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segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Jiló com Pimenta: A violência da polícia paulista, perda de privacidade e carestia


A cada semana, os preços sobem nos supermercados, alimentando a inflação

Luís Alberto Caju

Polícia que mata: O tenente-coronel Adilson Paes de Souza, que passou 28 dos seus 49 anos na PM paulista, apresentou dissertação de mestrado em direitos humanos na USP (Universidade de São Paulo). “O modelo de segurança existente não funciona mais”.  Em entrevista à Folha de S. Paulo ele falou o óbvio, o que a população da periferia conhece diariamente.

 Segundo ele, a truculência da polícia paulista é fruto de um sistema que aparentemente não pune criminosos. Nesta aspiral, o soldado prende o suspeito, correndo risco de perder a vida num tiroteio, e horas depois o acusado volta às ruas. É quando entram em ação grupos de extermínio, fazendo papel de juiz, aplicando a pena de morte, inexistente na teoria, mas em vigor na prática.

 Por falta de interesse governamental, não é viável desmontar a doutrina da Segurança Nacional, onde bandidos comuns são tratados como inimigos. Neste bojo entram trabalhadores residentes na periferia, na maioria das vezes alvos da PM em truculentos patrulhamentos, que resultam em mortes. O sistema judiciário brasileiro apodreceu. Os presídios se tornaram faculdade do crime. Não recuperam detentos.

 O Código Penal, cheio de falhas, transmite a sensação de impunidade aos que roubam e matam. Esse combustível alimenta policiais ávidos por vingança, pois acreditam erradamente que a Justiça protege bandidos. Quando na verdade cabe à PM repreender e prender. O julgamento não faz parte do seu trabalho. Por outro lado, a indústria da segurança civil ganha muito dinheiro ao oferecer serviços de combate ao crime.

 Não é viável que o problema seja solucionado. Resultado: perde a população, que erradamente acredita que a polícia é sua inimiga. Descontada a presença da banda podre, a polícia é parte importante do sistema de segurança pública. Mas sua postura precisa ser revista. Trabalhador não pode ser tratado como bandido.

Língua solta: As denúncias do ex-consultor do serviço de inteligência dos Estados Unidos, Eward Snowden, continuam repercutindo. Responsável pelo vazamento de milhares de documentos secretos sobre espionagem do governo americano ao redor do mundo. Ele ganhou vários inimigos no seu país. Diversos políticos do Congresso Nacional dos Estados Unidos afirmaram que não haverá clemência para Snowden.

 Nas entrelinhas, se entende que eles apoiam a postura do governo norte-americano de espionar todas as pessoas. O ex-consultor garantiu, na Rússia, onde conseguiu exílio temporário, que nenhum e-mail ou ligação telefônica sai dos Estados Unidos, sem passar pelo crivo dos serviços de inteligência. Se algum morador naquele país escrever ou disser que venderá bomba na porta de colégios, sem ressaltar que é bomba de chocolate, logo estará nas mãos do FBI (polícia federal norte-americana). Snowden virou inimigo público do governo dos Estados Unidos porque revelou a violência cometida contra a população: perda da privacidade.

Carestia: Toda vez que vou ao supermercado, tomo um susto. Os preços mudam rapidamente. Lembro que no início do ano, o litro de leite custava em torno de R$ 1,50. Hoje, dependendo da marca, encosta ou passa dos R$ 3,00. Mas qual a razão de o comerciante remarcar? Por que o fornecedor aumentou! Por sua vez, o agricultor teve de subir o preço de sua mercadoria, por causa da elevação nos preços da matéria-prima. Infelizmente o salário não acompanha essa dinâmica. Na somatória, subiu o percentual destinado às compras. Com o orçamento reduzido, o padrão de vida cai. Logo, explode a insatisfação contra a política econômica do governo. Aos poucos vejo reaparecer a figura do dragão que apavorou os brasileiros nas décadas de 1970 e 1980: a inflação!



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