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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Geral: legista que desvendou caso PC farias afirma que garoto Marcelinho foi executado


O garoto Marcelo Pesseghini não teria cometido suícidio como sustenta a polícia paulista

Em 1996, diversas autoridades sustentaram a tese de que Suzana matou PC Farias e depois se suicidou


Luís Alberto Caju

 Na avaliação do médico legista e professor da Universidade Federal de Alagoas, e também coronel da PM, George Sanguinetti, o filho do casal de Pms paulistas, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, também foi executado junto com os pais, o sargento da Rota, Luís Marcelo Pesseghini, 40, a cabo Andreia Pesseghini, 35, juntamente com a avó Benedita de Oliveira Bovo, 67, e a tia avó Bernadete Oliveira da Silva, 55, na segunda-feira passada (5) em Vila Brasilândia, Zona Norte de SP. O delegado Itagiba Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), afirma que o adolescente cometeu a chacina e se matou depois.

 Sanguinetti tornou-se conhecido ao refazer o laudo das mortes de Paulo Cesar Farias (braço direito do então presidente Fernando Collor de Mello no começo da década de 1990) e sua amante Suzana Marcolino assassinados em 1996, mas que a polícia tratava como homicídio seguido de suicídio. O trabalho do legista alagoano resultou na reabertura do caso, levando a júri os Pms, que eram seguranças de PC Farias, como acusados das duas mortes. Assim como hoje, na época a maioria das autoridades defendia a tese de que Suzana Marcolino matou Paulo Cesar Farias e depois tirou a própria vida.
 
  De acordo com ele, nas fotos publicadas em diversos jornais do País, é visível que os dois policiais e o menino foram assassinados. Sanguinetti ressalta que da maneira que o corpo de Marcelo caiu, com a mão direita em cima do lado esquerdo da cabeça e o braço esquerdo dobrado para trás, com a palma da mão esquerda aberta para cima, não condiz com a posição de um suicida, mas com a de alguém que foi executado. Outro detalhe chama atenção: a pistola .40, usada para cometer a chacina, iria aparecer em cima da cama ou próximo aos joelhos do adolescente.
                       
                                    Janela da casa teve cadeado arrombado

  Para intrigar mais ainda, o filho de Bernadete Oliveira da Silva, 55, tia avó de Marcelo, uma das vítimas, Sebastião de Oliveira Costa, entregou ao delegado Itagiba Franco, durante depoimento prestando ontem (12) no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), uma suposta cópia da chave da casa onde ocorreu a chacina. Uma das janelas da residência tinha o cadeado arrombado, provavelmente por onde o assassino que matou as cinco pessoas entrou.

  Se de fato o sargento da Rota, Luís Pesseghini pode ter morrido 12 horas antes, o homicídio teria ocorrido por volta da meia-noite do domingo, quando alguém saiu da casa com o carro da cabo Andreia e o deixou estacionado próximo da escola onde Marcelo estudava. O DHPP já sabe que naquele dia a família fez um churrasco e consumiu cerca de 20 latinhas de cerveja. Com a hipótese que cada pessoa (Andreia, o marido Luís, a avó Benedita e a tia avó Bernadete) tenha ingerido cinco latinhas naquela tarde, não se sustenta a tese de que a cerveja provocou a sonolência impedindo a reação quando ocorreu o ataque.

  Na segunda-feira (5), o sargento Luís Pesseghini iria viajar numa missão especial  com diversos soldados da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) até a cidade paulista de Presidente Wenceslau, onde está presa a cúpula de uma facção criminosa de SP. Naquela mesma semana, o coronel César Augusto Morelli, comandante da tropa de choque, da qual faz parte diversos policiais da Rota, foi demitido do cargo, que ocupava há dois anos. Entre as três razões que pesaram no corte de sua cabeça, estava o envio de equipes sob seu comando para ações no Interior de SP, sem aviso ao secretário. Será que a missão que o sargento Pesseghini iria fazer em Presidente Wenceslau era de conhecimento do secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira?

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