Em mais um dia de conversas para definir os últimos detalhes da reforma administrativa que vai reduzir o número de ministérios, a presidenta Dilma Rousseff almoça hoje (1°) no Palácio da Alvorada, com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Conselheiro político de Dilma, o ex-presidente tem participado das discussões sobre a nova composição dos ministérios.
Os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante; da Comunicação Social, Edinho Silva, e o assessor especial da presidenta, Giles Azevedo, também estão no Palácio da Alvorada.
Antes de seguir para o Alvorada, Dilma se reuniu com o vice-presidente, Michel Temer, que é também presidente do PMDB, partido da base aliada do governo que atualmente tem representantes em seis ministérios.
A presidenta Dilma Rousseff pretende cortar dez dos 39 ministérios de seu governo. Por isso, desde a semana passada se reúne com lideranças do PMDB e de outras legendas em busca do melhor desenho para a nova equipe.
A expectativa era de que a reforma ministerial fosse anunciada hoje (1º), mas em entrevista a jornalistas na noite de ontem (30) Michel Temer disse que o anúncio poderia ficar para a sexta-feira (2).
Uma das principais áreas de lazer do Rio de Janeiro está completando seu cinquentenário. Inaugurado oficialmente em 12 de outubro de 1965, ano em que a cidade comemorava seu 4º Centenário, o Parque do Flamengo é o resultado do trabalho de uma equipe genial de urbanistas, arquitetos e paisagistas, que atuou em sintonia no projeto de criar em uma área aterrada da Baía de Guanabara um moderno parque urbano.
A história e o presente da obra de Lota Macedo Soares (1910-1967), Affonso Eduardo Reidy (1909-1964) e Roberto Burle Marx (1909-1994) está contada na exposição Jardim de Memórias – Parque do Flamengo 50 anos, aberta no início da noite de hoje (30) no Centro Cultural Correios Rio. São mais de 100 fotografias, desenhos de Burle Marx, plantas de arquitetura e vídeos, selecionados pela arquiteta e urbanista Margareth da Silva Pereira, curadora da mostra.
A área de 1 milhão e 300 mil metros quadrados que grande parte dos cariocas chama até hoje de Aterro é muito mais do que um parque. Ao longo dos 7 quilômetros, entre o centro e a Enseada de Botafogo, foi construído um complexo de lazer que, além dos magníficos jardins criados por Burle Marx, abriga o Museu de Arte Moderna (MAM), a casa de shows Vivo Rio, o Monumento aos Mortos na 2ª Guerra Mundial, a Marina da Glória, o Teatro de Marionetes Carlos Werneck, o restaurante Rio’s, o monumento a Estácio de Sá (fundador da cidade) e o Museu Carmen Miranda.
Tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), por seu valor paisagístico e arquitetônico, o Parque do Flamengo tem 11.600 árvores de 190 espécies da flora brasileira e de outras regiões tropicais. Entre as mais exóticas introduzidas no jardim por Burle Marx, estão as palmeiras talipot, originárias do Sri Lanka, que florescem apenas uma vez.
A história dos sucessivos aterros na Baía de Guanabara, para aumentar a área construída do centro da cidade, também é contada na exposição. As primeiras discussões sobre o fim do Morro do Castelo remontam a 1798. No final do século 19 começam a aparecer os problemas de circulação urbana e, com isso, a ideia de uma via ao longo da baía, até a Enseada de Botafogo.
Já na República, o prefeito Pereira Passos retoma a discussão e concebe a Avenida Beira-Mar, como via de tráfego rápido, numa época em que o Rio ainda tinha poucos automóveis. Nos anos 1920, a retirada de pedras e areia do Morro do Castelo serviu para aterrar a área hoje ocupada pelo Aeroporto Santos Dumont e o início do aterro do atual parque, perto da Ponta do Calabouço.
Discutia-se também nessa época a demolição do Morro de Santo Antônio, o que finalmente ocorreu nos anos 1950. “A maior parte do Aterro foi feita com terra do Morro de Santo Antônio, mas também teve um pedaço do Morro do Querosene, que também foi demolido, além de granitos das rochas perfuradas para a abertura dos tuneis Santa Bárbara e Rebouças”, disse a curadora Margareth da Silva Pereira, que é também arquiteta.
A ideia de transformar em parque a área aterrada não era unânime e não teria prosperado se não fosse o empenho de Lota Macedo Soares. “A questão oscilava entre fazer no local um novo bairro ou simplesmente as pistas para o tráfego. A Lota teve um papel fundamental nisso, já que havia morado em Nova York, conhecia a importância do Central Park e de outros parques urbanos. Ela e a poeta Elizabeth Bishop, com quem era casada, eram amigas dos grandes urbanistas internacionais da época”, disse a curadora.
Desde 1929 estudando soluções de urbanismo para a cidade, o arquiteto Affonso Eduardo Reidy foi importante para a construção da área de lazer, que não chegou a ver pronto, pois morreu um ano antes da inauguração. Foi Reidy quem projetou o prédio do MAM, o coreto, o teatro de marionetes e outros equipamentos do parque.
Além Eduardo Reidy, de Lota e de Burle Marx, outra pessoa, na opinião de Margareth Pereira, teve destaque na criação do parque: o botânico Luiz Emygdio de Mello Filho (1914-2002), que foi diretor de Parques e Jardins do então Distrito Federal e, mais tarde, do recém-criado Estado da Guanabara. “Foi Luiz Emygdio quem contratou Burle-Marx para a execução dos jardins que antecederam o paisagismo do Parque do Flamengo, o da Praça Salgado Filho, em frente ao Aeroporto Santos Dumont, e o da Praia de Botafogo. Por se tratar também de uma área de aterro, a praça em frente ao aeroporto foi um laboratório para a aclimatação de plantas”, explica a arquiteta.
Além de questões técnicas, conflitos de várias naturezas marcaram o grupo de trabalho criado pelo então governador da Guanabara, Carlos Lacerda, para implantar o parque e que tinha Lota de Macedo Soares em seu comando. “O Brasil vivia um momento de tensão política e o Rio sofria a perda de sua condição de capital do país. O golpe militar ocorreu no período da construção do parque e a posição política de Lacerda [que apoiou a derrubada de Jango] contribuíram para esses conflitos. Mas o que eu acho positivo foram as negociações entre eles, a capacidade de superar as divergências”, disse Margareth Pereira.
Meio século depois, o parque é considerado por muitos o equivalente carioca do Central Park de Nova York, frequentado por milhares de pessoas diariamente e sobretudo nos fins de semana, quando a via expressa que corta todo o parque fica fechada ao tráfego e a praia – artificial – do Flamengo fica lotada, apesar da poluição das águas da Baía de Guanabara. “Apesar da falta de cuidado em diversos pontos, principalmente com a manutenção e reposição das árvores, e dos problemas de segurança, nossa cidade tem um grande parque que é público, não tem grades e nem hora de fechar”, afirmou a curadora.
A exposição Jardim de Memórias – Parque do Flamengo 50 anospode ser visitada até 29 de novembro, de terça-feira a domingo, das 12h às 19h. A entrada é grátis e o Centro Cultural Correios fica na Rua Visconde de Itaboraí, 20, no centro do Rio.
A Secretaria do Audiovisual (SAV), do Ministério da Cultura, prepara uma linha de financiamento de jogos eletrônicos nacionais por meio do Fundo Setorial do Audiovisual, conforme adiantaram hoje (1º) o secretário Pola Ribeiro e o diretor-presidente da Ancine, Manoel Rangel. A ideia é estimular a produção de jogos por empresas nacionais e que tratem de temas relacionados à cultura nacional.
“É uma ação em construção. Parte da premissa de que há um importante mercado de jogos eletrônicos no Brasil, que é um grande usuário de jogos, um grande consumidor disso. Temos aqui poucos jogos brasileiros desenvolvidos com a cultura brasileira no interior deles”, disse Rangel.
O edital será focado em empresas brasileiras e exigirá temas da cultura nacional e talentos brasileiros em seu desenvolvimento, mas, segundo o presidente da Ancine, haverá parceria com empresas estrangeiras que lançam jogos, chamadas de publishers de games. “Nessa indústria, os publishers são internacionais. Os buscaremos para ser parceiros”, afirmou.
A elaboração dessa linha de financiamento é tema de discussão entre a Ancine, a SAV, a Empresa de Comunicação e Audiovisual de São Paulo (SPCine) e alguns produtores de jogos.
Segundo Pola Ribeiro, o objetivo é iniciar a linha de crédito já no ano que vem, com i nvestimentos variando entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões. Nas metas da Ancine para o segundo ano do Programa Brasil de Todas as Telas, já constam a produção de 20 jogos eletrônicos.
“Não é uma supercontribuição, porque é um mercado pujante, mas estamos entrando pontualmente, dando força, potência a coisas que são menos valorizadas de alguma forma”, informou Ribeiro. Ele adiantou que a ideia é valorizar jogos colaborativos, em vez de competitivos, e também produtos que estimulem diversas gerações.
“Queremos criar uma estratégia que não seja artesanal, que tenha potencial econômico, mas que tenha lógicas novas no mercado.” Pola Ribeiro acrescentou que a ideia inicial é incluir todas as telas, como computadores, tablets e celulares.
Atentado deixou 85 mortos e diversos feridos na Argentina
Redação
Em 1994, o maior atentado terrorista do ocidente antes dos ataques de 11 de Setembro de 2001 aconteceu em Buenos Aires, na Argentina. A explosão da Amia – centro comunitário judaico Associação Mutual Israelita-Argentina -, matou 85 pessoas e feriu centenas. A investigação do atentando, marcada por erros de procedimento, foi assumida pelo promotor Natalio Alberto Nisman, morto horas antes de apresentar suas descobertas ao Congresso do país.
Los Abandonados, documentário da Electrolift Creative, que conta a história do atentado à Amia, a investigação de Nisman e sua morte tem seu lançamento mundial online no Vimeo On Demand em1º de outubro.
O filmeacompanha as investigações do atentado ao Amia e o trabalho de Nisman através de entrevistas com jornalistas argentinos, incluindo Daniel Santoro do Clarín e Hugo Alconada Mon do La Nación, autoridades públicas como o ex-secretário de Inteligência Miguel Ángel Toma, as deputadas Elisa Carrió e Patricia Bullrich, entre outrosque ajudam o diretor Matthew A. Taylor a reconstruir a cronologia dos fatos, traçar as ligações entre o atentado e o assassinato do promotor e destacar as relações entre as atividades terroristas iranianas, as dinâmicas políticas regionais e a corrupção que no governo argentino.
A investigação de Nisman, nomeado promotor especial pelo presidente Néstor Kirchner em 2004, levou mais de uma década e abrangeu uma ampla análise de documentos vazados ao público, correspondências estrangeiras e escutas telefônicas. Os trabalhos do promotor apontaram para o governo da República Islâmica do Irã como responsável por planejar o ataque e agentes do Hezbollah como executores do plano.
Nisman também concluiu que o governo de seu próprio país havia tentado encobrir o envolvimento dos suspeitos iranianos com o interesse de restabelecer relações comerciais. Em 14 de janeiro de 2015, o promotor acusou a atual presidente argentina Cristina Fernández de Kirchner, o ministro das Relações Exteriores Héctor Timerman e outras autoridades governamentais de encobrir a participação do Irã na explosão da Amia.
Quatro dias depois, Nisman foi encontrado morto, com um tiro na cabeça, em seu apartamento. A morte aconteceu horas antes dele apresentar suas descobertas ao Congresso. Inicialmente anunciado como suicídio, o crime se tornou tema de uma investigação argentina e internacional, com grandes suspeitas do envolvimento de terceiros.
Mais de um ano depois da morte de Nisman, as investigações ainda estão em andamento, sem qualquer perspectiva clara de resolução. Ao se concentrar em lembranças individuais, o documentário apresenta uma visão ampla e completa da tragédia da Amia, na esperança de servir de registro dos esforços de Nisman e sua importância para a sociedade argentina e a comunidade internacional.
O documentário tem lançamento mundial online em 1 de outubro. Uma exibição especial ocorreu ontem (30) em Washington D.C.
Perdão: Em 29 de setembro de 1999, o presidente Bill Clinton anuncia o perdão da dívida contraída com os EUA por cerca de quarenta nações cuja renda per capita não chegava a mil dólares anuais.
Antonio Pedroso de Alvarenga foi notável bandeirante no século XVII. Tomou parte na expedição de João Mendes Geraldo, em diretriz do Sul brasileiro, no ano de 1645. Era filho de Francisco Alvarenga e de sua mulher Luzia Leme, e casado com Maria de Brito, filha de Antônio Bicudo de Brito, todos de São Paulo. A Rua Pedroso Alvarenga (foto) fica no Itaim Bibi, Zona Sul de SP.
Vinte e seis pessoas foram presas na manhã de hoje (29) por envolvimento em uma rede de tráfico internacional de drogas que movimentava, pelo menos, R$ 4 milhões de reais por mês com a venda de entorpecentes e com a lavagem de dinheiro do crime. A Operação Cardume, da Polícia Federal, envolveu 230 agentes em 8 estados brasileiros: Ceará, Rio Grande do Norte, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Rio Grande do Sul.
Das 26 prisões, 21 ocorreram no Ceará, considerado pela PF o estado da base operacional da organização criminosa. As demais foram feitas em Natal (RN). O delegado regional de combate ao crime organizado, Janderlyer Gomes de Lima, explica que os chefes da rede assumiam a posição de empresários de ramos diversos, como construção civil e revenda de veículos. O nome da operação, inclusive, faz referência a um negócio, no interior do Ceará, dedicado à piscicultura e usado na lavagem de dinheiro do tráfico. “Os chefes dessa organização criminosa são aqueles que, comumente, não tocam na droga. Eles se disfarçam de empresários e aplicam o capital desse entorpecente em empreendimentos.”
De acordo com o delegado, a rede se subdividia em núcleos que executavam atividades coordenadas – cada um movimentando, pelo menos, R$ 1 milhão por mês. Segundo ele, havia, pelo menos, quatro núcleos principais, responsáveis pelos tráficos internacional e interestadual, pela lavagem de dinheiro e pela aquisição dos produtos químicos. Um desses produtos é a fenacetina, usada no refino da cocaína para aumentar o rendimento da droga e, com isso, gerar mais lucro. Entre os itens apreendidos na operação de hoje, os policiais federais encontraram uma tonelada dessa substância, além de 15 veículos de luxo.
A rota do tráfico de drogas, segundo Lima, começava na Bolívia, com a compra da pasta base de cocaína. O material era transportado para o Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em aeronaves de pequeno porte. Desses estados, a droga era transportada camuflada em caminhões até o Ceará e o Rio Grande do Norte. Em abril, a PF encontrou 208 quilos de cocaína escondidos no tanque de combustível de um caminhão no município cearense de Russas (a 167 quilômetros de Fortaleza). Além da Bolívia, a rota também incluía o Paraguai, onde o grupo adquiria maconha.
A partir desses dois estados, a droga era encaminhada para Portugal e Itália. Um dos envios que foi interceptado pela Polícia Federal utilizava garrafas de cachaça para enviar 50 quilos de cocaína para a Europa. O chefe da Delegacia de Repressão a Entorpecentes, Erisvaldo Graça de Sousa, conta que o pó era dissolvido no líquido e precisava passar por um processo elaborado para retornar ao estado original. Além de ser rota para recepção da cocaína, Portugal também possuía um laboratório de refino ligado à organização criminosa, na cidade litorânea de Setúbal. O local foi encontrado com a ajuda da Divisão de Entorpecentes de Lisboa. A PF estima que o grupo criminoso movimentava 300 quilos de cocaína por mês.
As investigações da Polícia Federal começaram em outubro de 2013. Nesse período, os agentes identificaram outro esquema criminoso: a venda de alvarás judiciais em plantões do Tribunal de Justiça do Ceará. O delegado regional executivo Wellington Santiago da Silva detalha que seis pessoas ligadas ao esquema de tráfico de drogas foram beneficiadas com alvarás de soltura pagos pelos chefes da organização, cada um ao preço de R$ 150 mil. Três desembargadores são investigados nesse esquema. Dois deles também são alvo de processo disciplinar do Conselho Nacional de Justiça.