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terça-feira, 13 de agosto de 2013

Radiografia de Sampa: Avenida Marquês de São Vicente


A Avenida Marquês de São Vicente é a antiga Avenida dos Emissários; ela fica no bairro paulistano da Barra Funda
                                                   
Luís Alberto Caju

 José Antônio Pimenta Bueno, mais tarde Visconde e Marquês de São Vicente, nasceu em São Paulo em 4 de dezembro de 1803 e morreu no Rio de Janeiro em 19 de novembro de 1878. Doutor em Ciências Jurídicas pela Faculdade de Direito de São Paulo, no Largo São Francisco, região central da cidade, foi senador, conselheiro de Estado e pertenceu ao Conselho do Imperador.

 Também ocupou os cargos de cônsul geral do Brasil no Paraguai, ministro da Justiça e dos negócios estrangeiros. Governou a Província (hoje Estado) de Mato Grosso e Rio Grande. É um dos autores do projeto da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí. A Avenida Marquês de São Vicente, antiga Avenida dos Emissários, fica no bairro paulistano da Barra Funda, Zona Oeste de SP.


Jiló com Pimenta: falta de cuidado com pneu, pagamento de propina no Metrô, engodo dos sites de empregos




Falta de cambagem na roda torta deixa o pneu "comido" em dos lados, facilitando o risco de acidente


Luís Alberto Caju

Falta de cuidado com pneu: a maioria dos motoristas só tem preocupação de abastecer o carro. Outros só trocam o óleo de motor quando a fumaça preta começa a sair do escapamento; alinhamento e balanceamento vira outro item de luxo. Nesta altura, o perigo de um grave acidente está a caminho. Se a roda tiver torta, por falta de cambagem, o pneu começa ser “comido” (foto) e não é descartado o esvaziamento rápido e o capotamento do veículo. É aconselhável alinhar e balancear as rodas a cada 10 mil quilômetros. A sua vida e dos seus familiares agradecem.

Propina no Metrô: demorou, mas a bomba explodiu na Suíça com a acusação de pagamento de propinas em licitação para fornecimento de trens ao Metrô desde a gestão tucana do governador Mario Covas até a atual de Geraldo Alckmin. Porém não acredito na punição de nenhum envolvido. A poeira do caso será empurrada para debaixo do tapete e tudo cairá no esquecimento. Agora se fosse um favelado que tivesse furtado um frasco de xampu num supermercado, acabaria condenado e mofando na cadeia. Depois dos 40 anos de idade, deixamos de acreditar em fábulas. A Justiça brasileira é uma delas.

Site de empregos: o desempregado, principalmente executivos e profissionais liberais apostam muitas fichas nos sites que oferecem vagas neste segmento. A maioria é engodo. Um deles, que começa com a letra C e termina com a vogal O, é mestre em encher o e-mail de supostas vagas que nunca se transformam em admissão de ninguém. Cobram pelo serviço oferecido, porém de resultado duvidoso. A melhor ferramenta na busca por trabalho é a indicação de algum amigo, inclusive passando por cima de RH, que acumulam currículos e raramente contata o candidato à vaga.


Política: comunistas cassados há 65 anos ganham mandatos de volta


Jorge Amado foi um dos deputados cassados em 1948
Luís Alberto Caju
  A Câmara dos Deputados realizou sessão solene ontem (13) para promover a devolução simbólica dos mandatos dos 14 deputados federais do Partido Comunista do Brasil eleitos em 1945 para a Assembleia Constituinte de 1946 e cassados em 1948. A solenidade foi realizada às 14h30, no Plenário Ulysses Guimarães.
  Entre os parlamentares cassados estavam o escritor Jorge Amado; o político e guerrilheiro Carlos Marighella; Maurício Grabois, um dos fundadores do PCdoB; e João Amazonas, todos personagens históricos da luta contra a ditadura do Estado Novo (1937-45) e a ditadura militar de 1964-1985. Jorge Amado é autor da lei que regulamentou a liberdade religiosa no Brasil
 João Amazonas foi o grande líder do partido no Brasil. Seu envolvimento com o movimento comunista começou em 1935. Um ano depois, preso pela segunda vez, Amazonas e o colega Pedro Pomar realizaram uma greve de fome contra as péssimas condições da prisão e ministraram aulas de marxismo-leninismo aos outros detentos. Em junho de 1937, João Amazonas foi absolvido por falta de provas após um ano e meio de prisão.

 Além destes deputados, também foram cassados e receberão seus mandatos de volta: Francisco Gomes, Agostinho Dias de Oliveira, Alcêdo de Moraes Coutinho, Gregório Lourenço Bezerra, Abílio Fernandes, Claudino José da Silva, Henrique Cordeiro Oest, Gervásio Gomes de Azevedo, José Maria Crispim, Oswaldo Pacheco da Silva.

  "Para os militantes da esquerda brasileira e o povo é, sem dúvida alguma, um fato histórico. A devolução dos mandatos caminha no sentido de corrigir e reparar uma injustiça aos constituintes comunistas da década de 40, mas também de valorizar suas conquistas que perduram até hoje em nossa República”, diz a deputada do PCdoB, Jandira Feghali (RJ), autora do requerimento para a realização da sessão solene.
A devolução dos mandatos aos deputados cassados é possível devido a uma resolução aprovada na Câmara em março deste ano que anulou a resolução da Mesa Diretora da Casa adotada em 10 de janeiro de 1948. A resolução de 1948 extinguiu os mandatos dos deputados federais sob a legenda do Partido Comunista do Brasil. A Mesa da Câmara atual considerou que a decisão da década de 40 contrariou a Constituição Federal democrática de 1946, promulgada após o governo de Getúlio Vargas (1930 a 1945).

Como a maior parte dos deputados cassados já faleceu, suas famílias enviarão representantes para a sessão solene de amanhã. O filho de João Amazonas, João Carlos Amazonas, por exemplo, representará seu pai, que morreu em 2002, aos 90 anos. A filha do ex-guerrilheiro Carlos Marighella, Maria Fernandes Marighella, virá à Câmara representando seu pai, morto na guerrilha do Araguaia. Os filhos de Jorge Amado, Paloma e João Jorge Amado, receberão seu mandato de volta, simbolicamente.



Política: Regulamentação da atividade de profissionais do sexo vira debate em CPI


Proposta visa regulamentar a atividade das garotas de programa
Luís Alberto Caju
  A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Pessoas promoveu audiência pública ontem (13), para debater a regulamentação da atividade dos profissionais do sexo. 
Um dos convidados para a reunião foi o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ), autor do Projeto de Lei 4.211/12, que assegura a esses profissionais o direito do trabalho e o acesso à saúde, à segurança pública e, principalmente, à dignidade humana, além de vedar a exploração sexual.
 A relatora da CPI, deputada Flávia Morais (PDT-GO), e o deputado Severino Ninho (PSB-PE) pediram a realização da audiência por entender que “a regulamentação é a melhor maneira de combater a exploração e escravidão sexual, e o tráfico de seres humanos, pois vai coibir um mercado que movimenta na ilegalidade milhões de reais, sendo considerado um dos ramos mais lucrativos, perdendo apenas para o tráfico de armas e drogas”.
 Os parlamentares lembram que, no decorrer das investigações da CPI, a comissão tem se deparado com vários casos de tráfico de pessoas para exploração sexual, como os casos de Salamanca, na Espanha, e da cidade de Altamira, no Pará. Por isso, consideram que é necessário avaliar mudanças na legislação que trata da prostituição no Brasil. “Temos que estabelecer este debate para a garantia de direitos dos profissionais do sexo, tirando-os do mercado ilegal, que envolve a superexploração”, ressaltaram.

                    

Geral: legista que desvendou caso PC farias afirma que garoto Marcelinho foi executado


O garoto Marcelo Pesseghini não teria cometido suícidio como sustenta a polícia paulista

Em 1996, diversas autoridades sustentaram a tese de que Suzana matou PC Farias e depois se suicidou


Luís Alberto Caju

 Na avaliação do médico legista e professor da Universidade Federal de Alagoas, e também coronel da PM, George Sanguinetti, o filho do casal de Pms paulistas, Marcelo Eduardo Bovo Pesseghini, 13, também foi executado junto com os pais, o sargento da Rota, Luís Marcelo Pesseghini, 40, a cabo Andreia Pesseghini, 35, juntamente com a avó Benedita de Oliveira Bovo, 67, e a tia avó Bernadete Oliveira da Silva, 55, na segunda-feira passada (5) em Vila Brasilândia, Zona Norte de SP. O delegado Itagiba Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), afirma que o adolescente cometeu a chacina e se matou depois.

 Sanguinetti tornou-se conhecido ao refazer o laudo das mortes de Paulo Cesar Farias (braço direito do então presidente Fernando Collor de Mello no começo da década de 1990) e sua amante Suzana Marcolino assassinados em 1996, mas que a polícia tratava como homicídio seguido de suicídio. O trabalho do legista alagoano resultou na reabertura do caso, levando a júri os Pms, que eram seguranças de PC Farias, como acusados das duas mortes. Assim como hoje, na época a maioria das autoridades defendia a tese de que Suzana Marcolino matou Paulo Cesar Farias e depois tirou a própria vida.
 
  De acordo com ele, nas fotos publicadas em diversos jornais do País, é visível que os dois policiais e o menino foram assassinados. Sanguinetti ressalta que da maneira que o corpo de Marcelo caiu, com a mão direita em cima do lado esquerdo da cabeça e o braço esquerdo dobrado para trás, com a palma da mão esquerda aberta para cima, não condiz com a posição de um suicida, mas com a de alguém que foi executado. Outro detalhe chama atenção: a pistola .40, usada para cometer a chacina, iria aparecer em cima da cama ou próximo aos joelhos do adolescente.
                       
                                    Janela da casa teve cadeado arrombado

  Para intrigar mais ainda, o filho de Bernadete Oliveira da Silva, 55, tia avó de Marcelo, uma das vítimas, Sebastião de Oliveira Costa, entregou ao delegado Itagiba Franco, durante depoimento prestando ontem (12) no DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), uma suposta cópia da chave da casa onde ocorreu a chacina. Uma das janelas da residência tinha o cadeado arrombado, provavelmente por onde o assassino que matou as cinco pessoas entrou.

  Se de fato o sargento da Rota, Luís Pesseghini pode ter morrido 12 horas antes, o homicídio teria ocorrido por volta da meia-noite do domingo, quando alguém saiu da casa com o carro da cabo Andreia e o deixou estacionado próximo da escola onde Marcelo estudava. O DHPP já sabe que naquele dia a família fez um churrasco e consumiu cerca de 20 latinhas de cerveja. Com a hipótese que cada pessoa (Andreia, o marido Luís, a avó Benedita e a tia avó Bernadete) tenha ingerido cinco latinhas naquela tarde, não se sustenta a tese de que a cerveja provocou a sonolência impedindo a reação quando ocorreu o ataque.

  Na segunda-feira (5), o sargento Luís Pesseghini iria viajar numa missão especial  com diversos soldados da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar) até a cidade paulista de Presidente Wenceslau, onde está presa a cúpula de uma facção criminosa de SP. Naquela mesma semana, o coronel César Augusto Morelli, comandante da tropa de choque, da qual faz parte diversos policiais da Rota, foi demitido do cargo, que ocupava há dois anos. Entre as três razões que pesaram no corte de sua cabeça, estava o envio de equipes sob seu comando para ações no Interior de SP, sem aviso ao secretário. Será que a missão que o sargento Pesseghini iria fazer em Presidente Wenceslau era de conhecimento do secretário de Segurança Pública, Fernando Grella Vieira?

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Geral: Inscrição no portão da casa das vítimas revela suposto abuso de autoridade



Inscrição no portão da casa onde morava a cabo PM Andreia, na Vila Brasilândia, Zona Norte de SP

De acordo com moradores do bairro, a policial Andreia era tida como bem rigorosa no desrespeito à Lei

Coronel José Hermínio Rodrigues, ex comandante do 18º Batalhão, executado em janeiro de 2008
Luís Alberto Caju

 A inscrição “Abuso 137” chama a atenção no portão da casa onde ocorreu a chacina que matou o casal de Pms, o sargento da Rota, Luís Marcelo Pesseghini, 40 anos, a cabo Andreia Regina Bovo, 35 anos, mais duas parentes e o filho Marcelo Eduardo Pesseghini, 13 anos, na segunda-feira (5), na Rua Dom Sebastião, Vila Brasilândia, Zona Norte de SP.

 De acordo com o Código Penal, o artigo 137 é relativo a rixa, um meio mais eficaz e reprovável de agredir pessoas, em caráter múltiplo, a integridade física e a vida de alguém. Segundo moradores do bairro, a cabo Andreia era considerada bem rigorosa, nos padrões da Lei, contra pessoas que agiam de forma desonesta. Como destaca a inscrição no portão, talvez ele possa ter cometido excessos.

                               Coronel assassinado em 2008

 O 18º Batalhão da PM, em janeiro de 2008, teve dois Pms indiciados pelo assassinato do coronel José Hermínio Rodrigues executado na Avenida Engenheiro Caetano Álvares, próximo ao bairro do Imirim, quando andava à paisana de bicicleta pelo local. Segundo o DHPP (Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa), Rodrigues teria sido morto por combater a atuação de policiais em grupos de extermínio, na Zona Norte da capital paulista. No começo de 2013, os acusados foram absolvidos pelo Tribunal de Justiça Militar por falta de provas.

 Em julho de 2008, seis meses após morte do comandante do 18º Batalhão da PM/SP, coronel José Hermínio Rodrigues; um outro comandante e três policiais militares da Força Tática tiveram a prisão decretada pela Justiça Militar sob a acusação de prender, matar e simular um tiroteio para justificar o assassinato de Everton Torres Rodrigues, de 21 anos, na madrugada de 30 de julho. Na época, o suposto grupo de extermínio daquele batalhão ficou conhecido como os Matadores do 18.

                                         Entrevista desmentida

 O atual comandante do 18º Batalhão da PM/SP, na Freguesia do Ó, Zona Norte de SP, Wagner Dimas, desmentiu em depoimento à corregedoria da Polícia Militar o que disse em entrevista à Rádio Bandeirantes, na quarta-feira (7). Ele afirmou que a cabo Andreia Pesseghini, 35 anos, morta na chacina ocorrida na segunda-feira, na qual morreram seu marido, duas parentes e o filho, nunca acusou nenhum colega de trabalho de participar de roubo a caixa eletrônicos.

  

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Geral: Reviravolta no caso da chacina em que morreu casal de PMs

Novas revelações podem mudar direcionamento das investigação na chacina de Vila Brasilândia/SP

   
Luís Alberto Caju

  Mais novidades na chacina de casal de Pms e o filho deles, de 13 anos, encontrados mortos, com três familiares, na segunda-feira (5), na Rua Dom Sebastião, Vila Brasilândia, Zona Norte de SP. A mulher era Andreia Regina Bovo, 35 anos, e o marido, sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), Luís Marcelo Pesseghini, 40 anos.

 O tio da cabo da PM, Andreia Regina Pesseghini, revelou ao programa Cidade Alerta, da Rede Record, nesta quarta-feira, que o menino Marcelo Eduardo Pesseghini, 13 anos, estava morto vestido com calça moletom de pijama, não com as roupas em que aparece no vídeo, andando na calçada rumo à escola, às 6h23 de segunda-feira.

 “A mochila estava jogada na garagem. Vestia camisa branca e calça moletom de pijama. Se alguém vai praticar o suicídio, teria preocupação de tomar banho, trocar de roupa, tirar os sapatos pretos e depois dar um tiro na cabeça?”, questionou o parente de Andreia. No dia do conhecimento da chacina, essa pessoa que pediu para não se identificar, durante entrevista ao Cidade Alerta, logo quando chegou recebeu dois telefonemas.

  “No primeiro às 16h45, segundo ele, uma mulher perguntava se ali era a casa do Marcelinho (filho do casal), e porque o menino não tinha ido à escola naquela segunda-feira. Cinco minutos depois, outra mulher telefona e pergunta se é da casa da Andreia (mãe de Marcelo). Repetiu a mesma história de que o garoto não tinha ido ao colégio, onde estudava a poucos quilômetros de sua casa”, ressaltou.

                                        Voltava para casa de perua

  Em várias reportagens exibidas na televisão sobre o caso, professores e alunos garantem que Marcelo Eduardo foi à escola e ali ficou até perto do meio-dia, quando teria recebido carona de colega e voltado para casa. Porém, de acordo com esse familiar, por parte da cabo Pm Andreia, uma das vítimas na chacina, o garoto só voltava para a residência no carro da mãe ou numa perua contratada, que o deixava no portão, após a avó Benedita Oliveira da Silva, 65 anos, atendê-lo.

 Outro detalhe ressaltado por esse tio de Andreia é o cachorro que ficava na garagem, bravo com estranhos. “Por que com o barulho dos tiros ele ficou quieto, não latiu, pois os cães latem ao ouvir disparos de fogos ou tiros?” “Percebi que a porta da sala estava aberta. Eles nunca dormiam com as portas sem fechar. E pior com a chave do lado de fora”, observou.

  Esse parente da cabo Pm Andreia foi um dos primeiros a entrar na residência para reconhecer os corpos e percebeu fatos estranhos. “Minha avó Benedita e a tia-avó Bernardete (Oliveira da Silva, de 55 anos) estavam deitadas em camas separadas com os rostos de frente para outra, embaixo de cobertores. As duas levaram tiros na cabeça. Não havia rastro de sangue no quintal”, disse.

                                   Cabeça encostada no chão

 O sargento da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), Luís Marcelo Pesseghini, 40 anos, estava deitado de bruços, como se tivesse dormindo quando foi alvejado, ao lado do filho Marcelo, que estava com a pistola .40 perto da barriga. “Minha sobrinha (Andreia) foi encontrada agachada de joelhos, com os braços cruzados e cabeça encostada no chão. Ela viu quem praticou o crime e não foi o Marcelinho”, afirmou.

  Na avaliação desse parente, a polícia está deixando de lado detalhes importantes. “Será que as duas mulheres que ligaram para casa deles (Luís Marcelo e Andreia), e que atendi seus telefonemas, não fizeram isso para confirmar as mortes? Se o Marcelo ficou na escola até perto do meio-dia, qual razão para dizer que ele não tinha ido à escola e por isso estava ligando?”

 Ao tomar conhecimento da entrevista ao Cidade Alerta, o delegado Itagiba Franco, do DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), responsável pelo inquérito, disse que vai intimar esse parente da cabo Pm Andreia para passar mais detalhes a respeito dos telefonemas que recebeu quando foi reconhecer os corpos das vítimas. “É uma informação nova. Vamos apurar”, concordou.

                                    Roubo a bancos e caixa eletrônicos

  Nesta quarta-feira o coronel Wagner Dimas, comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar, onde a cabo PM Andreia trabalhava, disse durante entrevista à Rádio Bandeirantes, que ela havia denunciado colegas de serviço que estariam envolvidos com roubos a caixas eletrônicos.

 Ele ressaltou que a investigação não chegou a uma conclusão e nenhum policial acabou preso. Porém alguns agentes foram transferidos. O coronel garantiu que Andreia nunca lhe relatou que sofresse qualquer tipo de ameaça e que as denúncias contra os demais soldados eram sigilosas.

 O coronel afirmou durante a entrevista não estar convencido na versão apresentada até agora pela polícia de que o garoto Marcelo Eduardo tenha sido o autor da morte das quatro pessoas de sua família e depois se suicidado. O comandante do 18º Batalhão da Polícia Militar não descartou a possibilidade de o crime ter ligação com a denúncia feita pela policial.

  Por causa da entrevista, o oficial foi convocado à corregedoria da PM para prestar esclarecimentos e dizer quais as razões que o levaram a fazer tais afirmações ao programa da Rádio Bandeirantes. O comando geral da Polícia Militar de SP pediu que o teor dessa entrevista fosse desconsiderado pela população, mantendo a tese dos quatro homicídios seguido de suicídio.

                                 Perguntas ainda sem respostas
 
1) Se o menino Marcelo Eduardo era gentil, atencioso com a família (de acordo com o tio de Andreia, ele adorava os pais e as avós, inclusive tinha sonho de trabalhar na Rota), quais as razões para matar toda a família? 2) Qual o motivo para o casal de Pms (ele sargento da Rota, tropa de elite da polícia paulista) deixar aberta a porta da sala, inclusive com a chave do lado de fora? 3) Por que o cachorro não latiu ao ouvir o barulho dos tiros (os assassinos não teriam usado silenciadores nas armas). Seria alguém conhecido do casal e talvez por isso o cão o recebeu sem latir?

4) Qual a razão para o garoto Marcelo (apontado como autor dos quatro homicídios) deixar a mochila, em que aparece andando às 6h23 a caminho da escola, na garagem; quando o correto era entrar com ela? 5) Segundo o tio de sua mãe, na entrevista ao Cidade Alerta, o garoto morreu vestido com uma camisa branca e calça moletom de pijama. Ou seja, não trajava o uniforme escolar. Significa que ele tomou banho e trocou de roupa. Qual a razão para um suicida fazer isto, se de fato tirou a própria vida? 6) Quem era a pessoa que o trouxe da escola na segunda-feira e o deixou na porta de casa, quando o costume era vir com a mãe ou de perua contratada, que o entregava no portão onde sua avó Benedita o recebia.

7) A polícia sustenta que existia nos dedos da mão de Marcelo fios de cabelos de sua mãe, que foi executada de joelhos. Eles tinham sangue? Como ele ficou mais de dez horas com os fios de cabelos nos dedos, se durante esse período teve de ir ao banheiro, lavar o rosto e as mãos para comer? 8) Por que não existia rastro de sangue no local ou mesmo de massa encefálica na roupa usada por ele? Onde ficaram elas? 9) Existem vestígios de sangue ou massa encefálica nas pias da casa, onde Marcelo (se de fato foi o autor do crime) lavou o rosto e mãos? 10) Na escola ninguém percebeu que ele tinha fios de cabelos nas mãos e sinais de que não dormiu bem? 11) Por que no carro onde ele ficou, segundo a polícia por quase cinco horas, não havia vestígios de sangue ou massa encefálica?