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quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Geral: Estranhas coincidências chamam atenção no caso da chacina em que morreu casal de PMs




A cabo Andreia teria sido chamada para participar de roubo a caixa eletrônicos

Um dos carros usados em assalto a caixa eletrônico em Parada de Taipas

Luís Alberto Caju

  Algumas coincidências chamam a atenção no caso da chacina em que morreu um casal de Pms em Vila Brasilândia, Zona Norte de SP, no dia 5 de agosto. A primeira delas é que nos últimos cinco anos três militares do 18º Batalhão da Polícia Militar foram executados a tiros. 

Em janeiro de 2008, o coronel José Hermínio Rodrigues acabou assassinado na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, próximo do bairro do Imirim, Zona Norte, quando andava à paisana de bicicleta. Segundo o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), ele teria sido morto por combater a atuação de policiais em grupos de extermínio na região de Vila Brasilândia. Três soldados acusados do homicídio saíram livres do Tribunal de Justiça Militar por falta de provas.

  Em julho de 2008, seis meses após morte do comandante do 18º Batalhão da PM/SP, coronel José Hermínio Rodrigues; um outro comandante e três policiais militares da Força Tática tiveram a prisão decretada pela Justiça Militar sob a acusação de prender, matar e simular um tiroteio para justificar o assassinato de Everton Torres Rodrigues, de 21 anos, na madrugada de 30 de julho no bairro de Parada de Taipas, também na Zona Norte.

 No mês de agosto de 2011, um policial militar foi preso suspeito de participar de uma tentativa de assalto a caixas eletrônicos no supermercado Comprebem, localizado à Avenida Elísio Teixeira Leite, diante do Hospital Geral de Taipas. Seis pessoas morreram durante tiroteio entre assaltantes e policiais da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar). De acordo com a Corregedoria da PM, o policial estava perto do estabelecimento na hora do crime. Próximo ao local fica o 74º DP (Parada de Taipas). A Rota apreendeu dois fuzis 556, duas carabinas, duas metralhadoras, uma pistola, três coletes, um maçarico e botijões de gás. Dez bandidos conseguiram fugir.

                                      Policial feminina morta na porta de casa

 A noite de 4 de novembro de 2012 terminou com a morte da policial feminina Marta Umbelina da Silva, alvejada a tiros quando saiu do carro para abrir o portão de sua casa na Rua Dr. Roberto Zwicker, Vila Brasilândia, a poucos minutos da Rua Dom Sebastião, no mesmo bairro, onde ocorreria a chacina de 5 de agosto de 2013, matando o casal de Pms Luís Pesseghini e Andreia Bovo Pesseghini. Marta era colega de Andreia no 18º Batalhão da PM. Naquele sábado, ela estava de folga e à paisana, quando acabou atacada por dois homens que atiraram sete vezes e fugiram num Honda Civic prata. Dia após a morte do casal de PMs, uma testemunha ressaltou que viu várias vezes um carro prata circulando na Rua Dom Sebastião, inclusive chegando a parar diante da residência onde morava o sargento da Rota, Luís Pesseghini.

A cabo Andreia avisou, em 2011, sobre o convite do roubo ao caixa eletrônico instalado no supermercado Comprebem em Parada de Taipas, a seu superior, o capitão Fábio Paganotto, na época comandante da 1ª Companhia do 18º Batalhão. Paganotto tentou apurar o fato e acabou transferido, posteriormente, para o 9º Batalhão.  Na ocorrência da tentativa de assalto ao estabelecimento comercial, o capitão foi um dos policiais que esteve presente, com soldados da Rota.
                                      Coronel desmente entrevista

  No dia 7 de agosto, o tenente-coronel Wagner Dimas, então comandante do 18º batalhão, disse em entrevista à rádio Bandeirantes que a cabo Andreia havia denunciado colegas envolvidos em roubo a caixas eletrônicos e que não acreditava que o menino fosse o responsável pelas mortes. No dia seguinte, ele foi chamado para depor na Corregedoria da PM e desmentiu os fatos. Anteontem (12) o tenente-coronel Dimas foi afastado do comando do 18º Batalhão. A PM não se pronunciou sobre o afastamento.

  Nessa terça-feira (12) o deputado major Olímpio Gomes (PDT) disse que não foi punido nenhum policial que chamou a cabo Andreia para participar de roubo a caixas eletrônicos. Ele comunicou no mesmo dia o corregedor da PM, o coronel Rui Conegundes. Nesse mesmo dia, a delegada Elisabete Sato, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa) afirmou que a casa onde a família foi morta não teve a cena de crime totalmente preservada.
 Mais tarde, a Secretaria de Segurança Pública ressaltou que isso não iria interferir nas investigações, que coloca como principal suspeito o adolescente Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13 anos, de ter matado a mãe, o pai, sargento da Rota Luís Marcelo Pesseghini, 40, a avó Benedita Oliveira da Silva, de 65 anos a tia avó, Bernadete Oliveira da Silva, de 55 anos. O crime ocorreu no dia 5 e o menino se matou após ir até a escola.

  Sebastião de Oliveira Costa, 54, parente das vítimas, disse, no último sábado, que chegou à casa às 17h45 do dia 5 e que havia ao menos 30 PMs dentro dela, antes da chegada da perícia. A polícia pretende chamar para depor os policiais militares que entraram na casa antes da chegada da perícia.


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