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quarta-feira, 28 de agosto de 2024

Geral: Dores Crônicas aumentam em dias frios

 

Radiografia da Notícia

    EBC


Médico especialista em dores crônicas explica o que acontece e dá dicas para quem sofre mais com dores no Inverno

Para quem conhece alguém que consegue "fazer a previsão do tempo" observando o aumento das dores

Um deles é a diminuição da viscosidade do líquido sinovial (o lubrificante que fica dentro das articulações)

Redação/Hourpress 


Pessoas que têm dores crônicas - aquelas dores que persistem -, sofrem mais com elas nos períodos frios. O Dr. André Mansano, especialista no tratamento desse tipo de dor e pós-doutor pela Faculdade de Medicina da USP, informa que um número alto, entre 60% e 90%, dos pacientes com esta queixa relatam piora durante o inverno. "Até mesmo na internet aumenta as buscas por termos como dores e rigidez nas articulações", observou o médico.

 

Para quem conhece alguém que consegue "fazer a previsão do tempo" observando o aumento das dores, o Dr. André explica o que há por trás do fenômeno: "Há pacientes que acreditam prever mudanças climáticas pela alteração do padrão de suas dores. Mas, nem tudo é culpa da queda da temperatura em si, as alterações da umidade do ar e da pressão atmosférica no inverno também desempenham um papel nessa piora".

 

Os motivos que ele aponta são diversos. Um deles é a diminuição da viscosidade do líquido sinovial (o lubrificante que fica dentro das articulações) "Isso, por si só, já tem o poder de aumentar a rigidez e as dores, principalmente de quem sofre com artrose ou artrite", apontou o especialista.


Dores

 

Outro ponto importante, segundo ele, é que os tecidos do corpo sofrem uma espécie de encurtamento (contração) com a queda da temperatura. "Isso pode ocorrer com os vasos sanguíneos, em especial os mais superficiais, causando uma diminuição do fluxo de sangue para músculos, por exemplo, facilitando o acúmulo de substâncias inflamatórias nessa região, piorando as dores", detalhou.

 

Em sua experiência, o médico observa que condições como, dores de cabeça, artroses, artrite reumatoide ou outros reumatismos, gota, dores neuropáticas (ex. Neuralgia do trigêmeo, neuropatia diabética), dores generalizadas (ex. Fibromialgia), dores cervicais e lombares são as mais propensas a se intensificarem no tempo frio.

 

Diante disso, o Dr. André aconselha sobre como minimizar esses efeitos do inverno:

 

  1. Continue com as atividades físicas: "Muitas pessoas diminuem a quantidade de atividades físicas praticadas nessa época do ano, mas elas são fundamentais para o controle de diversos quadros dolorosos".
     
  2. Mantenha o corpo aquecido: "Caso more em cidades com temperaturas muito baixas, não se esqueça da possibilidade de luvas, cachecóis e roupas térmicas".
     
  3. Deixe seus locais com bom aquecimento: "Ar-condicionado ou aquecedores elétricos podem ajudar, mas jamais utilize aquela prática antiga de acender um recipiente com álcool dentro de casa".
     
  4. Cuide da hidratação: "É comum beber menos líquido no frio, o que pode piorar dores. "Já que estamos no inverno, por que não abusar de bebidas quentes e aconchegantes como um chá?".
     
  5. Siga com os tratamentos: "Faça conforme as orientações do(a) médico(a) que conhece seu caso e mantenha a equipe médica informada em caso de piora das dores, para eventuais ajustes de doses.

 

Geral: Vício em remédios para dormir, uma questão que preocupa os médicos

                         Arquivo/Hourpress


Radiografia da Notícia

A principal preocupação dos médicos é o consumo indiscriminado desse tipo de medicamento

* São considerados mais seguros em termos de intensidade de seus efeitos, apesar de ainda exigirem cautela

Especialistas em distúrbios do sono alertam para uso indiscriminado das chamadas "Drogas Z"

Redação/Hourpress

Nas últimas décadas, alguns medicamentos utilizados para dormir evoluíram significativamente, proporcionando resultados mais precisos e com menos danos colaterais. Além disso, atualmente, são considerados mais seguros em termos de intensidade de seus efeitos, apesar de ainda exigirem cautela.

A principal preocupação dos médicos é o consumo indiscriminado desse tipo de medicamento, que pode levar à dependência química e reduzir a eficácia no tratamento da insônia. Ou seja, trata-se de um problema que já existia no passado e que, apesar dos avanços significativos da indústria farmacêutica, persiste com essa nova geração de fármacos.

Entre os mais conhecidos atualmente estão o Zolpidem, a Zopiclona e a Eszopiclona, designados como “Drogas Z” no meio médico, devido às suas características semelhantes em termos de ação no organismo e dos efeitos produzidos – conforme explica o Dr. Nilson Maeda, otorrinolaringologista e médico do sono do Hospital Paulista.

“As Drogas Z têm um período de ação mais curto e são consideradas mais seguras em comparação aos benzodiazepínicos, como o Clonazepam, Diazepam e Alprazolam, que eram utilizados nas décadas passadas, mas hoje não são mais recomendados para o tratamento da insônia. Isso se deve ao maior potencial dos benzodiazepínicos causarem dependência, síndrome de abstinência, aumento do risco de queda nos idosos, dentre outros efeitos indesejáveis. Ainda assim, as Drogas Z também podem causar dependência e tolerância quando utilizadas por longos períodos e em doses abusivas”, alertou o médico.

Consumo em alta

No caso específico do Zolpidem, atualmente, o mais popular entre as Drogas Z, dados oficiais indicam um aumento significativo no consumo do medicamento.

De acordo com informações do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados, administrado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entre 2018 e 2022, houve um crescimento de 161% nas vendas do medicamento, que alcançou cerca de 22 milhões de caixas vendidas em território nacional.

Como agem?

processo de dependência, segundo o Dr. Nilson, ocorre porque os efeitos desses fármacos tendem a diminuir com o tempo. “O cérebro se ajusta à presença do princípio ativo, aumentando ou reduzindo a sensibilidade dos receptores químicos. Por isso, com o uso contínuo, esses medicamentos vão perdendo o efeito e começam a exigir doses maiores, desencadeando a dependência”, explica o especialista, acrescentando que o tempo recomendado para o consumo desse tipo de medicamento é de até quatro semanas. “Não recomendamos o tratamento da insônia somente com medicação indutora do sono”, enfatizou.

Não é a primeira opção

Na mesma linha, o otorrinolaringologista e especialista em distúrbios do sono, Dr. Lucas Padial, também do Hospital Paulista, explica que o uso de remédios não deve ser a primeira opção para o tratamento da insônia.

“Antes de mais nada, a origem desse distúrbio deve ser bem investigada para direcionar um tratamento efetivo. O uso de medicações não é, cientificamente, a primeira opção para o manejo da insônia. Elas podem ser pontualmente utilizadas, especialmente em casos de insônia aguda, ou seja, aquela que dura menos de três meses”, ressaltou.

Para pacientes que já fazem uso recorrente desse tipo de medicamento, o médico explica que o desafio é reduzir o consumo gradualmente.

“Reduzir a medicação de forma gradual passa a ser o foco do tratamento. Como, neurobiologicamente, o paciente ainda necessita dessas medicações, o tratamento envolve diminuir a dose progressivamente, enquanto, paralelamente, são aplicadas medidas de higiene do sono, mudanças comportamentais e até o auxílio de outras classes de medicamentos (que não provocam vício)”, afirmou.

Dessa forma, conforme o Dr. Lucas, o desmame ocorre de maneira mais saudável. “Se as medidas forem realizadas corretamente, especialmente com a dedicação ativa do paciente, é possível abandonar o uso dessas medicações e restabelecer uma relação saudável com o sono.”

 

Geral: Mais de 80% dos focos de calor em SP estão em áreas de agropecuária

    EBC


 Radiografia da Notícia

Levantamento é do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia

Para fazer o monitoramento e mensurar o alcance do fogo, o órgão reuniu imagens captadas por satélites 

A zona de vegetação nativa teve 440 focos de calor (16,77% do total)

Agência Brasil 

Entre os dias 22 e 24 de agosto, foram identificados 2,6 mil focos de calor no estado de São Paulo. De cada dez, oito (81,29%) estavam em áreas ocupadas pela agropecuária, conforme revela levantamento do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), divulgado nesta terça-feira (27). 

Para fazer o monitoramento e mensurar o alcance do fogo, o órgão reuniu imagens captadas por satélites e informações produzidas em 2023 pela Rede MapBiomas, da qual é membro. O Ipam constatou que 1,2 mil focos de calor (44,45%) foram localizadas em perímetros de cultivo de cana-de-açúcar e 524 (19,99%) em pontos chamados de “mosaicos de usos”, termo que designa aqueles em que não é possível fazer distinção entre pasto e/ou agricultura. Outros 247 (9,42%) eram áreas de pastagem e 195 (7,43%) áreas de silvicultura, soja, citrus, café e outros tipos de cultura.

A zona de vegetação nativa teve 440 focos de calor (16,77% do total). As formações florestais foram o tipo mais atingido, representando 13,57% dos focos.

Situação

Cinco cidades concentraram 13,31% dos focos de calor registrados no período: Pitangueiras (3,36%); Altinópolis (3,28%); Sertãozinho (2,4%); Olímpia (2,17%) e Cajuru (2,1%). Todas estão próximas a Ribeirão Preto, com exceção de Olímpia, que faz parte da Região Metropolitana de São José do Rio Preto.

Na sexta-feira (23), foram contabilizados mais focos de calor do que em todos os estados da Amazônia juntos, o que o Ipam destaca como situação crítica da unidade federativa. 

Também na sexta-feira, os especialistas do Ipam notaram o surgimento de colunas de fumaça a cada 90 minutos, entre 10h30 e 12h, ao analisar as imagens produzidas pelo satélite geoestacionário, que captura uma nova cena a cada 10 minutos. Além disso, o satélite que capta focos de calor na parte da manhã e no final da tarde registrou um aumento de 25 para 1.886 focos em todo o estado.

Segundo a diretora de Ciência do Ipam, Ane Alencar, se trata de um quadro atípico. "É como se fosse um Dia do Fogo exclusivo para a realidade do estado, evidenciado pela cortina de fumaça simultânea que surge visualmente a oeste", observa, em referência ao episódio, em  agosto de 2019, quando fazendeiros do Pará provocaram incêndios em diversos pontos da Amazônia, atingindo unidades de Conservação e terras indígenas.


Geral: É possível engravidar após laqueadura e vasectomia?

Pixabay


 Radiografia da Notícia

Ginecologistas detalham os processos de esterilização humana e apontam formas para conseguir uma gestação mesmo após os procedimentos

Segundo ele, os procedimentos consistem em amarrar e cortar tubos de ligação que viabilizam o encontro entre o óvulo e o espermatozoide

Ela recomenda às pessoas interessadas que busquem conhecer as possíveis consequências no futuro reprodutivo

Redação/Hourpress

 Apesar de costumarem ser muito bem pensadas antes de uma decisão mais concreta, as cirurgias de laqueadura (interrupção da conexão ovário-útero) e de vasectomia (oclusão do canal por onde passam os espermatozoides) podem, no futuro, já não ser mais um desejo da mulher ou do homem que passou pelo procedimento.

 

"Enquanto a laqueadura consiste na obstrução das trompas de falópio que comunicam o útero aos ovários, a vasectomia visa obstruir os canais, por onde os espermatozoides passam dos testículos para o pênis durante a ejaculação", contextualiza o Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista especialista em reprodução humana, diretor clínico da MAE (Medicina de Atendimento Especializado). Segundo ele, os procedimentos consistem em amarrar e cortar tubos de ligação que viabilizam o encontro entre o óvulo e o espermatozoide, para dar início ao processo de geração do embrião.

 

"É possível tentar uma reversão, que é a recanalização destes 'tubos' por um cirurgião habilidoso e com experiência nestes procedimentos", informa o médico, explicando que o sucesso de ambas dependerá de fatores como a "idade" da cirurgia esterilizante, o estado das estruturas e a habilidade do cirurgião.

 

As reversões são prováveis?

 

A Dra. Graziela Canheo, ginecologista e obstetra, especialista em reprodução humana na La Vita Clinic, concorda com a especificidade de uma tentativa como essa. "Mesmo em uma situação ideal, as chances de reversão da laqueadura com o retorno da função tubária são pequenas", opinou a médica.

 

Ela recomenda às pessoas interessadas que busquem conhecer as possíveis consequências no futuro reprodutivo a partir desses procedimentos. "É importante conhecer bem todos os aspectos do assunto porque, na maioria das vezes, mesmo após a reversão, as chances de restabelecimento da função tubária ou deferente não é atingida", detalhou a especialista.

 

Caminhos possíveis

Também especialista na área, a Dra. Paula Fettback, ginecologista especialista em reprodução humana pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) sugere que casais interessados em ter filhos biológicos mesmo após alguma das cirurgias contraceptivas busquem as técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV).

 

"Para a mulher, o processo é exatamente o mesmo de qualquer paciente, uma vez que as tubas uterinas já não participam desse processo da FIV de maneira nenhuma. Já no caso da vasectomia, o paciente precisará passar por uma punção ou microcirurgia direcionada nos testículos, no local onde os espermatozoides estão", aprofunda ela, que enfatiza uma incógnita maior em relação ao sucesso das punções de espermatozoide, devido a uma queda na qualidade e/ou na produção secundária, ao tempo e outros fatores.

 

Geral: Meu Filho só come macarrão, e agora?


    Arquivo/Hourpress

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* A seletividade alimentar pode começar mais cedo do que se imagina

*  Entre 25% e 40% dos lactentes e crianças pequenas já exibem sintomas, aponta fonoaudióloga, ao indicar os sinais de alerta e dicas para quem cuida de crianças

O que, inicialmente, pode parecer apenas uma birra, pode gerar reflexos em todo o desenvolvimento futuro da criança

Redação/Hourpress

Cara feia, comida no prato, choro e muitos formatos de rejeição são desafios enfrentados por famílias com crianças que têm seletividade alimentar na hora das refeições. Carla Deliberato, fonoaudióloga especialista em motricidade oral com enfoque em alimentação, explica que a seletividade alimentar ocorre quando há desinteresse ou recusa de determinados alimentos com frequência pela criança. "Ela seleciona os alimentos que irá comer e isso pode estar relacionado com a textura, a cor, a temperatura, o cheiro e ou o sabor do alimento", exemplifica.

 

O que, inicialmente, pode parecer apenas uma birra, pode gerar reflexos em todo o desenvolvimento futuro da criança, já que ela pode passar a apresentar deficiências nutricionais provocadas pela carência de determinados alimentos e isso pode trazer consequências em seu desenvolvimento e até na vida social, como não comer fora de casa.

 

Sinais de alerta

 

A especialista elenca uma lista de comportamentos da criança que podem indicar a necessidade de procurar ajuda de um fonoaudiólogo especializado para corrigir a rota:

  • Recusa ou não apresenta interesse na maioria das refeições;
  • Tem náuseas ou vômitos durante a alimentação;
  • Cospe alimentos com relativa frequência;
  • Aceita apenas uma textura ou consistência do alimento;
  • Engasga-se com frequência;
  • Tem dificuldade para mastigar;
  • Não consegue se alimentar na mesa de refeição, preferindo andar ou ficar em outros locais para comer;
  • Faz caretas, sente “nojo” ou se sente muito incômodo com o cheiro dos alimentos.

 

Possíveis causas

 

A fonoaudióloga explica que a raiz da seletividade pode ter uma variedade de motivos, entre eles, uma desordem de processamento sensorial. "Isso leva à necessidade de uma avaliação específica de integração sensorial com a terapeuta ocupacional", recomenda a fono.

 

Em outros casos, a origem pode estar em questões gastrointestinais prévias ou de problemas de desenvolvimento. "Estudos já apontam um índice de 25% a 40% de lactentes e crianças pequenas saudáveis com algum sintoma de dificuldade alimentar", exemplifica Carla.

 

Por que só comem macarrão?

 

Este grande dilema das famílias é abordado pela Carla de forma realista e convidativa a novos costumes. "Comer é um ato aprendido e os pais precisam dar modelos muito positivos durante as refeições com seu filho", alerta a especialista, ao continuar: "De nada adianta exigir que a criança coma verduras, se a própria família não consome e só prepara macarrão para ela".

 

Para ajudar nesse processo, ela sugere as 5 dicas abaixo para adotar no dia a dia:

  • Estimular a criança a explorar a própria boca com objetos mordedores, brinquedos e alimentos);
     
  • Convidar para o preparo das refeições, bolos, ou ajudando a descascar frutas;
     
  • Estimular o desenvolvimento da autonomia, pedindo ajuda para a colocar os pratos na mesa, incentivando-a a servir o próprio prato;
     
  • Refeições em família como estímulo à curiosidade por alimentos novos que ela ainda não conhece;
     
  • Não usar tablets ou estímulos visuais para não desviar a atenção da criança do contexto dos alimentos.

Geral: Tabagismo, hábito que mata 8 milhões por ano

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Radiografia da Notícia

* Pneumologista do Cejam esclarece dúvidas relacionadas ao vício e destaca utilização de vapes eletrônicos

Anualmente, o uso dessa substância tem sido responsável pela morte de aproximadamente 8 milhões de pessoas

As doenças associadas mais comuns entre os fumantes incluem câncer de pulmão, boca, lábio, faringe e esôfago

Redação/Hourpress

O ano é 2024 e o tabagismo persiste como uma grave questão de saúde pública que exige ação imediata. Segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), existem cerca de 1,3 bilhão de usuários de tabaco ao redor do mundo.  Anualmente, o uso dessa substância tem sido responsável pela morte de aproximadamente 8 milhões de pessoas, sendo mais de 1 milhão delas não fumantes, mas expostas ao fumo passivo.

Nesse contexto e em comemoração ao Dia Nacional de Combate ao Fumo (29), conversamos com a Dra. Thais Moreira De Figueiredo, pneumologista do CEJAM - Centro de Estudos e Pesquisas “Dr. João Amorim”. Em entrevista, a especialista compartilhou informações relevantes sobre os impactos do tabagismo na saúde. Confira!

Quais os efeitos gerais do tabagismo na saúde?

O tabagismo tem efeitos bastante nocivos, incluindo danos às vias aéreas e aumento da susceptibilidade a infecções. A exposição prolongada e intensa ao tabaco acaba agravando esses quadros.

As doenças associadas mais comuns entre os fumantes incluem câncer de pulmão, boca, lábio, faringe e esôfago, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), asma, infecções pulmonares e doenças intersticiais pulmonares que podem levar à fibrose pulmonar. O tabagismo também aumenta o risco de doenças cardiovasculares, levando a mais casos de infarto e AVC. Além disso, reduz a expectativa de vida em pelo menos 10 anos.

Um estudo feito por pesquisadores da Fundação do Câncer aponta que o tabagismo responde por cerca de 80% das mortes por câncer de pulmão em homens e mulheres no Brasil. Qual é a relação?

A fumaça do tabaco contém mais de 7 mil substâncias tóxicas, muitas delas prejudiciais às células e com potencial cancerígeno. Essas substâncias causam inflamação, morte celular e alterações genéticas, aumentando o risco de desenvolvimento de câncer de pulmão, entre outros.

Existe um tempo mínimo de uso de tabaco para alguma dessas condições de saúde aparecerem?

Não há um tempo mínimo estabelecido para o desenvolvimento dessas condições. Isso varia de acordo com a quantidade e intensidade do uso do tabaco, além da susceptibilidade genética individual. No entanto, em pacientes com DPOC, os sintomas geralmente aparecem após os 40 ou 50 anos.

Há alguma diferença na forma como o tabagismo afeta homens e mulheres?

Na verdade, isso depende muito da perspectiva de cada doença abordada. Por exemplo: o uso combinado de tabaco e anticoncepcionais por mulheres aumenta o risco de desenvolvimento de trombose venosa. Também sabemos que existem mais homens com DPOC.

E quanto ao envelhecimento? É verdade que o tabagismo acelera o processo?

Sim. A fumaça inalada durante o ato de fumar gera a produção de radicais livres que afetam as células do corpo, alterando suas estruturas e seu funcionamento básico, o que acaba contribuindo para o envelhecimento precoce do indivíduo.

Estamos vivenciando um momento em que os vapes eletrônicos estão cada vez mais populares. Eles são menos prejudiciais para a saúde do que o próprio cigarro?

O uso de vape envolve a inalação de um aerossol gerado pelo aquecimento de um líquido, que simula a fumaça do cigarro convencional. Este processo gera resíduos tóxicos, alguns ainda não completamente identificados. Embora possa haver uma possibilidade de eles serem menos prejudiciais que os cigarros convencionais, não há dados suficientes para confirmar essa hipótese.

Além disso, em muitos países, incluindo o Brasil, ainda não existe regulamentação para esses dispositivos, e, com isso, não existe também o controle de qualidade ou conhecimento completo das substâncias produzidas. No fim das contas, o recomendável é evitar o uso.

O vape também pode causar dependência, assim como o cigarro?

Sim, o vape pode causar dependência. Isso ocorre porque a nicotina presente nos cartuchos desses dispositivos é frequentemente mais concentrada do que no cigarro convencional.

Ele também pode levar ao desenvolvimento de câncer de pulmão?

Até o momento, a ciência ainda não tem evidências da relação direta entre o uso de vape e o desenvolvimento de câncer de pulmão ou qualquer outro tipo. No entanto, o seu uso foi associado à EVALI, uma doença pulmonar grave que pode levar à insuficiência respiratória rápida e à morte. Essa ligação foi observada durante um surto da doença entre 2019 e 2020, particularmente em vapes contendo produtos derivados de THC e acetato de vitamina E.

Por fim, existem outras abordagens, além do uso de medicamentos, para deixar o tabagismo de lado? O que é indicado para quem quer largar o vício?

Sim. A terapia cognitivo-comportamental, quando combinada com medicamentos, tem se mostrado bastante eficaz.  De modo geral, as opções de tratamento medicamentoso podem incluir drogas não-nicotínicas, como a bupropiona e a vareniclina, ou antidepressivos, como a nortriptilina. Esses medicamentos podem ser usados isoladamente ou em combinação com terapias tópicas à base de nicotina, como adesivos cutâneos, pastilhas ou gomas de mascar. A escolha do tratamento depende das particularidades de cada caso.

Além disso, é importante ressaltar que o apoio emocional e psicológico também desempenha um papel crucial no processo de abandono do tabagismo. Grupos de apoio e acompanhamento psicológico podem fazer uma grande diferença.

Túnel do Tempo: Marcha sobre Washington

     Arquivo Hourpress


Redação/Hourpress

Em 28 de agosto de 1963 ocorria a Marcha sobre Washington. Neste grande evento, o pastor Martin Luther King fez o seu famoso discurso "Eu tenho um sonho".