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sábado, 28 de março de 2020

Internacional: Especialista diz que Itália ainda não chegou ao pico de contágio



Nesta sexta-feira (26), 969 pessoas morreram em 24 horas


Agência Brasil 

As infecções por coronavírus na Itália ainda não atingiram seu pico, disse o chefe do Instituto Superior de Saúde do país, Silvio Brusaferro, nesta sexta-feira (27), um dia após mais de 6.150 pessoas terem resultado positivo e 969 morrerem em um período de 24 horas em razão do vírus.
"Nem atingimos o pico nem ultrapassamos", disse Brusaferro em entrevista coletiva.
Ele afirmou, no entanto, que há "sinais de desaceleração" no número de pessoas infectadas, sugerindo que o pico pode não estar muito longe, após o qual novos casos devem mostrar uma tendência visível de queda.
"Quando a queda começar, se vai ser acentuada, dependea do nosso comportamento", disse Brusaferro, referindo-se à intensidade com que os italianos continuarão a respeitar as restrições de um confinamento imposto pelo governo.

Internacional: Los Angeles pode igualar Nova York em casos de coronavírus em dias


O número de casos no condado de Los Angeles chegou a 1.465


Agência Brasil 

Os casos de coronavírus em Los Angeles estão aumentando, colocando a região no caminho para ter tantos casos quanto a cidade mais atingida nos Estados Unidos, Nova York, em cinco dias, disse o prefeito Eric Garcetti na sexta-feira, falando de um navio-hospital no Porto de Los Angeles.
O número de casos no condado de Los Angeles subiu 50% na quinta-feira e outros 20% até meio-dia de sexta-feira, para um total de 1.465, afirmou Garcetti em entrevista coletiva com o governador democrata, Gavin Newsom, a bordo do navio.
Se o crescimento seguir no ritmo de quinta-feira, o condado vai igualar os 25.398 casos da cidade de Nova York em cinco dias; se os casos aumentarem na taxa de sexta-feira, levará apenas mais alguns dias para alcançar a metrópole da Costa Leste.
"Nosso modelo está se movendo como esperávamos", disse Newsom. "Em Los Angeles, eles estão vendo números que os colocam no caminho para ficar alinhados, dentro de uma semana, onde a cidade de Nova York está atualmente."
Newsom e Garcetti percorreram o U.S.N.S. Mercy Hospital Ship, instalado no Porto de Los Angeles para fornecer mais 1.000 leitos ao sistema médico da região. O navio será usado para casos que não sejam de Covid-19, para que outros hospitais possam aumentar sua capacidade de cuidar de vítimas da doença causada pelo coronavírus.
O aumento da capacidade na Califórnia ocorre quando médicos e enfermeiros da linha de frente da crise do coronavírus nos EUA pediram, na sexta-feira, por mais equipamentos de proteção para tratar pacientes que devem sobrecarregar hospitais, já que o número de infecções conhecidas nos EUA atingiu mais de 100.000.
Os Estados Unidos ficaram em sexto lugar no número de mortos entre os países mais atingidos, com pelo menos 1.551 vítimas fatais, de acordo com dados oficiais compilados pela Reuters. Em todo o mundo, há mais de 576.000 casos confirmados e 26.455 mortes, informou o Centro de Recursos de Coronavírus Johns Hopkins.
Até sexta-feira, 3.801 pessoas testaram positivo para coronavírus na Califórnia e 78 morreram, disse Newsom.

Economia: Conheça detalhes do auxílio a pequenas e médias empresas



Medida beneficiará 1,4 milhão de empresas e 12,2 milhões de pessoas


Agência Brasil 

O governo anunciou ontem (27) uma linha de crédito emergencial para ajudar pequenas e médias empresas a quitar a folha de pagamentos. O setor está entre os mais afetados pela crise gerada pela pandemia de covid-19. A estimativa é de liberação de R$ 40 bilhões.
O anúncio foi feito em entrevista coletiva, no Palácio do Planalto, com a presença do presidente Jair Bolsonaro. Segundo o presidente, além da preocupação com a disseminação do coronavírus e os efeitos da doença, é preciso garantir empregos para a população. “Devemos diminuir a altura dessas duas ondas [da infecção e do desemprego]”, disse.
A medida deve beneficiar 1,4 milhão de empresas, atingindo 12,2 milhões de trabalhadores. O crédito será destinado a empresas com faturamento anual entre R$ 360 mil a R$ 10 milhões e vai financiar dois meses da folha de pagamento, com volume de R$ 20 bilhões por mês.
Segundo o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, a medida será operacionalizada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em parceria com os bancos privados. O limite de financiamento é de dois salários mínimos. Ou seja, se o trabalhador ganha mais de dois salários mínimos, a empresa terá que complementar o salário.
Ao contratar o crédito, a empresa assume o compromisso de que não demitir o funcionário nesse período de dois meses. “A empresa fecha o contrato, e o dinheiro vai direto para o funcionário. A empresa fica só com a dívida”, disse Campos Neto, explicando que os recursos não passarão pela conta da empresa.
A taxa de juros será de 3,75% ao ano (atual taxa Selic). Do total a ser liberado por mês (R$ 20 bilhões), R$ 17 bilhões serão recursos do Tesouro Nacional e R$ 3 bilhões dos bancos privados. Serão seis meses de carência e 36 meses para o pagamento.
“O Tesouro disponibiliza os recursos, aplica os subsídios e fica com as perdas e ganhos das operações”, afirmou o presidente do BNDES, Gustavo Montezano.
Segundo Campos Neto, a linha estará disponível em uma ou duas semanas. “Quarenta e cinco por cento do custo de uma pequena e média empresa é folha de pagamento, normalmente em torno 20% ao ano. Temos que atravessar este período garantindo emprego para os trabalhadores”, afirmou. Ele acrescentou que o custo de demissão para as empresas é equivalente a três ou quatro meses de salário.

Caixa

O presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, também ressaltou que o banco já emprestou R$ 20 bilhões aos clientes para enfrentar a crise provocada pelo coronavírus. No total, a instituição já injetou R$ 111 bilhões em recursos.
“Vamos continuar reduzindo juros, aumentando prazos para pagamento e dando liquidez para a economia”, disse Guimarães sobre as medidas anunciadas ontem (26) pelo banco.
De acordo com Guimarães, a Caixa também vai operacionalizar o pagamento do auxílio emergencial de três meses, no valor de R$ 600, destinado aos trabalhadores autônomos, informais e sem renda fixa durante a crise provocada pela pandemia de coronavírus.
Entretanto, Guimarães destacou que, antes se  iniciar o pagamento, a medida precisa ser aprovada pelo Congresso Nacional. Um decreto presidencial também será editado para regulamentar a operação.

Compra de carteira de crédito

Roberto Campos Neto informou ainda que está em estudo uma proposta de emenda à Constituição (PEC) para que o Banco Central possa comprar carteira de crédito diretamente das instituições financeiras. “O máximo que o Banco Central pode fazer [atualmente] é injetar liquidez [no mercado]. Nem sempre a liquidez chega na ponta final. Precisa de uma PEC para que o Banco Central tenha poder para comprar crédito”, disse.
O presidente do BC informou ainda que na próxima semana a instituição deve lançar medida de concessão de empréstimos a bancos com lastro em letras financeiras garantidas por operações de crédito.
Para começar a valer, será necessária a edição de medida provisória, com abertura de crédito extraordinário de R$ 34 bilhões por dois meses (R$ 17 bilhões por mês) e a criação de um fundo com aporte do Tesouro, operacionalizado pelo BNDES, fiscalizado e supervisionado pelo Banco Central.

Setor de saúde

Gustavo Montezano informou ainda que na próxima semana será disponibilizada uma linha emergencial para empresas de saúde no valor de até R$ 2 bilhões. “Já temos cerca 30 empresas mapeadas para absorver esse produto”, disse o presidente do BNDES.

Economia: Corte na arrecadação de Sesc/Senac pode causar demissão de 10 mil


Medida foi anunciada pelo governo para enfrentar crise do coronavírus


Agência Brasil 

Documento enviado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) a todos os governadores brasileiros revela que o corte de 50% na arrecadação compulsória por 90 dias, definido pelo governo federal para diminuir os efeitos da pandemia do novo coronavírus, provocará o fechamento de 265 unidades do Serviço Social do Comércio (Sesc) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac). 
O corte foi anunciado semana passada em pacote do governo para enfrentar crise causada pela pandemia do coronavírus. Ele consiste na redução em 50% das contribuições de empresários para o Sistema S (que inclui o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - Senai; Serviço Social do Comércio - Sesc; Serviço Social da Indústria- Sesi; e Serviço Nacional de Aprendizagem do Comércio- Senac) por três meses, numa economia total de R$ 2,2 bilhões para as empresas. 
Segundo o CNC, o movimento deve gerar a demissão de 10.210 trabalhadores em todo o país. A medida reduzirá mais de 36 milhões de atendimentos, vagas e inscrições nos serviços oferecidos.
Os estados mais prejudicados serão Rio de Janeiro, com 34 unidades fechadas; Pernambuco (29); Santa Catarina (28); Rio Grande do Norte (18); Goiás (17); Piauí e Paraná (16 unidades fechadas, cada); Amazonas (15); Minas Gerais (14); e Acre (13).
O presidente da CNC, José Roberto Tadros, afirmou que a redução dos atendimentos do Sesc e do Senac vai afetar municípios que necessitam da infraestrutura das duas instituições, inclusive para atendimento básico à população. “Mais de 90% das unidades que poderão ser fechadas estão presentes em regiões que, muitas vezes, carecem da presença do governo e, principalmente nestas localidades, os serviços que o Sistema Comércio oferece chega aos mais pobres, a parcela que sofrerá o maior impacto com o fechamento (das unidades)”, ressaltou Tadros.
A CNC encaminhou um plano de ações do Sesc e do Senac ao presidente Jair Bolsonaro, aos ministros Paulo Guedes (Economia) e Luiz Mandetta (Saúde), e aos titulares da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e do Senado, David Alcolumbre, para evitar o fechamento das unidades e a demissão de milhares de trabalhadores. O plano envolve recursos da ordem de R$ 1 bilhão que serão usados, principalmente, no combate ao coronavírus e na prestação de serviços à sociedade nos próximos três meses. Essa verba de R$ 1 bilhão corresponde a 50% da contribuição compulsória do Sesc e Senac em três meses. Segundo Tadros, a capilaridade do Sesc e Senac poderá ser usada para reduzir os impactos da pandemia de coronavírus em municípios brasileiros carentes de estrutura .

Medidas propostas

Uma das medidas propostas pela CNC é colaborar na identificação da abrangência do número de infectados no Brasil e no apoio à instrumentalização dos profissionais de saúde, por meio da aquisição e distribuição de materiais necessários à prevenção e ao combate à pandemia, em conformidade com as orientações dos órgãos governamentais de saúde.
Em caráter emergencial, poderão ser mobilizadas as redes de supermercados, restaurantes, bares e outros doadores para a coleta e distribuição de alimentos para instituições sociais, por meio do Projeto Mesa Brasil, de abrangência nacional. O Mesa Brasil Sesc é uma rede nacional de bancos de alimentos contra a fome o desperdício, que objetiva contribuir para a promoção da cidadania e a melhoria da qualidade de vida de pessoas em situação de pobreza, promovendo sua inclusão social.
A terceira proposta da CNC envolve a disponibilização das unidades do Sesc e do Senac, incluindo 50 unidades móveis, para ampliação e interiorização das ações de atenção primária à saúde, entre as quais vacinação, coleta de sangue, ações gerais de prevenção.
A quarta medida é ligada ao desenvolvimento e oferta de programações gratuitas visando a mobilização da sociedade em geral e a capacitação de profissionais da área de saúde, atendendo as demandas e prioridades do Sistema Único de Saúde (SUS). Serão usadas para esses fins as plataformas digitais do Sesc e Senac.
Já a quinta medida se refere à aquisição e disponibilização de respiradores e outros equipamentos necessários para o tratamento de infectados pelo coronavírus.

Geral: Vitamina D pode reduzir risco de contágio, sugere estudo


A vitamina D pode ter um papel importante no tratamento e prevenção da covid-19, sugere um estudo da Universidade de Turim divulgado nesta quinta-feira (26/03), que analisou a relação entre a deficiência deste nutriente no corpo e o novo coronavírus


Redação/Hourpress

Coordenado pelo professor Giancarlo Isaia, docente em geriatria e presidente da Academia de Medicina da cidade italiana, e por Enzo Medico, professor de histologia (estudo de tecidos), a pesquisa mostrou que "dados preliminares coletados nos últimos dias em Turim indicam que os pacientes com a covid-19 apresentam uma prevalência muita alta de deficiência de vitamina D".
Os dados apurados na pesquisa, segundo os dois especialistas, mostraram que a vitamina D tem papel ativo na regulação do sistema imunológico. Outras evidências indicam que o composto tem um efeito "na redução do risco de infecções respiratórias de origem viral, inclusive na do coronavírus". O elemento também teria capacidade de combater danos pulmonares causados por inflamações.
Ter vitamina D suficiente no organismo também "pode ser necessário para determinar uma maior resistência às infecções de covid-19, (possibilidade) que, apesar de haver menos evidências científicas, pode ser considerada verossímil", escrevem os pesquisadores.
A falta da molécula no organismo é ainda frequentemente associada a diversas doenças crônicas que podem reduzir a expectativa de vida em idosos, "tanto mais no caso de infecções da covid-19". Na Itália, a falta de vitamina D afeta grande parte dos habitantes, especialmente os mais idosos, cujo país tem a segunda maior população do mundo, depois do Japão. Os mais velhos fazem ainda parte do grupo de risco do novo coronavírus. Fortemente a atingida pela pandemia, a Itália já registrou o maior número de mortes do mundo em decorrência da covid-19, mais de 9,1 mil.
Isaia e Medico já submeteram o documento com dados da pesquisa à Academia de Medicina de Turim. No texto, eles recomendam aos médicos que, associada a outras medidas, eles garantam "níveis adequados" de vitamina D na população, "mas sobretudo em pacientes já contagiados, seus familiares, agentes de saúde, idosos frágeis, no público de residências assistenciais, em pessoas em regime de isolamento e em todos aqueles que, por vários motivos, não se expõe adequadamente à luz solar".
Além disso, os autores dizem que a administração intravenosa da forma ativa da vitamina D, o Calcitriol, também pode ser considerada em pacientes da doença respiratória covid-19, causada pelo coronavírus, com funções respiratórias particularmente comprometidas.
Eles lembram ainda que a carência pode ser compensada, antes de tudo, com exposição das pessoas à luz solar pelo maior tempo possível, "em varandas e terraços, além de ingerir alimentos ricos em vitamina D e tomando preparados farmacêuticos especiais - mas sempre após consulta médica".

Geral: Com pandemia, DER libera circulação de veículos de carga aos domingos nas rodovias de acesso à Capital


Medida vale por 30 dias; DER também oferece 14 postos para descanso apoio dos caminhoneiros


Redação/Hourpress

 O Departamento de Estradas de Rodagem (DER), órgão vinculado à Secretaria de Logística e Transportes, decidiu suspender as restrições para circulação de veículos de carga aos finais de semana na malha viária paulista que dá acesso à capital durante a quarentena de enfrentamento do coronavírus.
Atualmente, o tráfego de caminhões é restrito devido ao grande fluxo de veículos que retornam para a capital no final de semana.
A nova medida faz parte das ações do Governo de São Paulo contra o crescimento do número de casos do COVID-19.
O objetivo é manter o abastecimento de produtos e mercadorias nos municípios durante a pandemia. O Estado de SP prioriza o escoamento irrestrito da produção da indústria e do agronegócio.
Desta forma, pretende diluir o impacto nas atividades econômicas e a prestação de serviços essenciais e de interesse da população.
Ao motorista caberá ficar atento aos limites de peso e dimensões já estabelecidos para as rodovias.
A portaria que suspendeu a restrição passa a vigorar a partir dessa sexta (27), com prazo de 30 dias, podendo ser prorrogado. A listagem com todas as rodovias poderá ser consultadas no site do DER (www.der.sp.gov.br).
Apoio aos caminhoneiros
Os postos de pesagem administrados pelo DER serão utilizados como base de apoio aos motoristas de veículo de carga.
Como medida para prevenir a contaminação, o Departamento está disponibilizando banheiros para caminhoneiros em 14 postos de pesagem de caminhões localizados nas estradas estaduais.
Nessas estruturas, estão à disposição dos usuários sabonetes para lavar as mãos.
Localização das balanças do DER
- SP 270, km 193,7, Angatuba
- SP 270, km 193,7, Angatuba
- SP 055, km 371, Pedro de Toledo
- SP 042, km 168,6, São Bento do Sapucaí
- SP 253, km 169,4, Luiz Antônio
- SP 253, km 169,7, Luiz Antônio
- SP 320, km 637,7, Rubineia
- SP 066, km 67, Guararema
- SP 031, km 37, Santo André
- SP 310, km 602, Sud Mennucci
- SP 294, km 644,6, Dracena
- SP 613, km 75,9, Rosana
- SP 326, km 433, Barretos
- SP 425, km 87,4, Barretos
Suspensão de pesagem
Além dessas medidas, o Governo também suspendeu, por 90 dias, a pesagem dos caminhões nas rodovias estaduais sob concessão e nas administradas pelo DER. Com isso, agiliza a circulação de produtos e protege os profissionais - condutores e colaboradores dos postos de pesagem e mantém a economia de São Paulo funcionando e ajudando o Brasil a sair deste momento difícil.
Mensagem Educativa - Nas rodovias estão disponíveis aos usuários 50 Painéis de Mensagem Variável (PMVs), fornecendo informações e mensagens educativas sobre o coronavírus.
Todas essas ações fazem parte do Grupo de Trabalho Logística e Transporte Rodoviário de Cargas, criado pelo Governo de São Paulo e formado pelas Secretarias de Logística e Transportes, Governo, Segurança Pública, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Econômico, além de órgãos como a DERSA, Artesp, DER, Invest SP e Polícia Militar.

Geral: Coronavírus: Contran suspende prazo para renovação da CNH


Determinação vale para os 26 estados e Distrito Federal


Agência Brasil 

O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) decidiu suspender os prazos relacionados a serviços de trânsito em todos os estados. A determinação foi feita em acordo com os departamentos de Trânsito (Detrans) dos 26 estados e do Distrito Federal. A suspensão vale para todos os processos e procedimentos realizados por entidades públicas e privadas prestadoras de serviços relacionados ao trânsito.
Assim, prazos para apresentação de defesa da autuação, recursos de multas e defesa processual ficam suspensos. Da mesma forma, também estão interrompidos os prazos para transferência de veículos, para registro e licenciamento de veículos novos e para renovação da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vencida desde 19/02/2020.
Também foram suspensos os prazos de recursos de suspensão do direito de dirigir e de cassação do documento de habilitação e para identificação do condutor infrator e, ainda, para a expedição das notificações por parte dos órgãos autuadores; assim como de licenciamento das instituições que realizam inspeção de veículos que sofreram alteração, adaptação ou alguma modificação.
A decisão se dá por conta da epidemia do coronavírus (covid-19) no Brasil e o consequente isolamento social determinado por vários governos estaduais. Tal isolamento provocou o fechamento de estabelecimentos comerciais, escritórios, escolas e faculdades, dentre outros considerados não essenciais.
“O propósito das medidas é adequar a legislação de trânsito para a realidade causada pela pandemia do coronavírus. Com o fechamento de todos os órgãos de trânsito no País, não faz sentido que os prazos continuem correndo”, explicou o presidente do Contran, Frederico Carneiro.

Saúde: Governo de São Paulo inaugura hospital de campanha na Capital


Postos de pesagem poderão ser usados para descanso dos caminhoneiros


Agência Brasil 

O governador de São Paulo, João Doria, anunciou hoje (27) o repasse de R$ 50 milhões, fundo a fundo, para a capital paulista. O dinheiro é destinado a financiar os hospitais de campanha, que atendem os casos de baixa e média complexidade no tratamento da covid-19. O depósito, segundo ele, será feito na próxima segunda-feira (30). O governador anunciou também o repasse de R$ 40 milhões para 565 municípios de São Paulo com menos de 100 mil habitantes. “Todos os valores deverão ser destinado para custeio, compra de insumos e a montagem e operação de hospitais de campanha [para coronavírus]”, disse o governador em evento de inauguração do hospital de campanha instalado no estádio do Pacaembu.
Doria acrescentou que liberou, junto com o Ministério da Infraestrutura, os postos de pesagem nas rodovias de São Paulo para serem utilizados para apoio e descanso de caminhoneiros. “A partir de hoje, todos os espaços dos postos de pesagem das rodovias de São Paulo estão disponibilizados para os caminhoneiros. A medida vale até o dia 30 de junho. Liberamos também o acesso de caminhões aos domingos à tarde, na chegada à São Paulo. Até ontem isso era restrito devido ao grande fluxo de veículos que retornavam à capital nos finais de semana. Essa medida também será válida até o dia 30 de junho.
Outra medida anunciada pelo governador hoje foi a criação de um canal de denúncias para os caminhoneiros, onde eles poderão falar sobre o fechamento de serviços essenciais nas estradas ou qualquer tipo de bloqueio de rodovias. O serviço vai funcionar 24 horas por dia e as denúncias poderão ser feitas pelo telefone 0800-055 5510 ou pelo e-mail abastecimentoseguro@sp.gov.br.

Leitos

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou nesta sexta-feira que a capital terá 2,1 mil leitos em postos de campanha e outros 725 novos leitos de Unidade de Terapia Intensiva para o tratamento de coronavírus.
Segundo o secretário municipal de Sãude de São Paulo, Edson Aparecido, os hospitais de campanha na cidade, entre eles, o que foi instalado no Pacaembu, não serão de livre acesso. As pessoas só chegarão ali por encaminhamento. Ele  informou que, nos hospitais de campanha, haverá também leitos de estabilização para os pacientes que tiverem suas condições agravadas. Esses pacientes serão depois levados para as UTIs dos hospitais.  “O município está gastando R$ 35 milhões na infraestrutura dos hospitais de campanha e mais R$ 15 milhões para o custeio em quatro meses”, disse o secretário.
De acordo com o secretário, a prefeitura espera, a partir da semana que vem, ampliar o número de testes para detecção de coronavírus, passando a fazer cerca de 600 por dia, que serão feitos em profissionais de saúde, pacientes internados na rede hospitalar e pacientes que apresentem sintomas na atenção básica.

Isolamento

Segundo Dimas Covas, diretor do Instituto Butantan e integrante do Centro de Contingência do Coronavírus de São Paulo, a medida de isolamento social estabelecida em São Paulo tem sido efetiva. “Antes das medidas de contenção [em São Paulo], a transmissibilidade do coronavírus era de uma pessoa infectada transmitindo para cinco [pessoas]. No dia 16 de março, as medidas começaram a ser anunciadas e implementadas. No dia 20, essa transmissibilidade já tinha se reduzido de um indivíduo infectado para três [pessoas]. No dia 25, já era de um para dois e meio. Estamos observando uma queda que resulta do afastamento social. Se continuarmos nesse processo, essa curva vai se estabilizar e vamos atravessar esse período mais crítico”, disse ele, durante entrevista concedida no meio da tarde de hoje.
Para o prefeito, Bruno Covas, o isolamento é uma ação humanitária. “Estamos fazendo aqui o que a Organização Mundial da Saúde recomenda, que é o isolamento, a recomendação para que as pessoas fiquem dentro de casa. A proteção à vida não é recomendação de esquerda, de direita ou de centro. É uma ação humanitária”, disse Bruno Covas, prefeito de São Paulo. “Estamos na terceira fase da pandemia. Passamos pela prevenção, pela ações de isolamento e agora estamos nos preocupamos com a terceira fase, que é a de explosão de casos e pela quantidade de pessoas que vão precisar de leitos. Embora vejamos muitos políticos preocupados com o artigo da CLT que trata de responsabilização, nossa preocupação aqui é com o artigo 121 do Código Penal e não ser responsabilizado por nenhum homicídio.”

Saúde: Estado de São Paulo registra 10 mortes por coronavírus em 24 horas



Total de vítimas fatais chega a 68; casos confirmados somam 1.223


Agência Brasil 

O Estado de São Paulo registrou nas últimas 24 horas mais dez mortes relacionas ao novo coronavírus, segundo informações do governo do estado. O número significa que a doença mata, em média, uma pessoa a cada duas horas e vinte minutos. Os dados, divulgados hoje (27), são da Secretaria da Saúde do estado.
No total, já são contabilizados 68 óbitos no estado em decorrência da infecção do coronavírus. No último dia 23, o total de mortes era de 30 – o que mostra que o número de óbitos mais do que dobrou em quatro dias no estado.
Das dez mortes contabilizadas hoje, quatro são homens, de 66, 67, 91 e 93 anos; e seis, mulheres (63, 63, 65, 77, 85 e 89 anos). Nove vítimas são da capital paulista e uma, do município de Guarulhos (SP).
Segundo a Secretaria da Saúde, no Estado há 1.223 casos confirmados da doença.

Saúde: Coronavírus: Brasil tem 92 mortes e 3,4 mil casos confirmados



O maior número de casos novos de contaminação ocorreu nas últimas 24h 

Agência Brasil 

Em nova atualização do Ministério da Saúde sobre coronavírus, o número de mortes chegou a 92, contra 77 registradas ontem(26). O resultado significa um aumento de 18% em relação a ontem. Em comparação com o início da semana, quando eram 25 óbitos, o número multiplicou por 3,68 vezes. 
A taxa de letalidade chegou ao máximo da semana, ficando em 2,7%. 
O total de casos confirmados saiu de 2.915 para 3.417 hoje(27). O resultado de hoje marcou um aumento de 80% nos casos em relação ao início da semana, quando foram contabilizadas 1.891 pessoas infectadas.
O número de casos novos foi de 502, atingindo o número mais alto da série histórica. Ontem, o acréscimo foi de 482. Nos dias anteriores, o aumento havia sido menor, ficando na casa entre 232 e 345 casos. 
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Casos novos confirmados de coronavírus no Brasil - Ministério da Saúde
São Paulo acumula 1.233 casos. O estado, epicentro da epidemia no país, é seguido por Rio de Janeiro (493), Ceará (282), Distrito Federal (230), Rio Grande do Sul (195) e Minas Gerais (189). 
Também registram casos Santa Catarina (149), Paraná (119), Bahia (115), Amazonas (89), Pernambuco (56), Goiás (49), Espírito Santo (47), Rio Grande do Norte (28), Mato Grosso do Sul (28), Acre (25), Sergipe (16), Maranhão (13), Pará (13), Alagoas (11), Mato Grosso (11), Roraima (10), Paraíba (nove), Piauí (nove), Tocantins (oito), Rondônia (seis) e Amapá (dois).
No tocante ao perfil das vítimas, 89% tinham acima de 60 anos, 35% eram mulheres e 65% eram homens. Em relação às doenças relacionadas, 47 tinham alguma doença cardíaca, 34 eram diabéticos, 17 apresentavam quadro de pneumonia, e 10 tinham alguma complicação renal.  
O número de internados é de 149 em enfermaria e 186 em Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs). As hospitalizações desde o início dos casos somaram 497, o equivalente a 3,5% das entradas com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). 
Perguntado sobre a confirmação da covid-19 como causa de mortes, o secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, afirmou que os pacientes serão testados. “Às vezes tem que fazer uma vez, duas vezes. Mas o diagnóstico sempre vai ser realizado. Não vai haver subnotificação. O que pode haver é retardo”, comentou.
O secretário de vigilância em saúde, Wanderson de Oliveira, comentou que em algumas situações pode ser difícil fazer a confirmação, especialmente pelo fato do país ainda não contar com testes rápidos.  “Vamos ter resultados de caso no futuro que vamos descobrir que evoluíram a partir de infecção pelo novo coronavírus. Todo óbito passa pela avaliação do comitê de óbito, isso às vezes demora sete ou 10 dias. Enquanto não tivermos testes sorológicos, teremos situação de casos impossíveis de serem classificados”, acrescentou. Os testes sorológicos, ou rápidos, estão dentro dos 22,9 milhões de kits anunciados nesta semana. 
O secretário reiterou a importância de seguir as recomendações de prevenção apresentadas pelo Ministério da Saúde.
“É importante que pessoa evite aglomerações, saindo neste período, para que epidemia possa passar. Isso é período passageiro, não é eterno. Ele será tão curto quanto mais pessoas aderirem às  medidas de proteção”, destacou.

Assista na íntegra


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Aviões voltam a atender a capitais e outras 19 cidades brasileiras

Os voos terão início amanhã (28) e estão previstos até o fim de abril. Segundo a agência reguladora, os voos, com frequências semanais, serão distribuídos assim: 723 voos no Sudeste, 153 na região Nordeste, 155 voos no Sul, 135 no Centro-oeste e 75 voos para a região Norte. Desse total, 483 voos serão operados pela Latam, 405 voos pela Azul e 353 voos pela Gol.

Saiba como está o avanço do coronavírus no Brasil

A avaliação da equipe do Ministério da Saúde é que o avanço do número de casos de coronavírus tem sido abaixo da expectativa, com evolução de 33% a cada dia. A perspectiva para próximo mês é que a epidemia aumente no Brasil, uma vez que o país está no início da curva de crescimento pela qual outras nações já estão passando, como Estados Unidos, Itália e Espanha. 

Covid-19: uso maior da internet requer mais cuidado com segurança

O Comitê Gestor da Internet lançou um guia com dicas para manter um uso seguro da internet. Mensagens diversas, incluindo boatos com curas milagrosas ou novidades, podem ser uma armadilha para implantar um vírus ou um código malicioso no computador ou smartphone do usuário. Acesse aqui.
Um dos perigos são mensagens pedindo informações sobre o usuário, como dados pessoais, financeiros e bancários. Também é o caso de aplicativos e sites que prometem fazer testes online visando atestar se a pessoa está ou não infectada.

Saúde: Entidades alertam para importância do isolamento contra a covid-19



Já a CNI defende o isolamento vertical na indústria


Agência Brasil 

Em nota conjunta divulgada na noite desta sexta-feira (27), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Academia Brasileira de Ciências (ABC), a Comissão Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns - Comissão Arns, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileirade Imprensa (ABI) alertam a população para que fique em casa, respeitando as recomendações da ciência, a fim de evitar a propagação do novo coronavírus (covid-19).
Segundo a nota, as estratégias de isolamento social são fundamentais para conter o crescimento do número de pessoas afetadas e “visam à organização dos serviços de saúde para lidar com esta situação, que, apesar de grave, pode ser bem enfrentada por um sistema de saúde organizado e bem dimensionado”.
Para as entidades, "a hora é de enfrentamento desta pandemia com lucidez, responsabilidade e solidariedade”. A nota é assinada pelos presidentes da CNBB, dom Walmor Oliveira de Azevedo; da SBPC, Ildeu de Castro Moreira; da ABC, Luiz Davidovich; da Comissão Arns, José Carlos Dias; da OAB, Felipe Santa Cruz; e por Paulo Jeronimo de Sousa, da ABI.

Secretários de Saúde

O Conselho dos Secretários Estaduais de Saúde (Conass) divulgou hoje uma carta na qual afirma que “pronunciamentos e orientações conflitantes das autoridades sobre medidas restritivas adotadas no enfrentamento do coronavírus geram intranquilidade e insegurança”.
O texto destaca que cada dia de isolamento social importa assim como cada vida brasileira importa. “Defendemos irrestritamente as medidas sanitárias adotadas pelas unidades federativas do país, pois não se pautam por cores partidárias ou de qualquer outra natureza, e sim por critérios técnicos e científicos observados ao redor do planeta”.
Segundo a nota, quanto mais alto for o pico da doença no Brasil, mais alto será o número de pacientes graves a demandar atendimento médico ao mesmo tempo, e, se a capacidade de leitos for insuficiente, o número de óbitos aumentará.

Isolamento vertical

Também nesta sexta-feira, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) encaminhou ao presidente Jair Bolsonaro e aos presidentes do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, do Senado Federal, Davi Alcolumbre, e da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, uma carta em que propõe isolamento vertical na indústria. Dessa maneira, apenas os grupos considerados de risco ficariam isolados para evitar a covid-19.
Segundo a proposta, cerca de 9,4 milhões de trabalhadores industriais deverão fazer exames rápidos a cada 15 dias. “A evolução de casos da covid-19 na Coreia do Sul e na Alemanha demonstra que, se bem executada, essa é uma estratégia eficiente para promover o achatamento da curva de propagação do vírus, preservar vidas e reduzir a pressão sobre o sistema de saúde”, justifica o presidente da entidade Robson Andrade.  “Ao mesmo tempo, facilita a retomada, ainda que gradual das atividades produtivas”, acrescenta.

Saúde: Governo proíbe temporariamente entrada de estrangeiros no Brasil




Medida vale para quem chegar ao País por aeroportos


Agência Brasil 

O governo federal editou hoje (27) uma portaria para proibir temporariamente a entrada de estrangeiros de todas as nacionalidades que chegarem ao Brasil pelos aeroportos. A medida tem validade de 30 dias. 
O fechamento da fronteira aérea foi feito a partir de recomendações técnicas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em função da pandemia do novo coronavírus (covid-19).  
A regra não será aplicada no caso de brasileiros que retornem ao país, imigrantes que moram no Brasil, parentes diretos de brasileiros e estrangeiros que são membros de órgãos internacionais. A norma também libera a entrada de quem estiver em trânsito para outros países, desde que o passageiro fique somente na sala de trânsito dos aeroportos, além de tripulantes de empresas aéreas. 
Na semana passada, o governo brasileiro tomou a primeira medida para restringir a entrada de estrangeiros.
A nova portaria foi editada pelo ministros da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, da Casa Civil, Braga Neto, da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, e da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. 

quinta-feira, 19 de março de 2020

Internacional: Brasileiros relatam rotina na Itália após coronavírus



Para circular no país, moradores precisam portar autodeclaração


Agencia Brasil 

O café da vizinhança que estava sempre cheio agora não tem duas mesas ocupadas, um quarto das pessoas que estão no supermercado usam máscaras e um vidro separava o atendente da farmácia italiana de Florença da brasileira Analice Baldo, 40 anos, quando ela explicava para Agência Brasil a mudança na sua rotina após o governo da Itália ampliar os cuidados em decorrência da pandemia de coronavírus.
Na última semana, em uma passagem pelo supermercado, Analice viu prateleiras vazias. Entre os itens que mais sentiu falta estavam papel higiênico, molho de tomate, massas e frango. A situação pareceu se normalizar, mas novamente nesta quarta-feira (11) artigos de primeira necessidade estavam em falta.
Ana Carolina, 26 anos, teve que fazer uma quarentena informal na república onde morava em Roma quando teve sintomas de gripe.
Para Mateus, 26 anos, arquiteto, o novo coronavírus afetou um pouco a rotina do escritório: agora a recomendação é que os encontros na hora do café sejam evitados.
Analice, Anna Carolina e Matheus, são brasileiros que vivem em diferentes regiões da Itália e relataram à Agência Brasil um pouco de suas rotinas após a propagação de Covid-19.
No último dia 8, a Itália começou a adotar medidas drásticas para tentar conter o vírus. O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, assinou decretos que estabelecem a necessidade das pessoas portarem uma autorização especial para circular e viajar.
O primeiro-ministro anunciou o fechamento de escolas, ginásios, museus, cinemas, clubes noturnos e outros espaços públicos. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a Itália tem o maior número de casos do novo coronavírus da Europa e é o segundo país com mais casos no mundo, perdendo apenas para a China.
Analice se mudou para a Itália com o marido e os dois filhos, de 4 e 13 anos, em agosto do ano passado. Ela não pretende retornar ao Brasil, sua casa está na Itália e os filhos frequentam a escola daquele país. Está segura da qualidade da saúde pública italiana e entende a urgência das medidas tomadas pelo país, mas diz que toda essa situação a deixou um pouco angustiada.
“Eu entendo perfeitamente as medidas tomadas, o decreto [que proibiu a livre circulação de pessoas], e acato completamente de boa vontade, mas confesso que isso me angustia mais, me deixa mais apreensiva do que o coronavírus em si. Porque tudo está diferente. A cidade está toda diferente. Eu moro numa área residencial, e está tudo diferente, muitos comércios fechados, muitas lojas a cada dia mais e mais fechando. O meu médico - se eu me sinto mal - ele sempre me pede para ir até o consultório. Dessa vez ele fez uma consulta telefônica. Então a gente se sente presa, a mim e aos meus filhos em casa, e mesmo na Itália, porque se nós quisermos sair daqui não pode. Isso sim me deixa bastante apreensiva. Um tanto quanto ansiosa, pensando quando e como isso vai acabar. Eu temo inclusive pela economia italiana porque o impacto é grande".
Anna Carolina Martins, 26 anos, é uma estudante de mestrado brasileira que mora em Roma desde os 17 anos. Segundo ela, sua rotina se resumia em estudar e escrever tese na biblioteca nacional em Roma, onde ia a pé por morar no centro da cidade. Logo que o vírus começou a se alastrar já era possível ver avisos e panfletos sobre como prevenir a difusão de Covid-19. Aos poucos o número de pessoas usando máscaras aumentou.
“Não deixei de fazer as minhas atividades e, sinceramente, não imaginava que a situação chegaria a este ponto. Há uma semana a situação começou a ficar mais preocupante. A biblioteca esvaziou e os espaços foram delimitados, você só poderia se sentar com um metro de distância das pessoas. Tudo esvaziou. As pessoas começaram a ficar com muito medo, a brigar na rua.”
Carol, como é conhecida, chegou a pegar um resfriado e ter febre, como mora em uma casa com outras cinco mulheres, ficou afastada. “Me isolaram no meu quarto. Procuramos máscaras e tudo tinha acabado. Então, só uma [pessoa] entrava em contato comigo e me preparava algo para comer. E fizemos assim até melhorar."
“Achei que as coisas iriam se acalmar, mas ao invés disso, logo depois, foram tomadas essas medidas mais sérias. Com o decreto, agora ninguém mais pode sair de casa tá tudo proibido. Você só pode sair com essa autocertificação. Você baixa o formulário pela internet e tem que provar que você está saindo de casa pelos motivos previstos pela lei, situação de necessidade, de trabalho, e de saúde. Se não for nenhum desses motivos e alguém te perguntar o porquê você saiu, se você não tiver dizendo a verdade ou não tivesse autorização, você ganha uma multa. Eu estava muito assustada, as pessoas estão muito muito assustadas, agora tá todo mundo dentro de casa ninguém, na Itália inteira, pode sair a não ser que seja por motivos extremamente necessários.”
A estudante resolveu antecipar o retorno para o Brasil, que já estava previsto. Até a formatura, que ocorreria em março, foi adiada e será realizada apenas online. “Não está nada confortável. Estou com medo que isso chegue ao Brasil também. Aqui as previsões dizem que atingiu o mundo inteiro e não é tão perigoso, tão mortal. Porém ele se difunde com uma velocidade muito rápida. A epidemia tem que acabar porque está ganhando uma proporção muito grande.”
Dentre os problemas provocados, a estudante destaca os prejuízos na economia. “As lojas não ficam abertas após as 18h e todos os pubs estão fechados. Muitos negócios tiveram que ser fechados. Eu iria me formar agora dia 23 de março mas a minha formatura foi cancelada e eles colocaram para o dia 30 de abril e vai ser online porque ninguém vai poder se reunir. A previsão é que a situação melhore apenas bem lá bem para frente”.
Matheus Bastos, 26 anos, é arquiteto e mora em uma cidade de cerca de dez mil pessoas próxima a Gênova. Sua rotina é pacata. Passa o dia no trabalho e retorna para casa no fim do expediente. Por morar sozinho e não conviver com idosos continua trabalhando normalmente. E mesmo fora dos grandes centros, com um dia a dia de poucos eventos sociais, sem utilizar transporte público (se locomove de bicicleta), percebeu mudanças no comportamento das pessoas.
“A mudança é no próprio ambiente do escritório. Antigamente as pessoas procuravam se encontrar e conversar às 11h ou às 17h da tarde no café, e hoje em dia você vê claramente, inclusive foi discutido e avisado para todos os funcionários, que deve-se evitar qualquer tipo de aglomeração. Não se deve frequentar locais com mais três pessoas ao mesmo tempo."
Apesar da pandemia, o arquiteto se sente seguro no país e não pretende voltar ao Brasil. "Todas essas circunstâncias me deixam bastante tranquilo, de que por mais que seja uma doença bastante séria, eu acredito que essa onda de infecção vai passar e as coisas vão voltar à normalidade. Então não é preciso tomar nenhuma medida tão drástica assim.”