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segunda-feira, 22 de maio de 2023

Chumbo quente: Vergonha: racismo continua no século 21

 Antes da pandemia, em 2019, fui alvo de discriminação racial

Vini Jr é alvo de racistas na Espanha


Luís Alberto Alves/Hourpress

O triste episódio envolvendo o jogador de futebol do Real Madri  #Vini Jr., alvo de vários ataques #racistas na Espanha, mostra que a modernidade do século 21 ainda continua manchada pela mácula do racismo.

É absurdo alguém ter sua competência avaliada por causa de sua cor. Ninguém escolhe se vai nascer branco, negro, amarelo ou indígena. Por outro lado, os gritos racistas mostram o quanto a sociedade se encontra doente.

O #racismo está presente em diversos países, pobres ou ricos. Nas grandes empresas são poucos os cargos de CEO ocupados por negros. Qual motivo? Talvez para não desagradar acionistas, só executivos brancos e brancas ocupem este cargo.

Nas Forças Armadas, entre elas a do Brasil, quantos negros ocupam postos de brigadeiro na Aeronáutica, Almirante na Marinha ou general no Exército. Quanto pilotos de caças estão no comando destas aeronaves em diversos países? Poucos!

Brancas

No jornalismo é ainda muito grande a #discriminação racial, principalmente nas emissoras de televisão. Segundo o departamento de marketing, anunciantes alegam que negros afastam consumidores. Mas como, se no Brasil 56% da população, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), são de pretos e pardos?

Por incrível que pareça, uma mulher branca casada com alguém preto ou pardo não é bem vista por vários setores da sociedade, principalmente na região Sul e Sudeste. Por quê? #Racistas alegam que mulheres brancas não deveriam sujar a sua cor se casando com negros!

Como jornalista já enfrentei muita #discriminação. Olhar atravessado de autoridades desconfiando de que eu não fosse repórter. Políticos me tratando com falta de educação. Um deles, já falecido, Néfi Tales, então prefeito de Guarulhos, segunda maior cidade de SP, me expulsou de uma entrevista coletiva.

Sossego

Antes da pandemia, em 2019, fui alvo de #discriminação racial num evento realizado no Hotel Fasano, na região dos Jardins, na capital paulista. Registrei queixa na delegacia de crimes raciais, mas passados quatro anos, até hoje nunca soube se os acusados deste delito foram punidos.

Quando saio para ir a algum shopping na companhia de minha família, que não são negros, percebo o olhar furioso dos seguranças em relação a mim. Ao entrar em determinadas lojas, de perfil de consumidor branco, os vendedores me atendem com descaso. Talvez pensando: “mais um negro duro a tirar o meu sossego!”

Portanto, sei o que está sentindo #Vini Jr. Mas o segredo é continuar de cabeça erguida. Não desistir da luta. Não dar ibope para #racistas. São doentes. Afinal de contas quando morremos, a terra não separa cor ou sexo para consumir. Ou seja, todos são iguais. O resto é conversa fiada.

Luís Alberto Alves, jornalista, editor do blogue Hourpress


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