A Hepatite não tratada se transforma em câncer do fígado |
Redação
Desde 2004, a OMS (Organização Mundial de
Saúde) celebra a data 28 de julho como o Dia Mundial de Luta Contra as
Hepatites Virais. A partir disso o Brasil realiza várias ações integradas de
prevenção e controle nos níveis de gestão SUS para o enfrentamento das
hepatites virais. Para a Sociedade Brasileira de Patologia, as principais
preocupações com a Hepatite é o desenvolvimento de cirrose hepática e do câncer
de fígado.
“As duas grandes
causas de cirrose e de câncer de fígado em todo o mundo atual são infecções
virais como hepatites C e B ou as doenças gordurosas do fígado, sejam elas
decorrentes de etilismo ou de distúrbios metabólicos associados à obesidade
e/ou a diabete”, comentou o médico professor Venâncio Avancini Ferreira Alves,
membro da Sociedade Brasileira de Patologia e Professor Titular do Departamento
de Patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo.
Segundo dados da OMS
(Organização Mundial da Saúde ), o câncer de fígado é um dos mais comuns entre
homens com 7,5% do total de casos entre o sexo masculino. É também um dos que
mais matam, devido ao diagnóstico tardio ou dificuldade no tratamento.
A prevenção da hepatite é uma medida valiosa na prevenção deste tipo de câncer. No caso da hepatite B, já há vacina disponível. Na hepatite C ainda não há vacinação, mas há medidas preventivas eficientes à triagem realizada nos Bancos de Sangue e Derivados, reduzindo a níveis mínimos a transmissão por transfusões.
Atualmente, a
principal causa de transmissão parenteral é a partilha de agulhas por usuários
de drogas injetáveis, não sendo frequente relativamente a transmissão em
relações sexuais. Nos casos de hepatites crônicas já instaladas, o tratamento
antiviral ao eliminar os vírus e reduzir a evolução do dano arquitetural para
cirrose é a medida mais importante para a prevenção de possível surgimento do
carcinoma de fígado.
Tanto nas causas
virais como nas demais doenças crônicas do fígado, ao ser constatada a cirrose,
é fundamental a prevenção e tratamento das complicações próprias da cirrose,
como o desenvolvimento de varizes venosas, ascite e insuficiência hepática,
causadoras de muitas mortes.
Além destes cuidados e do tratamento eficiente
da doença original, a grande esperança reside na vigilância para detecção
precoce do câncer do fígado, já efetuada em alguns dos principais centros
especializados, com avaliação clínica e ultrassonografia repetida a cada seis
meses. Grande esforço precisa ser feito para que estas medidas sejam estendidas
para toda a comunidade de pacientes infectados pelos vírus das hepatites.