Para Santiago, a vida não poderia ser encarada com algo ruim, mas alegre
Astrogildo Magno
Santiago adorava as festas de final de ano. O clima de
alegria que tomava conta do coração das pessoas. A euforia no interior das
lojas, na busca pelo presente para entregar a alguém amado. E, claro, as filas
nos aeroportos e terminais rodoviários. Para ele, é nesta época do ano que as
pessoas olham para dentro de si e percebem que o tempo está passando
rapidamente e não há mais argumentos para não investir em projetos novos.
Em sua casa, a mesa farta era motivo para reunião da família
e parentes para celebrar mais um ano de vida. Afinal de contas, quantas pessoas
começam essa jornada de 12 meses e não conseguem chegar ao fim. Alguns são
surpreendidos num acidente de carro ou de avião, ou mesmo de bala perdida
quando residem em bairros próximos das zonas de conflitos envolvendo o crime organizado.
Para Santiago, a vida não poderia ser encarada como algo
ruim, mas alegre. Pois a luta do ser humano começa quando ele respira pela
primeira vez ao sair da barriga da mãe. Todos estão em condições para desempenhar
essa jornada. Mesmo aqueles nascidos em berços sem muito dinheiro. O ar que todos
respiram não apresenta diferença. Mesmo deitado no leito do hospital, Santiago
estava contente, iria iniciar a viagem final, com as suas mãos entrelaçadas com
o seu grande amor....
Astrogildo Magno é cronista
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