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quinta-feira, 1 de outubro de 2020

Artigo: HPV pode levar ao câncer

 

O paciente infectado pelo HPV pode não apresentar sinais ou sintomas

* Dr. Marco Aurélio Lipay

Jornal da USP
O HPV (Papilomavírus Humano) é um vírus que infecta a pele ou mucosas (oral, genital ou anal), tanto de homens quanto de mulheres, desenvolvendo verrugas que podem levar ao câncer.

Dados do Ministério da Saúde mostram que aproximadamente 291 milhões de mulheres no mundo têm HPV e, dessa população, estima-se que um terço estão infectadas pelos subtipos 16 e 18; e são esses os tipos virais que desenvolvem a maioria dos casos de câncer de colo do útero.

A Associação Americana de Urologia (AUA), em seu site, menciona que o HPV é a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e cerca de 14 milhões de pessoas são infectadas a cada ano nos Estados Unidos (EUA). A prevalência do HPV genital é estimada em 42,5% das mulheres americanas com idades entre 14 e 59 anos. Estima-se que a incidência anual desses cânceres nos EUA seja de 15 mil casos, em mulheres; e de 7 mil casos, entre os homens. Acredita-se que o HPV seja responsável por até 50% de todos os cânceres invasivos de pênis e está associado a quase todos os cânceres do colo do útero. Lembrando que o tumor de colo do útero é o segundo câncer mais comum e a quinta principal causa de mortes em mulheres em todo o mundo, com quase 4.000 mortes/ano nos EUA.

O HPV também está envolvido em até 85% dos casos de câncer de ânus; 35% de orofaringe e 23% de boca. Ressaltamos que a neoplasia de boca e garganta é o sexto tipo de câncer mais comum no mundo e sua incidência está fortemente relacionada à prática de sexo oral em pacientes com HPV.

No Brasil, em estudo recente envolvendo as 27 capitais, em 119 Unidades Básicas de Saúde / SUS, foram entrevistados 8.626 homens e mulheres com idade que variou de 16 a 25 anos (média de 21,6 anos). O estudo identificou uma prevalência de 53,6% de HPV, sendo 32,5% de alto risco (54,6% na população feminina e 51,8% nos homens). Outro dado importante deste estudo foi que, em relação às infecções sexualmente transmissíveis (IST), 13,8% dos pacientes avaliados já haviam manifestado HPV em outro momento ou apresentaram resultado positivo no teste rápido para HIV ou Sífilis.

Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), as formas de contágio do HPV são as mais variadas possíveis, a saber:

• A transmissão do vírus se dá por contato direto com a pele ou mucosa infectada.

• Pela via sexual, que inclui contato oral-genital, genital-genital ou mesmo manual-genital. Assim sendo, o contágio com o HPV pode ocorrer mesmo na ausência de penetração vaginal ou anal.

• Também pode haver transmissão para o bebê durante o parto, caso a mãe seja portadora do vírus.

• Existem dúvidas quanto a possibilidade de contaminação pelo HPV por meio de objetos, do uso de vaso sanitário e piscina ou pelo compartilhamento de toalhas e roupas íntimas.

O paciente infectado pelo HPV pode não apresentar sinais ou sintomas na maioria dos casos e, assim, ficar latente. Normalmente, as primeiras manifestações clínicas pelo HPV surgem num período que varia de 2 a 8 meses da infecção, mas em alguns casos pode demorar até 20 anos para se manifestar. As lesões clínicas se apresentam como verrugas na região genital e/ou no ânus (denominadas tecnicamente de condilomas acuminados e popularmente conhecidas como "crista de galo", "figueira" ou "cavalo de crista"). Podem ser únicas ou múltiplas, de tamanhos variáveis, achatadas ou papulosas (elevadas e sólidas). Em geral são assintomáticas e raramente desencadeiam coceira no local.

O diagnóstico é confirmado pelo exame físico, somado a uma genitoscopia, biópsia da lesão e identificação do vírus e seu subtipo por técnicas de biologia molecular.

O tratamento é individualizado, considerando as características da lesão (extensão, quantidade, localização), além da disponibilidade de recursos terapêuticos (químicos, eletrocauterização, crioterapia, laser, cirúrgicos, ácidos ou até mesmo estimuladores da imunidade). Independente de realizar o tratamento, as lesões podem desaparecer, recidivar, permanecer inalteradas ou aumentar em número e/ou volume.

A prevenção do HPV é realizada com o uso de vacinas que são distribuídas gratuitamente pelo SUS e indicadas para:

• Meninas de 9 a 14 anos;

• Meninos de 11 a 14 anos;

• Pessoas que vivem com HIV;

• Pessoas transplantadas na faixa etária de 9 a 26 anos;

Além da vacina recomendada para as crianças, adolescentes e grupos de risco, o preservativo (camisinha) masculino e feminino deve ser utilizado a partir do início da atividade sexual. Entretanto, o seu uso, apesar de prevenir a maioria das IST, não impede totalmente a infecção pelo HPV, pois as lesões podem estar presentes em áreas não protegidas. Na dúvida de uma infeção ou de uma lesão, procure auxílio médico. O Urologista saberá indicar a melhor opção de tratamento e prevenção.

* Dr. Marco Aurélio Lipay é Doutor em Cirurgia (Urologia) pela UNIFESP (Universidade Federal de São Paulo), Titular em Urologia pela Sociedade Brasileira de Urologia, Membro Correspondente da Associação Americana e Latino Americano de Urologia.

Saúde: Pesquisa mostra que 10% dos brasileiros nunca foram ao oftalmologista

 

Levantamento lembra o Mês Mundial da Visão, comemorado em outubro

Agência Brasil 

EBC

Uma pesquisa feita para lembrar o Mês Mundial da Visão mostrou que uma a cada cinco pessoas entre 18 a 24 anos nunca foi ao oftalmologista (21%) e apenas 10% fizeram a consulta uma única vez na vida.

Entre todos os entrevistados, 10% assumiram que nunca foram e 25% disseram que raramente, somente quando sentem algum incômodo nos olhos. Outros 41% não reconhecem que a visão embaçada é algo importante para saúde dos olhos, 37% não se preocupa com a perda parcial da visão, quase 80% não compreende que enxergar pontos pretos pode ser um sinal de agravamento ocular.

A pesquisa Um olhar para o glaucoma no Brasil mostra ainda que 30% acreditam que se deve procurar o oftalmologista somente depois de começar a usar óculos e 23% após perceber alguma perda de visão.

Apenas 13% acreditam que a visita ao oftalmologista deve se tornar frequente quando a pessoa tem alguma dor nos olhos. Já entre os entrevistados jovens adultos, com 18 a 24 anos, esse porcentual sobe para 21%. Pelo menos 60% dos entrevistados da classe C nunca mediram a pressão do olho, não sabem o que é ou não sabem se o médico mediu.

O levantamento foi realizado pelo Ibope Inteligência, neste ano, junto a 2,7 mil internautas brasileiros a partir dos 18 anos de idade, em diferentes estados: Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo.

Segundo a pesquisa, há desinformação a respeito do glaucoma, já que 53% dos pesquisados desconhecem que a doença possui a maior probabilidade de um quadro de cegueira irreversível e 41% nem sabem o que é glaucoma. Além disso, apenas 37% entendem que a ida ao oftalmologista com frequência é uma medida que ajuda a diminuir os riscos, 39% desconhecem sua própria probabilidade de cegueira e 15% associam a perda da visão com o desconforto nos olhos, então entendem não estar no grupo de risco.

De acordo com o presidente da Sociedade Brasileira de Glaucoma (SBG), Augusto Paranhos Júnior, o desconhecimento da doença é preocupante, pois há pessoas mais propensas ao glaucoma, com maior chance de desenvolvimento nos que já têm casos na família, afrodescendentes e pacientes com pressão intraocular elevada.

“Estima-se que entre 2 a 3% da população brasileira acima de 40 anos possam ter a doença, o que representa cerca de 1,5 milhão de pessoas. O levantamento aponta que mais da metade não sabia que o glaucoma é a doença com a maior probabilidade de causar o quadro de cegueira irreversível, 47% desconheciam a relação com a hereditariedade, e 90% não associavam a patologia com a afrodescendência”, disse.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença é a segunda causa de cegueira no mundo, ficando atrás apenas da catarata. O glaucoma é a morte da célula que faz a comunicação do olho para o cérebro. Como temos muitas células, quando o paciente percebe que ele perdeu um grande contingente é porque grande parte do nervo óptico já está danificada.

“Isso é um problema sério porque essa célula não regenera e a tendência é piorar e ele não tem como voltar. A demora para perceber em parte é porque temos dois olhos. Então, se tenho lesão em uma determinada região e a mesma região do outro olho é sadia, com os dois olhos abertos não se percebe nada. Outra coisa para cada ponto estimulado temos várias células mandando a mesma informação, então tenho que perder muito para perceber uma falha pequena que vai aumentando."

O principal sintoma é o embaçamento da visão que pode ser confundido com o de outras doenças oculares. Por isso o médico destaca que para a maioria das patologias do olho não é necessário esperar pelos sintomas para procurar o oftalmologista. Paranhos destacou ainda que as pessoas têm o conceito errado de que glaucoma é a pressão alta no olho. "A pressão alta é o principal fator de risco para o desenvolvimento de glaucoma, mas há pessoas que não tem pressão alta e têm glaucoma. E existe o hipertenso ocular sem glaucoma. Mas tanto o glaucoma de pressão alta como de normal são tratados baixando a pressão."

O médico alertou ainda para o uso prolongado de corticoides nos olhos por longo período e sem orientação médica, prática que pode levar a uma hipertensão ocular grave que o paciente não percebe, já que parte da população é sensível à substância e o medicamento é vendido sem retenção de receita. "Muitas vezes as mães usam o corticoide em crianças com conjuntivite alérgica grave com receita do médico. Só que a doença vai e volta e a mãe aprendeu que o remédio tira os sintomas e começa a comprar sem ir ao oftalmologista. Ela pode estar causando glaucoma no filho".

Campanha

Para chamar a atenção para o tema a Sociedade Brasileira de Glaucoma lança, em parceria com um laboratório médico, a campanha de conscientização “Não perca seu mundo de vista, tenha um novo olhar para o glaucoma”, cuja embaixadora será a cantora Daniela Mercury. Serão feitas diversas ações pelas redes sociais para engajar diferentes públicos, respeitando as orientações sanitárias com relação ao distanciamento social no combate à covid-19.

Um filtro temático e dinâmico para Instagram foi criado, levando o efeito tubular e embaçado, com possibilidade de avançar os estágios da doença, para percepção de como o glaucoma atinge a visão e causa a perda de importantes momentos da vida. Já no Facebook será possível adicionar um tema na foto do perfil que simula a fase mais avançada da doença.

Além da cantora, famosos, influenciadores e pessoas anônimas com glaucoma diagnosticado ou familiares postarão mensagens de apoio e testemunhos que formarão um videoclipe especial, com dados sobre a doença, para a conscientização do Mês Mundial da Visão. Também será usada a hashtag #deolhonoglaucoma que será compartilhada por todos nas plataformas digitais.

Saúde: África surpreende com baixas taxas de covid-19

 

Incidência da doença é de 125 casos por 100 mil habitantes

Agência Brasil 

Reuters

Passados oito meses do início da pandemia de covid-19, com a marca de 1 milhão de pessoas mortas pela doença em todo o mundo e 33,5 milhões de casos, o Continente Africano chama a atenção por sua relativa baixa taxa de contaminação e mortes. Após atingir o pico dos registros por semana no fim de julho e ter a expectativa de se tornar o novo epicentro da pandemia, depois das Américas, os casos na África vêm diminuindo desde então.

O continente como um todo tem população de 1,2 bilhão de pessoas e registra, até o momento, cerca de 1,5 milhão de casos de covid-19, segundo dados do Africa Centres for Disease Control and Prevention (CDC África). O número é menos de um terço do registrado no Brasil, que tem 210 milhões de habitantes, população seis vezes menor. Ou seja, a África está com uma taxa de incidência da doença de 125 casos por 100 mil habitantes, enquanto no Brasil a taxa é de 2.258, segundo dados do Ministério da Saúde.

Nos óbitos pela doença, os registros na África estão perto de 36 mil, pouco mais do que no estado de São Paulo, que tem população de 46 milhões. A taxa de mortalidade por covid-19 no Brasil está em 67,6 por 100 mil habitantes e a letalidade da doença é de 3%. No Continente Africano, a mortalidade por covid-19 é de 3 por 100 mil habitantes e a letalidade da doença de 2,4%.

Os números mundiais indicam uma taxa de 430,9 por 100 mil habitantes e 12,92 mortes por 100 mil, segundo o Wordometer, com letalidade de 4%.

saúde, África, covid-19
 

Explicações

De acordo com o pesquisador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz) Augusto Paulo Silva, já é um consenso mundial que a situação da covid-19 na África é peculiar e surpreendente. Ele credita a baixa taxa de contaminação no continente a pelo menos quatro fatores, um deles a capacidade de resposta a epidemias.

“Há várias hipóteses, não são explicações assertivas. Mas uma das explicações mais plausíveis é que muitos países africanos já vêm enfrentando outras epidemias, em algumas partes é o cólera, outras o ebola, que até recentemente estava na República Democrática do Congo, em 2014 houve ebola na Libéria, Sierra Leoa e na Guiné Equatorial. Com isso, essas grandes epidemias fizeram com que muitos países africanos tivessem planos de emergência”.

Outra explicação, de acordo com o pesquisador, é a imunidade da população, afetada por outras doenças. “Porque as pessoas que sofrem daquela forma acabam por criar certas imunidades, por causa do tratamento de doenças como a malária, que tem muita prevalência na região, e de outras".

A terceira possibilidade é o fator etário, ou seja, a população africana é mais jovem do que a média mundial e a covid-19 tem demonstrado uma incidência maior entre pessoas mais velhas. Silva lembra também o baixo desenvolvimento de muitos países, principalmente na região central do continente, o que leva essas regiões a terem poucas conexões internacionais.

“A quarta explicação é que muitos países não têm aquela intensidade de comunicação e contato com o exterior. Se for ver o número de casos nesses países, são mais elevados nos que têm maior índice de desenvolvimento, como a África do Sul, o Egito, a Argélia. O que significa que o nível de desenvolvimento permite o contato com o exterior e o contágio é feito por meio dessas ligações e comunicações com o exterior, acho que são essas as explicações”.

De acordo com a OMS/Afro, foram implantadas com sucesso na região as medidas de saúde pública para “encontrar, testar, isolar e tratar as pessoas com covid-19, rastrear e colocar em quarentena os seus contatos”. Apesar da perspectiva de queda na curva de contágio, o pesquisador destaca que não há espaço para relaxar na vigilância, já que se trata de um vírus novo sobre o qual ainda não há conhecimento consolidado.

“Em qualquer epidemia são várias fases. No Continente Africano entramos na fase de abertura, então não sabemos se aquela curva vai continuar descendente ou não. Temos que ver aqueles países que não foram muito afetados, se essas curvas vão aumentar por causa dessa abertura. Não se pode fechar os países durante muito tempo. Então aí a questão do rastreio vai ser fundamental para poder seguir, tem que ficar vigilante”.

Além da covid-19, Silva destaca que no dia 25 de agosto ocorreu de forma virtual a 70ª sessão do Comitê Regional Africano da OMS, na qual foi celebrada a erradicação do Poliovírus Selvagem na África. Também durante a pandemia, a República Democrática do Congo recebeu o certificado de erradicação do ebola.

Panorama mundial

Segundo o último boletim Panorama da Resposta Global à Covid-19, do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Cris-Fiocruz), o número de mortes tem diminuído devido à maior experiência no manejo clínico-terapêutico da doença. Porém, o centro destaca que a prioridade ainda é “conter a pandemia”, que impôs um quadro “quase apocalíptico” em oito meses de duração até o momento.

“Bilhões de pessoas em isolamento social, economias paralisadas e em declínio, bilhões sem trabalho, amplificação da pobreza e das desigualdades, empresas destroçadas, ameaças de crise alimentar, poucas esperanças no horizonte propiciadas pela ciência: ainda nenhum medicamento, nove vacinas em finalização, mas sem certezas quanto à sua eficácia. O mundo tenta se reinventar, mas a prioridade ainda é conter a pandemia”, destaca o boletim.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de casos de covid-19 registrados por semana apresentou em setembro um leve declínio nas Américas, mas se mantendo estável em um nível ainda muito alto e permanecendo como epicentro da pandemia. Em julho e agosto, a região registrou 64% das mortes por covid-19 no mundo, embora responda por apenas 13% da população global. O vírus aumentou a circulação no Caribe em agosto e, nas últimas semanas, em alguns países da América do Sul, como Colômbia e Argentina, além do aumento da taxa de mortalidade no México.

O Sudeste Asiático segue com aumento crescente desde julho, com a Índia atualmente em segundo lugar no número total de casos, atrás dos Estados Unidos e passando o Brasil, e em terceiro em número de mortes. A Europa registrou diminuição no ritmo de contágio entre junho e julho e, a partir de agosto, vê os casos aumentarem rapidamente, com a proximidade do inverno no Hemisfério Norte, podendo indicar o início da segunda onda da pandemia no continente.

Na África, o pico dos contágios ocorreu no fim de julho e a tendência atual é de queda nos registros. Segundo Silva, o CDC África, lançou, em parceria com o Projeto de Melhoria do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) da Saúde Pública de Inglaterra (PHE), a ferramenta AVoHC Net, que vai facilitar a implantação e administração de um grupo de trabalho para emergências de saúde pública em todo o continente. O mecanismo foi autorizado após o surto de ebola em 2014 e vai auxiliar na emergência da covid-19.

Quanto aos óbitos totais globais, o pico de registros por semana ocorreu no começo de abril, segundo os dados consolidados da OMS, tendo caído até o início de junho e voltado a subir a partir de então, se mantendo em níveis altos, mas sem atingir novamente o pico.

Artigo: Observatório da Febraban revela que brasileiro se preocupa com fake news

 

Seis em cada dez (59%) entrevistados apontam a internet como fundamental para seu trabalho


Luís Alberto Alves/Hourpress

Arquivo
As campanhas nacionais e internacionais de alerta e combate às fake news parecem estar surtindo efeito, provavelmente reforçadas na pandemia por temas como saúde, doença, vacina entre outros. Mais da metade dos internautas brasileiros se preocupam com as notícias falsas e checam conteúdos que leem, recebem ou compartilham na internet e nas redes sociais.

Essa é uma das principais revelações da quarta edição do Observatório Febraban, #BrasilOnline, feita entre os dias 17 a 22 de setembro, com 3 mil internautas, acima de 16 anos, em todas as regiões do País. Nesta edição, o estudo voltou-se à parcela da população brasileira conectada à internet: hábitos de frequência, motivos do acesso, comportamento, expectativas de mudanças de comportamento pós-pandemia, atitudes quanto às fake news.

Ao analisar a relação do internauta com as fake News, o cientista político e sociólogo Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do IPESPE, ressalta que as mudanças de atitude são precedidas por mudanças de percepção, que nesse caso, já estariam em curso. "A conjuntura das eleições municipais desse ano será uma excelente oportunidade para checar o quanto essa conscientização sobre os males das fake news se transformará em comportamento efetivo", disse Lavareda.

O estudo mostra ainda que o brasileiro considera a internet ainda um produto da elite. Dos ouvidos, 48% concordam que o acesso à internet se ampliou no Brasil e ajudou a democratizar o acesso a informações, conhecimento, lazer e serviços, mas a metade considera que "a internet no Brasil ainda é restrita a uma parcela da população, deixando de fora a maioria das pessoas mais pobres, dos idosos e outros".

A importância dos influenciadores digitais nesse universo chama atenção. Entre os internautas brasileiros, 44% seguem algum tipo de digital influencer e entre aqueles entre 16 a 24 anos, esse percentual chega a 65%.

O levantamento confirma ainda tendências que vinham sendo identificadas por levantamentos em anos recentes, evidencia mudanças no período da pandemia e apresenta curiosidades. Quase 90% dos entrevistados declaram que não conseguiriam viver sem ou sentiriam muita falta da internet em suas vidas. O acesso à internet integrou-se definitivamente à "cesta básica" de produtos/serviços das famílias, como água e luz.

"A pandemia da Covid-19 deixou explícita essa importância da internet. As evidências são de que a pandemia deve acelerar o já intenso processo de digitalização da vida social. Confinados às suas casas durante semanas ou meses, mesmo os mais resistentes à tecnologia tiveram que migrar atividades cotidianas para a web, em maior ou menor medida", avalia Isaac Sidney, presidente da FEBRABAN.

O Observatório FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN-IPESPE, é parte de uma série de medidas da FEBRABAN para ampliar a aproximação dos bancos com a população e a economia real, de forma cada vez mais transparente.

Abaixo, seguem os principais resultados do levantamento:

Preocupação com fake news

O internauta está desconfiado quanto aos conteúdos que circulam na web e inseguro quanto à proteção dos seus dados: 86% manifestam preocupação com fake news, em maior ou menor intensidade. A preocupação com notícias falsas cresce entre os que têm filhos entre 12 e 18 anos (92%). Nesse contexto, 90% afirmam checar notícias ou conteúdos que leem, recebem ou compartilham na internet e nas redes sociais para se prevenir. Esses cuidados se ampliam nos estratos mais altos de escolaridade e renda e diminui entre os de idade mais avançada.

Apesar dos avanços na segurança de dados e de informações, a maior parte dos internautas mostra-se insatisfeita com a atuação do poder público e das autoridades no combate às fake news na internet e nas redes sociais. Para 66%, não estão fazendo o suficiente.

Confiança dividida quanto a sites e blogs

A desconfiança quanto ao conteúdo noticioso é maior quanto ao WhatsApp: 24% confiam e 67% não confiam (esse último percentual sobe para 74% entre os mais jovens). Sobre notícias e informações divulgadas em sites e blogs da internet, os respondentes mostram-se divididos quanto à confiança: 44% confiam e 43% não confiam.

A desconfiança também existe sobre notícias e informações divulgadas nas redes sociais, como Facebook, Instagram e Twitter: apenas 30% confiam, contra 60% que não confiam.

Segurança sobre dados pessoais na internet

Sobre a segurança dos dados pessoais, as opiniões ficam divididas: 38% acham que suas informações pessoais estão mais seguras hoje do que há cinco anos, enquanto outros 38% pensam o oposto. Para 21%, o nível se segurança continua o mesmo.

A importância dos influenciadores digitais

Os influenciadores digitais são um dos fenômenos de identificação mais recentes do ambiente digital. Entre os internautas brasileiros, 44% seguem algum tipo de digital influencer. Porém, há um expressivo recorte geracional: para os que têm até 24 anos, 65% acompanham pelo menos um desses influenciadores. Do ponto de vista da influência efetiva dessas personas virtuais sobre comportamento e hábitos de consumo, os mais impactados são da faixa entre 25 e 44 anos: 66% reconhecem orientar-se pelas dicas dos digital influencers, contra 62% do total.

Mais internet depois da pandemia

Mais de um terço dos internautas espera aumentar suas atividades online (35%) no período pós-pandemia. Apenas 9% esperam diminui-las, e 55% acreditam que não haverá mudanças em seus hábitos digitais. No mundo pós-pandêmico, 66% dos brasileiros conectados esperam acessar a internet preferencialmente das suas casas. Um quinto (24%) aposta no acesso principalmente a partir do trabalho.

Internet para notícias, redes sociais e estudo

Mais de um quarto espera aumentar a frequência das seguintes atividades após a pandemia: 30% acompanhar notícias e informações (e 54% vão manter a frequência); 29% acessar as redes sociais (e 55% vão manter); 29% estudar, fazer cursos e ter aulas à distância (e 29% vão manter); 29% conversar e se relacionar com amigos e familiares através de vídeo (e 45% vão manter) e 28% trabalhar, fazer reuniões e outras atividades profissionais pela net (e 28% vão manter).

Dependência da internet

Os brasileiros conectados sentem-se muito dependentes da internet: 87% não viveriam sem ela ou sentiriam muito a sua falta - percentual que chega a 90% entre os nascidos depois dos anos 80. A sensação de dependência em relação à internet varia conforme escolaridade e rendimento, sendo maior entre os que têm nível superior (91%) e renda acima de 5 salários mínimos (94%). Para 80% dos entrevistados, o uso que fazem da internet traz mais benefícios que prejuízos.

Mais tempo na internet

Entre os entrevistados, 28% passam até 4 horas na rede; 36% passam de 5 a 8 horas; 34% chegam a passar mais de 8 horas conectados. A média de 7,9 horas diárias registrada fica acima da média mundial de 6,4 horas. Entre os internautas brasileiros de 16 a 24 anos, a média de horas diárias na internet e em redes sociais atinge 9 horas.

Internet no orçamento familiar

Quanto aos gastos, 64% dos brasileiros gastam até R?100 com internet por mês, demonstrando que é um item já incorporado ao orçamento doméstico. Os gastos com provimento de internet se mostram heterogêneos, o que sinaliza para a provável diversidade na qualidade do serviço. 30% gastam até 50 reais (41% no Nordeste); 34% gastam de 50 a 100 reais; 19% despendem de 100 a 150 reais; 10% gastam mais de 150 reais.

Internet é fundamental para o trabalho

No campo profissional, seis em cada dez (59%) entrevistados apontam a internet como fundamental para seu trabalho. Essa avaliação é ainda mais comum entre homens (62%); aqueles com 25 a 44 anos (66%); os que têm nível superior (63%); aqueles com renda acima de 5 SM (68%). Somam 18% os que avaliam que a internet é importante, mas poderiam trabalhar sem ela.

WhastApp é a rede favorita

Os aplicativos de redes sociais são os mais utilizados pelos brasileiros conectados (77% no total de menções). Em seguida, praticamente empatados vem os aplicativos de notícias, de bancos e de entretenimento (25%, 24% e 21%, respectivamente). O WhatsApp reina absoluto sobre outras redes ou plataformas acessadas: considerando o total de menções, 66% costumam acessar a internet principalmente para usá-lo. Sites em geral e o Instagram são mencionados por 26%. O Facebook vem na sequência, com 24%, seguido do Youtube, com 22%. Portais de notícias pontuam 19%. O Twitter se confirma como rede restrita, com apenas 2% das menções.

Internet aproximou as famílias

Alavancada pelo isolamento social imposto pela pandemia, a digitalização da sociabilidade chegou para ficar. Perto de dois terços (62%) dos internautas utilizam plataformas de conversas em vídeo para comunicação com familiares e amigos pelo menos uma vez por semana, sendo que 25% se utilizam desses recursos quase diariamente

Pais vigiam internet dos filhos

No Brasil cerca de 70% dos pais e mães preocupam-se com a possibilidade de seu filho: ser assediado ou intimidado (75%); compartilhar informações demais sobre a vida pessoal (73%); passar muito tempo diante das telas (73%); receber e enviar imagens inadequadas (70%); e perder habilidades sociais (67%). A preocupação anda de mãos dadas com a vigilância e o controle. Mais de dois terços afirmam exercer controle sobre as atividades online dos filhos (32% muito rígido e 37% algum controle), enquanto apenas 22% reconhecem a ausência de rotinas de controle. Metade deles (49%) afirma saber muito bem o que os filhos andam fazendo na internet, e quase 30% sabem mais ou menos. Apenas 15% se reconhecem alheios à vida virtual dos filhos (sabem pouco ou nada).

A íntegra do quarto levantamento Observatório FEBRABAN, pesquisa FEBRABAN-IPESPE pode ser acessada neste link .

Geral: Prefeitura vai instalar câmeras de vigilância em ações de fiscalização

 

As imagens serão destinadas exclusivamente à identificação dos infratores

Redação/Hourpress

Gizmodo
A Prefeitura de São Paulo vai instalar câmeras de vigilância em ações de fiscalização no descarte irregular de lixo, entulhos e demais materiais e objetos inservíveis em pontos de descarte irregular. Lei 17.480 foi promulgada pelo prefeito Bruno Covas e publicada no Diário Oficial da cidade desta quinta-feira (01/10).

Para a apuração de infrações, os agentes com poderes de fiscalização poderão se valer de meios eletrônicos, tais como câmeras digitais, vídeos, sistemas de posicionamento geográfico, imagens de satélites, equipamentos computadorizados e outros meios tecnológicos similares que gravem o cometimento do ato infracional.

As imagens serão destinadas exclusivamente à identificação dos infratores, não podendo ser divulgadas em conteúdo pejorativo ou que venha a expor vexatoriamente o infrator.

As imagens também poderão ser cedidas aos órgãos de Segurança Pública ou de controle, desde que se constate a prática de ilícito penal.

O Poder Executivo regulamentará a Lei no prazo de 60 dias, contados da sua publicação.

Geral: Secretaria de Agricultura de SP alerta sobre os perigos de recebimento de pacotes de sementes

 

Caso não tenha feito compra on-line ou não reconheça o remetente


Redação/Hourpress

Divulgação
Há vários registros no país de cidadãos brasileiros que estão recebendo pelos correios pacotes de sementes não solicitadas. A orientação da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do estado de São Paulo é para que o cidadão não abra, não semeie, não repasse a outra pessoa e não jogue no lixo. Este produto, na embalagem original deve ser entregue em uma unidade da Defesa Agropecuária do município para que seja recolhido. Ouça Boletim com mais orientações no Spotify Soundcloud.

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) já emitiu um comunicado para que caso o cidadão não tenha feito compra on-line ou não reconheça o remetente, que não abra as encomendas deste tipo que cheguem a sua residência. De acordo com a legislação brasileira, todo material de multiplicação vegetal, é considerado semente ou muda e a importação de qualquer quantidade destes produtos deve ter a autorização do Ministério, mediante solicitação do interessado pela compra.

Apesar de parecerem inofensivas, estas sementes ilegais podem estar contaminadas e disseminar pragas e doenças e, assim, causarem sérios prejuízos econômicos e danos do ponto de vista da defesa sanitária vegetal como:

- A introdução de plantas daninhas: alguma espécie vegetal sem ocorrência no Brasil pode dificultar o controle da mesma e/ou aumentar o uso de defensivos, afetar a produtividade agrícola e pecuária e causar riscos ao ambiente.

- Disseminar doenças e pragas: as sementes de origem desconhecida podem ser disseminadoras de insetos praga, podendo comprometer a produtividade de lavouras e aumentar o custo produção. Podem estar contaminadas por fungos, bactérias e vírus e tornarem-se vetores de grandes epidemias de doenças no campo.

No estado de São Paulo, a Secretaria, por sua Coordenadoria de Defesa Agropecuária é o órgão responsável pela defesa sanitária vegetal e pela proteção do patrimônio agrícola do Estado. São realizadas ações de monitoramento, vigilância, inspeção e fiscalização da produção e do comércio de plantas, partes de vegetais ou produtos de origem vegetal veiculadores de pragas.

Se você mora no campo ou na cidade e receber uma encomenda não solicitada com sementes, ou mesmo se você conhecer alguém que recebeu pacotes com sementes não solicitadas, entre em contato com a Secretaria pelo telefone 11 - 5067-0060, ou através do email faleconoscoagricultura@sp.gov.br

Artigo: Covid-19: distância e higiene podem não ser suficientes para proteção de trabalhadores

 

A cada 5 minutos, temos a publicação de um resultado de pesquisa novo


Redação/Hourpress

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Adotar medidas de distanciamento e higienização pode não ser suficiente para afastar o risco de contágio do coronavírus para os colaboradores das indústrias. O alerta é dos especialistas da Gabbas, startup pioneira em “blindar” empresas e espaços contra a disseminação do COVID-19. Para o caso das Indústrias, eles explicam que o trabalho de prevenção deve ser desenvolvido lado a lado com o RH. “O trabalho correto envolve também o escalonamento de equipes de trabalho, monitoramento de colaboradores e respectivas famílias, no que diz respeito as condições de saúde de cada ente familiar”, afirma a sócia-diretora da Gabbas, Patrícia Gabas.

Como as indústrias envolvem um grande número de colaboradores, é fundamental elaborar, ainda, um Plano de Contingência caso haja possibilidade de contágio coletivo. “Caso haja algum caso entre os colaboradores, é importante, por exemplo, garantir que sua privacidade seja preservada, além de providenciar que todos os que tiveram contato com essa pessoa fiquem ausentes do trabalho e isolados”, explica Patrícia. “Orientações e providencias também devem ser criadas para melhorar as adequações de trabalho dos colaboradores em home office", complementa.

Uma sondagem recente da CNI – Confederação Nacional da Indústria mostrou que 95% das empresas adotaram medidas em relação aos seus colaboradores. Entre as ações mais adotadas estiveram o afastamento de empregados do grupo de risco, a promoção de campanhas de informação e prevenção e com medidas extras de higiene na empresa.

“Ainda há muitas dúvidas quanto ao que pode ou não pode, deve ou não deve ser feito para garantir a segurança das pessoas. Há protocolos específicos para cada segmento, além das particularidades de cada empresa, cada espaço. Estamos falando de uma série de providências específicas e obrigatórias para cada situação, como comunicação adequada, monitoramento, medidas para o correto distanciamento social, higiene e proteção individual, sanitização correta dos ambientes entre outras, que vão aumentar a segurança e a confiança tanto de colaboradores quanto de clientes”, afirma Patrícia Gabas.

A Gabbas nasceu da união de profissionais multidisciplinares com mais de 20 anos de atuação em gestão de projetos e produções executivas. “Identificamos a oportunidade de agregar nossa expertise à aplicação de soluções que atendam às novas necessidades de segurança e saúde nos mercados. Observamos que os protocolos pré-estabelecidos pela OMS, Ministério da Saúde e Municípios são dinâmicos, ora publicados como ‘Orientações de Caráter Provisório’, sofrendo alterações constantes, baseadas em requalificações de critérios e fases, durante a evolução da doença viral. Entendemos que é preciso manter-se atualizado e alerta, acompanhando ativamente todas as mudanças impostas, de acordo com cada classificação de riscos. A cada 5 minutos, temos a publicação de um resultado de pesquisa novo, o que requer atualização constante”, informa a executiva.

Como funciona a “blindagem” na indústria

 Mediante um diagnóstico prévio do espaço, com atenção em detalhes específicos do segmento industrial, uma equipe de profissionais das áreas de gestão, infectologia, segurança do trabalho, jurídico, vigilância sanitária e/ou nutrição atua junta na indicação e implementação dos protocolos mais adequados. Há ainda uma consultoria integrada com certificação COVID-Free, em parceria com certificadora internacional. Outras medidas são os treinamentos de equipes de trabalho, serviços de pré e pós-monitoramento, para garantir a implementação dos protocolos propostos, além de educação continuada para manutenção das boas práticas.

“Encontramos muita informação, mas pouca comunicação efetiva sobre como as empresas devem se comportar. Medidas básicas como álcool em gel e máscaras estão em todos os locais, mas a prevenção adequada exige providências mais efetivas elaboradas em um plano de ação completo, com rastreamento de contatos, testes e gestão de crise em caso de contaminações. Essa abordagem em ‘cluster’ é um modelo de sucesso já adotado em diversos países. Com a autotutela e ausência de um fiscalizador imparcial, escritórios e estabelecimentos tendem a relaxar no cumprimento das ações para as boas práticas. A flexibilização das medidas poderá provocar demandas indenizatórias em escalas absurdas. Temos referências pelo mundo de países que haviam retomado suas atividades econômicas e estão voltando a fechar espaços, devido ao aumento no número de contaminados”, lembra o sócio-diretor da Gabbas, Thomé Castro.

Patrícia Gabas acredita que, mesmo com a eficácia comprovada da vacina, as empresas terão que manter as normas exigidas atualmente por prazo indeterminado. “A ciência está ainda estudando esse vírus e como ele se comporta, por isto acreditamos que, mesmo com o advento da vacina, novas exigências, aprimoradas, devem surgir. Construir um sólido implemento de Biosegurança, priorizando a saúde de colaboradores e clientes é determinante para garantir o sucesso de qualquer empresa no futuro”, finalizou.