Em todas elas o seu dinheiro está envolvido |
*Reinaldo Domingos
Alguns termos já fazem
parte do cotidiano, contudo, a definição exata ainda é um mistério para boa
parte da população. Isso ocorre com os termos dívidas, inadimplência e
compromissos; mas quais a real diferença entre eles?
Vamos começar com o mais simples que são os
compromissos. Esses são obrigações que se tem mensalmente, como aluguel,
telefone, internet, pois são despesas que se sabe que terá, mas ainda não se
tornaram uma dívida, uma vez que a mensuração do valor só ocorrerá ao fim do
período. Os consumidores que possuem compromissos devem ter uma planilha com
tudo anotado, data de pagamento e uma estimativa do valor.
Já os termos dívidas e inadimplência se
confundem muito, porém, dívidas é muito mais amplo. Funciona da seguinte forma:
inadimplência ocorre depois que o consumidor se compromete com o pagamento de
algum valor em uma data, contudo, não consegue realizar dentro do prazo. Em
função disso, ocorrem cobranças, tendo até o risco de o consumidor ter seu nome
em lista de devedores de alguns órgãos, como Serasa e SPC (Serviço de Proteção
ao Crédito).
Dívidas englobam os consumidores que estão
inadimplentes, mas abrange um número muito maior de pessoas; nesse grupo,
também estão as pessoas que compram um produto e parcelam, quem financiam carro
ou casa, distribuem cheques pré-datados, pagam a parcela mínima do cartão,
pegam dinheiro emprestado e tem que pagar parcelas desse empréstimo, dentre
outros. Em resumo, essas são as pessoas que já se comprometeram com um valor a
ser pago, caso contrário, a pessoa se tornará inadimplente.
Para exemplificar, se você financiou um carro,
você tem uma dívida; agora, se deixou de pagar as parcelas, além da dívida,
também está inadimplente. Nesta situação, infelizmente, se encontra a grande
maioria da população, e isso é retrato da facilidade para obtenção de créditos
e facilidades de compra.
Para os consumidores inadimplentes e com
dívidas, a situação é muito arriscada, podendo refletir em diversos pontos do
seu cotidiano, como relação familiar e profissional. Assim, é necessário fazer
uma ação de guerra, repensando toda a vida financeira para não agravar cada vez
mais a situação.
O inadimplente tem que tomar a ação mais
difícil, que é negociar os valores com os credores. É importante ter em mente
que as pessoas querem receber esse valor. Tendo isso em mente, é a hora de
buscar um consenso. Nunca esquecendo que o valor definido terá que caber dentro
do orçamento mensal.
Para quem está endividado, mas não
inadimplente, a obrigação é honrar com suas obrigações e, para que isso ocorra,
os valores devem estar no orçamento mensal. Pagando tudo dentro do prazo e, se
possível, adiantando o pagamento dos valores e eliminando as dívidas o mais
rápido possível. Qualquer “bobeada” pode ser muito perigosa, fazendo com que se
torne inadimplente, por isso, é fundamental a educação financeira, descobrindo
a maneira correta de tratar o dinheiro.
*Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP
Educação Financeira e da Abefin (Associação Brasileira dos Educadores
Financeiros), autor do best seller Terapia Financeira e dos lançamentos Papo
Empreendedor e Sabedoria Financeira.