Luís Alberto Alves
Esta rua foi aberta nas últimas décadas do século XIX, já constando do Mapa da Cidade de 1897 com a mesma denominação. Em 1916 foi oficializada com este nome. Lopes Chaves: O dr. Joaquim Lopes Chaves nasceu na cidade de Jacareí (SP) aos 15/01/1833. Era irmão do Barão de Jacareí, Licínio Lopes Chaves, do 2º Barão de Santa Branca, Francisco Lopes Chaves e de d. Marcelina Lopes Chaves, ela casada com o dr. Américo Brasiliense de Almeida e Melo.
Feitos seus primeiros estudos em Jacareí, Lopes Chaves matriculou-se na Faculdade de Direito de São Paulo, onde bacharelou-se no ano de 1856. Residindo em Taubaté, envolveu-se com a política e filiou-se ao Partido Conservador. Eleito vereador em Taubaté, cumpriu diversos mandato, tendo sido ainda Presidente da Câmara e Inspetor da Instrução pública. Eleito Deputado na Assembléia Geral Legislativa, exerceu este mandato de 1872 a 1875. Foi ainda Deputado Provincial, tendo cumprido mandato nas seguintes legislaturas: de 1868 a 18773, 1874-75 (foi o seu Presidente), 1876-77 (seu Presidente na 2ª Sessão) e de 1884 a 1889.
Durante todo esse período prestou relevantes serviços à causa pública, colocando-se sempre como um "fiscal dos cofres públicos". Dedicado aos estudos sobre finanças, fez, permanentemente, parte das comissões de fazenda, apresentando vários trabalhos que eram aceitos e adotados pelos seus colegas. Não participou do movimento republicano mas, com o advento do novo regime em 1889, continuou prestando serviços ao Estado como Deputado Federal, entre 1891 e 1893, como Senador Estadual e, finalmente, como Senador Federal.
Fato relevante na história: Nesta rua residiu, por muitos anos, o escritor Mário de Andrade na casa de nº 546. Nascido em 1893 na Rua Aurora nº 320, e criado no Largo do Paissandu, Mário de Andrade mudou-se para a Rua Lopes Chaves em 1921. Em 1938 muda-se para o Rio de Janeiro e, em 1941, volta para São Paulo e para a Rua Lopes Chaves.
Em vários de seus escritos, Mário de Andrade cita nominalmente esta rua como em "Poemas da amiga", numa determinada estrofe: "Quando eu morrer quero ficar / Não contem aos meus amigos, / Sepultado em minha cidade, / Saudade --- Meus pés enterrem na rua Aurora, / No Paissandu deixem meu sexo, / Na Lopes Chaves a cabeça / Esqueça (...)" Em outro poema intitulado "Descobrimento", a primeira estrofe diz o seguinte: "Abancado à escrivaninha em São Paulo / Na minha casa da Rua Lopes Chaves / De supetão senti um friúme por dentro. / Fiquei trêmulo, muito comovido / Com o livro palerma olhando pra mim. (...)" Em outro, que diz respeito ao nome desta rua, Mário de Andrade disse: "Nesta rua Lopes Chaves / Envelheço, e envergonhado / Nem sei quem foi Lopes Chaves". A Rua Lopes Chaves (foto) fica no bairro da Barra Funda, Centro de SP.
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