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sexta-feira, 22 de março de 2024

Crônica: Quando a vaidade se choca com a realidade

Pixabay

 

Do contrário, restava ao felizardo apenas carícias

Astrogildo Magno

Natália era extremamente vaidosa. Ficava mais de 2 horas diante do espelho escovando os cabelos, se maquiando, passando rímel nas sobrancelhas. Enfim não admitia colocar os  pés fora de casa sem deixar o visual impecável. Nem Narcizo chegava aos seus pés em termos de vaidade. As unhas das mãos e pés estavam sempre impecáveis. Os dentes brancos como marfim recebiam todo o cuidado. Nenhum deles sofria ameaça de cárie.

Para beijar os seus lábios precisava ser alguém tão vaidoso quanto ela. Transar então exigia uma série de cuidados. Não admitia preservativos de categoria duvidosa. Do contrário, restava ao felizardo apenas carícias. Nunca repetia roupas ou calçados. O mesmo se aplicava às bolsas, sempre de grife e de valor elevado. Bem resolvida e profissional liberal renomada, tinha a prerrogativa de cobrar bem caro para exercer a função de advogada especialista em inventários para famílias de elite.

Num feriado prolongado e bem ensolarado viajou para o Litoral Norte de SP. Escolheu uma praia deserta e resolveu carregar as baterias, por causa de dois meses de intensa jornada de trabalho.  Na Rodovia dos Tamoios acabou fechada por um caminhão, perdeu o controle do carro que capotou várias vezes. Logo socorrida chegou ao hospital. Antes de ser transferida para uma unidade top em SP, permaneceu na enfermaria. Deitou-se numa cama de lençóis encardidos e próximo ao banheiro, que exalava forte odor.....

Astrogildo Magno é cronista


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