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quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

Chumbo Quente: Trump pode jogar os Estados Unidos em outro atoleiro


Na Síria foram incapazes de aniquilar os malucos suicidas do Estado Islâmico



Luís Alberto Alves/Hourpress

Os Estados Unidos são parecidos com aquele sujeito que gosta de brigar até com o vento. Não consegue viver em harmonia com ninguém. O negócio é arrumar encrenca. Paz para este tipo de pessoa é sinônimo de tédio, falta de adrenalina.

O presidente Donald Trump se enquadra neste perfil, bem ao jeitinho da política belicista norte-americana. O país que mais se envolveu em conflitos armados durante mais de 80% do século 20. Por trás desta lógica está sua gigantesca indústria de armas, ganhando fortunas com o derramamento de sangue alheio.

Porém, os Estados Unidos não perceberam que o fracasso do Vietnã, onde tiveram de fugir com o rabo entre as pernas, após mais de dez anos de derrotas, entraram no atoleiro do Afeganistão e só tomaram na cabeça. Ganharam no Iraque, mas perderam a influência no Irã, um dos grandes produtores de petróleo no Oriente Médio.

Na Síria foram incapazes de aniquilar os malucos suicidas do Estado Islâmico. Caso não tivessem a ajuda da Rússia, dos Curdos e dos Iranianos, via Hezbollah, amargariam outro vexame. O negócio dos executivos da “morte” é vender armamento Made in USA, não importa o comprador.

A falta de tato político internacional de Trump jogou o Irã no colo de Rússia e China, ambos interessados no petróleo dos imãs de Khomeini. Não se pode descartar que o programa nuclear iraniano não esteja recebendo ajuda dos russos.

Ninguém põe em dúvida a força bélica dos Estados Unidos, com mais de 6 mil aviões de guerra, inúmeros mísseis e porta aviões atômicos. Têm cacife para reduzir o Irã a pó rapidamente. O problema é que isto pode explodir de vez o barril de pólvora chamado Oriente Médio.

É o tipo de conflito que poderá unir várias nações islâmicas e provocar estragos nas empresas norte-americanas. Algo que nenhum CEO pretende para os seus patrões e acionistas. Detalhe: entre os quase 2 bilhões de muçulmanos, praticamente nenhum deles bebe Coca-Cola  ou consome produtos fabricados pelos Estados Unidos.

Parece que o maluco Donald Trump não imaginou que tirar o Irã do mapa vai prejudicar gigantesco prejuízo às multinacionais norte-americanas. Afinal de contas, nem todas as empresas do tio Sam só vivem da produção de armas. Portanto, caso ocorra essa guerra, será típica vitória com sabor de derrota.

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