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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Geral: Poluição mata quase cem mil em SP



A poluição no Estado de SP já matou 99 mil pessoas 

Luís Alberto Alves
 A poluição do ar foi responsável pela morte de 99 mil pessoas no Estado de São Paulo, entre os anos de 2006 e 2011, de acordo com estudo apresentado nesta quinta-feira (3) em audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados. “É como se uma cidade de 100 mil pessoas tivesse sido dizimada em apenas cinco anos”, declarou a pesquisadora do Instituto Saúde e Sustentabilidade, Evangelina Vormittag.
 Segundo o levantamento “Mobilidade Urbana e Poluição do Ar: A Visão da saúde”, realizado pelo instituto em parceira com a Câmara Municipal de São Paulo, no ano de 2011, mais de 17 mil pessoas morreram só no Estado mais rico do País em decorrência de doenças provocadas pela inalação de ar poluído, como as cardiovasculares, pulmonares e câncer de pulmão. “Ainda há uma forte correlação entre a incidência do câncer de mama com as partículas poluentes”, afirmou a professora.
 Vormittag chamou atenção ainda para outros dados que colocam a poluição como uma das maiores causas de mortes nas grandes metrópoles: em todo o mundo, a má qualidade do ar está associada a 7 milhões de falecimentos, informou. A especialista afirmou não ver esforços dos governos para enfrentar esse problema de maneira mais enérgica. “Não é só uma questão de fiscalização ou uma legislação mais eficiente. Faltam políticas públicas que, de fato, impactem a redução de poluentes e melhorem a vida das pessoas”, sustentou.
 Ela destacou que, de 2006 a 2011, apenas com internações decorrentes de doenças respiratórias e cardiovasculares provocadas pela poluição do ar, os gastos públicos e suplementar privados foram de, aproximadamente, R$ 246 milhões no estado de São Paulo.
                                                               Catastrófica
 O presidente do Proam (Instituto Brasileiro de Proteção Ambiental), Carlos Bocuhy, ressaltou que o quadro é catastrófico e a qualidade de vida nas grandes metrópoles é cada vez mais adversa. Ele também cobrou medidas mais efetivas do poder público, como reduzir a quantidade de enxofre na gasolina; restringir a circulação de veículos em áreas urbanas; implantar a inspeção veicular em todas as grandes cidades brasileiras; fiscalizar as frotas mais antigas; entre outras.
 Para o dirigente, é necessário mudar o modelo civilizatório. “O Banco Mundial, por exemplo, repassou 6,5 bilhões de dólares para projetos que se baseiam em energia suja, e apenas 3,5 bilhões para iniciativas sustentáveis. O grande fluxo de capital não privilegia a sustentabilidade”, argumentou o presidente do Proam.
                                                                     Impactos
 A coordenadora de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde, Daniela Buosi, disse que o governo federal tem adotado estratégias para diminuir o impacto da poluição na saúde da população, como o programa Vigiar. Essa iniciativa busca desenvolver ações que busquem a redução e prevenção dos agravos à saúde nas populações expostas aos poluentes atmosféricos.
 O Instrumento de Identificação de Municípios de Risco (IIMR), que faz parte do programa, é um cadastro on-line que estabelece um ranking dos municípios de alto risco, médio risco ou baixo risco, para uma intervenção específica. Buosi citou o exemplo do estado de Mato Grosso que conseguiu reduzir as despesas e as internações no Sistema Único de Saúde (SUS) provocadas por queimadas. “O governo determinou que o processo de fiscalização para combate ao incêndio fosse intensificado e conseguiu reduzir os gastos do SUS com óbito, internação e doenças.”
 O deputado Adrian (PMDB-RJ), que solicitou a audiência pública, afirmou que hoje estamos sofrendo as consequências de algumas medidas do capitalismo industrial. “O capitalismo não se preocupou com o meio ambiente, a águas, o ar”, observou o parlamentar. Para ele, é importante que todos mudem: governos, empresas e a sociedade.


Variedades: Nat Geo estreia Ciência do Absurdo




Paulo Bonfá é o apresentador do Nat Geo

Luís Alberto Alves

 Na era das mídias sociais não é incomum que acrobacias amadoras que deram errado se tornem sensações globais. Sem o talento de um ginasta olímpico ou habilidades de um concorrente do "X Games", aventureiros tentam manobras perigosas, gravando e postando os resultados, mesmo que frustrantes, em busca de fama na internet. Inúmeros vídeos virais de acidentes de moto, de trampolim, e explosões inesperadas são curtidos e compartilhados todos os dias.

 O Nat Geo revê alguns dos exemplos mais espetaculares de loucura na nova série "Ciência do Absurdo", que estreia no sábado (5), às 22h30 com episódio triplo. Apresentada por Paulo Bonfá, esta série de 14 episódios revisa as ousadas façanhas de alguns desafortunados e então explica os erros físicos, biológicos e a engenharia por trás de cada tentativa fracassada.

 "O conteúdo do programa tem muito a ver comigo e com minha trajetória de comunicador, pois sempre pus a curiosidade a serviço do entretenimento e do bom humor. E o "Ciência do Absurdo" é curiosidade pura", afirmou o apresentador.

 No ano passado, um vídeo viral de um homem tentando ser arremessado como uma bola de canhão em uma piscina com água congelada acumulou mais de 2 milhões de visualizações no Youtube. Ele não foi capaz de quebrar a superfície de gelo, mas a "Ciência do Absurdo" mostra o que deu errado. Com sua sagacidade, Bonfá orienta os telespectadores sobre cada vídeo viral, com piadas e uma dose perspicaz de informações factuais.

  Ele oferece um curso intensivo em aeronáutica, revendo vídeos de parapentes colidindo em árvores, em um caminhão em movimento e até na Estátua da Liberdade. Já os efeitos biológicos sobre a boca humana são explicados após várias pessoas se atreverem a comer as pimentas mais picantes do mundo ou tentarem engolir uma colher de canela.

 O programa também mostra o que acontece quando madeireiros amadores fornecem um tutorial em primeira mão sobre os efeitos do corte de uma árvore sem calcular corretamente o centro da massa.

 Bonfá conta que nunca tentou fazer nenhum tipo de acrobacia que poderia o colocar entre os acidentes revisados no programa. "Felizmente eu nunca cometi nenhuma estupidez da qual pudesse me arrepender, mas é impressionante ver como o ser humano pode ser completamente sem noção", divertiu-se.  

Em cada episódio, "Ciência do Absurdo" analisa alguns dos melhores vídeos para explicar como e por que as pessoas não conseguem completar suas tarefas. Uma coisa é certa: se eles não entendem a ciência, eles certamente vão se machucar. 

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Túnel do Tempo: Jango se refugia no Uruguai



No dia 30 de março de 1964, o último comício do presidente João Goulart, no Automóvel Club do Rio de Janeiro

Luís Alberto Alves


Asilo no Uruguai: No dia 2 de abril, o presidente  brasileiro João Goulart, deposto por um Golpe de Estado em 1º abril se refugia no Uruguai. Os revoltosos implantariam uma ditadura militar que duraria 21 anos, deixando inúmeros mortos, presos e desaparecidos. 

Radiografia de Sampa: Rua das Palmeiras



A Rua das Palmeiras fica no bairro de Santa Cecília, Centro de SP


Luís Alberto Alves

 Palmeiras era o nome da antiga chácara que pertenceu a Domingos Marques da Silva Ayrosa, na região onde são abertas diversas ruas paralelas e perpendiculares à Avenida Angélica, no atual bairro de Higienopólis, Centro de SP. A Rua da Palmeiras fica em Santa Cecília, próxima ao viaduto Minhocão, região central da cidade.


Geral: STF concede habeas corpus a homem preso há 6 anos sem julgamento



Nos superlotados presídios brasileiros, muitos detentos ainda não foram a julgamento

Luís Alberto Alves

 A Defensoria Pública de SP obteve no STF (Supremo Tribunal Federal ) uma ordem liminar em sede de habeas corpus em favor de um homem preso há 6 anos e 4 meses à espera de julgamento. A decisão é do Ministro Celso de Mello.

 Ele tem 37 anos de idade e estava preso no Centro de Detenção Provisória de Pinheiros II desde novembro de 2007. O homem é acusado, junto a outros dois réus, de homicídio qualificado e responde a processo que tramita na 1ª Vara do Foro Distrital de Caieiras, da Comarca de Franco da Rocha.

 Em março de 2010, o Juízo de primeiro grau determinou que o caso deveria ser julgado pelo Tribunal do Júri e manteve-o preso. A defesa que então atuava no caso recorreu dessa decisão. O Desembargador relator do recurso no TJ-SP determinou o reenvio dos autos à primeira instância, pois o Juízo de primeiro grau não havia se manifestado sobre a hipótese de retratação, prevista pelo art. 589 do Código de Processo Penal.

 Segundo consta no andamento processual no site do TJ-SP, ainda não há data agendada para julgamento pelo Tribunal do Júri.

A Defensoria Pública de SP passou a atuar no caso, por meio de seu Núcleo Especializado de Situação Carcerária, após ser comunicada sobre a situação pela Ouvidoria da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SAP), no último dia 28/2.

Os Defensores Patrick Lemos Cacicedo e Bruno Shimizu impetraram habeas corpus ao TJ-SP, que negou o pedido liminar. O Superior Tribunal de Justiça (STJ), por sua vez, também indeferiu o pleito com base na Súmula 691 do STF.

 Em habeas corpus ao STF, os Defensores argumentaram que a situação é permeada de “grave ilegalidade, irrazoabilidade e teratologia”, caracterizando constrangimento ilegal a prisão por mais tempo que determina a lei. Eles fundamentaram o excesso de tempo de privação de liberdade na Constituição Federal, que assegura a duração razoável do processo, e no Código de Processo Penal, além de dispositivos da Convenção Americana sobre Direitos Humanos, que possui caráter supralegal no Brasil.

 Ao conceder a ordem liminar favorável no dia 26/3, o Ministro Celso de Mello afirmou que a situação configura restrição à garantia constitucional do devido processo legal e que “o réu – especialmente aquele que se acha sujeito, como sucede com o ora paciente, a medidas cautelares de privação de sua liberdade - tem o direito público subjetivo de ser julgado, pelo Poder Público, dentro de um prazo razoável, sob pena de caracterizar-se situação de injusto constrangimento ao seu ‘status libertatis’".



Geral: Médica cubana sai do Brasil e pede asilo aos Estados Unidos





A médica cubana Ramona Rodriguez estava no Brasil desde fevereiro

Luís Alberto Alves

 No domingo, 30 de março, a médica cubana Ramona Rodriguez comunicou seu pedido de demissão para a Associação Médica Brasileira (AMB), onde trabalhava desde fevereiro após se desligar do Programa Mais Médicos, e embarcou para os Estados Unidos. Durante o período em que esteve contratada, Ramona aguardou pela resposta do governo brasileiro ao pedido de asilo político, solicitado por intermédio da AMB.

 A partida para os Estados Unidos motivou-se pelo apoio do governo americano a profissionais da saúde cubanos em situação de instabilidade com o regime político da ilha. O pedido de asilo, solicitado de forma independente pela própria médica, foi autorizado e Ramona desembarcou em Miami, Flórida, na manhã da segunda-feira (31).

 “Respeitamos a decisão pessoal da Drª Ramona. Enquanto ela esteve conosco, procuramos mostrar que os médicos brasileiros nada têm contra os médicos estrangeiros. Nosso posicionamento em relação ao Programa Mais Médicos está relacionado com a forma que médicos cubanos são contratados e vivem no país, com uma situação de trabalho que é análoga à escravidão”, afirmou Florentino Cardoso, presidente da AMB.

 Ramona Rodriguez enviou um vídeo agradecendo o apoio que teve no Brasil: Assista: http://youtu.be/Dzni0uxjIbM 


Geral: Hospital das Clínicas tem novo método de contracepção à laqueadura cirúrgica




Luís Alberto Alves

 Desde 2008, quando o Hospital das Clínicas realizou o primeiro procedimento com Essure no Brasil, um novo método de contracepção definitiva à laqueadura cirúrgica, milhares de mulheres em todo o País já foram beneficiadas com a técnica. Agora, em 2014, o Serviço de Ginecologia do HC estende a técnica - que tem a aprovação da Anvisa e é amplamente utilizada nos Estados Unidos e na Europa - a um maior número de pacientes do hospital.
Paciente Erika dos Santos

 Em breve, o Serviço pretende ampliar ainda mais o uso do procedimento graças à sua eficácia, segurança e conforto, pois é realizado em ambulatório, sem a necessidade de anestesia e incisões nas pacientes.

“Com eficácia de 99,8%, esta laqueadura é um procedimento rápido, ambulatorial e minimamente invasivo. Por não ter qualquer tipo de corte, não necessita internação, pois é praticamente indolor e por isso dispensa a anestesia”, explicou o diretor administrativo de Ginecologia do HC, Dr. Walter Pinheiro.

Segundo ele, o procedimento não contém medicamentos ou hormônios. A colocação não ultrapassa cinco minutos e a paciente sai do ambulatório andando e pode voltar normalmente para suas atividades, sem necessidade de repouso, tampouco afastamento do trabalho. Não há a ocupação de leitos hospitalares ou centros cirúrgicos.

 Essure é um microimplante de apenas quatro centímetros,  introduzido pelo canal vaginal com um aparelho bem fino, o histeroscópio, até o interior da tuba uterina, ligada ao útero. Um dispositivo é colocado em cada tuba e ocorre uma ação mecânica, que provoca uma reação natural do corpo, no tecido da tuba, que faz com que ela se feche em um período de três meses. “Nesse período, a paciente deve continuar a usar outra forma de contracepção e, após isso, é realizada uma ultrassonografia transvaginal. Confirmada a oclusão, não é mais necessário o uso de outro método contraceptivo”, descreveu.

 No Brasil, há registros de mais de 3.000 mulheres que colocaram Essure desde 2008 e 750 mil no mundo. Além de São Paulo, outros Estados já disponibilizam a técnica, como o Distrito Federal, Espírito Santo, Pará, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Santa Catarina e Tocantins.
                                                             Aprovado
 Uma das pacientes do HC beneficiadas pelo procedimento é a pedagoga autônoma Erika Karen dos Santos, de 38 anos, casada e tem um casal de filhos: “Eu já era mãe de uma garota de 10 anos quando engravidei inesperadamente de um menino, que está com três meses e meio. Eu e meu marido decidimos não ter mais filhos, pois agora temos um casal e achamos que já é o suficiente. A decisão veio também em função da minha idade. Eu já conhecia o método porque já tinha lido sobre ele. Quando a minha médica indicou os métodos de contracepção definitiva disponíveis, logo optei pelo Essure”, diz ela. 

“O procedimento foi tranquilo e rápido. Não senti dor, mas apenas uma leve cólica. E fico feliz de saber que não tenho cicatriz e nenhum efeito colateral. Para mim, a maior vantagem foi não ter que ficar internada em um hospital, longe do meu filho, que tem tão poucos meses de vida, situação em que eu teria que parar com a amamentação ou esperar até um ano para poder fazer a laqueadura tradicional. A colocação do Essure é tão simples que eu cheguei a amamentar meu bebê ainda na sala de espera, poucos minutos antes de entrar no ambulatório.”


Para as mulheres terem acesso à técnica no HC a exemplo de Erika, elas já devem ter concluído o Programa de Planejamento Familiar e passar por uma triagem rigorosa realizada pelo Serviço de Ginecologia, pois o método é irreversível. “É necessário ter mais de 25 anos e/ou com, pelo menos, dois filhos, ser sadia e não ter nenhum tipo de doença infectocontagiosa. Além disso, o casal assina o termo de consentimento”, afirmou o Dr. Pinheiro.