Redação
Carlos Imperial revelou grandes artistas, como Roberto e Erasmo Carlos, Tim Maia e Wilson Simonal. Compôs canções de sucesso, como “A praça”, “Vem quente que eu estou fervendo”, “Mamãe passou açúcar em mim” e “Nem vem que não tem”. Foi apresentador de TV,atuou em cinema e fez sucesso até na política.
Mulherengo ao extremo, malandro e inteligente, Imperial muitas vezes criava factoides para promover seus trabalhos e conquistar espaço na mídia. Empenhou-se em criar uma figura pública de cafajeste. Por muitos anos, ficou conhecido, por exemplo como “homem vaia” nos programas de auditório.
A trajetória do rei da pilantragem, contada no filme "Eu Sou Carlos Imperial" por meio de seu peculiar filtro brincalhão, mulherengo e polêmico, chega aos cinemas em 17 de março. Verdades e mentiras, ficção e realidade, depoimentos documentais e outros encenados ficam embaralhados. No documentário sobre Imperial, assim como em sua vida, a "pilantragem é a apoteose da irresponsabilidade consciente”.
Roberto e Erasmo Carlos, Eduardo Araújo, Paulo Silvino, Tony Tornado e Dudu França são alguns dos artistas que falam sobre o polêmico encrenqueiro no filme. O documentário traz ainda alguns dos maiores sucessos de Imperial, cenas de seus filmes, imagens de seu arquivo pessoal e uma entrevista inédita concedida a Paulo César de Araújo.
Baseado na biografia "Dez, nota dez - Eu Sou Carlos Imperial", de Denilson Monteiro, o filme foi dirigido por Renato Terra e Ricardo Calil, mesma dupla de “Uma Noite em 67” (2010), filme que foi visto por 80 mil pessoas no cinema e se tornou o documentário brasileiro de maior público no ano de seu lançamento. Terra dirigiu também “Fla x Flu - 40 Minutos Antes do Nada” (2013), premiado como melhor documentário do Festival do Rio pelo júri popular.
A produção é da Afinal Filmes. Especializada em pós-produção de documentários, é responsável pelos filmes “As Canções” (2011), de Eduardo Coutinho e “A Música Segundo Tom Jobim” (2011), de Nelson Pereira dos Santos além de outros títulos como “A Floresta Que se Move” (2015), de Vinícius Coimbra e “Frente Fria” (2015), de Neville D`almeida” e as séries de TV “Cilada”, “As Canalhas” e “Conexões Urbanas”, entre outros trabalhos. Em “Eu Sou Carlos Imperial”, a Afinal Filmes estreia na produção para cinema.
O Canal Brasil foi coprodutor do filme, que recebeu patrocínio da RioFilme. A distribuição é da Bretz Filmes.
Para financiar o lançamento, os diretores e a produtora Afinal Filmes bolaram um crowdfunding no espírito Imperialesco: numa brincadeira com a venda antecipada de ingressos do filme Os Dez Mandamentos, foram criados "Os Dez Mandamentos de Carlos Imperial", todos pecaminosos, entre eles: "Amai as lebres sobre todas as coisas" e "Honrarás o papai-mamãe". A lista completa e o financiamento coletivo podem ser acessados em https://www.catarse.me/eusoucarlosimperial .
Carlos Imperial
Nascido em Cachoeiro do Itapemirim (ES), mas considerado uma das principais encarnações do cafajeste carioca, Carlos Imperial (1935-1992) lançou alguns dos maiores artistas da música brasileira, compôs várias canções de sucesso, foi pioneiro do rock no país, apresentador de TV, colunista de jornal, ator e diretor de cinema, produtor teatral, dirigente de futebol, vereador e candidato a prefeito no Rio e incentivador do carnaval carioca (celebrizando o bordão “Dez! Nota Dez!” na leitura das notas para as escolas), entre inúmeras atividades.
Ficou famoso como grande polemista, um sujeito encrenqueiro, cafajeste e politicamente incorreto, que se orgulhava de ser chamado de “O Gordo”, “o rei da pilantragem”, “homem vaia” e “o grande vilão da TV”. Imperial era também um mentiroso profissional, com um talento especial para inventar histórias que ajudavam a promover seus discos, filmes, peças e outros trabalhos.