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segunda-feira, 16 de março de 2020

Política: Senadores condenam apoio de Bolsonaro a manifestações em meio a coronavírus


Davi Alcolumbre classificou como “inconsequente estimular a aglomeração nas ruas”


Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Senado

Senadores usaram suas redes sociais para comentar os atos pró-governo neste domingo (15) em diversas cidades brasileiras. A maior parte dos parlamentares condenou a participação do presidente Jair Bolsonaro na manifestação em Brasília em meio ao aumento dos casos de coronavírus no País.

Contrariando as recomendações médicas de isolamento devido ao contato com pessoas diagnosticadas com coronavírus, Bolsonaro cumprimentou manifestantes que carregavam faixas com pedidos inconstitucionais como intervenção militar e o fechamento do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF). A conta pessoal do chefe do Executivo no Twitter também compartilhou imagens e vídeos dos atos pelo País. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, classificou como “inconsequente estimular a aglomeração nas ruas” e apontou que Bolsonaro contraria as orientações do Ministério da Saúde.

“A gravidade da pandemia exige de todos os brasileiros, e inclusive do presidente da República, responsabilidade! Todos nós devemos seguir à risca as orientações do Ministério da Saúde”, escreveu o senador.

Pelo Twitter, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também afirmou que “convidar para ato contra os Poderes é confrontar a democracia”.

“É tempo de trabalharmos iniciativas políticas que, de fato, promovam o reaquecimento da economia, criem ambiente competitivo para o setor privado e, sobretudo, gerem bem-estar, emprego e renda para os brasileiros”, defendeu o presidente do Senado.

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), que já foi ministro da Saúde, Bolsonaro presta um desserviço à nação. Costa afirmou que o presidente deveria dar o exemplo.

“Enquanto líderes mundiais vêm adotando rígidas medidas contra a pandemia do coronavírus, os integrantes do governo Bolsonaro e seus defensores prestam um completo desserviço à nação e ao planeta.”

Já o senador Arolde de Oliveira (PSD-RJ) saudou as manifestações e afirmou que os atos teriam atraído uma quantidade maior de pessoas não fosse pela pandemia.

“Impressionante o nível das manifestações democráticas de hoje. Se não fossem as recomendações contrárias devido ao coronavírus, as ruas não comportariam o público verde e amarelo. Muito elevado o grau de insatisfação do povo com parlamentares e magistrados”, avaliou.

Enquanto Bolsonaro estimulava as manifestações, o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), saiu às ruas para pedir o encerramento do ato na Praça Cívica, em Goiânia, para evitar a disseminação do coronavírus. A atitude de Caiado foi elogiada pelo senador Luiz do Carmo (MDB-GO):

— Eu quero aqui apoiar o governador Ronado Caiado pelo que ele está fazendo para proteger os goianos desse vírus maldito que está chegando no Brasil. A população saberá reconhecer no momento grave dessa crise — afirmou o parlamentar. 

O senador Fabiano Contarato (Rede-ES) alerta que o momento não é de incentivar aglomerações de nenhum tipo:

“Temos de ter clareza: a hora não é para manifestação nas ruas, aglomerações, seja da direita seja da esquerda. Estamos buscando minimizar o impacto do coronavírus. Já manifesto a minha solidariedade a quem passa pela dificuldade de lidar com essa contaminação”.

Outros senadores também se manifestaram pelas redes sociais:
Eliziane Gama (Cidadania-MA): “Surreal. O mundo em isolamento, por conta de uma pandemia, e aqui no Brasil o presidente comemora e ainda acompanha uma aglomeração. Inacreditável”

Renan Calheiros (MDB-AL): “Lamento repetir que a reação dos chefes do Legislativo está aquém dos arreganhos de @jairbolsonaro”

Jean Paul Prates (PT-RN): “É tanto absurdo que não cabe num tuíte espaço para comentar este Circo de Horrores que foram essas 'manifestações' de hoje. Começando pela cobertura presidencial, passando por veículos do Exército desfilando e pastores descredibilizando a gravidade da pandemia. Lamentável ao cubo!”

Paulo Rocha (PT-PA): “Passamos pela maior crise de saúde pública do século 21 e o presidente da República incentiva pessoas a irem às ruas, quando o próprio governo incentiva o contrário? O Congresso Nacional não pode se calar diante de tamanha irresponsabilidade institucional."

Randolfe Rodrigues (Rede-AP): “Qualquer chefe de Estado minimamente sério está tomando medidas duras para conter o avanço do novo coronavírus. Mas o presidente do Brasil irresponsável, está no Twitter comemorando as aglomerações formadas através do seu chamado contra o Congresso e o STF. O nosso país pagará caro!”

Fonte: Agência Senado

Economia: Mercado financeiro reduz estimativa de crescimento da economia em 2020



Expansão do PIB caiu de 1,99% para 1,68%


Agencia Brasil 

Pela quinta semana seguida, instituições financeiras consultadas pelo Banco central (BC) reduziram a estimativa de crescimento da economia este ano. De acordo com o boletim Focus, a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – caiu de 1,99% para 1,68% em 2020.
O boletim semanal do BC traz as projeções de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos nos próximos anos. As previsões do mercado para o PIB de 2021, 2022 e 2023 continuam em 2,50%.
Já a cotação do dólar deve fechar o ano em R$ 4,35. Para 2021, a expectativa é que a moeda americana continue no patamar alto e encerre o ano em R$ 4,20.

Inflação

As instituições financeiras consultadas pelo BC também reduziram a previsão para a inflação de 2020. A projeção para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a inflação oficial do país – caiu de 3,20% para 3,10%.
Para 2021, a estimativa de inflação também foi reduzida, de 3,75% para 3,65%. A previsão para os anos seguintes, 2022 e 2023, não teve alterações e permanece em 3,50%.
A projeção para 2020 está abaixo do centro da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. A meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 4% em 2020, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Para 2021, a meta é 3,75% e para 2022, 3,50%.

Selic

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, estabelecida atualmente em 4,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Para o mercado financeiro, a expectativa é que a Selic seja reduzida para 3,75% ao ano até o fim de 2020.
Quando o Copom reduz a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle da inflação e estimulando a atividade econômica.
Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. A manutenção da Selic indica que o Copom considera as alterações anteriores suficientes para atingir a meta de inflação.
Para 2021, a expectativa é que a taxa básica suba para 5,25% ao ano. Para 2022 e 2023, as instituições estimam que a Selic termine os períodos em 6% ao ano e 6,25 ao ano, respectivamente.

Economia: Governo promete abrir o cofre por causa do coronavírus


Confira coletiva em tempo real no Ministério da Economia


Agencia Brasil 

O Ministério da Economia vai divulgar no início da noite desta segunda-feira (16) medidas de estímulo aos setores mais afetados pela crise econômica global. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e mais cinco secretários especiais estão detalhando o pacote que inclui algumas ações anunciadas na semana passada como a antecipação, para abril, do pagamento de R$ 23 bilhões referentes à parcela de 50% do 13º salário aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS).
“Vamos cuidar dos mais idosos. Já anunciamos os R$ 23 bi para entrar em abril e mais R$ 23 bi para maio (sobre antecipação para aposentados e pensionistas do INSS) e antecipar abonos para junho (R$ 12 bi)”, diz Paulo Guedes ao falar das medidas para a população mais vulnerável.

Economia: Oito em cada 10 inadimplentes sofreram impacto emocional negativo por conta das dívidas



Ansiedade foi o sentimento negativo mais citado no levantamento, atingindo 63% dos entrevistados; 43% apresentaram alterações no sono e 25% passaram a comprar mais do que de costume


Redacão Hourpress

Estar com as contas em atraso é um problema que afeta não apenas a vida financeira, afetando também a saúde física e mental dos endividados. É o que mostra pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) com brasileiros com contas em atraso há pelo menos três meses. Oito em cada dez inadimplentes (82,2%) afirmaram ter sofrido com algum tipo de sentimento negativo ao descobrir que estavam endividados.

O mais citado foi a ansiedade, que atingiu seis em cada dez entrevistados (63,5%). Não muito longe em termos de proporção, também estiveram presentes na vida daqueles que se viram negativados estresse e irritação (58,3%), tristeza e desânimo (56,2%), angústia (55,3%) e vergonha (54,2%) – esta última, mais frequente entre as mulheres (57,6%) do que entre os homens (49,4%).

“O levantamento é importante porque evidencia algo de que já desconfiávamos, que as frustrações e incertezas provocadas pela inadimplência não se restringem ao campo financeiro, tendo impacto significativo também na saúde física e emocional dos endividados”, explica Marcela Kawauti, economista-chefe do SPC Brasil.

Sete em cada dez entrevistados (75%) tiveram o padrão de vida afetado pelas dívidas

75,2% dos inadimplentes relataram terem sofrido o impacto das dívidas no padrão de vida – sendo 39,8% parcialmente e 35,3% totalmente. Isso explica por que seis em cada dez endividados (60,0%) estavam altamente preocupados com a situação de inadimplência em que se encontravam.

Não conseguir pagar a dívida (30,8%) é o principal temor dos endividados ouvidos no levantamento, seguido de não poder parcelar novas compras (13,8%), ser considerado desonesto (11%), não conseguir emprego (8,5%) e não poder fazer empréstimos (8,2%).

Quatro em cada dez endividados buscaram alento em atividades que os ajudassem a não pensar nos problemas resultantes da inadimplência

A situação de inadimplência é capaz até de tirar o sono dos endividados, literalmente: 42,8% relataram terem sofrido com insônia ou excesso de vontade de dormir e 32,3% apresentaram modificações no apetite, sentindo mais ou menos fome do que de costume.

Além disso, quatro em cada dez endividados (40,8%) procuraram se dedicar a atividades que os ajudassem a não pensar nos problemas advindos das contas em aberto, 28,2% aliviaram suas ansiedades em algum vício (como cigarro, bebida ou comida) e 24,7% acabaram comprando mais do que de costume – ou até perdendo o controle do consumo.

“Nem todos os consumidores conseguem lidar com a inadimplência de forma racional. Muitas vezes, a pessoa fica tão frustrada ao descobrir que está endividada que busca evitar lidar com a situação alimentando comportamentos negativos, como descontar em vícios ou até em compras excessivas. Esse tipo de atitude pode aumentar ainda mais as dívidas, gerando uma espécie de círculo vicioso e deixando o inadimplente em uma situação pior do que estava antes”, explica a economista.

Três em cada dez inadimplentes relataram ter sofrido com desatenção e queda na produtividade no trabalho ou nos estudos

Além de afetar a saúde física e mental, as dívidas também podem ter impacto na dimensão profissional e social dos inadimplentes. Três em cada dez entrevistados ficaram mais desatentos ou menos produtivos no trabalho e/ou nos estudos após descobrir que estavam endividados. Para completar, 17,2% dos trabalhadores inadimplentes relataram ter ficado mais impacientes com os colegas, enquanto 16,7% andaram mais irritados, chegando a cometer agressões verbais contra familiares e amigos e 7,6% ficaram tão nervosos que chegaram a partir para a agressão física.

“Caso a pessoa não identifique ou busque controlar esse tipo de comportamento no ambiente de trabalho, ela pode correr o risco de perder o emprego, ficar sem fonte de renda e, consequentemente, se afundar ainda mais nas dívidas. Por isso, é de extrema importância que a pessoa tenha maturidade para encarar o problema de frente, por mais desconfortável que seja”, alerta Marcela.
 
Metodologia
Foram entrevistados 600 consumidores que estavam com contas em atraso há mais de três meses em 2019, com 18 anos ou mais, de todos os sexos, classes sociais e regiões. A margem de erro é de 3,97 pontos percentuais para um intervalo de confiança de 95%. Baixe a íntegra da pesquisa em https://www.spcbrasil.org.br/pesquisas/

Geral: Coronavírus: Depen suspende visitas em penitenciárias federais



Proibição já valia em prisões de nove estados e do Distrito Federal


Agencia Brasil 

As visitas sociais nas penitenciárias federais foram suspensas por 15 dias, anunciou o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) nesta segunda-feira (16). Os atendimentos de advogados também foram suspensos por cinco dias, a não ser em caso de necessidades urgentes ou que envolvam prazos processuais não suspensos, além das escoltas.
Ao todo, o Depen administra cinco presídios federais: Catanduvas, no Paraná, Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, Porto Velho, em Rondônia, Mossoró, no Rio Grande do Norte, e Brasília, no Distrito Federal.
Aos gestores de saúde do sistema prisional dos estados o Depen solicita o preenchimento de uma planilha, até quarta-feira (18), com os insumos necessários à prevenção contra o novo coronavírus (Covid-19) nas prisões. Segundo o Depen, o objetivo é levantar a demanda de álcool em gel, máscaras e lenços de papel entre outros produtos, por unidade da federação, para reforçar a aquisição, caso seja necessária.
Além de suspensas nas penitenciárias federais, as visitas já estavam proibidas no Distrito Federal e em nove estados: Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiás, Amazonas, Roraima, Tocantins, Alagoas, Minas Gerais (parcialmente) e Santa Catarina (parcialmente).
Em Mato Grosso, em Sergipe, no Maranhão, em Pernambuco e no Paraná, foram elaboradas notas técnicas com orientações sobre a doença. A Paraíba, além de elaborar a nota técnica, informou que fará triagem de visitas. São Paulo, Ceará, Piauí, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul também farão triagem, segundo o governo federal.
Um grupo de trabalho também foi criado pelo Depen para auxiliar os estados na gestão de saúde em presídios em meio à pandemia do novo coronavírus.
Além disso, o Depen faz videoconferências com representantes de todos os estados brasileiros desde o início de março. O objetivo é repassar orientações sobre prevenção e cuidados sobre o coronavírus no sistema prisional e apresentar as próximas ações do projeto, que consistem na entrega do material da campanha de comunicação e em intervenções culturais.

Polícia Federal

A Superintendência da Polícia Federal em São Paulo proibiu hoje as visitas a pessoas que estejam detidas em sua sede, no bairro da Lapa, zona oeste da capital paulista. A medida visa evitar a disseminação do novo coronavírus no local.
O estado de São Paulo é responsável por mais da metade dos casos (152) de coronavírus no país.

Geral: Brasil recebe, em novembro, evento sobre mulheres no setor espacial


Space for Women deve reunir cerca de 200 pessoas em Brasília


Agência Brasil 

A participação das mulheres no setor espacial é o tema de um evento internacional que será sediado este ano pelo Brasil, o Space for Women. O encontro deve reunir cerca de 200 pessoas em Brasília, entre os dias 30 de novembro e 2 de dezembro.
Será a segunda edição do evento, promovido pelo Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior (Unoosa). A primeira foi realizada em Nova York, em 2017. A organização no Brasil está sendo feita pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) com apoio da Agência Espacial Brasileira e do Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.
Em entrevista exclusiva ao Universo, da Radioagência Nacional, a chefe de Relações Internacionais do Inpe, Adriana Thomé, fala sobre como foi propor o Brasil como sede do evento, que é considerado um marco na luta pela igualdade de gênero em áreas envolvendo a ciência, a astronomia e o espaço.
Para ela, ter o Brasil inserido nessas discussões é um passo para a conscientização da sociedade e de organizações sobre a importância de ter mais mulheres em áreas científicas e à frente de pesquisas, inclusive, envolvendo o espaço. "Iniciativas como o Space for Women têm também a missão de mostrar como essa força de trabalho exercida por mulheres de sucesso pode influenciar as próximas gerações'', diz Adriana Thomé.

Leia a entrevista a seguir:

Radioagência Nacional: Uma boa notícia no Mês da Mulher é o Brasil já ter data marcada para a realização do Space for Women, não é?
Adriana Thomé: Esse evento é organizado pelo Brasil em conjunto com a ONU, por meio do Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior. O primeiro foi em Nova York, em 2017. O Unoosa tem uma plataforma que se chama Space for Women, que prevê várias iniciativas para o empoderamento feminino na área do espaço. Uma das iniciativas é o evento.

Então, o Brasil propôs à Unoosa realizar conjuntamente esse evento, que vai ocorrer de 30 de novembro a 2 de dezembro. Foi, inicialmente, uma proposta do Inpe, que conta com o apoio da Agência Espacial Brasileira e do MCTIC. Estamos organizando tudo em conjunto com a ONU.
Radioagência Nacional: Este é um momento oportuno, da recente caminhada espacial 100% feminina e da expectativa de uma missão espacial que levará mulheres à Lua. Como o Brasil se percebe neste cenário de empoderamento das mulheres na área espacial?

Adriana Thomé: Acredito que o evento, em particular, será excelente oportunidade para que o Brasil possa olhar com um pouco mais de carinho para a questão. O objetivo é justamente fazer com que as pessoas se conscientizem de algumas ações que são importantes na área espacial em relação às mulheres. Muitas pessoas me perguntam que iniciativas como essa já existem no Brasil. E, obviamente, já existem pequenas iniciativas. 

Mas não uma iniciativa que venha de cima para baixo. Então, o Space for Women vem justamente para conscientizar as pessoas aqui no Brasil, tanto a sociedade em geral quanto os órgãos que cuidam da área espacial. Quem sabe depois dele a gente possa ter, conquistar algumas políticas bem interessantes para mulheres na área do espaço.

Radioagência Nacional: A Unoosa mostra que os números são bem discrepantes quando envolvem a força de trabalho no mundo em áreas relacionadas ao espaço, sendo 20% mulheres e 80% homens. Assim, como em áreas ligadas ao chamado STEM – que são as ciências, tecnologias, engenharias e matemática. Nesse caso, são 28,2% de mulheres e 72,2% de homens. Esse fenômeno mundial se reflete aqui no Brasil?
Adriana Thomé: Sim, ele se reflete. A gente percebe, especialmente em órgãos técnicos como o Inpe, que existe grande discrepância entre a quantidade da força de trabalho de mulheres e homens. Isso é uma coisa importante de ser melhorada, mas também é importante a partir de iniciativas como essas, que passemos a olhar as pessoas que estão na área para que tenham as mesmas oportunidades de chegar a posições de chefia. Esse é outro desafio muito ou tão sério quanto ao do número de pessoas. De fato, para que as mulheres, que trabalham tanto, tenham condições de chegar a posições de destaque e chefias, para que possam falar por elas mesmas.

Radioagência Nacional: Estudos mostram que a puberdade é o primeiro desafio para as meninas se manterem na ciência. E segue ao longo da carreira, sendo, lá na vida adulta, a dupla jornada como uma das justificativas de empecilho para seguir na carreira. Qual sua visão sobre isso?

Adriana Thomé: Acredito que a dupla jornada é um desafio muito grande, mas todas as mulheres que conheço, pesquisadoras ou em cargos de chefia, fazem isso muito bem, aprenderam a conciliar. Eu acho que o maior problema, às vezes, é dentro das organizações, porque as pessoas assumem que determinadas mulheres não podem assumir cargos ou funções porque têm família e filho. Muitas vezes, as mulheres nem são consultadas. Mas, isso quem pode responder são elas. As pesquisas mostram que as meninas na puberdade começam a se desinteressar até por pressão familiar. 

Muitas vezes, porque a família não acredita que a profissão na área de exatas seja bem-vinda para uma menina. Por isso, esse evento no Brasil será importante para mostrar modelos de mulheres que tiveram sucesso na sua carreira, para que as nossas meninas tenham alguém em quem possam se inspirar. Se elas sempre perceberem homens nesses cargos, vão achar que aquilo não é para elas. Mas, quando veem mulheres que atingiram pontos interessantes na carreira, isso pode servir de estímulo.

Radioagência Nacional: O governo brasileiro tem investido em projetos como as olimpíadas de astronomia e de exatas e as universidades têm tido um protagonismo em ações que aproximam as meninas da ciência. Como avalia essas iniciativas?
Adriana Thomé: Existem outras iniciativas sendo tomadas e eu acredito que são muito válidas. E, principalmente, para tentar mudar as novas gerações. Se conseguirmos mudar as novas gerações, já será válido. Além da conscientização das organizações, a oportunidade de esta nova geração poder ter contato com instituições que fazem pesquisa, com mulheres que fazem isso, pode fazer grande diferença no futuro das meninas.


Radioagência Nacional: Quando a gente fala do espaço, fala em uma questão científica, mas também econômica. O mercado da astronomia movimenta bilhões de dólares e é considerado muito promissor para as próximas décadas. Como falar para as mulheres e meninas que elas terão um mercado de trabalho promissor?
Adriana Thomé: Inclusive, nesse evento da ONU estarão presentes agentes do governo, pesquisa, universidades e indústrias. Então, o objetivo é também incentivar a participação feminina nas indústrias da área do espaço.


Radioagência Nacional: Temos mais detalhamentos sobre a programação do evento?
Adriana Thomé: O evento foi transferido de São José dos Campos, em São Paulo, para Brasília, por uma questão de logística. Até pela participação do ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, e outras autoridades. Quanto à pauta, ela ainda sendo negociada, mas a divulgação será feita, em breve, pela Unoosa.

Mais informações na Radioagência Nacional:      
    

Geral: Defesa Civil vai às praias do Rio para pedir que banhistas se retirem


Medida é preventiva para conter transmissão do coronavírus



Agência Brasil 

Depois do anúncio de antecipação das férias escolares pelo governo do estado e pela prefeitura do Rio de Janeiro, como medida para conter a transmissão do coronavírus, o fim de semana ensolarado levou muitos banhistas às praias da cidade, contrariando recomendação da Organização Mundial da Saúde e do Ministério da Saúde de evitar aglomerações.
Na manhã de hoje (16), quem foi à praia foi surpreendido por carros do Corpo de Bombeiros com alto-falantes pedindo que a população permaneça em casa e faça a sua parte para conter o avanço da doença. O estado do Rio de Janeiro tem 25 casos confirmados, um em estado grave.
Segundo a Secretaria de Estado de Defesa Civil, as viaturas do Corpo de Bombeiros estão rondando a orla das praias e as ruas orientando as pessoas para que evitem aglomerações”. Em nota, a corporação informa que as praias da capital, região metropolitana e de Cabo Frio já receberam os alertas, que serão estendidos também a outros municípios fluminenses.
Em um vídeo feito na Praia Vermelha, na zona sul do Rio de Janeiro, com o Pão de Açúcar ao fundo, é possível ouvir o áudio de um alto falante que diz: “Bom dia. A Defesa Civil estadual pede à população que evite aglomeração nas praias. Por favor, para a sua segurança, dos seus vizinhos, amigos e familiares, volte para casa. O momento é de conscientização. Faça a sua parte e ajude a prevenir e controlar o coronavírus. Você sempre conta com o Corpo de Bombeiros. Podemos contar com você? Obrigado.”
Também há vídeos circulando pelas redes sociais na praia de Botafogo, que não é própria para banho, mas é muito utilizada para a prática de esportes na faixa de areia, e na Barra da Tijuca. O mesmo recado é lido, após o acionamento de uma sirene para chamar a atenção das pessoas.

Mensagem

O governador, Wilson Witzel, reforçou a mensagem em sua conta no twitter: “Nossa prioridade é conter ao máximo a proliferação do vírus e reduzir os danos à população. Mas ações duras só terão efeito se as pessoas entenderem a real dimensão do problema. O cenário do último fim de semana, com praias e lugares públicos lotados, não deve se repetir.”
Witzel também informou que irá anunciar na tarde de hoje outras “medidas restritivas para os servidores e também para a população”.