Um quarto (23%) admite sair sempre que acha necessário, independentemente de ser essencial ou não
Redação/Hourpress
Jovens de 15 a 24 anos no Estado de São Paulo dizem compreender a gravidade da pandemia de Covid-19, mas um em cada quatro deles admite que sai de casa para atividades não essenciais, como praticar esportes, curtir com os amigos ou passear no shopping. Os jovens paulistas também são os mais "protegidos" pelas empresas, com o maior índice dos que fazem home office: 33%.
É o que revela pesquisa nacional realizada pelo Espro (Ensino Social Profissionalizante), instituição filantrópica sem fins lucrativos, feita com 13.619 entrevistados de 18 Estados do país, mais o Distrito Federal. O levantamento mediu diferentes aspectos da vida dos entrevistados em cinco momentos do ano passado, do início da pandemia (abril) até os primeiros anúncios concretos de vacinas contra a doença (novembro).
Entre os temas abordados estão informações e preocupações com a Covid-19, medidas de proteção utilizadas, bem-estar, emprego e estudos. O recorte de São Paulo é o da última onda da pesquisa, em novembro, quando 1.315 entrevistados responderam ao questionário.
De um universo no qual metade dos jovens paulistas (49,6%) saem de casa para atividades essenciais, como fazer compras em farmácias e supermercados, um quarto (23%) admite sair sempre que acha necessário, independentemente de ser essencial ou não.
O levantamento mostra, também, que essa decisão é consciente. Quase todos os jovens paulistas (97%) declaram estar de razoavelmente a muito bem informados sobre a covid-19. Do total, 92% dizem que a doença é contagiosa ou muito contagiosa. Três em cada quatro deles (74%) afirmam que ela pode ser letal ou muito letal.
"A pesquisa revela uma situação preocupante em São Paulo: um quarto dos adolescentes e jovens corre risco concreto de contrair a doença e de levá-la para dentro de casa. E mais: é um risco consciente", afirma Alessandro Saade, superintendente executivo do Espro, que em 41 anos de existência já encaminhou mais de 315 mil jovens aprendizes para o primeiro emprego.
Trabalho e saúde mental
São Paulo é o Estado, ao lado do Paraná, onde há o menor percentual de jovens trabalhando presencialmente. Do total dos entrevistados paulistas, 43% disseram ficar em casa (dos quais 33% estão trabalhando em esquema de home office e 10% estão sendo remunerados em casa aguardando novas orientações). Ainda assim, quase metade dos entrevistados (47,7%) diz que precisa ir ao trabalho fisicamente em frequência normal ou em esquema de rodízio. E 90% dizem que estão estudando em casa.
Cerca de 92% dos entrevistados no Estado de São Paulo declararam que estão mais ansiosos do que o normal. Quando a pergunta é sobre estar preocupado, 77% dizem que sim. Cerca de 78% também dizem estar mais cansados que o normal.
"O levantamento mostra nitidamente que a pandemia tem afetado a saúde mental de nossos adolescentes e jovens. E não é só isso: também vemos uma enorme preocupação dos entrevistados com a saúde dos familiares e os impactos da pandemia na economia de casa", concluiu Saade.