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sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Política: Lavagem de dinheiro é o ponto fraco do crime organizado





Por causa do avanço da tecnologia, de 2012 a 2016, o Coaf registrou aumento de 140% na comunicação de movimentação suspeita de lavagem de dinheiro


Luís Alberto Alves/Hourpress

“Prender nunca vai acabar com o crime organizado, pois ao perder um membro, logo aparece outro substituto. Tirar o fôlego das finanças é que funciona, pois ficam sem dinheiro para continuar com a prática ilícita”, disse hoje (18) a diretora de Inteligência financeira do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), Amélia Olczweski, durante o XIV Congresso Brasileiro de Fomento Comercial realizado em São Paulo.

Segundo ela, o Coaf tem mecanismos eficientes para detectar dinheiro sujo recebendo o sabão de negócios para tentar ficar limpo e contribuir para criminosos investir esses recursos na compra de armas, drogas e desfalcar a sociedade por meio da corrupção.

Por causa do avanço da tecnologia, de 2012 a 2016, o Coaf registrou aumento de 140% na comunicação de movimentação suspeita de lavagem de dinheiro.  “De 2012 a 2019, há o registro de 12 milhões de comunicação suspeita nos arquivos do Coaf”, explicou.

Para desfalcar as finanças do crime organizado, Amélia destaca que o setor de inteligência do órgão vasculha redes sociais, analisa dados fornecidos pela Receita Federal, Previdência Social, Banco Central, Tribunal Superior Eleitoral e Siape (Sistema Integrado de Administração de Recursos Humanos).

“O nosso trabalho é confrontar os dados junto aos cartórios de imóveis, Junta Comercial e mídia. Porém não temos acesso a banco de dados protegidos por sigilo fiscal. Tudo isto passa por análise. Diretores de supervisão e da área financeira trabalham separados, para manter a integridade das operações”, descreveu.

Poderia ser melhor, caso o Coaf tivesse mais servidores trabalhando na apuração de dados. “Temos 75 pessoas, enquanto os Estados Unidos empregam 250 funcionários, o Paraguai, 80; o Canadá, 250 e França, 150”, disse. Só em 2018, mesmo com esse exército diminuto houve a análise de 3 milhões de dados suspeito. Pelo visto, o Coaf passa a impressão de enxugar gelo, enquanto o crime organizado não desiste de transforma dinheiro sujo em limpo.



                                    

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