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quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Variedades: O que o cinema pode nos ensinar sobre a feminilidade

 

Psicanalista e escritora Malvine Zalcberg mapeia a construção de identidade entre mães e filhas


Redação/Hourpress

Divulgação

O cinema e a psicanálise nasceram juntos, no século 19. Alfred Hitchcock ocupou perfeitamente esse espaço, ao aplicar a psicanálise às suas produções. A partir deste mesmo referencial, a psicanalista e escritora Malvine Zalcberg analisa a construção de identidade entre mães e filhas em De menina a mulher: cenas da elaboração da feminilidade no cinema e na psicanálise.

Em 352 páginas, a doutora em Psicanálise se utiliza dos enredos dos filmes – muitos oriundos da literatura autobiográfica e das ficções – para transitar sobre as questões que envolvem o referencial da figura da mãe na construção da identidade feminina. Razão e Sensibilidade, Melancolia, Animais Noturnos e De Olhos Bem Fechados estão entre as produções que emprestam nomes - para titular os capítulos – e histórias à abordagem psicanalítica de Malvine.

“Meu amor, seremos apenas um, isto é... eu”: esse trecho, extraído
do filme Manhattan (1979), de Woody Allen, é uma ilustração,
estranha e inquietante, do jogo narcísico da relação passional podendo
ser aplicado frequentemente à relação mãe-filha. O objeto,
tornado único e insubstituível, é convidado, por sua própria idealização,
a desaparecer enquanto outro – isto é, o ser amado, porque
único, é convidado a permanecer colado ao seu criador, para que
este possa apreciar sua obra. (De menina a mulher, p. 97)

Em torno da pergunta “O que é ser mulher?”, a psicanalista mostra os delicados fios que se desenvolvem para tecer a estruturação psíquica feminina. Ela analisa os aspectos envolvidos na criação de uma identidade própria que cabe a cada mulher conquistar, já que mais do que ‘nascer mulher, ela torna-se’. Para tanto, desde pequena a menina depende, em grande parte, dos recursos psíquicos dotados pela mãe, influenciada também pela forma como esta lida com a própria feminilidade.

Lançado também em francês, De menina a mulher nasce do desejo da autora – convencida da importância de transmitir as contribuições da psicanálise ao grande público - de trazer uma abordagem não sobre as mulheres, mas para elas, nesse caminho delicado, complexo e enigmático no relacionamento de mãe e filha. Enquanto elas terão respostas, os homens encontrarão perguntas que os farão rever conceitos e crescerem em humanidade.

 Ficha Técnica 

Título: De menina a mulher: cenas da elaboração da feminilidade no cinema e na psicanálise 
Autor: Malvine Zalcberg
Editora: Edições de Janeiro
ISBN:  978-85-9473-032-9 
Páginas: 352
Formato: 14x21 
Preço: R$ 85,00 
Link de venda: Amazon

 Sinopse: O livro apresenta um estudo sobre a formação da feminilidade a partir da relação mãe x filha analisada através das lentes de filmes de variadas épocas. "O grande amor que uma menininha devota à sua mãe é, sem dúvida, genuíno mas não desinteressado. A menina ama sua mãe porque precisa dela – como o menino – para crescer. Mas, a menina também ama sua mãe porque precisa dela – e, nisto difere do menino – para conquistar sua identidade feminina. A mulher depende, assim, em grande parte, dos recursos psíquicos com os quais a mãe – a primeira – a dota, abrindo o caminho, em seguida, para outras aquisições formadoras de sua identidade feminina. Resta esperar que esta (a mãe) saiba como fazê-lo.”

Malvine Zalcberg é psicóloga, psicanalista e doutora em Psicanálise. Ao longo de 26 anos de atividades acadêmicas, ocupou cargos como Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (atualmente afastada) e Coordenadora do Curso de Pós-graduação lato senso em Psicanálise do Instituto de Psicologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), além de chefe do Serviço de Terapia de Família no Serviço de Psiquiatria do Hospital Universitário Pedro Ernesto. 

Veículos: Fiat inicia vendas do Novo 500 elétrico na Itália

 

Mais de 40 concessionários em toda a Itália estiveram envolvidos na iniciativa para chegar ao Novo 500


Luís Alberto Alves/Hourpress

Divulgação
 Para abrir os pedidos pelo Novo 500 “la Prima”, o presidente global do Brand Fiat, Olivier François, mostra em vídeo como foi o primeiro test drive do modelo
- Ícone da marca terá um tour por cerca de 40 paradas para apresentação na Itália, com passagem programada também por França e Alemanha em setembro
- Modelo emblemático da Fiat em sua terceira geração será lançado no Brasil em 2021

Para realmente entender a alma de um carro, é necessário dirigi-lo. E para apresentar todas as sensações de como é estar a bordo do Novo Fiat 500, Olivier François, presidente global do Brand Fiat, protagoniza um vídeo do primeiro test drive do ícone italiano em sua versão “la Prima”, que começou a ser vendida na Itália. O filme apresenta em detalhes como é estar dentro do carro urbano da FCA com zero emissões de CO2, num tour por locais simbólicos de Turim que fizeram a história da marca.

“Normalmente, colocamos um carro novo na estrada pela primeira vez com as câmeras desligadas. Mas, para o Novo 500, decidi levá-lo comigo! É um momento muito especial mesmo, um pouco mágico. Uma 'visão' se tornando realidade de todo o trabalho em equipe que desenvolvemos. Para falar a verdade, também é um momento muito desafiador”, disse Olivier François.

Mirafiori: o início de tudo

A emocionante viagem começa na fábrica de Mirafiori, onde os carros da Fiat são fabricados há 81 anos. Inaugurada em 1939, a planta de Turim marcou o início da produção moderna da Fiat e ainda é uma das fábricas automotivas europeias mais antigas em atividade. Um novo capítulo começa agora com a produção da terceira geração do Fiat 500.

Cerca de 1.200 pessoas vão trabalhar exclusivamente na fabricação do modelo. A capacidade de produção será de 80 mil unidades por ano, que poderá aumentar conforme a demanda. No total – entre custos de design, desenvolvimento e engenharia e a construção da linha de produção – o investimento representa um valor de mais de 700 milhões de euros. 

O destino seguinte do test drive a bordo do Novo 500 foi em Lingotto, a antiga fábrica da Fiat com uma pista no teto, local dos testes de qualidade do hatch antes do embarque dos carros. Convertido em museu, o espaço abriga a Pinacoteca Agnelli. No quarto andar encontra-se a “Casa Virtual 500”, uma exposição online que mostra ao público como estará a Casa 500 na primavera de 2021.

A viagem

A viagem de Olivier François a bordo do 500 elétrico continua ao longo das avenidas da cidade e termina no Monte dei Cappuccini, perto do centro da cidade, na margem direita do rio Pó, com suas vistas deslumbrantes do local e dos Alpes. Um lugar incrível para admirar o céu azul. “Desde o fim do isolamento social na Europa, todos aprendemos a valorizar ainda mais a vida ao ar livre e a preciosidade do ambiente ao nosso redor”, continuou o executivo. “Preservar o meio ambiente também depende de nós”.

Confira no link a seguir o filme completo do primeiro test drive do Novo 500:

 

O Fiat 500

O 500 elétrico é bonito, inovador e tecnológico, que vai ao encontro das necessidades dos clientes que desejam conduzir o automóvel do futuro, com todo o bom gosto e elegância italianos. O Novo 500 apresenta um sofisticado teto solar panorâmico de vidro: uma verdadeira "janela para o céu", para iluminar o interior do automóvel, melhorando o conforto durante a condução e o bem-estar a bordo.

Além do teto solar panorâmico, a traseira do Novo 500 “la Prima” se destaca por sua porta traseira, agora mais pronunciada, para melhorar a eficiência aerodinâmica. O modelo está disponível em três pinturas exclusivas, inspiradas nos elementos fundamentais da natureza: Ocean Green (perolado), que lembra o mar; Cinza Mineral (metálico), para a Terra; e Celestial Blue (três camadas), para o céu. Tudo decorado com faróis Full LED, rodas de 17 polegadas, inserções cromadas nas janelas e painéis laterais, além de forro em couro ecológico, que também envolve o painel e os bancos.

O 500 elétrico é equipado com o inovador Sistemas de Assistência Avançado ao Motorista (ADAS) e inclui controle de cruzeiro adaptativo (iACC, Intelligent Adaptive Cruise Control), para frear ou acelerar em resposta a qualquer obstáculo que encontre; Centralização da faixa, para manter o veículo no centro da faixa, desde que as marcações sejam detectadas corretamente; Intelligent Speed Assist, que lê os limites de velocidade detectáveis e recomenda aplicá-los; Urban Blind Spot, usando sensores ultrassônicos para monitorar pontos cegos e alertar o motorista com uma luz de aviso triangular caso outro veículo se aproxime; Attention Assist, que emite avisos no visor, recomendando que o condutor pare e faça uma pausa quando estiver cansado; e sensores 360°, proporcionando uma visão de drone para auxiliar o motorista ao estacionar o carro ou realizar manobras complexas.

O Novo 500 “la Prima” é o primeiro carro em seu segmento a apresentar direção autônoma de nível 2 e dispõe do novo sistema de infoentretenimento UConnect 5: Display TFT de 7”, tela sensível ao toque de 10,25”, rádio DAB, Apple CarPlay e Android Auto com espelhamento sem fio, e Uconnect Box pré-instalado como padrão para fornecer um conjunto de serviços Uconnect inovadores.

Carregamento

Mas é a autonomia e o tempo de carregamento reduzido que fazem a diferença: as baterias de íon-lítio com capacidade de 42 kWh garantem até 320 km no ciclo combinado WLTP e até 458 km no ciclo urbano. Para otimizar o tempo de recarga, o Novo 500 “la Prima” inclui sistema de carga rápida em corrente contínua de até 85 kW, para recarregar a bateria muito rapidamente. Dessa maneira, são necessários apenas 5 minutos – o mesmo que beber um café – para gerar uma reserva de energia suficiente para viajar 50 quilômetros dentro da cidade, mais do que o necessário para o uso diário médio. E a carga rápida também pode reabastecer a bateria em 80% em apenas 35 minutos.

Portanto, o 500 elétrico se consagra como uma verdadeira concentração de estilo e tecnologia, feito para os fãs de beleza, criatividade e inovação. Assim como nas gerações anteriores, as estatísticas comprovam que o novo modelo totalmente elétrico é mais uma estrela internacional.

Sucesso na Itália

Na Itália, em julho e agosto, o Novo 500 “la Prima” cabrio – cuja versão numerada se esgotou imediatamente na fase de reserva – estrelou o “Tour AntePrima”, uma série de eventos em concessionárias Fiat com uma apresentação para clientes que já haviam feito uma pré-reserva.

Mais de 40 concessionários em toda a Itália estiveram envolvidos na iniciativa para chegar do Novo 500 e mergulhar em todos os seus detalhes. Cada dia terminava com um evento noturno apenas para convidados. Inúmeros fãs e interessados fizeram do tour da concessionária um sucesso, tanto que a iniciativa foi estendida ao mercado alemão e francês no dia 17 de agosto, com a inauguração de três “Casa 500” na França.

 
 
 
Trecho do Filme "The Day of La Prima"
Trecho do Filme "The Day of La Prima"
Trecho do Filme "The Day of La Prima"
Trecho do Filme "The Day of La Prima"

Internacional: Furacão Laura deixa 4 mortos em Louisiana, nos Estados Unidos

 

Os danos, no entanto, são menores do que o previsto inicialmente


Agência Brasil 

Reuters

O furacão Laura chegou a Louisiana, nesta quinta-feira (27), destruindo edifícios em cidades pequenas do extremo sudoeste do estado norte-americano e matando quatro pessoas atingidas por quedas de árvores sobre suas casas, informaram autoridades. Os danos provocados até agora, no entanto, são menores do que os meteorologistas haviam previsto.

Uma adolescente de 14 anos de Leesvile, que morreu quando uma árvore caiu sobre sua casa, foi uma das vítimas do furacão, disse uma porta-voz do governador John Bel Edwards.

Posteriormente o governador disse, em uma entrevista coletiva, que mais três pessoas morreram quando suas casas também foram atingidas por árvores.

Uma usina química pegou fogo, após a passagem do Laura por Westlake, situada 6,4 quilômetros a oeste de Lake Charles, em Louisiana, lançando uma coluna de fumaça negra e espessa no céu da paisagem assolada por ventos perto da rodovia interestadual 10.

Nuvens de fumaça sobem para o céu a partir de um incêndio em uma fábrica de produtos químicos em uma área danificada depois que o furacão Laura passou por Lake Charles, Louisiana, EUA, 27 de agosto de 2020. REUTERS / Elijah Nouvelage
Fábrica de produtos químicos pegou fogo em Lake Charles, Louisiana - REUTERS / Elijah Nouvelage

Edwards orientou os moradores da área a se abrigarem, fechar portas e janelas e desligar aparelhos de ar condicionado. O tráfego foi interrompido na rodovia interestadual e na rodovia 90.

"Fiquem em casa e aguardem orientações adicionais das autoridades locais", tuitou Edwards.

Moradores de Lake Charles ouviram os ventos do Laura uivando e o som de vidro partido à medida que a tempestade atravessava a cidade de 78 mil habitantes, com ventos de 137 quilômetros por hora (km/h) e rajadas de 206 km/h, uma hora após a chegada do furacão ao continente.

Tropas da Guarda Nacional retiraram destroços de estradas de Lake Charles na manhã desta quinta-feira. Havia linhas de transmissão caídas nas ruas ao redor da cidade, e os ventos viraram alguns caminhões semirreboque.

Na pequena cidade de Starks, cerca de 40 quilômetros ao noroeste de Lake Charles, pinheiros espalhados por estradas e casas eram o maior desafio para a limpeza local.

Um homem passa por cabos elétricos caídos para chegar à sua residência após o furacão Laura em Sulphur, Louisiana, EUA, 27 de agosto de 2020. REUTERS / Adrees Latif
Cabos elétricos caídos em Sulphur - REUTERS / Adrees Latif

Categoria

De acordo com o Centro Nacional de Furacões (NHC), o Laura tocou o solo pouco antes da 1h, como uma tempestade de categoria 4, com ventos de 240 km/h na pequena cidade de Cameron, em Louisiana.

Ele regrediu rapidamente para uma tempestade de categoria 1 na manhã desta quinta-feira, com ventos contínuos máximos de 120 km/h, e desde então se tornou uma tempestades tropical.

O NHC alertou para uma elevação persistente do nível das águas ao longo da Costa do Golfo dos EUA enquanto o Laura estiver rumando para o Norte e o Nordeste.

Pete Gaynor, administrador da Agência Federal de Gerenciamento de Emergências (Fema), disse à rede Fox News que a agência fará avaliações de danos de tempestade nesta quinta-feira e que tem recursos para reagir à tempestade agora, acrescentando que espera ver danos consideráveis dos ventos e estragos em edifícios.

Uma vista de linhas de transmissão danificadas após o furacão Laura passar por Starks, Louisiana, EUA, 27 de agosto de 2020. REUTERS / Ernest Scheyder
Linhas de transmissão danificadas em Starks, Louisiana - REUTERS / Ernest Scheyder

Política: Câmara aprova ajuda de R$ 4 bilhões para empresas de ônibus e metrô na pandemia

 

Auxílio será repassado pela União aos municípios com mais de 200 mil habitantes


Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

Arquivo

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (26) proposta que prevê o repasse de R$ 4 bilhões da União aos municípios com mais de 200 mil habitantes e também aos estados e ao Distrito Federal para garantir o serviço de transporte público coletivo de passageiros em razão da pandemia de Covid-19. O texto seguirá para análise do Senado.

O Projeto de Lei 3364/20, do deputado Fabio Schiochet (PSL-SC), foi aprovado na forma do substitutivo apresentado pelo relator, deputado Hildo Rocha (MDB-MA). Conforme o relator, além das empresas privadas, poderão receber recursos as empresas públicas ou de economia mista que realizem o serviço de transporte, como empresas de metrô.

Todos os interessados deverão assinar termo de adesão e seguir suas condições para poder receber o dinheiro federal. No caso das empresas públicas ou de economia mista, o repasse será proporcional ao número de passageiros transportados em relação ao total transportado sob a gestão do ente (município ou estado).

O socorro deve-se à queda de renda das empresas de transporte público urbano ou semiurbano devido às medidas de combate ao novo coronavírus, como isolamento social e fechamento de indústrias e comércio.

Compromissos
No termo de adesão, deverão constar vários compromissos, como o de rever os contratos de transporte até 31 de dezembro de 2021. O ente federado deverá ainda adotar instrumentos para priorizar o transporte coletivo, como faixas de pedestres, ciclovias e sinalização.

O termo de adesão também deverá conter os critérios para repartição dos recursos entre os operadores de transporte; as diretrizes para substituição gradual de combustíveis fósseis por renováveis; e a proibição de concessão de novas gratuidades nas tarifas sem a contraprestação do governo ou a permissão para o operador do serviço obter receitas acessórias a fim de não aumentar a tarifa dos usuários pagantes.

O texto determina que a revisão dos contratos de transporte público deverá tratar de aspectos como o aumento de receitas, a redução de custos, a otimização da rede de transportes e outros mecanismos para reequilibrar os contratos. Todas essas medidas devem somar o mesmo tanto recebido do governo federal, exceto se comprovadamente for inviável.

Melhorias tecnológicas
A revisão contratual terá também de incentivar a adoção de bilhetagem eletrônica e outras melhorias tecnológicas; prever níveis mínimos de qualidade cujo desrespeito leve à perda do contrato; uso de sistema que permita a auditoria de bilhetagem e o monitoramento dos veículos por GPS; auditoria independente dos balanços a partir de 2021; e mecanismos que garantam a promoção da transparência, principalmente quanto à tarifa de remuneração da prestação do serviço.

Durante o período do estado de calamidade pública em razão da Covid-19, o operador do transporte coletivo deverá manter a quantidade de empregados igual ou maior que a existente em 31 de julho último.

Se a revisão de contrato não for feita até 31 de dezembro de 2021, o ente federado estará sujeito à suspensão das transferências voluntárias de recursos pela União para ações nas áreas de transportes ou mobilidade urbana; e poderá ser impedido de obter aval da União para empréstimos relacionados ao setor ou mesmo empréstimos e financiamentos em bancos federais.

O contrato surgido da revisão contratual poderá ter vigência máxima de 15 anos, sem prorrogação. A exceção é para trens e metrôs, cujos contratos poderão ser prorrogados se a vigência dos atuais vencer em até dez anos contados da publicação da futura lei e se o novo prazo durar até mais 30 anos, contados também da publicação da lei.

Ordem de prioridade
Após estados e municípios receberem os recursos, eles somente poderão ser transferidos às empresas de transporte em etapas, conforme o cumprimento dos requisitos do termo de adesão.

Nesse sentido, o dinheiro deve seguir uma ordem de uso prioritário a fim de adequar o serviço aos parâmetros sanitários exigidos:

  • compra de bens para a prestação do serviço, desde que reversíveis (voltam ao governo após o fim do contrato);
  • compra antecipada de bilhetes para programas sociais do governo federal existentes ou que venham a ser criados durante o estado de calamidade pública;
  • contratação de serviços de transporte para pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida em veículos adaptados.

Caso os bens comprados sejam veículos, estes deverão ser novos ou com cinco anos de uso no máximo. Finalidades diferentes serão admitidas se o ente federado justificar como necessárias para reequilibrar os contratos.

Pelo texto de Hildo Rocha, as empresas beneficiadas com a ajuda federal não poderão pagar juros sobre capital próprio e distribuir lucros aos acionistas até 31 de dezembro de 2021.

Critérios de rateio
Do total de R$ 4 bilhões, 30% (R$ 1,2 bilhão) ficarão com os estados e o Distrito Federal e 70% (R$ 2,8 bilhões) com os municípios.

O rateio entre estados e DF será proporcional à população residente em regiões metropolitanas, regiões integradas de desenvolvimento ou aglomerações urbanas que incluam ao menos um município com mais de 200 mil habitantes, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entre os municípios aptos, a distribuição será conforme tabela anexa ao texto aprovado.

O prazo para os entes federados assinarem o termo de adesão será até 10 de dezembro de 2020. Entretanto, a parcela reservada a estados ou municípios que não tenham aderido será redistribuída entre os que aderiram, mantida a proporcionalidade prevista.

Assim, caso algum estado não aceitar o termo de adesão, os recursos que caberiam a ele serão redistribuídos aos demais. Se um município não aderir, os recursos ficarão com o respectivo estado.

Se a região metropolitana possuir uma entidade de natureza multifederativa responsável pela gestão do sistema de transporte público, ela poderá ficar com o montante total dos municípios envolvidos que aceitarem a centralização. Essas entidades são consórcios de municípios destinados a gerenciar o sistema que envolve cidades com áreas urbanas muito próximas.

Reservas monetárias
O substitutivo de Rocha determina o uso de recursos do extinto Fundo das Reservas Monetárias para financiar as revisões contratuais. Esse fundo foi extinto pela Medida Provisória 909/19, convertida na Lei 14.007/20, e estava inativo com saldo de R$ 9 bilhões.

No texto aprovado pelo Congresso para a MP 909, o dinheiro seria transferido a estados e municípios para ajudar no combate à pandemia, mas o presidente Jair Bolsonaro vetou esse trecho. A MP original destinava o dinheiro ao pagamento da dívida pública.

Sem aumento
O texto proíbe, aos entes federados que receberem recursos por meio da lei, aumentarem as tarifas do serviço de transporte coletivo público de passageiros, urbano ou semiurbano durante o estado de calamidade pública em razão da Covid-19.

Estados, Distrito Federal e municípios deverão prestar contas ao Tribunal de Contas da União (TCU) dos recursos recebidos. O governo federal deverá divulgar, em portal de transparência específico, os valores remetidos a cada ente que aderir ao programa.

Isenção de taxas
Outro benefício criado pelo substitutivo é a isenção da taxa de fiscalização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) devida por empresas de transporte rodoviário coletivo interestadual e internacional de passageiros. Essa taxa é de R$ 1,8 mil ao ano por ônibus registrado na ANTT.

A isenção será proporcional à quantidade de meses de vigência do estado de calamidade (1/12 a menos para cada mês).

Embora vise à atual pandemia, o texto incluiu outras situações em que a redução da taxa será aplicada, como grandes catástrofes, epidemias e calamidades e situações de emergência “que tragam risco à saúde coletiva e à segurança pública, com impacto relevante na rotina econômica”.

Debates em Plenário
O texto recebeu elogios e críticas durante a votação em Plenário. “É um tema que atinge milhões de brasileiros, pois se trata de um serviço essencial, e a pandemia está desnudando um modelo de gestão que já não se sustenta”, disse o deputado Gustavo Fruet (PDT-PR).

“O financiamento do transporte público exige solução estrutural, não de emergência e a fundo perdido”, criticou a deputada Luiza Erundina (Psol-SP).



Política: Proposta corta pela metade alíquota de contribuição ao INSS durante pandemia

 

A redução prevista é voltada tanto para os segurados obrigatórios (como empregados de empresas e domésticos)


Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

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O Projeto de Lei 3695/20 reduz pela metade as alíquotas de contribuição dos segurados ao Regime Geral de Previdência Social (RGPS) até 31 de dezembro de 2020, data final do período de calamidade pública reconhecido pelo Congresso Nacional em decorrência da pandemia de coronavírus.

O texto, que tramita na Câmara dos Deputados, é de autoria do deputado Capitão Alberto Neto (Republicanos-AM).

A redução prevista é voltada tanto para os segurados obrigatórios (como empregados de empresas e domésticos) como os facultativos. O benefício será automaticamente mantido em caso de prorrogação do período de calamidade pública.

“A redução da contribuição previdenciária a cargo da empresa é um estímulo à manutenção dos empregos, assim como a redução da contribuição do trabalhador é um estímulo para a economia, pois gera para ele um salário líquido maior, cuja sobra converter-se-á em consumo”, disse o deputado.

Alberto Neto estima que a redução da alíquota provocará um impacto orçamentário da ordem de R$ 88,4 bilhões até o final do ano.

Saiba mais sobre a tramitação de projetos de lei

 

Artigo: Será que agora entenderemos a importância do sono?

 

Segundo alguns analistas, esse mercado deve atingir mais de US$100 bilhões até 2023


*Rafael Moura
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A vida nas cidades passou por inúmeras transformações ao longo da história. Nos últimos anos, passamos a assistir as construtoras investindo em apartamentos cada vez menores, com até 60m² e batendo recordes em locais compactos. O menor apartamento do País mede 9,8m² e está localizado em Curitiba. Esse movimento, aconteceu devido a diminuição de membros da família média e também, por conta da correria do dia a dia, que transformou os lares em dormitórios para um descanso rápido, após um dia corrido dentro de qualquer metrópole.

E isso estamos falando apenas nas mudanças das cidades. Além das mudanças de infraestrutura, com os dias cada vez mais apertados, problemas relacionados a saúde mental e ao sono também se tornaram mais comuns. A insônia, por exemplo, já é um dos principais problemas da sociedade e segundo a Associação Brasileira do Sono (ABS), ela afeta mais de 73 mil pessoas no país.

Uma noite mal dormida pode acarretar outros tipos de sintomas, como ansiedade, estresse, indisposição e dificuldades em focar nas atividades do dia ou ainda, de relacionar-se com outras pessoas. Porém, por mais comum que estes problemas pareçam, a relação deles com o sono passou a ser mais discutida durante o período que atravessamos no Brasil.

A pandemia do novo coronavírus traz novamente a importância dos nossos lares à tona. Além disso, o cuidado com aspectos psicológicos também foi pautado pelos grandes veículos de imprensa. Notamos como a nossa rotina afeta diretamente o sono e aprendemos que dormir bem traz benefícios para a saúde e para o bem estar.

Será que agora entenderemos a importância do sono? O levantamento "Será que os brasileiros estão mais sonolentos na quarentena?" mostra que 50% dos brasileiros afirmaram estar mais preguiçosos durante a pandemia e ainda, 46% dos respondentes avaliaram que a qualidade de vida deles piorou neste período.

Uma hipótese é que um dado esteja relacionado ao outro. Embora a população do mundo todo esteja atravessando uma crise que trouxe adversidades, para o mercado, economia, ciência e saúde pública, faço um convite para que cada leitor busque mais cuidados com a saúde mental e a do sono, procurar rotinas que ofereça momentos de relaxamento e de descontração.

Pensando em um momento pós pandêmico, acredito que a indústria do sono deverá alavancar. Segundo alguns analistas, esse mercado deve atingir mais de US$100 bilhões até 2023, mas a crise deve fazer subir ainda mais esse valor, devido a mudança no consumidor e o interesse da população por artigos e produtos voltados ao sono e ao relaxamento.

Não é a toa que, assim como outro setores, o do sono também ganhou um impulso nas novas soluções para dormir melhor, com uma população de cerca de 80% que afirma ter problemas na hora de dormir (ABS), às empresas de olho nesse público ficaram ainda mais esperançosas.

Nos Estados Unidos, a indústria já movimenta cerca de US$ 40 bilhões. Entre as principais frentes de negócio no que se diz respeito a produto estão melhorias para o quarto, mudança na rotina, novos medicamentos e produtos alternativos, como por exemplo, os florais. Alguns exemplos são os umidificadores, controladores de som, iluminação e temperatura, produtos para o banho, travesseiros, colchões especiais e tecnologias em produtos e aplicativos que monitoram sono.

Saber que a má qualidade do sono afeta aspectos cognitivos, emocionais e psicológicos, nos traz ainda mais responsabilidade para toda essa indústria que tem como propósito melhorar a vida dos brasileiros. Aprendemos que permanecer no mercado é então nosso principal desafio durante uma crise, mas também temos a certeza que elas não são capazes de atrapalhar nossos melhores sonhos. É preciso também repensar nossas ações e anseios e traçar novos desafios, para que nossa saúde e bem estar não entrem em colapso.

*Rafael Moura é fundador e CEO da I wanna sleep, Retail Tech focada em sono e relaxamento.
 

Economia: Impacto da pandemia é maior em pequenas empresas

 

Levantamento confirma dificuldades do setor


Luís Alberto Alves/Hourpress

Arquivo/Hourpress

Um estudo recente do Sebrae, em parceria com a Fundação Getúlio Vargas, fez um raio x da situação das pequenas empresas afetadas pela crise econômica. A 5ª edição da Pesquisa “O impacto da pandemia de coronavírus nos pequenos negócios” analisou a situação de 6.470 estabelecimentos, entre Microempreendedores Individuais (MEI), Microempresas e Empresas de Pequeno Porte. 84% dessas empresas tiveram seu faturamento reduzido no período; 40% delas têm pagamentos atrasados e, para se adaptar ao momento, 59% mudaram sua forma de atuação.

Considerando a importância dos pequenos negócios e conhecendo profundamente o comportamento financeiro dessas empresas, para ter uma avaliação prática e estratégica das principais dificuldades das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) no período, a Celero, startup paranaense que domina a automação financeira no País, através de um software exclusivo, analisou o perfil e as mudanças de inúmeras empresas cadastradas, e constatou que, em algumas situações, as dificuldades financeiras são ainda maiores do que o revelado pelo levantamento do Sebrae.

A startup comparou o valor das dívidas acumuladas por 20% das empresas analisadas, e concluiu que o impacto financeiro no caixa das organizações foi avassalador. As dívidas acumuladas cresceram onze vezes na comparação entre os meses de março e julho de 2019 e o mesmo período de 2020.

A pesquisa da Celero aponta outras dificuldades que as PMEs enfrentam. De acordo com os índices, as contas pagas depois do vencimento aumentaram 259% no período analisado. O prazo para quitação dessas dívidas também aumentou, enquanto em 2019 a média de pagamento em atraso era de 3 dias, neste ano, passou para 7 dias. Em casos extremos, envolvendo setores como o de turismo e eventos, os atrasos dos pagamentos de contas chegaram a 45 dias. Inclusive, muitas dessas empresas não têm previsão para a quitação, ou seja, atualmente não reúnem condições de saldar seus compromissos financeiros.

Parte desse reflexo é o efeito cascata da inadimplência de seus credores. Entre as PMEs analisadas, o termo receitas “não recebidas” teve um impacto importante, com aumento de 230% em relação ao mesmo período do ano anterior. A pesquisa confirma que muitos desses empreendedores não conseguiram encontrar alternativas para se orientar na crise e retomar a lucratividade. Diante da falta de perspectivas de alguns setores para a adimplência, esse efeito dominó impacta toda a cadeia, tornando o cenário ainda mais preocupante.

Atualmente, no Brasil, aproximadamente 88% dos CNPJS são PMEs, responsáveis por um fluxo significativo na geração de renda e emprego, fatores extremamente relevantes para a recuperação do País. “Ocorre, porém, que essas empresas são as menos qualificadas e profissionalizadas no quesito gestão. Estima-se que 85% desses empreendedores não saibam a importância da gestão financeira que, naturalmente, não é só pagar contas. Entre as PMEs que fecham as portas, 6 em cada 10 alegam desconhecer os problemas de gestão”, ressalta João Tosin, CEO da Celero.

Mas, não saber como administrar esses resultados através de ajustes financeiros e de gestão é dúvida frequente no setor. O especialista em Finanças, Auditoria e Controladoria, João Augusto Betenheuzer, CFO da Celero, avalia que a pandemia agravou essa deficiência em muitas PMES, porém, já sofrem com impactos negativos da administração falha há muito mais tempo. “Muitos gestores, dessas PMEs, têm dificuldades de assimilar os aspectos da burocracia, e não sabem como driblar esse quesito. Além disso, o desconhecimento das rotinas financeiras e tributárias são fatores adicionais para dificultar a gestão” relata Betenheuzer.

No Brasil, as dificuldades atingem todos os setores, e a reação diante da crise e, também, das complexidades que envolvem o empreendedorismo, são regularmente voltadas à gestão estratégica. “Conhecer o segmento em que atua; entender quanto é o custo operacional da empresa; estar atento às medidas governamentais ou de mercado, que possam desafogar o negócio e, além disso, ter foco para acompanhamento diário, são as principais regras para o gerenciamento de qualquer negócio”, explica o especialista.

O planejamento para enfrentar a atual situação e ter resultado durante e no pós-crise, exige medidas desde já. Não é possível esperar e, muito menos, agir sem planejar.

Como nasceu a Celero?

A Celero foi lançada oficialmente em 2016, mas está no mercado desde 2014, iniciando sua trajetória como uma consultoria financeira chamada J2 Consulting. Com a disciplina e trabalho que qualquer empreendimento exige, João Tosin, João Augusto Betenheuzer e Pedro Chaves remodelaram o negócio e lançaram, dois anos depois, a Celero: startup, inovadora, com serviços de gestão e automação para o departamento financeiro das empresas.

Hoje, a startup oferece, através de tecnologia, um departamento financeiro online para PMEs de todas as regiões do País. Pioneira nesse nicho de mercado, sua plataforma é a única do mundo que automatiza toda a rotina financeira, transformando fotos ou imagens de documentos em relatórios financeiros e operações bancárias. A tecnologia, inclusive, pode ser utilizada sem a exigência de nenhum conhecimento técnico do setor, diferencial que facilita a vida dos empreendedores, impactados muitas vezes pela burocracia e desconhecimento das rotinas financeira e tributária do Brasil.

Economia: Em julho, 4,4 milhões de lares sobreviveram só com auxílio emergencial

 

Efeito da pandemia continua mais severo entre os idosos


Agência Brasil 

EBC

Cerca de 4,4 milhões (6,5%) de domicílios brasileiros sobreviveram, em julho, apenas com a renda do auxílio emergencial pago pelo governo federal para enfrentar os efeitos econômicos da pandemia de covid-19. Entre os domicílios mais pobres, os rendimentos atingiram 124% do que seriam com as rendas habituais, aponta estudo publicado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

A ajuda financeira também foi suficiente para superar em 16% a perda da massa salarial entre as pessoas que permaneceram ocupadas, segundo a análise que usa como base os microdados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Covid-19 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Pela primeira vez, desde o início da pandemia, o auxílio emergencial compensa em média mais que a diferença entre a renda efetiva e a habitual. Ou seja, entre os que permaneceram empregados, a renda média com o auxílio já é maior do que seria habitualmente”, disse, em nota, o economista Sandro Sacchet, autor da pesquisa intitulada “Os efeitos da pandemia sobre os rendimentos do trabalho e o impacto do auxílio emergencial: os resultados dos microdados da PNAD Covid-19 de julho.”

Segundo o estudo, em geral, os trabalhadores receberam em julho 87% dos rendimentos habituais (4 pontos percentuais acima do mês anterior) – R$ 2.070 em média, contra uma renda habitual de R$ 2.377. A recuperação foi maior entre os trabalhadores por conta própria que receberam em julho 72% do que normalmente recebiam, contra 63% em junho, alcançando rendimentos efetivos médios de R$ 1.376.

Já os trabalhadores do setor privado sem carteira assinada receberam em julho 85% do habitual (contra 79% no mês anterior). Trabalhadores do setor privado com carteira e funcionários públicos continuaram a obter, em média, mais de 90% do rendimento habitual.

De acordo com o levantamento, a redução da diferença entre a renda efetiva e a habitual foi generalizada pelas regiões do país. No Nordeste, a renda efetiva subiu de 81,3% do habitual em junho para 86,7% em julho, enquanto o Centro-Oeste continua a região menos impactada (89,7%).

Conforme o estudo, o efeito da pandemia continua mais severo entre os idosos (83,5%) e menor entre os mais jovens (88,6%), e o impacto na renda foi menor entre aqueles com ensino médio ou superior (85,7% para trabalhadores com médio completo e 89,4% para aqueles com ensino superior).

Artigo: Saiba quais são os malefícios do tabaco à saúde bucal

 

O consumo contínuo da substância também aumenta as chances de desenvolver formas mais graves de covid-19


Redação/Hourpress

Pixabay

No dia 29 de agosto, é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. O tabaco influencia diretamente na saúde bucal, estando algumas lesões associadas ao seu consumo e outras a alterações sistêmicas. A pandemia de covid-19 acendeu novo alerta sobre os malefícios do tabaco, já que o consumo de cigarros cresceu durante o isolamento social, segundo dados de pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) – cerca de 34% dos fumantes brasileiros declararam ter aumentado o número de cigarros fumados. Ao mesmo tempo, as possibilidades de tratamento bucal estão limitadas neste período, o que reforça a necessidade de conscientizar a população acerca dos riscos envolvidos no uso da substância.

Estomatite nicotínica, pigmentação das mucosas pelo tabaco e o câncer de boca são algumas das doenças associadas diretamente ao consumo do tabaco. O tempo de uso e a frequência são determinantes no desenvolvimento destas lesões, principalmente no caso do câncer de boca. “A estomatite nicotínica se apresenta como uma placa única e difusa, com áreas avermelhadas e localizada no céu da boca, tendo sua origem relacionada ao calor produzido pelo uso do tabaco. Tal alteração é totalmente reversível, bastando cessar o hábito de fumar”, destaca Fábio de Abreu Alves, presidente da Câmara Técnica de Estomatologia do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP).

Já as pigmentações pelo uso do tabaco, um dos principais fatores estéticos, são encontradas geralmente na gengiva e levam mais tempo para sumir, geralmente em até três anos após cessar o uso contínuo da substância.  

O tabaco também está relacionado ao mau hálito e à pigmentação amarelada dos dentes, ocasionados principalmente pelo alcatrão presente no cigarro. Outro problema frequente nos pacientes tabagistas é a doença periodontal, caracterizada por alterações das gengivas, o que os torna mais suscetíveis a perdas dentárias.

“O fumo acelera a evolução da doença periodontal, pois também diminui a resposta imunológica do paciente”, acrescenta Benedicto Bassit, presidente da Câmara Técnica de Periodontia do CROSP.

Os perigos do narguilé e do cigarro eletrônico

Mas os cigarros tradicionais estão longe de serem os únicos vilões dessa história. Estudos preliminares apontam que o uso contínuo do narguilé pode causar câncer de boca e de lábio em jovens.

Já os cigarros eletrônicos ou vaporizadores, cada vez mais populares, embora não apresentem a maioria dos elementos químicos de um cigarro convencional, também oferecem riscos de câncer e outros males. De acordo com os especialistas da CT de Estomatologia do CROSP, os líquidos utilizados nos cigarros eletrônicos, uma vez aquecidos, se transformam em substâncias cancerígenas associadas ao câncer de pulmão. Além disso, pesquisas também têm investigado uma nova doença pulmonar relacionada ao consumo desses dispositivos, que pode causar sintomas como dificuldades para respirar, dor no peito, febre, tosse e vômito.

O tabaco e a covid-19

Com a limitação das possibilidades de atendimento odontológico, por conta da pandemia, a situação se torna ainda mais complicada para o fumante. “Mesmo no caso de pacientes não fumantes, a falta de acompanhamento profissional pode levar à diminuição na qualidade dos cuidados bucais e aumento de cárie e doença periodontal, principalmente. Quando o paciente é fumante, a situação sempre pode ser mais complicada. A única maneira de diminuir de fato o impacto do fumo na saúde bucal é parar de fumar. Mas uma higiene bucal muito criteriosa pode amenizar um pouco os efeitos do manchamento dental”, afirma Marcelo Cavenague, secretário da CT de Periodontia do CROSP.  

A frequência e duração do uso do tabaco podem trazer consequências não só para os pulmões ou a cavidade oral, mas também pode aumentar o risco do indivíduo desenvolver infecções virais, como, por exemplo, a covid-19.

“Essas pessoas acabam possuindo um comprometimento maior do seu sistema respiratório e, por conta disso, o fumante apresenta maior chance de desenvolver sintomas graves do coronavírus. O melhor tratamento ainda continua sendo a prevenção, conscientizando a população e tomando medidas para desestimular o uso do tabaco”, frisa Alves.

Sobre o CRO-SP

O Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (CROSP) é uma autarquia federal dotada de personalidade jurídica e de direito público com a finalidade de fiscalizar e supervisionar a ética profissional em todo o Estado de São Paulo, cabendo-lhe zelar pelo perfeito desempenho ético da Odontologia e pelo prestígio e bom conceito da profissão e dos que a exercem legalmente.


Saúde: Mudanças de temperatura afetam o sistema imunológico

 

Os mais vulneráveis são crianças, idosos e portadores de doenças crônicas


Redação/Hourpress

Freepik
Após o Brasil passar por uma onda histórica de frio, com temperaturas negativas e neve na região Sul, os dias de sol e calor voltam a surgir. Com isso, espirros, tosses e alergias também aparecem. Em épocas de variações climáticas, é preciso saber como proteger o sistema imunológico, principalmente durante a pandemia de Covid-19.

"O tempo frio e o aumento da poluição lesionam diretamente a mucosa do nariz, ressecando-a. Isto aumenta o risco de invasão de vírus e bactérias, e pode desencadear crises de asma, rinite e até ataques cardiovasculares", explica o pneumologista da DoctoraliaCiro Kirchenchtejn .

Além do tempo frio, o confinamento causado pelo coronavírus faz com que a exposição ao sol diminua, interferindo diretamente na produção de vitamina D, essencial para o bom funcionamento do sistema imunológico. "Se durante o isolamento o indivíduo aumentar o consumo de álcool ou tabaco, também pode ter seu sistema imunológico prejudicado", alerta o pneumologista.

Ainda segundo o especialista, é importante reforçar a atenção aos hábitos que afetam diretamente o bom funcionamento no nosso corpo. "Ao invés de consumir produtos industrializados, as pessoas devem dar preferência aos alimentos in natura, fontes diretas de fibras e vitaminas que garantem a integridade das nossas defesas. Crianças, idosos e portadores de doenças crônicas merecem cuidados redobrados, pois são os mais vulneráveis neste período", revela Kirchenchtejn.

Para ajudar na proteção, é importante estar com a saúde em dia. "Todos devem ser vacinados para os agentes mais comuns, como a gripe e o pneumococo, e manter acompanhamento médico, a fim de garantir a estabilidade e a melhora das doenças crônicas", reforça o pneumologista.

Coronavírus

O frio pode aumentar a resistência do vírus no meio externo, como em corrimões, mesas e balcões. "Por isso, é fundamental manter o uso de máscaras e a higiene frequente das mãos, principalmente antes de levá-las ao rosto, além do isolamento social, pois a transmissibilidade é ainda maior com a junção de tempo frio e aglomeração em locais fechados", orienta o Dr. Ciro Kirchenchtejn.