Usava cabelos compridos, vários anéis nos dedos e diversos colares, de cores fortes
Astrogildo Magno
A mente humana é algo fantástico.
Tem a capacidade de criação que as pessoas nunca imaginarão. Em velocidade bem
alta, o pensamento surge e logo desaparece. Basílio gostava de sonhar acordado.
Não era um sujeito bonito. Por infelicidade nasceu com uma pequena mancha
escura no rosto que lhe tirava o sossego.
Desde a adolescência, os amigos e
colegas de escola o chamava de mancha. Não adiantava discutir, chorar ou mesmo
explicar que gostava que o chamasse pelo nome. Logo chegou a adolescência e depois
a juventude. Pegou o auge do movimento Hippie, no final da década de 1960.
Usava cabelos compridos, vários anéis nos dedos e diversos colares, de cores
fortes.
Concluiu o curso de arquitetura
na USP (Universidade de São Paulo) e logo entrou no mercado de trabalho. Ótimo
desenhista, de sua prancheta saiam belos projetos de casas, galpões e edifícios.
Como gostava de pensar muito, logo as suas ideias se tornavam realidade, em
termos profissionais.
Beijos
No escritório onde trabalhava, na
região central de SP, tinha uma colega de profissão, que não saia de sua mente.
Linda e solteira, Basílio imaginava se ela fosse a futura esposa. Às vezes deixava
o pensamento divagar e dentro dele, Júlia era a sua amada, onde a abraçava
fortemente e entrava no seu corpo diversas vezes, até o cansaço esgotar as suas
forças físicas.
Tímido, Basílio tinha medo de
confessar o grande amor que sentia por Júlia. Quando olhava para os seus olhos
na cor azul céu e os lábios carnudos dela dizendo não à declaração de amor,
preferia ficar apenas no pensamento. Certo dia, cochilou sobre a prancheta e
sonhando começou a declarar o seu amor para sua colega. Ao lado, ela ouviu e o
acordou. Olhou e segurou no seu queixo e o beijou. Passados 30 anos, o casal não
se esquece da força dos sonhos....
Astrogildo Magno é cronista
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