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quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Economia: Primeira parcela do 13º salário dos aposentados, o que fazer?



É preciso saber administrar o dinheiro 

*Reinaldo Domingos

A partir do dia 25 de agosto, será liberada a primeira parcela do 13º salário dos  aposentados e pensionistas do Brasil, de acordo com o calendário divulgado pelo Ministério da Previdência Social. Essa injeção de dinheiro feita pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) aquece a economia e, por isso, é preciso saber se os beneficiados sabem a melhor forma de utilizar essa quantia.

 Sempre alerto que independente da situação financeira, dinheiro extra não deve ser utilizado para quitar dívidas e nem fazer novas compras, mas sim ser poupado, destinando-o para a realização dos sonhos; até porque, o correto é conseguir pagar as contas com o próprio orçamento e não depender de valores extras. No entanto, boa parte da população não é educada financeiramente e, sendo assim, o melhor a fazer é ter ciência da situação financeira para saber como agir.

 Assim, antes de receber esse dinheiro, é importante que o aposentado faça um diagnóstico de suas finanças e da família, ou seja, anote todos os gastos ao longo de um mês, separando-os em categorias (alimentação, combustível, vestuário, etc.). Dessa forma, verá exatamente com o que está gastando cada centavo do dinheiro e onde está havendo excessos, para diminui-los ou até cortá-los, se for o caso. Sabendo se é investidor, equilibrado ou inadimplente, é mais fácil descobrir o que fazer com o 13º.

 O primeiro perfil é aquele que já pode ser qualificado como investidor, mesmo que pequeno. A opção mais indicada para utilizar o 13º é continuar investindo. Cinquenta por cento do valor deve ser aplicado onde a pessoa já tem investimento. Para o valor restante, uma boa pedida pode ser iniciar a poupar para novos sonhos. Sempre alerto que o dinheiro tem que ter objetivos, podendo ser uma reserva de emergência, uma viagem dos sonhos ou muitos outros, já que nunca é tarde para sonhar.

 A segunda opção de utilização do 13º é destinada aos consumidores equilibrados financeiramente, isto é, não possuem dívidas, mas que também não poupam. Essa situação de falsa estabilidade é muito preocupante, pois o aposentado acredita poder utilizar o dinheiro para compras, e é aí que mora o perigo, qualquer imprevisto financeiro fará com que se torne endividado. Uma boa opção é a de iniciar uma reserva; o aposentado deve destinar ao menos uma parcela do dinheiro recebido para este fim. O mais importante para este público, contudo, é criar o hábito de poupar.

 A situação mais preocupante é do inadimplente, isto é, pessoa que possui dívidas e não consegue honrar com as mesmas. Lembrando que não é um problema possuir dívidas, como parcelamentos, o problema começa quando não se consegue arcar com esses compromisso.

Nesse caso, não se deve gastar imediatamente o dinheiro para o pagamento dos credores, pois isso não solucionará o problema com o dinheiro, apenas postergará. Como este último caso é o mais grave, veja mais algumas orientações que preparei, para sair desta situação:
  1. Antes de sair negociando, é preciso ter pleno domínio do seu dinheiro, fazer um diagnóstico financeiro, registrando o que se ganha, o que se gasta e conhecer seu verdadeiro eu financeiro;
  2. Faça um apontamento de despesas diárias por tipo de gastos pelos próximos 30 dias. Esse é o caminho para que fique tudo mais claro, somente assim poderá cortar gastos e reduzir excessos;
  3. Muitas vezes, é importante dizer “devo, não nego, pago, como e quando puder”. Nunca se deve procurar um credor antes de ter domínio completo de seu dinheiro;
  4. A portabilidade é uma das ferramentas para reduzir o endividamento, procure por linhas de créditos mais baixa, mas é importante frisar que isso não resolve a causa do problema;
  5. No planejamento para pagar as dívidas, priorize as que têm os juros mais altos, geralmente as de cartão de crédito e cheque especial;
  6. Na hora de negociar, se for parcelar as dívidas, tenha certeza de que as mesmas cabem em seu orçamento;
  7. Saiba que, para pagar as dívidas atrasadas, terá que repensar seu padrão de vida, pois, se já se endividou com o que ganha, será ainda mais difícil nos próximos meses com as parcelas;
  8. Não existe uma porcentagem exata de quanto terá que direcionar para pagar as dívidas, isso dependerá do diagnóstico financeiro feito previamente;
  9. Estabeleça uma estratégia para sair do endividamento, conhecendo detalhadamente os credores, valores e taxas de juros;
  10. Dois fatores levam ao endividamento, são eles: o crédito fácil, conjugado com a competente propaganda. Por isso, cuidado para não comprar o que não sonhava, com o dinheiro que você não tem, para impressionar, muitas vezes, até mesmo quem você não conhece;
  11. As facilidades de créditos, como limite de cheque especial, cartão de crédito e crediários, têm sido verdadeiros vilões nessa ciranda do endividamento e inadimplência;
  12. Principalmente para os aposentado, é importante não “emprestar” seu nome para que parentes e amigos façam dívidas. Se eles não podem usar o próprio nome, é porque provavelmente já estão com problemas de endividamento;
  13. Procure guardar dinheiro para comprar à vista e com algum desconto. O sonho da independência financeira passa por respeito ao dinheiro, entender que ele é meio e não fim;
  14. Quem compra a prazo, paga juros, quem paga juros, paga mais caro e tem dívidas e, quem tem dívidas, realiza menos sonhos.

*Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da DSOP de Educação Financeira e da Editora DSOP, autor dos livros Terapia Financeira, Eu Mereço Ter Dinheiro, Ter Dinheiro não tem Segredo, Livre-se das Dívidas, da primeira Coleção Didática de Educação Financeira no Ensino Básico, e das séries infantis O Menino e o Dinheiro e O Menino do Dinheiro, todos pela Editora DSOP.

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