*Reinaldo
Domingos
Para ter dinheiro no
bolso neste fim de ano e se preparar para realizar os objetivos definidos para
2015, planejamento financeiro ainda é mais garantido do que simpatia. O
educador financeiro Reinaldo Domingos, autor do livro Terapia Financeira
(Editora DSOP), preparou orientações aos brasileiros que querem passar longe da
onda de endividamento. São orientações para quem quer quitar dívidas,
presentear, curtir as festas e férias sem comprometer os recursos para as
despesas típicas do início do ano – IPVA, IPTU, matrícula e material escolar -
e ainda poupar.
Para
não extrapolar as despesas de fim de ano
Evitar
compras por impulso: os consumidores devem se fazer algumas perguntas
antes de comprar - Estou comprando por necessidade real ou movido por outro
sentimento, como carência ou baixa autoestima? Se não comprar isso hoje, o que
acontecerá? Tenho dinheiro para comprar à vista? Se comprar a prazo, terei o
valor das parcelas? O acúmulo de parcelas coloca em risco a realização dos
sonhos que foram priorizados com a família?
Planejamento
do fim de ano:
liste os ganhos do período (renda e ganhos extras como 13º, bonificações e
férias). Liste todas as despesas – fixas e variáveis. Avalie sua situação
financeira. Há margem para novos gastos? Há pendências financeiras? Faça um
esforço para identificar excessos, que geralmente representam 30% das despesas
das famílias brasileiras. Avalie quanto poderá reservar para comprar presentes,
artigos das festas de fim de ano, preferencialmente à vista. Evite a todo custo
entrar no limite do cheque especial e pagar a parcela mínima do cartão de
crédito. Reserve parte do décimo terceiro para as despesas do início do ano
como IPVA, IPTU, matrícula e material escolar. Cuidado ao parcelar viagens.
Pense: será que vale a pena passar dificuldades o ano todo por alguns dias de
diversão? Será que uma viagem mais barata e dentro do orçamento não trará
satisfação?
Planejamento
financeiro de 2015: é fundamental evitar parcelamentos das compras de final do
ano. Na empolgação do consumismo típico da época, esquece-se que os rendimentos
extras, também típicos do período, não persistirão pelo ano seguinte. Porém, se
o parcelamento for inevitável, faça uma planilha em que o valor já comprometido
esteja previsto nos meses correspondentes. Sem esse controle, é certo o acúmulo
de dívidas e o risco da inadimplência. É assim que inicia-se o ciclo de
endividamento que afasta a realização daquilo que realmente traz satisfação e
agrega valor à vida das pessoas. Por isso, reúna-se com a família para definir
os desejos de curto (um anos), médio (até cinco anos) e longo (mais de 10 anos)
prazos ou aqueles que se pretende em realizar em 2015 e incorpore o valor
mensal necessário para a realização dos mesmos no orçamento mensal do próximo
ano. Subtraia o valor desses sonhos da receita. O saldo restante é o orçamento
para as demais despesas mensais.
Para
economizar e poupar sempre
Pesquisar
preço e comprar à vista: Tudo que se compra em prestações paga-se mais caro. Já quem
pesquisa o melhor preço paga menos e aumenta a chance de comprar à vista e
obter desconto.
Pedir desconto: Se um produto custa mil reais e pode ser
parcelado em 10 vezes de 100 reais, certamente à vista custará de 10% a 20%
menos.
Reter 10% dos rendimentos: para começar a construir a independência
financeira, deve-se guardar 10% do que ganha. Com o tempo, pode-se partir para
um plano de previdência privada para complementar o INSS.
Livre das dívidas
Qualquer que seja a dívida, o consumidor deve
investigar o que está levando ele a gastar mais do que ganha, somando dívidas
que não consegue pagar e que roubam recursos que deveriam ser destinados para a
realização de sonhos. Fazer acordos para pagamentos de dívidas sem antes saber
qual é a real capacidade de pagamento, sem cortar excessos, sem ajustar o
orçamento ao verdadeiro padrão de vida é um grande risco, além de uma medida
paliativa que apenas adia a solução da causa do problema. Abaixo, algumas
medidas para ajudar a quitar dívidas e reequilibrar as finanças.
Cheque
especial –
cheque especial é uma das mais altas taxas de juros praticadas no mundo.
Procure o gerente da conta e proponha imediato cancelamento dessa linha de
crédito, mesmo que esteja utilizando. Proponha troca por uma linha de crédito
que não ultrapasse 3% de juros mensais. Caso esteja pagando 100 reais de juros
ao mês, proponha um parcelamento do mesmo valor, com prazo alongado. Isto fará
com que não tenha mais que pagar juros mensais de 10% - isso faz sua dívida
dobrar a cada 7 meses. Caso o gerente não aceite, o melhor a fazer é poupar
para uma futura negociação.
Cartão
de crédito –
busque negociação com operadora do cartão ou banco. Proponha um
parcelamento com juros que não ultrapassem 3% ao mês, e que estas prestações
caibam no orçamento financeiro mensal. Caso a operadora ou banco não aceitem,
não faça acordos que não conseguirá cumprir. Mesmo que o nome seja negativado,
guarde dinheiro mensalmente para uma futura negociação. Outra estratégia é buscar
crédito com taxas mais baixas como, por exemplo, o crédito consignado. Mas
atenção: não resolve trocar um credor por outro, é preciso resolver e atacar a
verdadeira causa do desequilíbrio financeiro.
Financiamento
de casa –
Para a maioria dos brasileiros a compra da casa própria é um sonho que só é
possível realizar adquirindo uma dívida – o financiamento imobiliário. Em boa
parte dos casos, o que impede o pagamento das prestações da casa são os gastos
supérfluos. Se está difícil pagar as prestações, o melhor a fazer, além de
cortar excessos de gastos, é procurar a financiadora e propor um alongamento da
dívida, adequando a prestação à real capacidade de pagamento. Caso não consiga
a renegociação, estude a possibilidade de trocar esse imóvel por um de preço
inferior.
Carro - um veículo não é investimento e,
sim, um bem de consumo. A prestação em si nem sempre é o motivo da dificuldade
de custear esse bem - embora ao final do financiamento a pessoa tenha pagado
por dois veículos e levado apenas um. O verdadeiro problema está na manutenção
do veículo, cujo custo mensal equivale, em média, a 3% do valor do carro. A
manutenção de um veículo de R$ 20 mil , por exemplo, tem um custo de
aproximadamente R$ 600 mensais -
gasolina, seguro, licenciamento, IPVA, entre outros. Portanto, é importante
analisar o custo-benefício da compra do veículo. Se tê-lo é uma necessidade e
está difícil pagar é melhor rever o orçamento e tentar renegociar o prazo da
dívida com prestações que realmente caibam no bolso, considerando todas as demais
despesas já assumidas. Se a renegociação também não for possível, o melhor é
buscar um advogado e providenciar a devolução do veículo.
*Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação
Financeira e Editora DSOP, autor dos livros Terapia Financeira, Eu Mereço Ter
Dinheiro, Livre-se das Dívidas, Ter Dinheiro Não Tem Segredo, das coleções
infantis O Menino do Dinheiro e O Menino e o Dinheiro, além da coleção didática
de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do
país, Apostila de educação financeira para o ensino EJA e Jovem Aprendiz.
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o gerente da conta e proponha imediato cancelamento dessa linha de crédito, mesmo que esteja utilizando. Proponha troca por uma linha de crédito que não ultrapasse 3% de juros mensais. Caso esteja pagando 100 reais de juros ao mês, proponha um parcelamento do mesmo valor, com prazo alongado. Isto fará com que não tenha mais que pagar juros mensais de 10% - isso faz sua dívida dobrar a cada 7 meses. Caso o gerente não aceite, o melhor a fazer é poupar para uma futura negociação.
Cartão de crédito – busque negociação com operadora do cartão ou banco. Proponha um parcelamento com juros que não ultrapassem 3% ao mês, e que estas prestações caibam no orçamento financeiro mensal. Caso a operadora ou banco não aceitem, não faça acordos que não conseguirá cumprir. Mesmo que o nome seja negativado, guarde dinheiro mensalmente para uma futura negociação. Outra estratégia é buscar crédito com taxas mais baixas como, por exemplo, o crédito consignado. Mas atenção: não resolve trocar um credor por outro, é preciso resolver e atacar a verdadeira causa do desequilíbrio financeiro.
Financiamento de casa – Para a maioria dos brasileiros a compra da casa própria é um sonho que só é possível realizar adquirindo uma dívida – o financiamento imobiliário. Em boa parte dos casos, o que impede o pagamento das prestações da casa são os gastos supérfluos. Se está difícil pagar as prestações, o melhor a fazer, além de cortar excessos de gastos, é procurar a financiadora e propor um alongamento da dívida, adequando a prestação à real capacidade de pagamento. Caso não consiga a renegociação, estude a possibilidade de trocar esse imóvel por um de preço inferior.
Carro - um veículo não é investimento e, sim, um bem de consumo. A prestação em si nem sempre é o motivo da dificuldade de custear esse bem - embora ao final do financiamento a pessoa tenha pagado por dois veículos e levado apenas um. O verdadeiro problema está na manutenção do veículo, cujo custo mensal equivale, em média, a 3% do valor do carro. A manutenção de um veículo de 20 mil reais, por exemplo, tem um custo de aproximadamente 600 reais mensais - gasolina, seguro, licenciamento, IPVA, entre outros. Portanto, é importante analisar o custo-benefício da compra do veículo. Se tê-lo é uma necessidade e está difícil pagar é melhor rever o orçamento e tentar renegociar o prazo da dívida com prestações que realmente caibam no bolso, considerando todas as demais despesas já assumidas. Se a renegociação também não for possível, o melhor é buscar um advogado e providenciar a devolução do veículo.
Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP Educação Financeira e Editora DSOP, autor dos livros Terapia Financeira, Eu Mereço Ter Dinheiro, Livre-se das Dívidas, Ter Dinheiro Não Tem Segredo, das coleções infantis O Menino do Dinheiro e O Menino e o Dinheiro, além da coleção didática de educação financeira para o Ensino Básico, adotada em diversas escolas do país, Apostila de educação financeira para o ensino EJA e Jovem Aprendiz.