Redação
A prevenção do câncer de pele é, muitas vezes,
desconsiderada pela maioria da população, principalmente nas estações mais
frias, quando o sol aparenta não estar prejudicando. Mas o tema possui extrema
relevância na atual conjuntura que envolve a saúde brasileira. Dados recentes
do INCA – Instituto Nacional de Câncer – mostram que o câncer de pele não
melanoma é o mais presente no Brasil e sua
ocorrência equivale a 25% de todos os tumores malignos registrados no país.
Ainda com base em dados
fornecidos pelo mesmo órgão, sabe-se que dentre os tumores de pele, o do
subtipo não melanoma, apesar de apresentar menores índices de óbitos, é o que
se mostra mais incidente na população. É bem rara a sua ocorrência em crianças
e negros (exceto portadores de enfermidades cutâneas anteriores) e comum em
pessoas com idade igual ou acima de 40 anos. Somente em 2012 (ano da última
pesquisa), de acordo com o INCA, ocorreram 134.170 novos casos, sendo
62.680 homens e 71.490 mulheres.
Já o do subtipo melanoma é
responsável por apenas 4% das neoplasias malignas da pele, apesar de ser
considerado o mais grave, devido à sua alta possibilidade de metástase. A cura
de pacientes está diretamente ligada ao diagnóstico e tratamento precoces, pois se observa melhores resultados quando
feitos em estágios iniciais. Em 2010, ano da última pesquisa disponível,
o INCA registrou 1.507 mortes oriundas do câncer de melanoma, sendo 842
homens e 665 mulheres.
Entre os principais sintomas do
câncer de pele, de acordo com Dr. Amândio Soares, oncologista da Oncomed BH,
pode-se destacar “o espessamento da pele que se apresenta elevada e
brilhante, translúcida, avermelhada, castanha, rósea ou multicolorida. Uma
pinta preta ou castanha que muda sua cor, textura, torna-se irregular nas
bordas e cresce de tamanho. Uma mancha ou ferida que não cicatriza que continua
a crescer apresentando coceira, crostas, erosões ou sangramento”, pontua.
Para se prevenir do
câncer de pele, é necessário evitar a exposição ao sol sem proteção para a
pele. “Recomendamos o uso de chapéus, guarda-sóis, óculos escuros e filtros
solares durante qualquer atividade ao ar livre, mesmo no frio e/ou com tempo
nublado. Também é importante evitar a exposição solar em horários em que os
raios ultravioletas são mais intensos, ou seja, das 10 às 16 horas. No caso do
uso de filtros solares, sugerimos a reaplicação a cada duas horas. O ideal é
que o Fator de Proteção Solar (FPS) seja, no mínimo, 15, variando de pele para
pele”, explica o médico.
A principal forma
de combater o câncer é basicamente a remoção cirúrgica da lesão. O tratamento
tópico ou radioterapia também podem ser realizados. “Mas a solução deve ser
decidida com cautela e somente por um profissional especialista. Nada de
resolver o problema de forma caseira e/ou através da automedicação”, diz Dr.
Amândio.
Inverno
Se engana quem
pensa que no inverno, por ser uma estação mais fria, os riscos de contrair o
câncer de pele diminuem. “Apesar da baixa temperatura, os raios ultravioleta do
sol durante o inverno podem ser mais fortes e mais prejudiciais do que no
verão, já que nesta estação há mais nuvens, que ajudam a filtrar os raios
solares”, explica o oncologista.
A prevenção
continua sendo o melhor remédio contra o câncer de pele, independente da
estação do ano. “Independente da temperatura, pequenas atitudes no dia a dia
são fundamentais, como o uso de filtro solar no rosto e em todas as partes do
corpo que ficam expostas, uso de camisetas de mangas longas, chapéu, guarda-sol
e evitar exposição excessiva entre 10h e 16h.
O auto-exame também
é importante. A pessoa deve ficar atenta ao surgimento de manchas na pele ou
alteração naquelas já existentes e procurar um médico imediatamente. O câncer
de pele tem grandes chances de cura se for detectado precocemente”, finaliza
Dr. Amândio.