Luís Alberto Alves
A Câmara dos Deputados analisa o
Projeto de Lei 7.218/14, do deputado Renato Simões (PT-SP), que pretende
renomear a ponte Rio-Niterói como “Rubens Paiva” e substituir a denominação
atual de “Ponte Presidente Costa e Silva”.
A mudança, nos 40 anos do golpe
militar (1964), tem o objetivo de retirar a homenagem ao presidente responsável
pelo endurecimento do regime militar e celebrar a memória de um político morto pela
ditadura.
“Há um forte simbolismo na troca
do nome atual da ponte, substituindo um dos algozes pelo nome de uma de suas
vítimas. Para que o período negro de nossa história possa jamais ser
esquecido”, defendeu Simões.
Tortura
O deputado ressalta que o Ministério Público Federal (MPF) já acionou a Justiça contra a União para revogar a lei que deu o nome de Costa e Silva à ponte Rio-Niterói. A ação destaca que a ponte é um símbolo de extrema relevância para a memória nacional por ser um marco da engenharia brasileira e não pode ter o nome de um ditador.
O deputado ressalta que o Ministério Público Federal (MPF) já acionou a Justiça contra a União para revogar a lei que deu o nome de Costa e Silva à ponte Rio-Niterói. A ação destaca que a ponte é um símbolo de extrema relevância para a memória nacional por ser um marco da engenharia brasileira e não pode ter o nome de um ditador.
Renato Simões também avalia que o
legado de Costa e Silva para o País não está compatível com a homenagem. “A
personagem homenageada é alguém que praticou inúmeras barbaridades contra o
povo. Esse foi o legado do governo Costa e Silva à história do Brasil, um
legado de supressão de direitos, de adoção da tortura e do assassinato como
práticas governamentais”, disse.
AI-5
Costa e Silva editou, em dezembro de 1969, o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que foi responsável pelo aprofundamento do regime ditatorial no País. O ato vigorou até 1978 e permitiu o fechamento do Congresso Nacional, a intervenção em estados e municípios sem limitação constitucional, suspensão de direitos políticos, limitou a atuação da Justiça e outras ações arbitrárias.
Costa e Silva editou, em dezembro de 1969, o Ato Institucional nº 5 (AI-5), que foi responsável pelo aprofundamento do regime ditatorial no País. O ato vigorou até 1978 e permitiu o fechamento do Congresso Nacional, a intervenção em estados e municípios sem limitação constitucional, suspensão de direitos políticos, limitou a atuação da Justiça e outras ações arbitrárias.
O deputado ressalta que foi o
AI-5 que permitiu o uso indiscriminado da tortura durante o regime militar.
“Foi no governo Costa e Silva que começaram a ser aparelhados órgãos de
informações e iniciadas operações que passaram a implantar a tortura como
prática governamental”, afirmou. Segundo ele, “nada” pode justificar o nome de
Costa e Silva ser homenageado na ponte Rio-Niterói.
Já Rubens Paiva, segundo o
deputado, além de ter sido um político engajado com a luta pela democracia, era
engenheiro civil. “A proposta de homenagear Rubens Paiva guarda maior coerência
em dar nome a uma importante obra da construção civil da história do Brasil a
um engenheiro civil”, defendeu.
Tramitação
A Secretaria Geral da Mesa distribuirá o projeto para análise pelas comissões permanentes da Câmara.
A Secretaria Geral da Mesa distribuirá o projeto para análise pelas comissões permanentes da Câmara.
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