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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Geral: Meu Filho só come macarrão, e agora?


    Arquivo/Hourpress

 Radiografia da Notícia

* A seletividade alimentar pode começar mais cedo do que se imagina

*  Entre 25% e 40% dos lactentes e crianças pequenas já exibem sintomas, aponta fonoaudióloga, ao indicar os sinais de alerta e dicas para quem cuida de crianças

O que, inicialmente, pode parecer apenas uma birra, pode gerar reflexos em todo o desenvolvimento futuro da criança

Redação/Hourpress

Cara feia, comida no prato, choro e muitos formatos de rejeição são desafios enfrentados por famílias com crianças que têm seletividade alimentar na hora das refeições. Carla Deliberato, fonoaudióloga especialista em motricidade oral com enfoque em alimentação, explica que a seletividade alimentar ocorre quando há desinteresse ou recusa de determinados alimentos com frequência pela criança. "Ela seleciona os alimentos que irá comer e isso pode estar relacionado com a textura, a cor, a temperatura, o cheiro e ou o sabor do alimento", exemplifica.

 

O que, inicialmente, pode parecer apenas uma birra, pode gerar reflexos em todo o desenvolvimento futuro da criança, já que ela pode passar a apresentar deficiências nutricionais provocadas pela carência de determinados alimentos e isso pode trazer consequências em seu desenvolvimento e até na vida social, como não comer fora de casa.

 

Sinais de alerta

 

A especialista elenca uma lista de comportamentos da criança que podem indicar a necessidade de procurar ajuda de um fonoaudiólogo especializado para corrigir a rota:

  • Recusa ou não apresenta interesse na maioria das refeições;
  • Tem náuseas ou vômitos durante a alimentação;
  • Cospe alimentos com relativa frequência;
  • Aceita apenas uma textura ou consistência do alimento;
  • Engasga-se com frequência;
  • Tem dificuldade para mastigar;
  • Não consegue se alimentar na mesa de refeição, preferindo andar ou ficar em outros locais para comer;
  • Faz caretas, sente “nojo” ou se sente muito incômodo com o cheiro dos alimentos.

 

Possíveis causas

 

A fonoaudióloga explica que a raiz da seletividade pode ter uma variedade de motivos, entre eles, uma desordem de processamento sensorial. "Isso leva à necessidade de uma avaliação específica de integração sensorial com a terapeuta ocupacional", recomenda a fono.

 

Em outros casos, a origem pode estar em questões gastrointestinais prévias ou de problemas de desenvolvimento. "Estudos já apontam um índice de 25% a 40% de lactentes e crianças pequenas saudáveis com algum sintoma de dificuldade alimentar", exemplifica Carla.

 

Por que só comem macarrão?

 

Este grande dilema das famílias é abordado pela Carla de forma realista e convidativa a novos costumes. "Comer é um ato aprendido e os pais precisam dar modelos muito positivos durante as refeições com seu filho", alerta a especialista, ao continuar: "De nada adianta exigir que a criança coma verduras, se a própria família não consome e só prepara macarrão para ela".

 

Para ajudar nesse processo, ela sugere as 5 dicas abaixo para adotar no dia a dia:

  • Estimular a criança a explorar a própria boca com objetos mordedores, brinquedos e alimentos);
     
  • Convidar para o preparo das refeições, bolos, ou ajudando a descascar frutas;
     
  • Estimular o desenvolvimento da autonomia, pedindo ajuda para a colocar os pratos na mesa, incentivando-a a servir o próprio prato;
     
  • Refeições em família como estímulo à curiosidade por alimentos novos que ela ainda não conhece;
     
  • Não usar tablets ou estímulos visuais para não desviar a atenção da criança do contexto dos alimentos.

Geral: Tabagismo, hábito que mata 8 milhões por ano

    Pixabay


Radiografia da Notícia

* Pneumologista do Cejam esclarece dúvidas relacionadas ao vício e destaca utilização de vapes eletrônicos

Anualmente, o uso dessa substância tem sido responsável pela morte de aproximadamente 8 milhões de pessoas

As doenças associadas mais comuns entre os fumantes incluem câncer de pulmão, boca, lábio, faringe e esôfago

Redação/Hourpress

O ano é 2024 e o tabagismo persiste como uma grave questão de saúde pública que exige ação imediata. Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), existem cerca de 1,3 bilhão de usuários de tabaco ao redor do mundo.  Anualmente, o uso dessa substância tem sido responsável pela morte de aproximadamente 8 milhões de pessoas, sendo mais de 1 milhão delas não fumantes, mas expostas ao fumo passivo.

Nesse contexto e em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo (29), conversamos com a Dra. Thais Moreira De Figueiredo, pneumologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”. Em entrevista, a especialista compartilhou informações relevantes sobre os impactos do tabagismo na saúde. Confira!

Quais os efeitos gerais do tabagismo na saúde?

O tabagismo tem efeitos bastante nocivos, incluindo danos às vias aéreas e aumento da susceptibilidade a infecções. A exposição prolongada e intensa ao tabaco acaba agravando esses quadros.

As doenças associadas mais comuns entre os fumantes incluem câncer de pulmão, boca, lábio, faringe e esôfago, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, infecções pulmonares e doenças intersticiais pulmonares que podem levar à fibrose pulmonar. O tabagismo também aumenta o risco de doenças cardiovasculares, levando a mais casos de infarto e AVC. Além disso, reduz a expectativa de vida em pelo menos 10 anos.

Um estudo feito por pesquisadores da Fundação do Câncer aponta que o tabagismo responde por cerca de 80% das mortes por câncer de pulmão em homens e mulheres no Brasil. Qual é a relação?

A fumaça do tabaco contém mais de 7 mil substâncias tóxicas, muitas delas prejudiciais às células e com potencial cancerígeno. Essas substâncias causam inflamação, morte celular e alterações genéticas, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer de pulmão, entre outros.

Existe um tempo mínimo de uso de tabaco para alguma dessas condições de saúde aparecerem?

Não há um tempo mínimo estabelecido para o desenvolvimento dessas condições. Isso varia de acordo com a quantidade e intensidade do uso do tabaco, além da susceptibilidade genética individual. No entanto, em pacientes com DPOC, os sintomas geralmente aparecem após os 40 ou 50 anos.

Há alguma diferença na forma como o tabagismo afeta homens e mulheres?

Na verdade, isso depende muito da perspectiva de cada doença abordada. Por exemplo: o uso combinado de tabaco e anticoncepcionais por mulheres aumenta o risco de desenvolvimento de trombose venosa. Também sabemos que existem mais homens com DPOC.

E quanto ao envelhecimento? É verdade que o tabagismo acelera o processo?

Sim. A fumaça inalada durante o ato de fumar gera a produção de radicais livres que afetam as células do corpo, alterando suas estruturas e seu funcionamento básico, o que acaba contribuindo para o envelhecimento precoce do indivíduo.

Estamos vivenciando um momento em que os vapes eletrônicos estão cada vez mais populares. Eles são menos prejudiciais para a saúde do que o próprio cigarro?

O uso de vape envolve a inalação de um aerossol gerado pelo aquecimento de um líquido, que simula a fumaça do cigarro convencional. Este processo gera resíduos tóxicos, alguns ainda não completamente identificados. Embora possa haver uma possibilidade de eles serem menos prejudiciais que os cigarros convencionais, não há dados suficientes para confirmar essa hipótese.

Além disso, em muitos países, incluindo o Brasil, ainda não existe regulamentação para esses dispositivos, e, com isso, não existe também o controle de qualidade ou conhecimento completo das substâncias produzidas. No fim das contas, o recomendável é evitar o uso.

O vape também pode causar dependência, assim como o cigarro?

Sim, o vape pode causar dependência. Isso ocorre porque a nicotina presente nos cartuchos desses dispositivos é frequentemente mais concentrada do que no cigarro convencional.

Ele também pode levar ao desenvolvimento de câncer de pulmão?

Até o momento, a ciência ainda não tem evidências da relação direta entre o uso de vape e o desenvolvimento de câncer de pulmão ou qualquer outro tipo. No entanto, o seu uso foi associado à EVALI, uma doença pulmonar grave que pode levar à insuficiência respiratória rápida e à morte. Essa ligação foi observada durante um surto da doença entre 2019 e 2020, particularmente em vapes contendo produtos derivados de THC e acetato de vitamina E.

Por fim, existem outras abordagens, além do uso de medicamentos, para deixar o tabagismo de lado? O que é indicado para quem quer largar o vício?

Sim. A terapia cognitivo-comportamental, quando combinada com medicamentos, tem se mostrado bastante eficaz.  De modo geral, as opções de tratamento medicamentoso podem incluir drogas não-nicotínicas, como a bupropiona e a vareniclina, ou antidepressivos, como a nortriptilina. Esses medicamentos podem ser usados isoladamente ou em combinação com terapias tópicas à base de nicotina, como adesivos cutâneos, pastilhas ou gomas de mascar. A escolha do tratamento depende das particularidades de cada caso.

Além disso, é importante ressaltar que o apoio emocional e psicológico também desempenha um papel crucial no processo de abandono do tabagismo. Grupos de apoio e acompanhamento psicológico podem fazer uma grande diferença.

Túnel do Tempo: Marcha sobre Washington

     Arquivo Hourpress


Redação/Hourpress

Em 28 de agosto de 1963 ocorria a Marcha sobre Washington. Neste grande evento, o pastor Martin Luther King fez o seu famoso discurso "Eu tenho um sonho". 

sexta-feira, 19 de julho de 2024

Crônica: Ao encontro das luzes do além

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Sempre quando encontrava algum amigo especialista neste assunto, o debate durava horas

Astrogildo Magno

 Flávio estudava Teologia há vários anos. O mistério que cerca as religiões o deixava intrigado. Tinha feito diversas pós graduações nesta área. Era alguém capacitado para falar deste assunto. Em pouco tempo conseguia desmascarar os picaretas que aparecem na internet e programas de rádios vendendo uma imagem falsa do Evangelho.

Porém, mesmo letrado nesta matéria, a morte o deixava preocupado. Mesmo conhecendo intensamente a Bíblia, ainda tinha dúvida a respeito do que acontece quando alguém morre. Como é o céu? Se não existe luz, nem dia, como descrito no livro de Apocalipse, no Novo Testamento da Bíblia, os espíritos se visualizam de que forma?

Tarde

Sempre quando encontrava algum amigo especialista neste assunto, o debate durava horas. Ele queria descobrir, aqui na Terra, como é o pós morte. A viagem que o espírito faz depois de sair do corpo humano. Num final de semana, resolveu dormir até tarde.

Por causa do calor, abriu a janela do seu apartamento de cobertura na região endinheirada da Anália Franco, Zona Leste de SP e de repente percebeu uma forte luz o abraçar. Olhou e enxergava a cidade distante. Numa grande velocidade ultrapassou diversos planetas em fração de segundos. Mas não sentia o vento bater no rosto. Logo chegou em uma gigantesca cidade, onde personalidades bíblicas, como Moisés, Abrahão, Elias, Josué, Samuel, Sara andava tranquilamente pelas ruas...que eram de ouro!

Astrogildo Magno é cronista

 

Geral: Sete mitos e verdades sobre enxaqueca

     Divulgação


Radiografia da Notícia

Doença neurológica não tem cura e é mais comum em mulheres, destaca neurologista do Cejam

A doença neurológica se caracteriza principalmente pela dor de cabeça pulsante, que pode afetar um ou ambos os lados da cabeça

Essa é a realidade de mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo

Redação/Hourpress

Ter dor de cabeça já é desconfortável, imagine, então, quando ela surge muito mais intensa do que o normal e persiste por um período de 4 a 72 horas ininterruptas. Essa é a realidade de mais de 1 bilhão de pessoas ao redor do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, 30 milhões contam com o diagnóstico.

A doença neurológica se caracteriza principalmente pela dor de cabeça pulsante, que pode afetar um ou ambos os lados da cabeça. Em casos mais graves, a condição pode ser, ainda, acompanhada de náuseas, vômitos e extrema sensibilidade ao som ou à luz.

Infelizmente, ela nem sempre é levada a sério e, muitas vezes, é minimizada com sugestões simplistas. Quem nunca ouviu um "toma um remédio que passa"? Mas será que passa mesmo?

Com o intuito de esclarecer o assunto, o Dr. Nicéas Tadeu de Oliveira Rodrigues, neurologista do Cejam - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”, desmistifica o tema. Confira abaixo:

Enxaqueca é uma condição genética?

VERDADE, em partes! Embora a enxaqueca seja influenciada por fatores genéticos e muitos pacientes com essa condição tenham um histórico familiar da doença, outros fatores como alimentação, alterações hormonais e questões emocionais também desempenham um papel importante em seu aparecimento.

Existe uma fase específica da vida em que a enxaqueca é mais provável de se desenvolver?

MITO! A enxaqueca pode se manifestar em qualquer fase da vida, não há um período específico que seja mais propício para o seu desenvolvimento.

É possível prevenir uma crise de enxaqueca?

VERDADE! As crises de enxaqueca podem ser minimizadas ao identificar e controlar os gatilhos que as desencadeiam. Por isso, é importante observar os sinais que o seu corpo dá e buscar os cuidados adequados.

E cura, tem?

MITO! Infelizmente, até o momento, não existe uma cura para a enxaqueca. No entanto, tratamentos eficazes estão disponíveis para ajudar a gerenciar os sintomas durante uma crise e, em casos de crises frequentes e intensas, também há tratamentos preventivos disponíveis.

A atividade física piora a enxaqueca?

MITO! Na verdade, a atividade física regular pode contribuir para a manutenção de um organismo saudável e aumentar a resistência a várias doenças, incluindo a enxaqueca.

A alimentação pode influenciar o aparecimento da enxaqueca?

VERDADE! Certos alimentos e bebidas podem desencadear crises de enxaqueca em algumas pessoas. Portanto, é importante identificar e evitar esses gatilhos alimentares.

De maneira geral, é recomendável que pessoas com enxaqueca evitem produtos que contêm adoçantes artificiais. Além disso, alimentos processados como mortadela, presunto, salame, bacon, salsicha e linguiça, que são ricos em nitratos e nitritos, podem dilatar os vasos sanguíneos e intensificar as dores de cabeça.

Bebidas como refrigerantes, café e chá mate, que contêm cafeína, devem ser limitadas, já que o estimulante pode afetar a circulação sanguínea. Laticínios, incluindo queijos, leite e iogurte, também, pois contam com tiramina, um composto que pode desencadear crises de enxaqueca.

Por fim, frutas cítricas e chocolates, conhecidos por suas propriedades potencialmente desencadeadoras, devem ser consumidos com moderação.

As mulheres são mais propensas a sofrer de enxaqueca?

VERDADE! A enxaqueca é mais comum em mulheres, em grande parte devido às flutuações hormonais que ocorrem no corpo feminino, podendo ser potencializada por preocupações excessivas, ansiedade, tensão e estresse.

Assim, as mulheres têm duas a três vezes mais chances de sofrer de enxaqueca do que os homens.


Geral: TST decidirá sobre validação de dissídio coletivo em caso de recusa de negociação

 

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Radiografia da Notícia

* O dissídio coletivo é um instrumento jurídico utilizado para resolver conflitos trabalhistas que afetam categorias inteiras de trabalhadores e empregadores

Quando uma das partes se recusa a participar da negociação coletiva

*  Pois permite que as partes ditem as regras que devem ser aplicadas para a sua categoria ou para alguma questão específica

Redação/Hourpress


O Tribunal Superior do Trabalho (TST) irá decidir sobre a validade de dissídio coletivo quando uma das partes envolvidas no processo não quer negociar. Após a decisão, será estabelecido um precedente que deverá ser seguido em todos os casos semelhantes pelo Judiciário.
 

O dissídio coletivo é um instrumento jurídico utilizado para resolver conflitos trabalhistas que afetam categorias inteiras de trabalhadores e empregadores, especialmente em questões que envolvem reajustes salariais, condições de trabalho e benefícios, ao contrário do dissídio individual, que trata de questões específicas entre um empregado e um empregador.
 

Quando uma das partes se recusa a participar da negociação coletiva, há controvérsia sobre a validade do ajuizamento do dissídio coletivo. De acordo com o artigo 114, parágrafo 2º da Constituição Federal, caso uma das partes se recuse a participar de uma negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado a elas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir sobre o conflito.


Patronal
 

Para Rafael Lara Martins, mestre em Direito do Trabalho e presidente da OAB de Goiás, sócio do Lara Martins Advogados, a negociação coletiva é um dos instrumentos mais caros que existem no Direito do Trabalho, pois permite que as partes ditem as regras que devem ser aplicadas para a sua categoria ou para alguma questão específica, ou seja, é a validação do negociado sobre o legislado.
 

Lara Martins ressalta que o TST já havia flexibilizado, dizendo que não é necessário que essa aceitação seja expressa, que ela pode ser presumida. Agora, busca-se repetitivo para chancelar de forma definitiva se há necessidade da concordância patronal ou não.
 

“Na minha visão, exigir ou impor a negociação a quem quer que seja é nefasto. Além de não ser recepcionado pela Constituição Federal, é moralmente duvidoso você impor a quem quer que seja uma negociação se as partes não querem negociar. Não se pode falar em quebra de boa-fé se uma das partes entende que mesmo que no passado tenha negociado, agora não quer mais negociar. Afinal, precisamos lembrar que a ausência de negociação não é ausência de normas, mas a aplicação do direito trabalhista vigente”, finalizou.


Coletivo
 

Conforme explica a advogada Crislaine Teotônio da Silva, especialista em Direito e Processo do Trabalho do escritório Natal & Manssur Advogados, a prática tem demonstrado casos em que uma das partes se nega tanto a negociar quanto a concordar com o ajuizamento do dissídio, gerando decisões conflitantes nos tribunais. O TST irá julgar se a recusa arbitrária de uma das partes em participar da negociação coletiva viola o princípio da boa-fé e configura o "comum acordo" tácito para a instauração do dissídio coletivo.
 

Crislaine ressalta que a questão é relevante, pois em 2023, 32 dos 94 dissídios coletivos julgados pela Seção Especializada em Dissídios Coletivos do TST tratavam dessa controvérsia jurídica. Nos Tribunais Regionais do Trabalho, foram recebidos cerca de 1.600 processos sobre o tema nos últimos três anos.
 


Geral: Telescoping: fenômeno aumenta a tendência de alcoolismo entre mulheres

Divulgação


 Radiografia da Notícia

Psiquiatra do Ceub explica que os efeitos nocivos do álcool se manifestam mais rapidamente nas mulheres

As mulheres tendem a desenvolver dependência ao álcool mais rapidamente, um fenômeno conhecido como "telescoping"

Questões como depressão, ansiedade e experiências traumáticas, que podem prevalecer

Redação/Hourpress

O consumo abusivo de álcool entre mulheres jovens tem aumentado no Brasil, de acordo com dados recentes do sistema de Vigilância de Fatores de Risco do Ministério da Saúde. Entre 2006 e 2023, o abuso de bebidas alcoólicas entre as brasileiras quase dobrou, subindo de 7,8% para 15,2%. Lucas Benevides, psiquiatra e professor do curso de Medicina do Centro Universitário de Brasília (Ceub), explica que, como doença complexa e multifacetada, o alcoolismo requer abordagens integradas de tratamento, antecipando fatores negativos, como as pressões associadas aos aspectos sociais e trabalhistas.
 
De acordo com Lucas Benevides, o alcoolismo apresenta diferenças significativas entre os gêneros. As mulheres tendem a desenvolver dependência ao álcool mais rapidamente, um fenômeno conhecido como "telescoping". Segundo o especialista, os efeitos fisiológicos do álcool são mais severos nas mulheres devido a diferenças na composição corporal e no metabolismo. “As mulheres têm menor atividade da enzima álcool desidrogenase no estômago, resultando em maior concentração de álcool no plasma e no cérebro. Embora comecem a beber mais tarde que os homens, elas desenvolvam problemas clínicos mais precocemente, como cirrose, miocardiopatia dilatada e maior dano cerebral”. 
 
Questões como depressão, ansiedade e experiências traumáticas, que podem prevalecer ou se manifestar de maneira diferente em mulheres, também são contribuem para essa variação. “As mulheres também podem enfrentar estigmatização social mais intensa em relação ao consumo de álcool, impactando negativamente na busca por tratamento”, afirmou.

Saúde
 
O psiquiatra e docente do CEUB afirma que as questões de gênero são fundamentais no tratamento da dependência alcoólica. De acordo com Lucas, as abordagens terapêuticas devem ser sensíveis às necessidades das mulheres, que podem incluir experiências de violência doméstica, responsabilidades familiares e diferenças na socialização. “Fatores como histórico de saúde mental, suporte social e cultural, além de acesso a recursos de tratamento, influenciam significativamente a jornada de recuperação”, destacou.
 
Entre os instrumentos para apoiar indivíduos com dependência alcoólica, estão políticas públicas voltadas para a redução de danos, campanhas de conscientização sobre os riscos do álcool e programas de prevenção nas escolas e comunidades. “Centros de tratamento e reabilitação, linhas de apoio psicológico e grupos de apoio, como os Alcoólicos Anônimos, desempenham um papel fundamental, além das políticas que oferecem suporte para a saúde mental.” Ele recomenda investimento em pesquisa para entender as nuances do vício, viabilizando tratamentos mais eficazes e personalizados. 
 
Rede de Apoio

De acordo com o especialista, o apoio da família e de pessoas próximas é vital na recuperação do alcoolismo. É importante abordar a questão com empatia e sem julgamento, incentivando a pessoa a buscar ajuda profissional e a participar de grupos de apoio familiar para orientação e suporte emocional. “Também é essencial estabelecer limites claros e buscar manter um ambiente doméstico seguro e saudável. Oferecer-se para acompanhar a pessoa em consultas e tratamentos pode fortalecer o compromisso com a recuperação”.