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quinta-feira, 19 de março de 2020

Geral: Deputados do Rio querem garantir quarentena a moradores de favelas


Parlamentares estaduais defendem construção de abrigos e hospitais


Agencia Brasil

A possível chegada do Covid-19 nas favelas e comunidades do Rio preocupa deputados da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj), que defendem a construção imediata de abrigos e hospitais de campanha onde as pessoas isoladas possam ser acolhidas. O temor dos parlamentares é que as moradias diminutas, onde moram muitas pessoas da mesma família, não tenham espaço para garantir com segurança a quarentena dos infectados, que acabariam passando a doença para os demais parentes.
A Alerj aprovou dez projetos relacionados ao coronavírus nesta quarta-feira (18) e um deles autoriza o governo do estado a requisitar propriedades privadas, como hotéis, pousadas e até motéis, para viabilizar o cumprimento de quarentenas, isolamentos e demais tratamentos médicos. Segundo o projeto, os proprietários terão direito de receber pagamento posterior pela utilização do espaço.
O deputado Carlos Minc (PSB) disse que o governo do estado pode estar perdendo o prazo ideal para começar a prover os locais onde ficarão as pessoas isoladas em quarentena, pois existe uma logística complexa que inclui a instalação de equipamentos e contratação de pessoal.
“Este é o problema mais sério. Se 20 ou 30 pessoas na Rocinha se contaminarem, isso vai se expandir, pois as casas são grudadas uma nas outras e em cada uma moram muitas pessoas. Nós já perdemos muito tempo e o quadro de evolução [da doença] é semelhante ao da Itália. Pode vir um drama pior que o italiano. Perdemos o timing, estamos correndo atrás do prejuízo. Agora temos que acelerar o passo”, disse Minc.
A deputada Marta Rocha (PDT) também demonstrou preocupação com o quadro que está se desenhando no Rio, pelo grande número de favelas na cidade. Ela lembrou que o Rio é uma cidade com altos índices de tuberculose, principalmente nas comunidades pobres, o que já deixa as pessoas vulneráveis, com problemas respiratórios.
“Tem que aumentar a velocidade na capacidade de resposta. Para quem é da classe média, é fácil o isolamento social. Mas quando se pensa nas comunidades, em que os domicílios têm um único quarto e abrigam cinco moradores, essa questão tem que ser verificada para garantir o atendimento dessas pessoas”, disse Marta Rocha.
O deputado Waldeck Carneiro (PT) pediu pressa às autoridades de saúde para abrigar pessoas que precisarem ser isoladas em quarentena. Ele sugeriu o uso de prédios de hospitais desativados, para colocar em condição de abrigar os pacientes.
“A China ergueu um hospital em uma semana. A Itália vacilou na prevenção e está contando os mortos. É preciso criar soluções. Há prédios públicos e privados para serem usados, e também a possibilidade de construção de hospitais de campanha”, disse Waldeck.

Riocentro

A Secretaria de Estado de Saúde foi procurada para se manifestar sobre a posição dos deputados, mas ainda não se pronunciou. Há uma projeto, de iniciativa da prefeitura do Rio, de utilizar o centro de eventos Riocentro, em Jacarepaguá, como um dos pontos de apoio ao atendimento médico, com capacidade de 500 leitos. Até o momento, nenhuma obra começou no local.
De acordo com dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados durante o Censo de 2010, cerca de 11,4 milhões de pessoas, equivalente a 6% da população brasileira, viviam em uma das 6.329 favelas do país. No Rio de Janeiro, segundo o IBGE, a população moradora de favelas e comunidades pobres é estimada em 1,7 milhão de habitantes.

Geral: APSA alerta condomínios sobre golpes relacionados ao coronavírus


Circulou no  whatsapp de síndicos e gestores profissionais áudio sobre suposto assalto em prédios da Zona Sul do Rio


Redaçao/Hourpress

Com a natural preocupação que todo o país está vivendo sobre a rápida proliferação do coronavírus, as pessoas acabam ficando mais suscetíveis a golpes; sejam eles reais ou virtuais. Nesta semana, circulou em vários grupos de whatsapp de síndicos e gestores profissionais de condomínios do Rio de Janeiro, áudios com relatos de supostos roubos em série de apartamentos, feitos por pessoas que entraram nos prédios identificando-se como agentes de saúde que estariam aplicando teste para identificar casos de contaminação por COVID-19.

Ainda que não haja confirmação dos órgãos de Segurança sobre a veracidade dos roubos relatados, a APSA - maior empresa brasileira em soluções para viver em propriedades urbanas - está reforçando as orientações aos síndicos para adoção de medidas ainda mais rígidas de segurança para controle de acesso às dependências dos condomínios. A empresa dministra mais de 2.600 condomínios apenas no Rio de Janeiro.

"É fundamental que os profissionais de portaria estejam orientados a pedir sempre a identificação antes de permitir qualquer acesso ao condomínio. É fundamental confirmar se a identificação e válida e, neste caso em especial, as informações se de fato esse tipo de abordagem está sendo feito por agentes públicos", destaca Alan Galvão, gerente da APSA.

O Governo do Estado do Rio de Janeiro já se pronunciou negando que haja visitas individuais de agentes de saúde para realizar teste de coronavírus. Portanto, a oferta desse serviço é uma fake News.

"Já orientamos também para que os síndicos coloquem no quadro de aviso de cada condomínio alertas sobre esse tipo de golpe. É fundamental que as equipes de portaria sejam constantemente informadas sobre as possíveis exposições da segurança do prédio. Nos condomínios que administramos, também reforçamos o estado de alerta para as equipes de segurança terceirizada contrata", informa Alan Galvão.

8 dicas úteis:

1 - Escolha uma equipe de segurança especializada

2 - Reforce o prédio com Segurança Eletrônica

3 - Controle de Entrada e Treinamento de Porteiros

4 - Cadastro de empresas de empresas fornecedoras e entregadoras

5 - Tenha Circuitos internos de TV

6 - Liste e compartilhe telefones úteis

7 - Participe os moradores

8 - Use soluções digitais em tempos de confinamento

A APSA investiu nos últimos anos mais de R﹩ 6 milhões em transformação digital e disponibilizou para os clientes plataformas e soluções online que serão muito úteis em tempos de isolamento por causa da pandemia de coronavírus. 

Tais como consulta e agendamento de vistas aos imóveis disponíveis para locações, comunicação com consultores (fale com a APSA), consulta aos dados condominiais e financeiros (saldos, extratos, cotas, boletos, prestações de contas, funcionários, documentos - convocações, atas, circulares etc.), consulta aos dados de imóveis e locações (extratos, boletos etc.), envio de documentos relacionados aos funcionários dos condomínios (DP) - funcionalidade sendo reativada (ainda sem previsão de disponibilização).


Sobre a Apsa - Criada em 1931, a Apsa é referência e uma das maiores empresas do Brasil em soluções para o viver bem em propriedades urbanas. Líder no mercado nacional de administração de condomínios, conta com uma carteira de mais de 100 mil imóveis distribuídos em mais de 2,9 mil condomínios. Em locação, são cerca de 9 mil imóveis administrados.

 A Apsa também atua com compra e venda de imóveis. É a primeira administradora nacional digital, além de possuir rede de atendimento espalhada por várias capitais do país - Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Fortaleza e Maceió.

Saúde: Telemedicina garante continuidade de atendimento especializado à distância


Diretor clínico de hospital contesta postura do Conselho Federal de Medicina, que limita aplicação da Telemedicina


Redaçao/Hourpress

Com a recomendação de seguir isolamento social, evitando sair de casa, os serviços de Telemedicina são uma ferramenta eficiente para permitir contato entre pacientes e profissionais de saúde evitando o deslocamento para clínicas e hospitais. A tecnologia possibilita dar continuidade às consultas presenciais ou receber orientações iniciais, sendo um importante recurso nesse momento de pandemia.
Atualmente, muitas pessoas com sintomas leves, ou com outros problemas de saúde, inclusive psiquiátricos, buscam atendimento em ambulatórios e prontos-socorros para obter orientações que poderiam ser fornecidas com auxílio da tecnologia, evitando a exposição ao contágio do Coronavírus. Contudo, a aplicação da Telemedicina esbarra no Conselho Federal de Medicina (CFM), que limita o uso deste recurso.
Para o diretor clínico da Holiste, Luiz Fernando Pedroso, a demora do Conselho em regulamentar essa ferramenta é equivocada. "Há um protecionismo aos profissionais, que acaba afetando os pacientes, principalmente em um momento como esse em que a tecnologia seria fundamental para manter o atendimento à população sem afetar a quarentena", defende.
Ao contrário da entidade de Medicina, o Conselho Federal de Psicologia autoriza a consulta a distância. Em entrevista nesta quarta-feira (18), o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que vai regulamentar o uso dessa ferramenta para aplicá-la no combate ao Coronavírus. De acordo com ele, seria autorizada teleconsulta em todo território nacional, no entanto o ministro não esclareceu que medidas seriam adotados para viabilizar esse modelo de atendimento.
 Reforço - Diante da recomendação de isolamento social para prevenir o contágio por Coronavírus, a clínica Holiste, que já oferecia o serviço, ampliou em seis vezes a capacidade de atendimento por meio da Telemedicina. "No cenário atual é crucial facilitar o acesso dos pacientes que apresentem qualquer tipo de desconforto psíquico de forma segura. Através da tecnologia, eles podem iniciar o contato com um profissional qualificado ou dar continuidade ao plano terapêutico sem precisar se deslocar até o consultório", explica o psicólogo Ueliton Pereira, diretor técnico da clínica.
 O serviço de Telemedicina permite que pacientes de qualquer lugar do mundo tenham acesso à assistência psiquiátrica e psicológica. Os atendimentos acontecem no formato de Orientações Terapêuticas, através de vídeo conferência, sendo necessário apenas uma câmera, microfone e um dispositivo com acesso à internet (smartphone, computador, notebook ou tablets).
 O atendimento à distância é indicado para qualquer pessoa que esteja enfrentando algum tipo de desconforto psíquico. Familiares e cuidadores que precisem de informações sobre o manejo de pacientes psiquiátricos também podem recorrer a ferramenta.
 Atualmente, o serviço pode ser realizado em três especialidades: Psiquiatria, Psicologia (adulto e infanto-juvenil) e Psicopedagogia.

Saúde: Estado do Rio registra a segunda morte pelo novo coronavírus


A vítima é um homem de 69 anos, morador de Niterói


Agencia Brasil 

A Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro confirmou na tarde de hoje (19) a segunda morte em decorrência do novo coronavírus (Covid-19). A vítima é um homem de 69 anos. Assim como a idosa que morreu pelo novo coronavírus, cuja causa da morte foi confirmada na manhã desta quinta-feira, ele fazia parte do grupo de risco do Covid-19.
Segundo a secretaria, o idoso, morador de Niterói, era diabético e hipertenso e apresentou os primeiros sintomas, como febre, tosse e mialgia, no último dia 11. Ele teve contato com uma pessoa que era caso confirmado do Covid-19 que viajou para o exterior.
O material para análise deu entrada no Laboratório Central Noel Nutels (Lacen) nessa quarta-feira (18) e foi confirmado no início da tarde de hoje.

Casos confirmados

Até o momento, o estado do Rio registra 65 casos, distribuídos nas seguintes cidades: Rio de Janeiro (55), Niterói (sete) Barra Mansa (um), Miguel Pereira (um) e Guapimirim (um).

Medidas

Desde a última semana, o governo estadual colocou em prática medidas para conter o avanço da epidemia. Na manhã da terça-feira (17), o governador Wilson Witzel decretou, com o objetivo de evitar a propagação do vírus, a situação de emergência pelo Covid-19, com recomendação para limitar o atendimento ao público em bares e restaurantes, redução de horário em shoppings centers, além da suspensão de aulas em escolas públicas e privadas, entre outras medidas.

Saúde: EUA testam dois genéricos em corrida por tratamentos para coronavírus



Pesquisadores da Universidade de Minnesota lideram a experiência


Agencia Brasil

Pesquisadores dos Estados Unidos, seguindo o exemplo de cientistas de outros países, iniciaram estudos para descobrir se remédios genéricos amplamente disponíveis e de baixo custo podem ser usados para ajudar a tratar a doença causada pelo novo coronavírus.
Atualmente, não existem vacinas nem tratamentos para a doença respiratória altamente contagiosa Covid-19, por isso os pacientes só podem receber cuidados paliativos por enquanto.
Mas um teste com 1,5 mil pessoas liderado pela Universidade de Minnesota foi iniciado nesta semana para verificar se a hidroxicloroquina, usada para tratar a malária, pode evitar ou reduzir a severidade do Covid-19. Dois outros testes estão estudando o remédio para pressão arterial losartana como tratamento possível para a doença.
O medicamento para malária, também sendo testado na China, Austrália e França, foi elogiado no começo desta semana pelo executivo-chefe da Tesla, Elon Musk, que se recuperou da malária no ano 2000 depois de usá-lo.
Além de ter um efeito antiviral direto, a hidroxicloroquina suprime a produção e liberação de proteínas envolvidas nas complicações inflamatórias de várias doenças virais.
"Estamos tentando alavancar a ciência para ver se podemos fazer algo além de minimizar os contatos", disse o doutor Jakub Tolar, reitor da Escola de Medicina da Universidade de Minnesota e vice-presidente de questões clínicas. "Os resultados são prováveis em semanas, não meses".
A maioria das pessoas infectadas com o novo coronavírus só desenvolve sintomas leves semelhantes aos da gripe, mas cerca de 20% pode ter doenças mais graves que podem levar a uma pneumonia, exigindo hospitalização.
O vírus de disseminação rápida, que surgiu na China em dezembro e agora está em mais de 150 países, já infectou mais de 214 mil pessoas e matou mais de 8.700 em todo o mundo.
Especialistas dizem que pode demorar um ano ou mais para se preparar uma vacina preventiva, por isso tratamentos eficientes são necessários com urgência.
Na terça-feira (17), uma equipe francesa disse que os resultados iniciais de um teste de hidroxicloroquina com 24 pacientes mostrou que 25% dos que receberam o remédio ainda portavam o coronavírus depois de seis dias -- a taxa foi de 90% entre os que receberam um placebo.
Também nesta semana, a Universidade de Minnesota lançou dois testes com a losartana: um para medir se a medicação diminui o risco de falência dos órgãos de pacientes com Covid-19 que foram hospitalizados e outro para verificar se o remédio consegue limitar a necessidade de hospitalizações.

Saúde: Covid-19: moradores de favelas precisam de ações de prevenção


Assunto é debatido entre moradores e influenciadores nas redes sociais


Agencia Brasil

Desde que os cuidados de higiene pessoal e distanciamento social passaram a ser divulgados como forma de conter a circulação do novo coronavírus, moradores de favelas, ativistas e influenciadores também vêm usando as redes sociais para denunciar as dificuldades que a população dessas comunidades terá para atender às orientações e se proteger da doença.
Fundador do jornal Voz das Comunidades, René Silva foi um dos que apontou questões como a falta de saneamento, o custo dos produtos de higiene e a impossibilidade de trabalhar de casa.
"Eu estou muito preocupado com esse vírus no nosso país. Óbvio que ele vai atingir a maior camada de pobres possíveis, disso eu não tenho a menor dúvida, mas os métodos de prevenção são muito difíceis para a nossa realidade", publicou no Twitter, rede social em que seu jornal noticiou a falta d'água esta semana no Complexo do Alemão, que concentra uma das maiores populações em favelas no Rio de Janeiro.  
Os moradores de favelas superam 20% da população da cidade do Rio de Janeiro, segundo o principal dado disponível sobre o tema, o Censo 2010. Cerca de 1,4 milhão de pessoas moravam nessas comunidades na época da pesquisa, contingente que é maior que a população de Milão, considerada epicentro da epidemia na Itália. Esse número provavelmente é ainda maior hoje, já que, segundo o Instituto Pereira Passos, a área ocupada pelas favelas no município do Rio de Janeiro aumentou de 46,57 km2 em 2010 para 46,86 km2 em 2018.
Problemas históricos como falta de acesso à água, alta concentração de casas de poucos cômodos e ausência de ventilação tornam as favelas locais que precisam de ações específicas na prevenção ao coronavírus, alerta o sanitarista e professor emérito da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Paulo Buss.
Professor de uma instituição atuante em favelas vizinhas como o Complexo da Maré e Manguinhos, Paulo Buss aponta que as soluções passam por diálogo com lideranças das comunidades e também dependem da consciência de empresários e famílias que empregam os moradores das favelas. Ele defende que o Poder Público amplie programas sociais como o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada, para que as ausências no trabalho ou gastos com produtos de higiene não se tornem uma ameaça à subsistência das famílias. Por outro lado, empregadores precisam flexibilizar jornadas de trabalho ou remunerar trabalhadores informais e diaristas mesmo em sua ausência, para que essas famílias possam se estruturar para a prevenção do vírus.
"Isso tem que ser feito com muita urgência, porque a epidemia já chegou", alerta. "É muito difícil encontrar a solução mágica. Teremos que encontrar diversas soluções que precisam ser construídas ouvindo as lideranças comunitárias".
Em coletiva de imprensa realizada na quarta-feira, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a distribuição de vouchers para trabalhadores informais, que terão valor equivalente ao Bolsa Família e começarão a ser distribuídos nas próximas semanas, com duração de três meses.

Higiene

O sanitarista da Fiocruz também recomenda que haja distribuição de materiais como álcool, sabão e detergente, para ajudar não apenas na higienização das mãos, mas também de utensílios domésticos como pratos, talheres e copos que serão utilizados por pessoas doentes que não necessitem de internação.
O pesquisador também vê como possível a construção de espaços de isolamento para doentes sem gravidade em locais próximos de suas casas, já que o contato próximo em moradias de um cômodo gera grande exposição de outros membros da família.
"Se formos organizados, no momento em que se diagnostica um caso que não precisa de hospital, e, sim, de isolamento, ofereceremos espaços de isolamentos próximos a casa dessa pessoa", diz ele, que vê como alternativa os doentes receberem máscaras para ajudar no isolamento do vírus no momento de tosses e espirros dentro de casa. Essas máscaras, entretanto, precisam ser trocadas a cada três horas e descartadas imediatamente em sacos fechados, já que contêm grande concentração do vírus.
Na China, o governo utilizou quartos de hotel para abrigar doentes sem gravidade que não conseguiriam ficar isolados em suas próprias casas. Buss explica que a resposta de cada país depende de suas condições, mas pede que o enfrentamento da doença nas comunidades passe por um fortalecimento da medicina de família.
"Essas unidades têm um papel importante no diagnóstico precoce", analisa o especialista defendendo ainda um trabalho intenso de educação em saúde que utilize as estruturas das associações de moradores.
A preocupação com o isolamento dos doentes que moram em casas de apenas um cômodo levou parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro a aprovar um projeto que autoriza o governo do estado a requisitar propriedades privadas, como hotéis, pousadas e até motéis, para viabilizar o cumprimento de quarentenas, isolamentos e demais tratamentos médicos. Segundo o projeto, os proprietários terão direito de receber pagamento posterior pela utilização do espaço.

Transporte alternativo

Outro ponto que requer atenção do Poder Público, na visão do pesquisador da Fiocruz, é o transporte alternativo, muito utilizado por moradores de periferias e favelas. Vans lotadas de pessoas em pé são locais de alto risco de contágio e os fornecedores desse serviço precisam ser conscientizados e fiscalizados para que isso não ocorra. Ele pede a ampliação da oferta de transporte público para que os veículos circulem menos lotados. 
"Essas pessoas dependem desse deslocamento para ganhar de manhã o dinheiro que vai comprar o que comer à noite. Milhares de pessoas vivem dessa forma. Vans e ônibus têm que ampliar a oferta do transporte", explicou.
Buss se preocupa também com a estigmatização dos moradores das favelas caso haja grande número de casos nesses locais. Sem atenção adequada a essas populações, a doença tende a se espalhar nessas comunidades e, depois disso, voltar aos demais bairros da cidade na circulação desses moradores em transportes públicos, empresas e residências. 
"Não vamos criminalizar as favelas e as populações pobres por essa doença. Se a favela e as populações pobres tiverem uma explosão de casos, a estrutura social brasileira é a responsável, não serão eles. Eles estarão sendo duplamente punidos".

Desigualdades históricas

Moradora da Nova Holanda, no complexo da Maré, a coordenadora da equipe de assistência social da organização não governamental Redes da Maré, Joelma Sousa, concorda que a distribuição de kits de higiene e a ampliação de programas de transferência de renda podem ajudar na prevenção à doença nas comunidades. Ela avalia, no entanto, que a crise do coronavírus torna urgente a solução de desigualdades que se acumularam historicamente.
"Uma epidemia como essa mostra as nossas fragilidades, como estão postas, e como para gente sempre é pior. E que são os nossos corpos que estão morrendo cada vez mais. Quando não é de bala, é uma doença, falta de acesso à informação, falta de acesso à saúde", critica.
A assistente social vê com preocupação as condições de moradia nas favelas, em que a falta de ventilação e a existência de esgoto a céu aberto cria ambientes com umidade e mofo, que agravam problemas respiratórios. O aumento do preço do álcool gel é outro ponto de alerta na visão dela.
"A gente não tem, enquanto trabalhador assalariado, condição de comprar um álcool gel que está custando R$ 29. A gente não consegue manter isso".
Apesar das dificuldades, ela afirma já ver moradores tentando se prevenir na Maré, como mototaxistas que têm usado máscaras, medida que, na verdade, tem sido indicada apenas para doentes e profissionais de saúde que irão atendê-los. "Temos que criar estratégias para que esse contágio seja mais lento do que foi em outros locais do mundo".
Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro não mencionou a distribuição de kits de higiene e informou que as unidades de atenção básica intensificaram as orientações para a população atendida nas comunidades, reforçando a necessidade de evitar sair de casa e detalhando as formas de higiene pessoal e do ambiente.
"[Os profissionais] recomendam ainda a destinação de um local da casa para o familiar com suspeita de coronavírus. Se houver apenas um cômodo, a orientação é que pessoas infectadas devem tentar permanecer a pelo menos um metro de distância dos demais moradores", diz a resposta enviada à reportagem.  

Túnel do Tempo: Michael Jordan retorna ao Chicago Bulls


Luis Alberto Alves/Hourpress


Em 19 de março de 1995 após uma passagem pela liga de baseball, Michael Jordan volta ao basquete em seu antigo time, o Chicago Bulls.