As estradas paulistas devem receber 4 milhões de veículos neste feriado prolongado do Ano Novo, segundo previsão da Agência de Transporte do Estado de São Paulo. Até o próximo dia 14 de fevereiro, as rodovias sob concessão estarão submetidas à Operação Verão que consiste no reforço de pessoal e de veículos de atendimento aos usuários. Entre as vias estão o Sistema Anhanguera-Bandeirantes, que deve receber 710 mil veículos.
Segundo a AutoBan, concessionária que administra o sistema rodoviário, entre a zero hora de hoje até as 7h30, circularam 17 mil veículos, somando o movimento de chegada e de partida da capital paulista. O maior movimento deve ocorrer das 17h às 20h de hoje. Amanhã, o horário de pico está previsto entre 9h e 16h.
A AutoBan alerta que, na próxima sexta-feira (1º de janeiro), e no domingo (3), das 14h às 22h, os caminhões com destino à cidade de São Paulo pela Rodovia dos Bandeirantes devem se desviar para a Via Anhanguera, na saída do km 48, para melhorar o fluxo de veículos.
No caminho das praias paulistas pelo Sistema Anchieta-Imigrantes são esperados 642, 2 mil veículos.
De acordo com o último boletim da Ecovias, concessionária que administra o sistema, o tráfego está lento na rodovia dos Imigrantes, do km 40 ao km 43 por excesso de veículos. A descida da Serra do Mar é feita em duas pistas da Via Anchieta. Desde a última segunda-feira, mais de 219 mil veículos seguiram rumo ao litoral paulista e, no sentido contrário, passaram 134 mil veículos.
Cristina Indio do Brasil - Repórter Agência Brasil
A festa da passagem de ano na Praia de Copacabana, no Rio, que, segundo estimativa da prefeitura, deverá reunir mais de 2 milhões de pessoas, vai ser de muitas comemorações. Além da virada que traz a proximidade dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que ocorrerão entre agosto e setembro, 2016 está sendo chamado de “O ano que vem para ficar”, frase exposta nas faixas e cartazes da prefeitura na decoração da cidade. “A gente tem certeza que vai ser um momento que inicia uma fase muito especial da nossa cidade", disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que fez uma vistoria na montagem do palco principal da festa, localizado em frente ao Hotel Copacabana Pálace. O prefeito estava acompanhado do secretário de Turismo do Rio, Antônio Pedro Figueira de Melo.
Além da virada que traz a proximidade dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que ocorrerão entre agosto e setembro, 2016 está sendo chamado de “o ano que vem para ficar”, frase exposta nas faixas e cartazes da prefeitura na decoração da cidadeCristina Indio do Brasil/Agência Brasil
No palco, com 65 metros de extensão, o público vai poder fazer a contagem regressiva acompanhando telas de luzes de LED. Elas formarão um relógio digital, que poderá ser visto por quem estiver em outros pontos da orla, como do segundo palco instalado na altura da Rua Santa Clara. “A imagem pelo telão e também as 30 torres de áudio espalhadas vão passar a contagem regressiva para o povo sincronizar”, disse Flávio Machado, vice-presidente executivo e diretor Artístico da empresa responsável pela organização da festa.
Na saudação ao ano que chega, está prevista uma queima de fogos, nas cores verde, violeta e laranja, que deve durar16 minutos. O projeto assinado pela empresa Pirotecnia Igual Brasil, promete um espetáculo em homenagem à mistura de raças e ao espírito olímpico. No fim, o rufar de 2 mil tambores será a trilha sonora para iluminar com a cor branca o céu de Copacabana em uma mensagem de paz.
No palco, com 65 metros de extensão, o público vai poder fazer a contagem regressiva acompanhando telas de luzes de LED. Elas formarão um relógio digitalCristina Indio do Brasil/Agência Brasil
A festa de Ano-Novo, que tem o tema Rio Cidade Olímpica, vai comemorar também o centenário do samba e pela pela primeira vez será encenada uma peça teatral no palco principal. O musical SamBRA, vai ter à frente o cantor e compositor Diogo Nogueira e artistas consagrados como Zeca Pagodinho, Jorge Ben Jor, Arlindo Cruz e Neguinho da Beija-Flor.
Para o cantor e compositor Gabriel Moura, que vai abrir os shows no palco principal, participar do espetáculo é uma grande responsabilidade. “Gente de todo lugar do planeta estará aqui no dia 31 esperando de nós artistas que eleve a energia junto com eles. Que passe felicidade, amor, alegria. Preparei um show com músicas que falam da cidade do Rio de Janeiro, de bairros como Madureira, Méier, Vila Isabel, de São Gonçalo, que também é estado do Rio, e termina com uma música que fala de felicidade, numa parceira minha e do Seu Jorge [cantor e compositor]”, disse à Agência Brasil.
O cantor e compositor Gabriel Moura, que vai abrir os shows no palco principalCristina Indio do Brasil/Agência Brasil
Durante o ensaio, Gabriel Moura chegou a cantar a música para Eduardo Paes, que mesmo imobilizado por uma bota ortopédica, por causa de uma fratura no pé direito, arriscou dançar. “Quebrei o ossinho na lateral do pé. Foi na festa da firma”, disse o prefeito.
Na avaliação de Eduardo Paes, a festa será um sucesso e pediu a todos que estiverem no Rio que comemorem e se divirtam sempre respeitando o direito dos outros. De acordo com a estimativa da Empresa de Turismo do Município do Rio (Riotur), a cidade deverá receber 857 mil turistas no Ano-Novo, que poderá injetar quase US$ 700 milhões na economia da capital fluminense.
Paes disse também estar “arrasado” com fato de saber que esta será a sua penúltima festa de passagem de ano com prefeito do Rio. “Se quiserem aprovar uma emenda constitucional permitindo a reeleição eterna de prefeito, é uma bela medida que a gente fazia na reforma política. Como não vai dar, quero aproveitar este último ano e trabalhar muito para deixar esta cidade melhor do que eu encontrei”, disse. “Para mim vai ficar a saudade de não poder mais ser prefeito do Rio, mas, até meia- noite do ano que vem, eu ainda estou aqui firme e forte”, acrescentou.
Rio de Janeiro - Historiadora e coordenadora do Fórum Itinerante de Cinema Negro (Ficine) Janaína OliveiraFernando Frazão / Agência Brasil
Com quatro sessões lotadas no prestigiado Cinema Odeon – incluindo a primeira lotação para 600 pessoas após reforma da casa, no centro do Rio de Janeiro –, o filme Kbela, de Yasmin Thainá, é um dos mais importantes representantes de uma leva de produções feitas por realizadoras negras que ganharam o mundo em 2015. São narrativas que contam com mulheres negras na direção, na produção e como protagonistas, em um terreno onde elas costumam ser estereotipadas.
Levantamento da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), feito em 2014, já apontava para a subrrepresentação da mulher negra no cinema nacional. Para a professora do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ) e doutora em história, Janaína Oliveira, Kbela rompeu essa lógica em 2015.
Coordenadora do Fórum Itinerante de Cinema Negro (Ficine), um espaço de formação e reflexão sobre a produção de realizadores negros, Janaína afirma que Kbela não está sozinho.
Segundo a pesquisadora, que em 2015 circulou por festivais em países como Burkina Fasso, Cabo Verde e Cuba discutindo e divulgando essas produções, os filmes das realizadoras negras brasileiras alcançaram qualidade internacional e já são uma referência, embora pouco conhecidos no próprio país.
A professora, que há alguns anos trabalha em parceria com o Festival Panafricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou (Fespaco), o maior de todo o continente, recebeu a Agência Brasilem seu apartamento, em Santa Teresa, para conversar sobre a repercussão dessas produções brasileiras. Para ela, o cinema negro é um campo político, de luta por representação e desconstrução de estereótipos.
Leia os principais trechos da entrevista:
Agência Brasil: O que é o cinema negro? Janaína Oliveira: O que eu venho dizendo, e as pessoas ficam chateadas, é que não dá para definir cinema negro. É um campo político, de luta por representação, de desconstrução de estereótipos, de tornar as representações mais complexas, de ampliação de representações nos espaços mais diversos. Há quem defina, eu não defini. Definir é limitar. O cinema negro tem toda uma história, que começa nos Estados Unidos, passa pela diáspora negra, caminha por vários lugares. Por exemplo, hoje, além do samba, carnaval e futebol, temos o estereótipo da violência na favela presente. [O filme] Cidade de Deus [ambientado em uma favela e com protagonistas negros] claramente não é cinema negro. A questão é: dá para fazer imagens contra-hegemônicas, que desconstroem o estereótipo dentro de um grande estúdio de cinema ou de uma grande rede de televisão? É difícil.
Agência Brasil: Qual foi sua primeira experiência com esse formato?
Janaína: Sempre gostei de cinema e muito de cinema africano. O primeiro filme africano que vi foi no festival de Cinema do Rio [de Janeiro], o Vida sobre a Terra, de Abderrahmane Sissako [diretor, escritor e cineasta da Mauritânia, autor de Timbuktu, longa-metragem que concorreu ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2014 e a prêmio no Festival de Cannes no mesmo ano].
Agência Brasil: Quem está produzindo cinema negro hoje no Brasil? Janaína: Antes é importante esclarecer que estamos falando de curta-metragens, falar de longa-metragem é outra coisa, são pouquíssimos os negros que fizeram filmes de longa-metragem de ficção na nova geração, aliás, fica a provocação. Nesse universo, onde as pessoas efetivamente produzem – seja com ajuda de editais, seja nas universidades –, o que temos, de filmes de expressão, que atingiram patamar de técnica e de qualidade são os filmes feitos por mulheres negras. E são várias.
Agência Brasil; Quais? Janaína: São as produções de Renata Martins, que fez Aquém das Nuvens e agora está fazendo uma websérie fenomenal, a Empoderadas, que só fala de mulheres negras, tem a Juliana Vicente, que fez o Cores e botas e o Minas do Rap e está produzindo um filme sobre os Racionais MCs. Tem a Viviane Ferreira, que fez o Dia de Jerusa, que foi para [o Festival de] Cannes. Tem uma menina que está nos Estados Unidos, Eliciana Nascimento, autora de O tempo dos Orixás, tem Everlaine Morais, de Sergipe, que fez dois curtas muito bons e vai estudar cinema em Cuba. E do Tela Preta [coletivo de realizadores negros ligado à Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB)], a Larissa Fulana de Tal, que fez o Lápis de Cor e acabou de lançar oCinzas. No Rio, o nome da vez é Yasmin Thayná, que está bombando com o Kbela. Um filmaço, no sentido da técnica e das referências. Quer mais?
Agência Brasil: Então há mais filmes com estética e cultura negra nos últimos anos? Janaína: Nos últimos dez anos nos acostumamos a ver mais negros nas telas fazendo alguma coisa. Mas é pontualmente, fazendo algumas coisas. Ainda estamos presos a um universo de estereótipo. Que não é só o do bandido, o do cafetão, mas o da falta de complexidade das personagens. Os relacionamentos amorosos, os dilemas da vida, onde estão essas coisas? Não estão nas telas.
Agência Brasil: Qual a novidade nas produções brasileiras que você tem levado aos festivais? Janaína: Uma coisa bacana é que nessa conexão com o continente africano, estamos redespertando debates. Em Moçambique, por exemplo, temos o retorno de que os vídeos sobre transição capilar (do cabelo alisado para o cabelo crespo, natural) tem ajudado mulheres e meninas de lá. Esses produtos, principalmente filmes disponíveis no Youtube, são feitos por meninas negras brasileiras. É quase uma rede de solidariedade. O audiovisual tem a capacidade de fazer isso.
Agência Brasil: E como aumentar a demanda por esse conteúdo no Brasil? Janaína: A formação de público é uma questão central. Os filmes precisam ser vistos. Mas mostrar os filmes [em salas de cinema ou televisão] não é suficiente, se fosse, o problema estava resolvido. As pessoas não veem porque elas não gostam e mudar o gosto leva muito tempo. Enquanto você tem uma novela premiada como a Lado a Lado, da Rede Globo [que recebeu o Emmy Internacional em 2013], passando às 18h, em 50 anos da principal emissora de TV do país, você tem uma série como o Sexo e as Negas, em horário nobre com forte divulgação comercial e circulação.
Agência Brasil: Mas é preciso começar a estimular, não? Janaína: Ainda vivemos em um contexto de imagens que precisamos desconstruir. O cinema é uma indústria, uma indústria de dinheiro que constrói imagens que querem ser vistas. Temos um padrão de cinema de Hollywood, daquilo que você espera ver. E esse padrão repete as estruturas de um universo eurocêntrico onde muito claramente está dividido o lugar das pessoas negras e brancas. Então, o que você vê, em geral, são negros e negras em situação de subserviência, nunca em destaque, sempre com atributos negativos. Isso está no universo da colonização da cultura, do gosto, da estética. É a mesma razão para a gente falar: a coisa está preta quando a situação é negativa, por que denegrir é uma coisa ruim? Por que usar “a coisa fica preta” é ruim? A gente não inventou isso, a gente reproduz isso e isso está nas telas. O cinema que existe é um cinema eurocêntrico que determina padrões estéticos, narrativos, rítmicos e musicais. Se não é isso, pessoas não gostam. Os filmes brasileiros de sucesso, comoTropa de Elite, seguem esse padrão.
Agência Brasil: E o que é preciso fazer? Janaína: Formar redes de distribuição desses filmes. Se possível, junto com debates. É ir além da exibição. As novas imagens têm que chegar nas salas de aula, criar aderência. Além de mais editais, mais parcerias e a presença do Estado, que facilita a produção e a circulação.
Os Oito Odiados, o oitavo filme do diretor Quentin Tarantino, terá a partir de quinta-feira, 1º de janeiro de 2016, pré-estreia paga em circuito nacional em versões dubladas e legendadas (confira circuito no link abaixo). A produção que estreia no Brasil no dia 7 de janeiro conquistou três indicações ao Globo de Ouro: Melhor Roteiro Original para Quentin Tarantino, Melhor Atriz Coadjuvante para Jennifer Jason Leigh e Melhor Trilha Sonora Original para Ennio Morricone.
O aguardado faroeste tem oito personagens - O Caçador de Recompensas (Samuel L. Jackson); O Carrasco (Kurt Russell); O Confederado (Bruce Dern); O Cowboy (Michael Madsen); O Mexicano (Demián Bichir); O Pequeno (Tim Roth); A Prisioneira (Jennifer Jason Leigh); e O Xerife (Walton Goggins).
Em Os Oito Odiados, que se passa seis ou oito ou doze anos depois do final da Guerra Civil Americana, uma diligência desloca-se a toda velocidade pela paisagem invernal do Wyoming. Os passageiros - o caçador de recompensas John Ruth (Kurt Russell) e a fugitiva Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh) - estão a caminho da cidade de Red Rock onde Ruth, conhecido na região por O Carrasco, levará Domergue para a justiça. Ao longo da estrada, eles encontram dois forasteiros: o Major Marquis Warren (Samuel L. Jackson), um ex-soldado negro do exército que se tornou um infame caçador de recompensas, e Chris Mannix (Walton Goggins), um sulista renegado que diz ser o mais novo xerife da cidade.
Perdendo o controle da viagem na nevasca, Ruth, Domergue, Warren e Mannix buscam refúgio no Armazém da Minnie, uma parada de diligências situada numa passagem entre montanhas. Quando eles chegam ao armazém, são recebidos não pela proprietária Minnie, mas por quatro rostos desconhecidos. Bob (Demián Bichir), que está tomando conta do armazém enquanto Minnie visita a mãe, na companhia de Oswaldo Mobray (Tim Roth), o enforcador de Red Rock, o vaqueiro Joe Gage (Michael Madsen), e o general confederado Sanford Smithers (Bruce Dern). À medida que a tempestade vai ganhando força sobre as montanhas, os nossos oito viajantes vêm a saber que podem não chegar à cidade de Red Rock afinal...
A já tradicional Festa de Réveillon no Parque Linear Transguarulhense - promovida pela Prefeitura no dia 31 de dezembro, a partir das 18 horas -, contará com diversos shows musicais: o pagode dos grupos Sensação, Nova Feição, Os Prettos, Fino Trato e ainda os sertanejos Everton & André. Destaque também para a grande queima de fogos de artifício, com duração de mais de 20 minutos, e apresentação das Mulatas Brasil, o grupo de passistas de escolas de samba da cidade.
A contagem regressiva para 2016 na noite da virada será seguida por um grande espetáculo pirotécnico, que irá embelezar a noite em Guarulhos. A segurança será garantida pela Guarda Civil Municipal, Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Polícia Militar. Haverá ainda apoio de ambulância da Secretaria Municipal de Saúde.
A Festa de Réveillon, que conta com apoio do Lopes Supermercados, encerra as comemorações dos 455 anos do município, realizadas ao longo do mês de dezembro.
Serviço:
O Parque Linear Transguarulhense fica na avenida Transguarulhense, s/nº, Parque Continental, Guarulhos (SP).
Luís Alberto Alves Grana: No dia 22 de dezembro de 1986, o então presidente José Sarney assina decreto que reajustava em 25% os vencimentos dos funcionários públicos civis e militares, e concedia uma gratificação de Natal, o 13º salário.
Luís Alberto Alves A história da Avenida São João remonta a 1651. Naquele ano, os paulistanos Henrique da Cunha Gago e Cristóvão da Cunha solicitaram à Câmara Municipal a doação de terrenos na área delimitada pelos Ribeirões Anhangabaú e Yacuba. Nascia assim uma tosca trilha de terra batida que fazia a ligação dessas propriedades com a chamada colina histórica de São Paulo. Com o passar do tempo, esse rústico caminho passou a ser conhecido como "Ladeira do Acú", numa abreviação de Yacuba. A ladeira iniciava-se no antigo Largo do Rosário - atual Praça Antonio Prado - e terminava nas proximidades do Largo do Paissandu. Desse ponto em diante, ela transformava-se na "Estrada de Jundiaí", caminho muito utilizado por tropeiros que seguiam em direção ao interior do Estado. Para transpor o Ribeirão Anhangabaú, existia uma ponte conhecida como "Ponte do Acú". Por isso a Ladeira do Acú era também conhecida como "Ladeira da Ponte do Acú". E como Ladeira do Acú, a São João permaneceu durante todo o século XVIII. E por que São João? De fato, trata-se de uma homenagem a São João Batista, considerado o "protetor das águas" na tradição católica. Buscando as raízes dessa homenagem, verificamos que os cursos de água que cruzavam a antiga "Ladeira" eram considerados perigosos para os antigos paulistanos: Yacuba ou Acú, significa em Tupi "Água Envenenada"; esse córrego margeava o atual edifício dos Correios e desaguava no Anhangabaú que, também no Tupi, significa "Águas Assombradas" ou Águas do Diabo". Não obstante a questão do perigo das águas, devemos nos lembrar que as encostas do Vale do Anhangabaú, no final do século XVIII e início do século XIX era uma região de matas e local onde se escondiam assaltantes e escravos fugidos. Por tudo isso, as procissões em homenagem a São João Batista tinham como roteiro certo uma passagem pela Ladeira do Acú. Assim a tradição tomou vulto e a Ladeira passou a ser conhecida como "Ladeira de São João Batista". No dia 28/11/1865, o vereador Malaquias Rogério de Salles Guerra sugeriu que a ladeira "da ponte do Acú" fosse denominada como "Ladeira de São João". Mais tarde, ela se transformou em Rua e, depois, em Avenida São João. Entre 1910 e 1937, sucessivas reformas, alargamentos e prolongamentos foram realizados. Numa de suas últimas reformas, entre as décadas de 80 e 90, a construção do novo "Vale do Anhangabaú" alterou o seu início, dando origem ao "Boulevard São João". A Avenida São João (foto) fica no centro de SP.