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sábado, 28 de março de 2020

Saúde: Entidades alertam para importância do isolamento contra a covid-19



Já a CNI defende o isolamento vertical na indústria


Agência Brasil 

Em nota conjunta divulgada na noite desta sexta-feira (27), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Comissão Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns - Comissão Arns, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileirade Imprensa (ABI) alertam a população para que fique em casa, respeitando as recomendações da ciência, a fim de evitar a propagação do novo coronavírus (covid-19).
Segundo a nota, as estratégias de isolamento social são fundamentais para conter o crescimento do número de pessoas afetadas e “visam à organização dos serviços de saúde para lidar com esta situação, que, apesar de grave, pode ser bem enfrentada por um sistema de saúde organizado e bem dimensionado”.
Para as entidades, "a hora é de enfrentamento desta pandemia com lucidez, responsabilidade e solidariedade”. A nota é assinada pelos presidentes da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo; da SBPC, Ildeu de Castro Moreira; da ABC, Luiz Davidovich; da Comissão Arns, José Carlos Dias; da OAB, Felipe Santa Cruz; e por Paulo Jeronimo de Sousa, da ABI.

Secretários de Saúde

O Conselho dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) divulgou hoje uma carta na qual afirma que “pronunciamentos e orientações conflitantes das autoridades sobre medidas restritivas adotadas no enfrentamento do coronavírus geram intranquilidade e insegurança”.
O texto destaca que cada dia de isolamento social importa assim como cada vida brasileira importa. “Defendemos irrestritamente as medidas sanitárias adotadas pelas unidades federativas do país, pois não se pautam por cores partidárias ou de qualquer outra natureza, e sim por critérios técnicos e científicos observados ao redor do planeta”.
Segundo a nota, quanto mais alto for o pico da doença no Brasil, mais alto será o número de pacientes graves a demandar atendimento médico ao mesmo tempo, e, se a capacidade de leitos for insuficiente, o número de óbitos aumentará.

Isolamento vertical

Também nesta sexta-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) encaminhou ao presidente Jair Bolsonaro e aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, uma carta em que propõe isolamento vertical na indústria. Dessa maneira, apenas os grupos considerados de risco ficariam isolados para evitar a covid-19.
Segundo a proposta, cerca de 9,4 milhões de trabalhadores industriais deverão fazer exames rápidos a cada 15 dias. “A evolução de casos da covid-19 na Coreia do Sul e na Alemanha demonstra que, se bem executada, essa é uma estratégia eficiente para promover o achatamento da curva de propagação do vírus, preservar vidas e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde”, justifica o presidente da entidade Robson Andrade.  “Ao mesmo tempo, facilita a retomada, ainda que gradual das atividades produtivas”, acrescenta.

Saúde: Governo proíbe temporariamente entrada de estrangeiros no Brasil




Medida vale para quem chegar ao País por aeroportos


Agência Brasil 

O governo federal editou hoje (27) uma portaria para proibir temporariamente a entrada de estrangeiros de todas as nacionalidades que chegarem ao Brasil pelos aeroportos. A medida tem validade de 30 dias. 
O fechamento da fronteira aérea foi feito a partir de recomendações técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em função da pandemia do novo coronavírus (covid-19).  
A regra não será aplicada no caso de brasileiros que retornem ao país, imigrantes que moram no Brasil, parentes diretos de brasileiros e estrangeiros que são membros de órgãos internacionais. A norma também libera a entrada de quem estiver em trânsito para outros países, desde que o passageiro fique somente na sala de trânsito dos aeroportos, além de tripulantes de empresas aéreas. 
Na semana passada, o governo brasileiro tomou a primeira medida para restringir a entrada de estrangeiros.
A nova portaria foi editada pelo ministros da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, da Casa Civil, Braga Neto, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. 

quinta-feira, 19 de março de 2020

Internacional: Brasileiros relatam rotina na Itália após coronavírus



Para circular no país, moradores precisam portar autodeclaração


Agencia Brasil 

O café da vizinhança que estava sempre cheio agora não tem duas mesas ocupadas, um quarto das pessoas que estão no supermercado usam máscaras e um vidro separava o atendente da farmácia italiana de Florença da brasileira Analice Baldo, 40 anos, quando ela explicava para Agência Brasil a mudança na sua rotina após o governo da Itália ampliar os cuidados em decorrência da pandemia de coronavírus.
Na última semana, em uma passagem pelo supermercado, Analice viu prateleiras vazias. Entre os itens que mais sentiu falta estavam papel higiênico, molho de tomate, massas e frango. A situação pareceu se normalizar, mas novamente nesta quarta-feira (11) artigos de primeira necessidade estavam em falta.
Ana Carolina, 26 anos, teve que fazer uma quarentena informal na república onde morava em Roma quando teve sintomas de gripe.
Para Mateus, 26 anos, arquiteto, o novo coronavírus afetou um pouco a rotina do escritório: agora a recomendação é que os encontros na hora do café sejam evitados.
Analice, Anna Carolina e Matheus, são brasileiros que vivem em diferentes regiões da Itália e relataram à Agência Brasil um pouco de suas rotinas após a propagação de Covid-19.
No último dia 8, a Itália começou a adotar medidas drásticas para tentar conter o vírus. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, assinou decretos que estabelecem a necessidade das pessoas portarem uma autorização especial para circular e viajar.
O primeiro-ministro anunciou o fechamento de escolas, ginásios, museus, cinemas, clubes noturnos e outros espaços públicos. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Itália tem o maior número de casos do novo coronavírus da Europa e é o segundo país com mais casos no mundo, perdendo apenas para a China.
Analice se mudou para a Itália com o marido e os dois filhos, de 4 e 13 anos, em agosto do ano passado. Ela não pretende retornar ao Brasil, sua casa está na Itália e os filhos frequentam a escola daquele país. Está segura da qualidade da saúde pública italiana e entende a urgência das medidas tomadas pelo país, mas diz que toda essa situação a deixou um pouco angustiada.
“Eu entendo perfeitamente as medidas tomadas, o decreto [que proibiu a livre circulação de pessoas], e acato completamente de boa vontade, mas confesso que isso me angustia mais, me deixa mais apreensiva do que o coronavírus em si. Porque tudo está diferente. A cidade está toda diferente. Eu moro numa área residencial, e está tudo diferente, muitos comércios fechados, muitas lojas a cada dia mais e mais fechando. O meu médico - se eu me sinto mal - ele sempre me pede para ir até o consultório. Dessa vez ele fez uma consulta telefônica. Então a gente se sente presa, a mim e aos meus filhos em casa, e mesmo na Itália, porque se nós quisermos sair daqui não pode. Isso sim me deixa bastante apreensiva. Um tanto quanto ansiosa, pensando quando e como isso vai acabar. Eu temo inclusive pela economia italiana porque o impacto é grande".
Anna Carolina Martins, 26 anos, é uma estudante de mestrado brasileira que mora em Roma desde os 17 anos. Segundo ela, sua rotina se resumia em estudar e escrever tese na biblioteca nacional em Roma, onde ia a pé por morar no centro da cidade. Logo que o vírus começou a se alastrar já era possível ver avisos e panfletos sobre como prevenir a difusão de Covid-19. Aos poucos o número de pessoas usando máscaras aumentou.
“Não deixei de fazer as minhas atividades e, sinceramente, não imaginava que a situação chegaria a este ponto. Há uma semana a situação começou a ficar mais preocupante. A biblioteca esvaziou e os espaços foram delimitados, você só poderia se sentar com um metro de distância das pessoas. Tudo esvaziou. As pessoas começaram a ficar com muito medo, a brigar na rua.”
Carol, como é conhecida, chegou a pegar um resfriado e ter febre, como mora em uma casa com outras cinco mulheres, ficou afastada. “Me isolaram no meu quarto. Procuramos máscaras e tudo tinha acabado. Então, só uma [pessoa] entrava em contato comigo e me preparava algo para comer. E fizemos assim até melhorar."
“Achei que as coisas iriam se acalmar, mas ao invés disso, logo depois, foram tomadas essas medidas mais sérias. Com o decreto, agora ninguém mais pode sair de casa tá tudo proibido. Você só pode sair com essa autocertificação. Você baixa o formulário pela internet e tem que provar que você está saindo de casa pelos motivos previstos pela lei, situação de necessidade, de trabalho, e de saúde. Se não for nenhum desses motivos e alguém te perguntar o porquê você saiu, se você não tiver dizendo a verdade ou não tivesse autorização, você ganha uma multa. Eu estava muito assustada, as pessoas estão muito muito assustadas, agora tá todo mundo dentro de casa ninguém, na Itália inteira, pode sair a não ser que seja por motivos extremamente necessários.”
A estudante resolveu antecipar o retorno para o Brasil, que já estava previsto. Até a formatura, que ocorreria em março, foi adiada e será realizada apenas online. “Não está nada confortável. Estou com medo que isso chegue ao Brasil também. Aqui as previsões dizem que atingiu o mundo inteiro e não é tão perigoso, tão mortal. Porém ele se difunde com uma velocidade muito rápida. A epidemia tem que acabar porque está ganhando uma proporção muito grande.”
Dentre os problemas provocados, a estudante destaca os prejuízos na economia. “As lojas não ficam abertas após as 18h e todos os pubs estão fechados. Muitos negócios tiveram que ser fechados. Eu iria me formar agora dia 23 de março mas a minha formatura foi cancelada e eles colocaram para o dia 30 de abril e vai ser online porque ninguém vai poder se reunir. A previsão é que a situação melhore apenas bem lá bem para frente”.
Matheus Bastos, 26 anos, é arquiteto e mora em uma cidade de cerca de dez mil pessoas próxima a Gênova. Sua rotina é pacata. Passa o dia no trabalho e retorna para casa no fim do expediente. Por morar sozinho e não conviver com idosos continua trabalhando normalmente. E mesmo fora dos grandes centros, com um dia a dia de poucos eventos sociais, sem utilizar transporte público (se locomove de bicicleta), percebeu mudanças no comportamento das pessoas.
“A mudança é no próprio ambiente do escritório. Antigamente as pessoas procuravam se encontrar e conversar às 11h ou às 17h da tarde no café, e hoje em dia você vê claramente, inclusive foi discutido e avisado para todos os funcionários, que deve-se evitar qualquer tipo de aglomeração. Não se deve frequentar locais com mais três pessoas ao mesmo tempo."
Apesar da pandemia, o arquiteto se sente seguro no país e não pretende voltar ao Brasil. "Todas essas circunstâncias me deixam bastante tranquilo, de que por mais que seja uma doença bastante séria, eu acredito que essa onda de infecção vai passar e as coisas vão voltar à normalidade. Então não é preciso tomar nenhuma medida tão drástica assim.”

Internacional: Vítimas do coronavírus são enterradas sem funerais em todo o mundo


Na Itália, empresa usa links para mostrar padre abençoando falecidos


Agencia Brasil 

Abatido pelo coronavírus aos 83 anos de idade, Alfredo Visioli se despediu de sua vida longa com uma cerimônia curta em um cemitério próximo de Cremona, sua cidade natal no norte da Itália.
"Eles o enterraram assim, sem um funeral, sem seus entes queridos, só com uma bênção do padre", disse sua neta, Marta Manfredi, que não pôde comparecer. Como a maior parte dos familiares do falecido, e do país, ela está confinada ao lar.
"Quando tudo isso passar", promete, "nós lhe daremos um funeral de verdade".
Em qualquer local que o coronavírus tenha atingido, independentemente de cultura ou religião, rituais antigos para homenagear os mortos e confortar os enlutados estão sendo abreviados ou descartados pelo medo de aumentar o contágio.
O vírus, que já matou quase 9 mil pessoas em todo o mundo, está reformulando muitos aspectos da morte, da objetividade de se lidar com corpos infectados à observância das necessidades espirituais e emocionais dos que ficam.
Na Irlanda, a autoridade de saúde está aconselhando os funcionários de necrotérios a colocarem máscaras em cadáveres para diminuir até o menor risco de infecção.
Na Itália, uma empresa de funerais está usando links de vídeo para permitir que famílias em quarentena vejam um padre abençoar o falecido. Na Coreia do Sul, o medo do vírus está provocando uma redução tão grande no número de pessoas nos funerais que empresas que servem refeições nestas ocasiões sofrem para se manter.
Há pouco tempo para cerimônias em cidades muito atingidas, como Bergamo, ao nordeste de Milão, onde os necrotérios estão lotados e o crematório está funcionando em tempo integral, disse Giacomo Angeloni, autoridade local a cargo dos cemitérios municipais.
A Itália já relatou quase 3 mil mortes decorrentes da Covid-19, a doença causadas pelo coronavírus – a cifra mais alta fora da China, onde o vírus surgiu. O Exército enviou 15 caminhões e 50 soldados a Bergamo na quarta-feira para transferir corpos para províncias menos sobrecarregadas.
Uma proibição de aglomerações acabou com os rituais essenciais que nos ajudam a passar pelo luto, disse Andy Langford, principal chefe de operações da Cruse Bereavement Care, instituição de caridade britânica que oferece cuidados e aconselhamento gratuito.

Mão de obra extra

No Irã, assim como no norte da Itália, funcionários de hospitais e necrotérios lidam com uma sobrecarga de corpos. O vírus já matou 1.284 pessoas e infectou milhares na nação, de acordo com a televisão estatal.
As autoridades contrataram mais gente para cavar túmulos, disse o administrador do cemitério Behesht-e Zahra de Teerã. "Trabalhamos dia e noite", contou. "Nunca vi uma situação tão triste. Não há funerais."
A maioria dos corpos chega de caminhão e é enterrada sem o ritual de lavagem que o islamismo dita, explicou.
Mortes provocadas pela Covid-19 têm sido registradas como ataques cardíacos ou infecções pulmonares, disse o funcionário de um hospital de Kashan, cidade localizada a cerca de três horas de carro de Teerã, à Reuters.
"As autoridades estão mentindo a respeito do total de mortos", afirmou.

Risco de infecção

Em vários países, levas de infecções surgiram depois de funerais. Na Coreia do Sul, onde mais de 90 pessoas morreram, o governo exortou as famílias de vítimas da Covid-19 a cremarem seus entes queridos primeiro e realizarem os funerais mais tarde.
Os funerais coreanos costuma acontecer nos hospitais e envolvem três dias de orações e banquetes.
Desde o surgimento do surto, o número de participantes de funerais despencou 90%, independentemente de o falecido ter o vírus ou não, disse Choi Min-ho, secretário-geral da Associação Coreana de Funerais.
As autoridades de Wuhan, o epicentro da epidemia na China e o local da maioria das mortes, identificou rapidamente o negócio dos funerais como uma fonte de transmissão em potencial.
No final de janeiro, a agência civil local ordenou que todos os funerais de vítimas confirmadas do Covid-19 ficassem a cargo de uma única agência funerária do distrito de Hankou. As cerimônias de luto, que normalmente são eventos sociais agitados na China, foram limitadas, assim como todas as outras aglomerações públicas.
No mês passado, um funcionário de uma agência funerária de Hankou que só se identificou com Huang escreveu um ensaio que circulou nas redes sociais. Ele disse que seus colegas de profissão estão tão sobrecarregados quanto os médicos da cidade, mas que testemunharam menos reconhecimento.

Doença cruel

Também na Espanha uma grande leva de casos foi ligada a um funeral em Vitória, cidade do norte, no final de fevereiro. Ao menos 60 pessoas que estiveram presentes foram diagnosticadas após o evento, segundo reportagens da mídia local.
Com mais de 600 mortes, a Espanha é o segundo país mais assolado da Europa, só ficando atrás da Itália, e agora a maioria das pessoas está isolada em casa.
Referindo-se a estas restrições, o primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, classificou o coronavírus como uma doença "cruel" que paralisa a necessidade humana de socialização
Na Irlanda, por enquanto ainda se permite até 100 convidados em todos os funerais, mas a maioria das famílias está optando por pequenas cerimônias particulares e incentivando outros a expressarem seus pêsames pela internet em sites como o RIP.ie, onde obituários e convites a funerais costumam ser publicados.

Internacional: Google quer usar geolocalização de usuários para retardar coronavírus



Uma das formas seria pela determinação de distanciamento social


Agencia Brasil

O Google está explorando formas de usar informação de localização dos usuários para retardar o avanço do coronavírus, por exemplo, por meio da determinação da efetividade do distanciamento social.
O senador dos Estados Unidos Ed Markey, que defende há tempos o direito das pessoas à privacidade, pediu cautela nos esforços do governo de se aliar a grandes companhias de tecnologia para acompanhar o ritmo do coronavírus.
Em carta para Michael Kratsios, o secretário de Tecnologia da Casa Branca, Markey citou reportagem do Washington Post que afirma que o governo Trump teve discussões com Amazon.com, Apple, Facebook, Google, IBM e outras companhias de tecnologia para discutir a possibilidade de usar dados de localização dos smartphones como ferramenta de pesquisa sobre a disseminação da epidemia nos EUA.
"Precisamos de garantias de que a coleta e o processamento destes tipos de informação, mesmo que de forma anônima, não representem riscos à segurança e privacidade dos indivíduos", disse Markey.
O Facebook afirmou que não há acordo para compartilhar dados de localização de usuários com o governo norte-americano.
A Apple comentou que não monitora a localização dos usuários. A empresa citou que participou de reuniões da força-tarefa sobre coronavírus na Casa Branca, mas que é focada em telemedicina e ensino a distância.

Veículos: Toyota Blockchain Lab acelera uso da tecnologia por meio de iniciativas e colaboração externa


O progresso da Internet das Coisas (IoT) tem acelerado a conexão entre bens e serviços,

Luis Alberto Alves/Hourpress

A Toyota e a Toyota Financial Services, braço financeiro da companhia, lançaram no ano passado uma organização virtual entre os grupos batizada de Toyota Blockchain Lab, que tem avançado sistematicamente em iniciativas para uso da tecnologia blockchain. Até agora, a verificação de sua utilidade tem sido conduzida por meio de demonstrações e testes práticos, em parceria global com demais empresas do grupo.
A expectativa e os esforços da Toyota vão na direção de tornar o blockchain uma tecnologia fundamental para suporte à conexão de pessoas e empresas de forma mais aberta e transparente, ao passo que também integra máxima segurança e proteção de dados.
No futuro, a marca planeja ampliar o uso da tecnologia para outras áreas, que vão desde cadeias de suprimentos a serviços de mobilidade, e até na Woven City, um projeto de cidade do futuro anunciado por Akio Toyoda, CEO global da Toyota, na última edição da CES 2020. Nesse sentido, a Toyota Blockchain Lab expandirá exponencialmente as colaborações com várias empresas parceiras.
Foco no blockchain
O progresso da Internet das Coisas (IoT) tem acelerado a conexão entre bens e serviços, por meio de informações, e trouxe maior conveniência e eficiência. Por outro lado, aumentou o risco de exposição das informações essenciais – o que acentua a importância de reforçar a segurança para evitar vazamentos, adulteração, uso inapropriado e não autorizado.
Na indústria automotiva, que vive período de profunda transformação, esse tipo de serviço tem inspirado a Toyota em meio a um intenso processo em sua conversão em empresa provedora de soluções de mobilidade. Para atingir esse objetivo mais rapidamente, a estratégia adotada pela companhia busca integrar forças dentro e fora do Grupo, gerando um ambiente com amplo portfólio de produtos e serviços para os clientes pela conexão com essas diversas empresas, de forma integrada, aberta e com total segurança e proteção.
Com recursos altamente resistentes a violações e falhas, a tecnologia blockchain pode realizar o compartilhamento seguro de dados entre os vários agentes participantes, melhorando a confiabilidade das informações. Essa tecnologia tem o potencial de apoiar essas parcerias dentro e fora do Grupo e, como resultado, fornecer serviços mais convenientes e personalizados aos clientes.
Detalhamento das atividades
Uma série de iniciativas, focadas em clientes e veículos, com testes sob condições específicas, foram concluídas em novembro de 2019, confirmando a utilidade da tecnologia blockchain em aplicações diversificadas.
O Toyota Blockchain Lab vem examinando planos para aplicativos promissores, ao passo em que promove testes e acumula conhecimento para o Grupo. O engajamento do laboratório da Toyota se firma em meio à colaboração com o Instituto de Pesquisa Toyota – Desenvolvimento Avançado, Inc. (TRI-AD), a Toyota Connected Corporation e a Toyota Motor North America, Inc., além de construção de relacionamentos com outras empresas parceiras.
Aplicações para verificação
1. Clientes: aumento da conveniência por meio do compartilhamento da identificação e digitalização de contratos dentro e fora do Grupo, com aprimoramento do gerenciamento de informações pessoais e utilização de pontos de serviços.
2. Veículos: melhoria e criação de serviços pelo acúmulo de informações relativas aos ciclos de vida dos veículos.
3. Cadeia de suprimentos: melhoria da eficiência e rastreabilidade dos processos de negócios, com registro e compartilhamento de informações de fabricação, expedição de peças etc.
4. Digitalização de valor: utilização para diversificação de métodos de financiamento por meio da digitalização de vários ativos, a fim de construir relacionamentos de médio a longo prazo com clientes e investidores.

Artigos: Os impactos do coronavírus no Direito de Família


Obviamente, não basta alegar que o coronavírus gerou uma crise econômica


*Debora Ghelman


Infelizmente, o coronavírus está causando um estrago a nível mundial. Foi responsável pela queda da Bolsa de Valores, pelo fechamento das fronteiras de diversos países, pela obrigatoriedade das pessoas contaminadas cumprirem quarentena, pela suspensão das atividades escolares, pela demissão de vários funcionários, pela proibição de visita aos presidiários, além de muitos outros efeitos.

E no Direito de Família, quais serão os impactos? No meu ponto de vista, várias áreas da família serão diretamente impactadas. Primeiro, a determinação do governo com o aval da própria população para as pessoas permanecerem o maior tempo possível em seus lares, no intuito de evitar contaminações, aumentará o convívio entre os casais.

Por um lado, o aumento dessa convivência poderá gerar um impacto positivo na vida afetiva e sexual do casal, essa intimidade será uma oportunidade para o casal dialogar com mais intensidade e permanecer mais tempo junto no seio de seu núcleo familiar. Isso sem contar na possibilidade de muitos filhos serem gerados.

Todavia, o aumento dessa convivência poderá também ensejar mais conflitos entre os casais, principalmente, em relação aos que já vivenciam alguma crise no relacionamento. Consequentemente, muitos divórcios poderão ocorrer. Foi o que aconteceu na China. Com o aumento significativo nos pedido de divórcios. Por sua vez, no Brasil, a estatística é de que um em cada três casamentos termina em divórcio. Será que o aumento desse convívio forçado será estopim para futuros pedidos de divórcio?

Uma outra questão a ser considerada é que o coronavírus está gerando uma crise econômica imensurável. Isso significa economia estagnada, com menos vendas no comércio, aumento do desemprego e redução da renda dos patrões e empregados. E qual consequência disso tudo no Direito de Família? Certamente, as pensões alimentícias serão impactadas.

Importante esclarecer que a pensão alimentícia é arbitrada pelo juiz levando em consideração a possibilidade de quem paga e a necessidade de quem pleiteia os alimentos. Trata-se do conhecido binômio necessidade/possibilidade. E o valor da pensão só poderá ser aumentado ou reduzido caso haja alguma alteração na renda do devedor ou credor dos alimentos. Então, comprovada a redução na capacidade econômica do devedor, bastante plausível que haja um pedido judicial de revisão dos alimentos.

Obviamente, não basta alegar que o coronavírus gerou uma crise econômica e que poderá haver uma redução na renda do devedor, sendo essencial demonstrar a prova de tal redução através de documentos.

Ponto positivo: quem irá comemorar a presença dos pais em casa serão os filhos. Com algumas empresas determinando que seus funcionários trabalhem em sistema de home office, haverá aumento da convivência familiar entre os filhos e seus pais. Pelo menos, serão mais nove horas de convivência familiar diária. Por conseguinte, os pais participarão mais ativamente da vida de seus filhos, aumentando a intimidade e proximidade entre eles. E haja criatividade para inventar brincadeiras, atividades e auxiliar nos estudos das crianças!

Contudo, inevitavelmente, serão os idosos os mais impactados com o Covid-19. Conforme noticiado pela mídia, vários asilos cancelaram a visitação dos parentes dos idosos por estes pertencerem ao grupo de risco. Segundo os médicos, estas são as maiores vítimas, os quais merecem maiores cuidados e proteção e, a melhor alternativa, infelizmente, é evitar o contato com o maior número de pessoas. Dessa forma, muitos idosos que vivem sozinhos deixarão de receber visitas em suas casas, ficando cada vez mais isolados. Este isolamento pode trazer sentimento de abandono, desamparo e solidão, o que contraria as normas do Estatuto do Idoso. Essa será uma triste realidade para quem está na terceira idade.

No entanto, não posso deixar de mencionar que ainda existem pessoas solidárias que utilizam a criatividade para o bem estar do próximo. Como exemplo, posso citar a existência de um projeto criado por duas mulheres a título de trabalho voluntário, o qual pode ser encontrado no site saudeeenvelhecimento.com.br/anjo, incentivando as pessoas a serem o "anjo da guarda" de um idoso. Essa idéia funcionará da seguinte forma: o whatsaap será utilizado para se comunicar com um idoso conhecido que mora sozinho, a fim de apoiá-lo, procurando saber como ele está e como passou o dia. Excelente idéia, contudo, a maioria dos idosos ainda sofre com a dificuldade lidar com a tecnologia.

Como vemos, a ocorrência de um evento inesperado como o coronavírus gera o chamado efeito borboleta. O vírus infecta um único indivíduo na China e ele contamina outras pessoas. De repente, o vírus se alastra de forma tão rápida que acaba ultrapassando as barreiras globais. Finalmente, quase todos os países são infectados. Por conseguinte, a economia mundial é atingida e todas as esferas políticas, econômicas, legais e sociais são afetadas. E o Direito de Família também acaba sofrendo um grande impacto, assim como todas as outras áreas do Direito Brasileiro.

Gosto sempre de lembrar que crises são oportunidades e, no Direito de Família, o "efeito coronavírus" certamente será uma oportunidade para que todas as relações familiares sejam revistas, aprimoradas e, quem sabe, reconstruídas.


*Debora Ghelman é advogada especializada em Direito Humanizado nas áreas de Família e Sucessões