse à Agência Brasil que a síndrome é decorrente de uma agressão ao músculo do coração, que ocorre de forma direta ou indireta, por meio da inflamação do órgão. É um problema raro, que provoca sintomas semelhantes aos de um infarto, como dor no peito, falta de ar ou cansaço, que podem surgir em períodos de estresse emocional intenso. A síndrome, definida ainda como cardiomiopatia por estresse, tem perfil desconhecido no país e foi descrita pela primeira vez no Japão, em 1990.

“As pessoas podem ter um dano temporário do coração e isso, particularmente, acomete as mulheres no período da menopausa. Acomete mais frequentemente, em quase 90% dos casos, pessoas ao redor de 65 a 70 anos de idade. E, ocasionalmente, pode gerar uma repetição. Ou seja, a pessoa ter mais de uma vez”. De uma forma muito grave, a doença pode levar a um quadro de falência do coração, um edema de pulmão, ou a um quadro de arritmia, e levar à morte súbita.

O cardiologista explicou que o novo coronavírus promove uma inflamação sistêmica que afeta o coração. Também o estresse provocado pelo vírus pode tornar pacientes internados mais vulneráveis a isso. Na avaliação do coordenador da Universidade do Coração da SBC, a radiografia, que será feita pela entidade, é importante porque revelará forma e fatores estressores variados que podem provocar a síndrome do coração partido nas diferentes regiões do país.

O registro vai apurar também o resultado da qualidade do atendimento, a mortalidade que pode ser diferente, bem como a taxa de recorrência. “A radiografia vai nos ajudar a identificar quais são os diferentes tipos de indivíduos mais acometidos, melhorar o grau de alerta e o cuidado, se for observada alguma discrepância de resultados na qualidade do atendimento inicial”, afirmou.

A partir disso, será possível identificar fatores de possível intervenção, “ou seja, como a gente pode estar protegendo ou desenvolvendo estratégias, com novas pesquisas, para amenizar esse impacto”. Tinoco informou que a síndrome vem sendo descrita há poucas décadas. O registro nacional será o primeiro texto no Brasil e um dos pioneiros na América Latina. Ele servirá para gerar dados que permitirão traçar estratégias comportamentais para ajudar na prevenção da doença.

Estados Unidos

Evandro Tinoco Mesquita citou pesquisa feita por médicos da Cleveland Clinic, em Ohio, nos Estados Unidos, que descobriram um aumento da incidência de Takotsubo durante a pandemia de covid-19. “Eles perceberam um aumento de casos em pessoas sem covid”. Mesquita estimou que no Brasil, em função do estresse emocional, os determinantes psicossocioeconômicos da saúde podem, de alguma maneira, explicar o aumento da doença em pessoas que não tiveram a covid-19.

De acordo com a SBC, em dois hospitais do sistema de saúde americano, os diagnósticos de cardiomiopatia por estresse aumentaram durante março e abril, e a doença foi diagnosticada em 7,8% dos pacientes que chegaram ao pronto-socorro da instituição com dor no peito e outros possíveis sintomas cardíacos. Isso foi quatro a cinco vezes maior do que as taxas observadas nos períodos pré-pandêmicos, que oscilavam entre 1,5% e 1,8%, segundo o estudo publicado este mês, na revista médica JAMA Network Open.

Foram analisados 1.914 pacientes, por cinco períodos, distintos ao longo dos dois meses, incluindo uma amostra de mais de 250 pacientes hospitalizados durante o pico inicial da pandemia. A média de idade da incidência da síndrome foi de 67 anos, majoritariamente em homens, contrariando os dados estatísticos que dizem que o maior acometimento da doença é em mulheres no período pós-menopausa. Embora a covid-19 possa levar a complicações cardíacas, nenhum dos pacientes diagnosticados com Takotsubo, descritos no artigo americano, apresentou resultado positivo para a infecção.

Participação

Até o momento, 32 centros que atendem a pacientes com problemas cardíacos em todo o Brasil estão cadastrados na plataforma de banco de dados organizado pela SBC, por meio do Departamento de Insuficiência Cardíaca e do Grupo de Estudos de Cardiomiopatias da entidade. A estimativa é ter, ao fim do registro, os dados analisados de mais de 400 pacientes, o que representará um dos maiores arquivos mundiais sobre a síndrome feito por um único país.

Os resultados preliminares desse registro nacional serão apresentados durante o Congresso Brasileiro de Cardiologia, em novembro próximo. A radiografia completa da síndrome tem previsão de conclusão em 2021. Serão levantados dados dos pacientes não só na fase aguda, mas como eles se comportam depois, para ver se há recorrência.

Tinoco destacou a importância de a pesquisa abranger esse período de pandemia. Serão acompanhados pacientes que tiveram a síndrome antes, durante e depois da pandemia, e que foram ou não acometidos de covid-19. “Serão dados interessantes capturados nesse período”, estimou.

Atualmente, o único levantamento disponível no Brasil sobre a doença é um estudo feito pela Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro (Socerj) com 169 pacientes internados com diagnóstico de Takotsubo, ou que desenvolveram essa condição durante a internação, entre outubro de 2010 e o mesmo mês de 2017, em 12 hospitais fluminenses. Esse levantamento será publicado em agosto nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia da SBC. Os resultados mostram que a média dos pacientes acometidos pela síndrome é de 71 anos, em sua maioria mulheres (90,5%), com prevalência de dor torácica (63,3%) e histórico de estresse emocional considerável, registrado em cerca de 40% dos casos.

Outro dado que reforça o objetivo do estudo iniciado pela SBC para conhecer o perfil da síndrome é o fato de haver no Brasil 14 milhões de pessoas com doenças cardiovasculares, que respondem por mais de 30% das mortes no país. Segundo a SBC, são mais de 300 mil óbitos por ano, o que configura um problema de saúde pública, agravado agora pela pandemia do novo coronavírus. Do total de doentes cardiovasculares que chegam aos hospitais com suspeita de infarto, entre 1% e 2% podem ter a síndrome do coração partido, admitiu Mesquita.

Óbitos em casa

O médico alertou ainda que os portadores de doenças cardiovasculares e de outras doenças agudas, que necessitam de acompanhamento médico, não devem interromper seus tratamentos por receio de contaminação pela covid-19. Os atendimentos cardiológicos de urgência caíram em todo o país durante a pandemia, gerando aumento de mortes em casa por causas cardíacas.

Em parceria com a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen-Brasil), a SBC analisou, com o apoio de médicos e pesquisadores das universidades federais de Minas Gerais (UFMG) e do Rio de Janeiro (UFRJ), os óbitos em domicílios por doenças cardiovasculares.

As informações, disponíveis no Portal da Transparência, mostram aumento de 31,82% no número de óbitos em domicílio, por doenças cardiovasculares, incluindo acidente vascular cerebral (AVC), infarto e doenças cardiovasculares inespecíficas, como a parada cardiorrespiratória e a morte súbita, que pode ser ocasionada pela síndrome do coração partido. Esse aumento ocorreu entre 16 de março, quando foi registrada a primeira morte por covid-19, até o fim de junho passado. Foram registradas 23.342 mortes nos meses de pandemia, enquanto no ano passado, no mesmo período, foram 17.707.

Geral: Operadoras começam testes no Brasil da tecnologia 5G

Leilão do espaço destinado ao 5G deve ocorrer no início de 2021

Agência Brasil 

Divulgação

As maiores operadoras do país de telefonia celular iniciaram neste mês de julho o funcionamento, em caráter experimental, da tecnologia de quinta geração (5G) para os aparelhos móveis. Neste primeiro momento, o 5G compartilhará as faixas de transmissão já existentes do 3G e do 4G, com o uso da tecnologia chamada DSS (compartilhamento dinâmico de espectro, na sigla em inglês). 

Isso ocorre porque o leilão do espaço do espectro, destinado exclusivamente ao 5G (a faixa de 3,5GHz), só deverá ocorrer no início de 2021. Com a tecnologia DSS é possível compartilhar, com o 5G, a faixa do 3G e 4G não utilizada. No entanto, como esse espectro não possui uma banda contínua e dedicada, a experiência do 5G ainda não poderá ser utilizada em sua totalidade.

5G, em sua máxima potência, deverá oferecer altíssimas velocidades de internet, maior confiabilidade e disponibilidade, além da capacidade para conectar massivamente um número significativo de aparelhos ao mesmo tempo. 

Para poder utilizar o serviço, porém, o usuário terá de ter em mãos um aparelho celular que seja compatível com a tecnologia 5G. Hoje, no mercado brasileiro, há apenas um modelo disponível com a tecnologia, o Motorola Edge, com valor acima de R$ 4,9 mil na loja oficial da fabricante.

Locais com cobertura 5G

A operadora Vivo está ativando, no mês de julho, o funcionamento do 5G DSS em oito cidades brasileiras: São Paulo (regiões da Avenida Paulista, Vila Olímpia e Berrini), Brasília (regiões do Eixo Monumental, Esplanada dos Ministérios e shoppings), Belo Horizonte (regiões da Savassi e Afonso Pena), Salvador (regiões da Pituba e Itaigara), Rio de Janeiro (Copacabana, Ipanema e Leblon), Goiânia (região central da cidade), Curitiba (regiões do Centro Cívico/Alto da Glória e Batel/Água Verde), Porto Alegre (regiões do Moinhos de Vento, Avenida Carlos Gomes e Shopping Iguatemi).

Já a o 5G DSS da operadora Claro está disponível inicialmente em São Paulo, desde a última semana, na região da Avenida Paulista e Jardins. Em seguida, vai gradativamente estender-se pelos bairros Campo Belo, Vila Madalena, Pinheiros, Itaim, Moema, Brooklin, Vila Olímpia, Cerqueira César, Paraíso, Ibirapuera, além da região da Avenida Berrini e também de Santo Amaro. 

O serviço será instalado também na Central Única das Favelas (CUFA) e no Instituto Pró-Saber SP, ambos na comunidade de Paraisópolis, onde a operadora desenvolve trabalhos sociais. 

No Rio de Janeiro, os primeiros pontos de cobertura estarão em Ipanema, Leblon e na Lagoa. Devem se expandir por toda a orla, do Leme até a Barra da Tijuca, passando pelo Jardim Oceânico, Joá, São Conrado e Copacabana.

A cobertura do 5G DSS da operadora TIM terá início em setembro, em três cidades: Bento Gonçalves (RS), Itajubá (MG), e Três Lagoas (MS). Já a Oi informou que está avaliando iniciar a operação comercial da tecnologia 5G no país antes da realização do leilão de frequências. A operadora disse que já instalou experimentalmente a tecnologia 5G no país, de forma pontual, no ano passado, no município de Búzios (RJ) e em grandes eventos, como na Conferência Rio2C, GameXP, Rock in Rio e Comic Con Experience (CCXP). 

Geral: São Paulo cancela Parada LGBTQI+ e Marcha Para Jesus


Nesta sexta-feira, foi anunciado o cancelamento do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, que é realizado desde 1973 em SP


Agência Brasil 
Luís Alberto Alves/Hourpress

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou hoje (24) o adiamento do carnaval e o cancelamento de eventos tradicionais, como a Marcha para Jesus e a Parada LGBTQI+, por causa da pandemia do novo coronavírus.

A nova data para o carnaval ainda não foi definida. O prefeito informou que os festejos só deverão ocorrer a partir de maio, evitando o mês de junho para não coincidir com as festas de São João, muito concorridas no Nordeste do país. As datas mais prováveis para o carnaval seriam o fim de maio ou o início de julho.

“Batemos o martelo e estamos adiando o carnaval do ano que vem”, disse Covas hoje, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista. “Tanto as escolas de samba quanto os blocos carnavalescos entenderam a inviabilidade de realização do carnaval em fevereiro do ano que vem”, acrescentou o prefeito.

O adiamento dos desfiles e demais festejos carnavalescos vale para todo o estado.

Segundo Covas, no ano passado, o carnaval atraiu 120 mil pessoas para o sambódromo paulistano, gerando R$ 227 milhões para a prefeitura. Já o carnaval de rua juntou, durante três fins de semana, 15 milhões de pessoas, gerando R$ 2,75 bilhões.

Marcha para Jesus e Parada LGBTQI+

O prefeito anunciou também, após acordo com organizadores, o cancelamento de dois grandes eventos da capital: a Marcha para Jesus e a Parada LGBTQI+.

Marcada inicialmente para 13 de junho, a Marcha para Jesus foi adiada para 2 de novembro. No entanto, por causa da pandemia, os organizadores da marcha decidiram cancelar o evento deste ano.

No ano passado, a marcha atraiu 3 milhões de pessoas e gerou R$ 217 milhões para a prefeitura.

Covas disse que a organização do evento já avisou à prefeitura que não fará a marcha no dia 2 de novembro de forma presencial. Nos próximos dias, os organizadores vão apresentar à prefeitura outro formato para realização da marcha, que não será presencial, informou o prefeito.

Já a tradicional Parada LGBTQI+, que seria realizada no dia 14 de junho, ocorreu de forma virtual. Os organizadores haviam, inicialmente, adiado o evento para 29 de novembro, mas, também por causa da pandemia, optaram pelo cancelamento. No ano passado, a parada atraiu 3 milhões de pessoas e gerou para a prefeitura benefício econômico de R$ 404 milhões.

No dia 17 de julho, o prefeito já havia anunciado o cancelamento do réveillon da Paulista, comemoração de ano-novo que atrai milhares de pessoas, todos os anos, para a Avenida Paulista.

São Silvestre

A realização de outro evento tradicional no calendário paulistano, a Corrida São Silvestre, disputada no último dia do ano, ainda está sendo analisada.

De acordo com Bruno Covas, a prefeitura já entrou em contato com os organizadores da corrida de rua para avaliar se a prova será adiada ou cancelada.

Fórmula 1

Nesta sexta-feira, foi anunciado o cancelamento do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1, que é realizado desde 1973 no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.

A prova é disputada de forma ininterrupta desde 1990.