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terça-feira, 12 de novembro de 2019

Variedades: Festival A Vida no Centro leva música, história e experiências ao Centro Histórico


Show com Mariana Aydar levou milhares de pessoas para dançar forró e emocionou o público no palco montado na Rua 15 de Novembro. Em clima de paz e harmonia, a Praça Antônio Prado teve shows de música brasileira e festa com DJ Theo Werneck até a madrugada de domingo

Redação/Hourpress
Milhares de pessoas dançando e cantando juntas, transformando o Centro Histórico de São Paulo num imenso palco da celebração da cultura brasileira. Assim foi a noite de sábado, dia 9, durante o show de Mariana Aydar no Festival A Vida no Centro. A apresentação da cantora e compositora paulistana, que vem dedicando sua carreira ao forró nos últimos anos, foi o ponto alto do evento, que teve o tema brasilidades em todas as atrações musicais. As outras atividades ao ar livre foram realizadas na Praça Antônio Prado, que sediou uma festa com o DJ Theo Werneck até a madrugada de domingo, transformando o entorno do coreto numa grande balada.
“Ficamos muito felizes com esta primeira edição do festival. Foi um sonho realizado trazer as pessoas para dançar música brasileira no Centro Histórico”, diz Denize Bacoccina, cofundadora da plataforma A Vida no Centro. “Foi incrível ver as pessoas felizes, se divertindo, aprendendo e vivenciando o Centro de São Paulo, um lugar tão importante para a história da cidade que volta a ser visto como um local de visita cultural e de lazer”, diz Clayton Melo, cofundador do A Vida no Centro.
"É um orgulho enorme ter realizado o Festival A Vida no Centro, junto com a plataforma A Vida no Centro. O evento foi gestado com muito amor, dedicação e empenho para valorizar o Centro Histórico e oferecer uma experiência única aos visitantes do local",  comenta Gê Rocha, da CoPlayers.
Realizado pelo A Vida no Centro, plataforma de informação e inteligência especializada no Centro de São Paulo, e pela CoPlayers, o festival teve patrocínio da Bio Ritmo e apoio da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Turismo e da Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, do CCBB e do vereador José Police Neto. A iniciativa ocupou a Praça Antônio Prado, Rua Quinze de Novembro, João Brícola e São Bento no fim de semana com shows, debates, arena infantil, tours, visitas guiadas a prédios históricos e feira de moda e gastronomia, mostrando que é possível ter arte, cultura e entretenimento no Centro de São Paulo para todas as idades.
 Música
No coreto da Praça Antônio Prado, o som rolou a partir das 16h do sábado, dia 9, com um show do músico Thiago Pimentel, que apresentou músicas do seu disco Sal e um repertório de clássicos da música brasileira. Às 20h, a cantora Mariana Aydar subiu ao palco montado na Rua Quinze de Novembro e colocou todo mundo pra dançar um bom forró. Ela apresentou músicas de vários trabalhos e também do Bloco Forrozin, que celebra a música nordestina durante o Carnaval. “Não podia deixar de tocar músicas desse trabalho que fazemos no Centro e que é tão bonito”, disse Mariana.
Em um clima de paz, milhares de jovens, idosos e crianças cantaram, dançaram e se divertiram ao ar livre e em uma convivência harmoniosa. Mônica Lima, 52 anos, curtiu o show do começo ao fim. Ela não mora no Centro, mas sempre vem para essa região passear e se divertir. “O Centro é parte da cidade e precisa ser habitado. Então, não deixo de vir”, contou.
Quem também curtiu o show foi Patrícia Magre, 40 anos. Ela estava com a Júlia, de 13 anos, e ressaltou a importância de eventos como o Festival no Centro Histórico. “Eventos como este são importantes para dar vida ao lugar”, disse ela, que voltou à praça no domingo para o show de encerramento, com Ana Cacimba.
No domingo, dia 10, a música rolou durante à tarde com o DJ Theo Werneck e seguiu com o show da cantora, compositora e pesquisadora Ana Cacimba, que faz uma música repleta de referência da cultura popular, principalmente o samba de coco e o samba de roda. Ela lembrou que o show estava acontecendo ao lado da estátua de Zumbi dos Palmares, no local onde, no passado, ficava a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos e onde muitos escravos foram sepultados. “Tem muito sangue negro aqui embaixo. Estamos trazendo nossos tambores para lembrar a nossa história e o porquê de tocarmos música negra hoje”, disse.
Ao final da apresentação, uma grande ciranda se formou na praça e, cercado pelos prédios históricos, o público dançou de mãos dadas, mostrando que o centro é lugar de arte, cultura e, principalmente, convivência.
 Diálogos A Vida no Centro
A programação incluiu quatro debates do projeto Diálogos A vida no Centro. No sábado, dia 9, muita gente se reuniu no auditório do CCBB para conversar sobre “Negócios de impacto social: o que são e o que isso tem a ver com o centro”, “Como a gastronomia está transformando o centro de São Paulo” e “O poder da diversidade no centro e os benefícios da pluralidade para o desenvolvimento”. Todos os painéis tiveram intérprete de Libras e transmissão ao vivo pelo Facebook do A Vida no Centro.
No domingo, dia 10, a conversa aconteceu na academia Bio Ritmo da Rua Quinze de Novembro, e o assunto foi “A importância da atividade física e os riscos do sedentarismo”. Na sequência, o público pode participar de uma aula aberta de Fit Dance conduzida pelo professor Cirilo Becher, que colocou a galera pra dançar em pleno Centro Histórico.
 Arte e Cultura
A Praça Antônio Prado foi o cenário para muitas atividades artísticas e culturais e o ponto de partida de passeios que exploraram o potencial turístico e histórico do Centro.
A equipe do educativo do Centro Cultura Banco do Brasil levou para a praça o projeto Derivas da Memória, um jeito inovador de falar de história. Neste projeto, o público é levado a conhecer e refletir sobre a presença indígena e negra no centro de São Paulo. Presença essa que, em muitos momentos, foi apagada da história. “Precisamos trazer à tona os vários olhares que existem sobre a história da cidade”, disse a educadora Andréa Lalli.
A Feira Preta, que completa 18 anos em 2019, levou uma versão pocket para a praça com empreendedores focados em roupas e acessórios. Alguns dos expositores vieram de longe apostando no potencial do centro de São Paulo. É o caso da Laís Costa, que é de Criciúma, Santa Catarina, e tem uma marca de calçados e acessórios. “É sempre bom poder expor o nosso trabalho a mais pessoas”, disse.
 Passeios guiados pelos prédios históricos do Centro
Explorações históricas sobre o centro de São Paulo também aconteceram durante o Festival A Vida no Centro. Em caminhadas guiadas pela equipe do coletivo CalçadaSP e também do Caminhos do Triângulo, o público pode conhecer mais sobre lugares como a própria Praça Antônio Prado, o Largo São Bento, o Largo São Francisco e o Vale do Anhangabaú. A guia Tayana Santos fez um tour pelo Centro pelo olhar da arquitetura. E o São Paulo Free Walking Tour liderou um passeio bilíngue em português e inglês.
 Infantil
As crianças também tiveram espaço no Festival A Vida no Centro. Na Arena Infantil, no domingo de manhã, a programação começou com a contadora de histórias Alexsandra Mauro, voluntária da Associação Viva e Deixe Viver, que contou a história do Enigma do Imperador.
Em seguida, a palhaça Sinira Antonieta divertiu os pequenos com o circo-teatro A Cenoura Gigante, baseada no conto O Nabo Gigante, de Aleksei Tolstói.
Teve, ainda, um tour infantil para que pais e filhos pudessem descobrir juntos a histórias e os personagens que fazem parte do Centro Histórico. Letícia Gomes, 40, participou do festival com a filha Bia, 3 anos, e disse que voltará ao centro sempre que houver alguma atividade interessante. “Foi muito tranquilo e divertido. A gente adorou”, disse Letícia sobre o Festival A Vida no Centro, cujo segunda edição será realizada em 2020. 

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