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Crônica: Surpresas desagradáveis pregadas pelo tempo

Pixabay   Os seus quatro filhos se encontravam bem encaminhados Astrogildo Magno O   tempo não preocupava Justino. Não dava bola para ...

sábado, 9 de setembro de 2023

Crônica: Quando se cospe para cima, ele cai no próprio rosto

    Hourpress/Arquivo


Conhecia muito os bastidores de onde circulava todos os dias, exceto nos finais de semana

Astrogildo Magno

Jurandir era funcionário exemplar. Gostava da honestidade. Jamais concordava com o erro. Batia de frente contra colegas de trabalho que fingia que exercia as funções na empresa. Nunca chegava atrasado. Sempre pontual, estava no portão da firma 15 minutos antes do horário. Também recusava fazer qualquer tipo de comentário maldoso contra os seus patrões.

Entrou como faxineiro e aos poucos, por causa dos inúmeros cursos que fazia, chegou ao cargo de encarregado-geral da linha de produção, onde estava há 20 anos. Conhecia muito os bastidores de onde circulava todos os dias, exceto nos finais de semana, quando todos folgavam para retornar na segunda-feira.

Morador no bairro do Ipiranga, Zona Sul de São Paulo, enfrentava os tradicionais congestionamentos da Avenida do Estado para chegar à Barra Funda, Zona Oeste, onde estava a sede da empresa que lhe abriu as portas num momento de desespero, quando nem comida existia com frequência sobre a sua mesa para saciar a fome dos três filhos.

Olhos

Experiente, conhecia de longe o funcionário mentiroso e desonesto. Observava o comportamento e como agia na linha de produção, quantas vezes saia para ir ao banheiro e quanto tempo demorava para retornar. Nada escapava dos seus olhos, que mesmo com óculos de grau, ainda enxergava bem.

Ficou de olho numa jovem loira, olhos azuis, corpo esbelto e voz bem sensual, que acabara de ser admitida no RH. Quando a encontrava pelos corredores, ela se recusava a cumprimentá-lo. Deixava bem claro, com essa atitude, que não gostava de se misturar com funcionários do chão de fábrica. Na visão dela, gente “grossa” e sem educação.

Em uma sexta-feira chuvosa, Jurandir terminou o expediente e procurava se animar para pegar o terrível congestionamento que lhe aguardava no retorno para casa. Quando entrou na Avenida Marquês de São Vicente, viu um carro com o pisca alerta aceso. Quebrado, atraia xingamentos de outros motoristas. Desceu para ajudar. No volante desesperada estava a funcionária do RH que discriminava trabalhador de chão de fábrica....

Astrogildo Magno é cronista

Geral: Alfabetização de crianças ainda é desafio para o Brasil

    EBC


Radiografia da Notícia

* A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco)

* Escrever ortograficamente palavras com regularidades diretas entre fonemas e letras e escrever textos que circulam na vida cotidiana

Pela Constituição, os municípios têm papel fundamental na oferta da educação infantil 

Agência Brasil 

O Brasil ainda precisa avançar mais para que as crianças consigam apresentar desempenho satisfatório na leitura, é o que apontam especialistas ouvidos pela Agência Brasil para falar sobre o Dia Mundial da Alfabetização, comemorado nesta sexta-feira (8). Dados recentes do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), a partir das provas do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) dos anos de 2019 e 2021, revelam que houve uma queda no desempenho da alfabetização, mostrando que, em 2019, 54,8% das crianças avaliadas foram consideradas alfabetizadas. Entretanto, em 2021, o percentual caiu para 49,4%.

A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em 1967, com o objetivo de promover a discussão sobre a importância da alfabetização, principalmente em países que ainda têm índices consideráveis de analfabetismo.

Ceilândia (DF) - Biblioteca Roedores de Livros atrai a criançada para rodas de leitura no Shopping Popular da Ceilândia. Foto: Marcelo Magalhães/Divulgação
Biblioteca Roedores de Livros atrai a criançada para rodas de leitura - Foto: Marcelo Magalhães/Divulgação

De acordo com o Saeb, são consideradas alfabetizadas as crianças que conseguem atingir a nota mínima de 743, o que as tornam aptas para ler palavras, frases e pequenos textos; localizar informações na superfície textual; escrever ortograficamente palavras com regularidades diretas entre fonemas e letras e escrever textos que circulam na vida cotidiana, ainda que com desvios ortográficos e de segmentação.

Para o gerente de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, organização que trabalha pela melhoria na qualidade da educação básica no Brasil, Ivan Gontijo, o cenário é desafiador, “mas existem perspectivas de futuro”.

“Basicamente metade dos alunos do Brasil que estão na faixa dos 7 anos não conseguem ler e escrever de uma forma minimamente adequada. Esses dados retratam uma realidade muito alarmante, mas não são novidades. Desde a Avaliação Nacional de Alfabetização, a ANA, que começou a ser implementada desde 2014, o Brasil já apresentava indicadores bem preocupantes, e esse resultado de 2021 mostrou que a pandemia teve um impacto relevante, e entre todas as etapas da educação básica foi na alfabetização. Os dados são inequívocos em dizer que, no Brasil, existe um grande desafio em relação a alfabetização das crianças”, disse Gontijo à Agência Brasil.

O Todos pela Educação defende a efetivação políticas públicas educacionais que garantam aprendizagem e igualdade de oportunidades para as crianças e jovens. Gontijo alerta que a alfabetização é uma habilidade base, e que se a criança não for alfabetizada adequadamente na idade certa, ela terá dificuldades ao longo da sua vida escolar.

“Acho muito importante a gente dar a devida centralidade para a questão da alfabetização no Brasil, porque a alfabetização é uma habilidade base. Se o aluno não se alfabetiza na idade certa, de forma adequada, ele vai ter dificuldade em todas as disciplinas, não só em língua portuguesa, ele vai ter dificuldade em matemática, ciências, história, etc. Então é uma habilidade muito central para o aluno conseguir ter uma trajetória acadêmica muito adequada por isso que a gente precisa colocar tanta energia nesse processo”, defende.

São Paulo SP 25/08/2023   - Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino na Zona Sul da cidade. Mediadora de Leitura. Na foto a Coordenadora de Projetos Alessandra Leite. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Biblioteca Comunitária Djeanne Firmino, na zona sul de São Paulo - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Pandemia

A CEO da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal, Mariana Luz, que atua no debate sobre a primeira infância, com crianças do nascimento até os 6 anos de idade, avalia que a pandemia do coronavírus, com o fechamento dos espaços educacionais, afetou o desempenho das crianças em creches e pré-escolas, esta última considerada uma etapa fundamental para auxiliar no processo de alfabetização, segundo Mariana.

“Esse quadro [da pandemia] gerou um déficit educacional e ampliou as desigualdades. Infelizmente, quem teve menos acesso, menos apoio, menos instrução, menos oportunidade de aprender foram as camadas vulnerabilizadas, foram pretos, pardos, indígenas, e os que vivem em uma situação de pobreza, e isso gerou um distanciamento”, disse Mariana que ponderou sobre a necessidade de se dar mais atenção a espaços como creches e pré-escolas.

Segundo Mariana, pesquisas feitas pela fundação apontaram um atraso pedagógico de seis a sete meses nas crianças nos componentes de linguagem e de matemática, mas destacou que a recomposição dessa perda foi possível com o retorno às atividades presenciais.

“É na educação infantil, sobretudo na pré-escola, que é etapa obrigatória, que a criança vai ter contato com letras e números de uma forma mais intencional, com o entendimento de que a etapa seguinte é o primeiro ano do fundamental, onde a alfabetização acontece. Então, essa familiaridade, esse gosto, esse conhecimento, esse despertar do interesse e da curiosidade, isso tudo acontece na educação infantil”, explica.

A coordenadora de Programa e Políticas da Campanha pelo Direito à Educação, Marcelle Frossard, também avalia que a pandemia do coronavírus contribuiu em parte para o resultado negativo, ressaltando que as crianças foram afetadas de diferentes formas, especialmente as moradoras de zonas rurais e as negras.

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, e o secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, lançam programa Conta pra Mim
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil/Arquivo
Programa Conta pra Mim - Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

“As consequências da pandemia na educação brasileira não foram uniformes, mas afetaram principalmente estudantes de zonas rurais e negros. Essas estatísticas e porcentagens são, na verdade, pessoas, vidas e estudantes por trás desses números. A desigualdade educacional brasileira, que o PNE [Plano Nacional e Educação] pretendia superar, continua presente, manifesta na ausência de tantos alunos que não conseguiam assistir às aulas durante a pandemia”, disse Marcelle à Agência Brasil.

Marcelle destaca que, no cenário pós-pandemia, é preciso promover um diagnóstico sobre o impacto da pandemia na saúde mental de crianças e adolescentes. Ela considera fundamental a integração entre políticas de saúde mental e a área de educação.

“Até o momento, o país ainda não tem uma dimensão do que foi esse período e o impacto para as pessoas, a educação e outras áreas de importância. Temos que considerar que a maioria dos estudantes brasileiros estão na escola pública e com dificuldade de acesso a equipamentos e profissionais de saúde mental. Assim, sem essa integração, dificilmente haverá apoio a essas crianças”, alerta. “Em relação aos professores, também devem usufruir desse mesmo tipo de política e terem formação continuada para lidarem com o atual momento, lembrando que a responsabilidade em relação a saúde mental deve ser dos profissionais de saúde e não dos professores”, argumenta Marcelle.

Municípios

Intervenções artísticas realizadas pelo projeto Escola Criativa, promovido pelo Instituto Choque Cultural, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Campos Salles, na Cidade Nova Heliópolis, zona sul.
Escola Municipal de Ensino Fundamental Presidente Campos Salles, na Cidade Nova Heliópolis - Rovena Rosa/Agência Brasil

Pela Constituição, os municípios têm papel fundamental na oferta da educação infantil e respondem pela maioria das vagas nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano). Já os estados devem priorizar o ensino médio, mas podem atuar, em parceria com os municípios, na oferta de ensino fundamental.

Para a coordenadora de Programa e Políticas da Campanha Pelo Direito à Educação, que aglutina diferentes forças políticas, priorizar ações de mobilização, pressão política e comunicação social, em favor da defesa e promoção dos direitos educacionais, é fundamental para que estados e municípios atuem conjuntamente para buscar soluções.

Marcelle destaca que outro problema que deve ser enfrentado é a evasão escolar. Apesar de o país já ter leis e programas assegurando o direito ao transporte escolar, ele sofre com problemas orçamentários para execução e implementação dessas políticas.

Direito

“Para evitar a evasão é importante a garantia de educação integral, transporte escolar e alimentação escolar, por exemplo. Os programas de busca ativa são importantes, mas é preciso também garantir a permanência desses estudantes na escola. Por isso a rede de proteção deve funcionar para garantir o bem-estar e a redução de vulnerabilidades sociais e econômicas das famílias, para que os estudantes tenham acesso ao direito à educação”, destacou.

“As famílias também precisam de condições para garantir que seus filhos continuem a estudar. Nesse sentido, para garantir o direito à educação é fundamental o investimento em políticas sociais para que as famílias tenham condições de manter os filhos na escola”, concluiu.

Segundo ela, para o país avançar na alfabetização de crianças na idade certa, é preciso que o Estado e a sociedade atuem de forma a garantir o cumprimento das políticas planejadas, como o Plano Nacional de Educação 2014-2024.

Todas

“É [preciso] aumentar os investimentos em educação, que sofreram cortes importantes nos últimos anos. É importante compreender que as metas são interligadas e dependem umas das outras para o cumprimento integral. Ou seja, não é possível escolher uma ou outra meta entre as 20, é preciso seguir todas, progressivamente”, disse.

Diante desse cenário, o governo federal lançou o Compromisso Nacional Criança Alfabetizada, em regime de colaboração entre União, estados, Distrito Federal e municípios. O objetivo é garantir que 100% das crianças brasileiras estejam alfabetizadas ao final do 2° ano do ensino fundamental; além da recomposição das aprendizagens, com foco na alfabetização, de 100% das crianças matriculadas no 3°, 4° e 5° ano, afetadas pela pandemia.

O compromisso é baseado no protagonismo de estados e municípios na construção das soluções para o enfrentar os problemas do processo de alfabetização das crianças. Cada estado, em colaboração com os municípios, deve elaborar a sua política territorial, de maneira a dar conta de suas especificidades. Cabe à União apoiar, técnica e financeiramente, os entes federados na medida das suas necessidades.

Segundo o Ministério da Educação, o programa pretende atingir cerca 4 milhões de estudantes de 4 e 5 anos de idade em 80 mil escolas públicas que ofertam pré-escola; 4,5 milhões de alunos de 6 e 7 anos em 98 mil escolas públicas dos anos iniciais do ensino fundamental e 7,3 milhões de estudantes de 8 a 10 anos em 98 mil escolas públicas também dos anos iniciais do fundamental.

12.06.2023 - Presidente da República, Luíz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia de Lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada. Palácio do Planalto – Brasília - DF. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Lançamento do Compromisso Nacional Criança Alfabetizada - Foto: Ricardo Stuckert/PR - Ricardo Stuckert

Na avaliação do gerente de Políticas Educacionais do Todos pela Educação, Ivan Gontijo, a iniciativa tem o potencial de melhorar os índices de alfabetização de crianças. Ele cita a experiência do Ceará, em que o governo estadual tem um programa de alfabetização em regime de colaboração com os municípios. Pelo programa, o estado apoia os municípios com suporte técnico e recursos financeiros.

“Ele se inspira muito na experiência cearense que vem sendo implementada há praticamente 15 anos, para levar esse modelo da alfabetização em regime de colaboração para todos os estados brasileiros. É uma política muito bem formulada, olha para os critérios de sucesso da experiência cearense e tem tudo para dar certo. O grande desafio, agora, é conseguir implementar todas essas medidas para que os estados estejam preparados para apoiar de forma técnica, com formação, material didático, avaliações, os municípios que são os principais responsáveis pela alfabetização das crianças”, disse.

A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) no Paraná e dirigente municipal de educação de Cascavel, Marcia Baldini, também ressaltou a importância do trabalho conjunto entre estados e municípios. Ela também citou o exemplo do Ceará como uma experiência exitosa.

Estado

“É necessário que haja realmente um regime de colaboração muito forte, e cito aqui, o exemplo do estado do Ceará. Friso que isso deve ser uma política de Estado e não uma política de governo que vai passar. É necessário subsídios financeiros e técnicos para orientar os municípios, mas no entanto há que se pensar na responsabilidade e no respeito à autonomia de cada município. O estado não pode simplesmente vir e impor. É necessário ouvir os municípios e todas as realidades diferentes que temos no país e dentro de cada estado”, defendeu.

Gontijo disse à Agência Brasil que o principal papel dos estados será atuar na coordenação da política de alfabetização nos seus territórios, fornecendo apoio técnico, por meio de avaliações, material didático, mas também de suporte para as equipes das secretarias conseguirem implementar boas ações de alfabetização.

“A gente precisa entender que a alfabetização está nas mãos dos municípios. A alfabetização aconteceu principalmente nos anos iniciais, onde 80% das matrículas estão nas redes municipais. E muitos municípios têm muitas dificuldades do ponto de vista técnico de implementação de políticas educacionais para terem boas políticas de alfabetização. Boa parte dos municípios brasileiros é de pequeno porte, então não têm capacidade de montar, muitas vezes, uma superformação continuada de professores ou ter um ótimo material didático sobre alfabetização para os estudantes”, observou Gontijo.

Matemática

Ele destaca que a Emenda Constitucional do Fundeb Permanente, aprovada em 2020, já trouxe elementos para que estados apoiem os municípios com recursos, em especial a que determina aos estados a criação da Lei ICMS Educacional – que determina que um percentual do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) seja redistribuído aos municípios em razão de melhora nos indicadores de alfabetização e proficiência em língua portuguesa e matemática dos estudantes do Ensino Fundamental.

“Por mais que o cenário seja extremamente preocupante, eu vejo perspectivas futuras bem interessantes, por conta da aprovação da Lei ICMS Educação, por conta do programa do governo federal Criança Alfabetizada. Acho que é muito desafiador conseguir atingir resultados expressivos e excelentes em educação, mas a gente está construindo bons pilares para avançar de forma nacional, baseado nas experiências de sucesso para os próximos 10, 15 anos”, finalizou.

Geral: Sobe para 46 número de desaparecidos após enchentes no RS

    Marinha do Brasil/RS


Radiografia da Notícia

* Estão sendo utilizadas ainda aeronaves com capacidade de voo noturno

Drones estão sendo utilizados para auxiliar nas buscas, alguns com tecnologia termal, que capta variações de calor

Segundo o governo do estado, as equipes de resgate contam com a ajuda da Defesa Civil Nacional

Agência Brasil 

O governo do Rio Grande do Sul informou nesta sexta-feira (8) que o número de desaparecidos subiu para 46 em razão das enchentes que atingiram dezenas de cidades do estado. Os desaparecidos são dos municípios gaúchos de Muçum (30), Lajeado (oito) e Arroio do Meio (oito).

Drones estão sendo utilizados para auxiliar nas buscas, alguns com tecnologia termal, que capta variações de calor e identifica sinais de vida. Além de drones pertencentes ao governo do Rio Grande do Sul, o trabalho em campo está empregando equipamentos disponibilizados pelo Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, com funcionalidades que vão além de registros fotográficos e estão sendo utilizados como facilitadores das atividades de busca.

“Essas ferramentas permitem também a localização de corpos, porque captam informações de altimetria (medição de alturas ou de elevações de um determinado terreno) e altitude (medição da distância vertical de um ponto em relação ao nível do mar). Desse modo, com o compilado desses dados, é feito um processamento, tornando possível calcular plano altimétrico (determinando os níveis do terreno), massa, altura e distâncias”, informou o governo gaúcho.

Estão sendo utilizadas ainda aeronaves com capacidade de voo noturno. Também  teve início, ontem (sexta), o emprego de cães de busca, realizado pelo Corpo de Bombeiros Militar.

Segundo o governo do estado, as equipes de resgate contam com a ajuda da Defesa Civil Nacional, que disponibilizou quatro integrantes do Grupo de Apoio a Desastres (Gade). Ontem, a equipe começou a fazer uso dos drones em Muçum e Roca Sales para registros fotográficos, além de trabalhos mais específicos em localidades onde há pessoas desaparecidas.

Foram feitos ainda registros em plano aberto, para mensurar a área afetada, além de imagens em cima de prédios públicos e residências destruídas. Os registros são georreferenciados, com as coordenadas do local, e, desse modo, também podem auxiliar nos planos de trabalho para reconstrução de infraestruturas atingidas e no embasamento de decretos de calamidade pública.

Geral: Sargento da PM de São Paulo morre baleado em São Vicente

 

Polícia Civil/Twitter

Radiografia da Notícia

* Policial é o oitavo militar morto na Baixada Santista desde janeiro

                              * O sargento Gerson Antunes Lima, de 55 anos, estava inativo  desde 2019
                            * Lima é o oitavo policial militar morto na Baixada Santista

Agência Brasil 

Um sargento da Polícia Militar (PM) foi baleado na tarde desta sexta-feira (8), em São Vicente, na Baixada Santista. Segundo informações da Secretaria de Segurança Pública (SSP), os autores dos disparos estavam em duas motos, quando balearam o policial.

O sargento Gerson Antunes Lima, de 55 anos de idade, estava inativo desde 2019, e a última unidade em que serviu foi a 1ª CIA do 45º BPM/I. Ele foi socorrido no Pronto Socorro Vicentino, mas não resistiu aos ferimentos. Lima é o oitavo policial militar morto na Baixada Santista desde janeiro, dos quais sete eram inativos. Além deles, outros 12 policiais já foram feridos neste ano na região, oito deles em serviço, três em folga e um inativo.

No início da tarde de sexta-feira (8), por volta das 18h30, uma equipe do 2º Batalhão de Ações Especiais (Baep) realizava patrulhamento, no bairro Castelo, em Santos, quando um homem em uma bicicleta atirou contra a viatura que se aproximava da comunidade. Um soldado foi atingido pelos disparos na região do ombro, e três pessoas que estavam nas imediações também ficaram feridas, e foram socorridas à UPA Vila Noroeste.

De acordo com a SSP, uma mulher de 22 anos de idade não resistiu aos ferimentos e o soldado baleado foi internado e permanece em observação. “Em diligências nas imediações do local, os PMs localizaram drogas e uma arma de fogo. O caso foi registrado como homicídio, tentativa de homicídio, tráfico de entorpecentes e lesão corporal na Central de Polícia Judiciário de Santos. Todas as circunstâncias do caso são investigadas pela Polícia Civil”, informou a SSP.

Operação Escudo

Na terça-feira (5), o governo do estado de São Paulo anunciou o encerramento da Operação Escudo da Polícia Militar (PM), que estava sendo realizada na Baixada Santista desde o final de julho, e que foi alvo de críticas em razão do alto índice de letalidade policial. A ação deixou 28 civis mortos.

“Esperamos que novas operações não sejam necessárias, mas caso se façam necessárias, caso o Estado seja afrontado, em qualquer ponto, operações como a Escudo serão desencadeadas”, disse o secretário de Segurança, Guilherme Derrite .

De acordo com a SSP, foram presas 958 pessoas nos 40 dias de operação.

A Operação Escudo foi uma reação da PM à morte, em 27 de julho, do soldado da Polícia Militar Patrick Bastos Reis, do Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), no Guarujá. Segundo a SSP, ele foi atingido quando fazia patrulhamento em uma comunidade. A pasta informou que a polícia conseguiu identificar e prender todos os envolvidos na morte do soldado Reis.

Críticas

No início de agosto, moradores de bairros onde ocorreram as mortes decorrentes da Operação Escudo, relataram que policiais executaram aleatoriamente pessoas identificadas como egressas do sistema prisional ou com passagem pela polícia.

Os relatos foram colhidos por uma comissão formada por deputados da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp), representantes da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-SP), da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, da Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo, e do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (Condepe) da Secretaria de Justiça e Cidadania do Estado de São Paulo.

O Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) divulgou na sexta-feira (1º), a versão preliminar de um relatório sobre a Operação Escudo. O documento contém 11 relatos de violações de direitos humanos praticadas pelos agentes policiais e menciona episódios que vão de execuções a invasões ilegais de domicílio.

Geral: Plataformas digitais devem ser reguladas para coibir discurso de ódio, apontam especialistas

 Radiografia da Notícia

* Eles foram ouvidos pelo Conselho de Comunicação Social sobre o tema

* As sugestões foram levantadas durante audiência pública do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CSS)

* Na sua avaliação, faltam meios, desenhos e metodologias para que o Estado e as políticas públicas atuem

Luís Alberto Alves/Hourpress/Agência Câmara

 

A regulamentação das plataformas digitais, com responsabilização das big techs pela disseminação de conteúdos criminosos, foi defendida por jornalistas, especialistas e advogados para combater o discurso de ódio propagado pelas redes sociais. As sugestões foram levantadas durante audiência pública do Conselho de Comunicação Social do Congresso Nacional (CSS), nesta segunda-feira (4).

Assessora de Comunicação e Cultura do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, a jornalista Letícia Cesarino disse que o discurso de ódio tende ao escalonamento e à radicalização, caso não seja combatido, o que já tem acontecido no ambiente digital. Na sua avaliação, faltam meios, desenhos e metodologias para que o Estado e as políticas públicas atuem para impedir a “soberania paralela” das plataformas digitais, a falta de transparência da política dos algoritmos das big techs, que têm permitido o patrocínio e a propagação de conteúdos criminosos.

Uma das fontes de maior dificuldade para uma política pública efetiva de combate ao discurso de ódio e a regulamentação dos conteúdos nas plataformas é, para Cesarino, a ambiguidade dessa comunicação no ambiente digital. Ela explicou que os conteúdos são produzidos e espalhados por um ecossistema digital, através de influenciadores, que camuflam o teor de ódio e muitas vezes não são vistos como radicais.

"A gente tem camadas na internet em que o discurso de ódio é mais explícito, mas boa parte do discurso de ódio hoje tem um caráter ambíguo. Então, às vezes ele passa pelo humor, pode passar pela ironia, pela brincadeira. Às vezes vai passar por uma linguagem mais religiosa, uma linguagem do entretenimento, linguagens próprias da cultura digital que são lógicas privadas que estão cada vez mais contaminando a esfera pública", afirmou.

Insegurança jurídica
Diretora da Confederação Israelita do Brasil (Conib), Andrea Vainer avaliou que apesar de o Brasil ter uma legislação que permite a responsabilização penal, como é o caso da Lei do Racismo, do Marco Civil da Internet, e também da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF), há ainda uma lacuna legal para combater os crimes de ódio que, para ela, muitas vezes, se escondem sob o manto do direito à liberdade de expressão. Isso, segundo Vainer, dificulta a imposição de penas mais severas, gerando uma insegurança jurídica para combater o extremismo e a violência no meio digital.

"A ausência de definição legal dá margem para interpretações no que tange essa questão da liberdade de expressão. Muitos magistrados e membros do Poder Judiciário, ao se depararem com esse tipo de situação, entendem que aquilo ali é uma brincadeira, é um discurso infeliz, que seria uma baboseira, que não seria criminoso. Muitas vezes deixam de aplicar a jurisprudência do Supremo porque entendem que aquela situação não atinge uma gravidade para que seja penalmente relevante", apontou Vainer.

Big techs

Colunista da Folha de S.Paulo, o jornalista Leonardo Sakamoto relatou ter passado por várias situações de agressão em consequência desses discursos. Ele reforçou que o Brasil passou por uma radicalização nos últimos dez anos e advertiu que uma das frentes de fortalecimento da disseminação de ódio é a tentativa de descredibilizar o trabalho da imprensa, visando dificultar a fiscalização, a transparência e as denúncias de irregularidades seja nos poderes públicos, seja na defesa de pautas ligadas, principalmente, aos direitos humanos e à preservação ambiental.

Nesse sentido, ele defendeu como ações como a retomada dos observatórios, a federalização de crimes de ódio contra profissionais da imprensa, proteção aos comunicadores, oferta de treinamentos a profissionais para assegurar mais segurança no ambiente digital ou fora dele e, principalmente, a regulamentação e responsabilização das plataformas digitais.

"É inadmissível que uma plataforma como o Google não informe quem estava pagando um anúncio para me difamar. Ou tantos outros, não é admissível, que o Twitter não retire discurso de ódio pedindo violência contra pessoas, contra jornalistas. Quando, muitas vezes, o jornalista descobre uma campanha de discurso de ódio contra ele, a campanha de ódio já surtiu efeito. Você pode até tirar isso das redes, mas isso já surtiu efeito", lamentou.

Conselho
O Conselho de Comunicação Social é um órgão do Congresso Nacional, previsto na Constituição. O conselho tem 13 integrantes titulares e 13 suplentes, que representam empresas e os trabalhadores do setor de comunicação social, além da sociedade civil. O órgão auxilia o Congresso em matérias relacionadas à comunicação social.


Geral: Despesas automotivas seguem superando alimentação no domicílio

    Pixabay


Radiografia da Notícia

* Neste cálculo, são levadas em conta as despesas das famílias referentes à gasolina, álcool, consertos de veículos

Do mesmo modo, está a quantidade de comércio e reparação de veículos

Enquanto, em 2022 o conjunto somava 113,4 milhões, a projeção é que esse número ultrapasse 117 milhões de veículos neste ano

Redação/Hourpress

Fortemente aquecido, o segmento automotivo movimentará até o final deste ano R$ 731,7 bilhões, o que representa um crescimento de 9,2% em relação a 2022. É o que aponta a Pesquisa IPC Maps, especializada em potencial de consumo dos brasileiros há quase 30 anos, com base em dados oficiais.

Esse comportamento do consumidor, que passou a gastar mais com veículo próprio em detrimento até das despesas com alimentação e bebidas no domicílio, começou a ser observado em 2020, e desde então, vem aumentando a cada ano. Para Marcos Pazzini, responsável pelo IPC Maps, “a crescente demanda por transportes via aplicativos e deliveries, tanto pelo consumidor, quanto pelos trabalhadores justificam essa alta no setor”.                  

Neste cálculo, são levadas em conta as despesas das famílias referentes à gasolina, álcool, consertos de veículos, estacionamentos, óleos, acessórios/peças, pneus, câmaras de ar e lubrificações/lavagens. Compreende, ainda, aquisição de veículos.

Igualmente em evolução está a frota de veículos (incluindo todos os tipos, entre automóveis, ônibus, caminhões, motos, etc). Enquanto, em 2022 o conjunto somava 113,4 milhões, a projeção é que esse número ultrapasse 117 milhões de veículos neste ano.

Do mesmo modo, está a quantidade de comércio e reparação de veículos. De 2022 para 2023, houve um aumento de cerca de 5,3% das lojas existentes, totalizando atualmente 909.122 empresas automotivas no Brasil.

Geral: Especialistas discutem rotas de produção de hidrogênio e descarbonização da indústria

    Divulgação


Radiografia da Notícia

Primeira edição do CEO Conference, da AHK Paraná, ocorre em 14 de setembro

Durante a programação, os palestrantes também vão debater o cenário brasileiro 

A primeira edição do CEO Conference terá a participação de profissionais renomados

Redação/Hourpress

A Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Alemanha do Paraná (AHK-PR) promove no próximo dia 14 de setembro, em Curitiba, um evento gratuito para debater sobre rotas de produção de hidrogênio, transição energética, descarbonização da indústria automotiva e inovação. As inscrições estão disponíveis pela internet: https://bit.ly/3KqNQ0d.

A primeira edição do CEO Conference terá a participação de profissionais renomados como Gastón Perez, Presidente e CEO da Robert Bosch América Latina; Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária, agência paranaense de fomento à ciência, tecnologia e inovação; William Pereira, vice-presidente da Operating Company Smart Infrastructure, da Siemens Brasil; e Helton José Alves, professor do curso de Engenharia de Energia da UFPR e diretor técnico-científico da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2).

Durante a programação, os palestrantes também vão debater o cenário brasileiro e de que maneira organizações públicas e privadas, nacionais e internacionais, serão propulsoras das transformações.

O evento ocorre no auditório Regina Casillo, das 14h às 17h, com estacionamento gratuito para os participantes e credenciamento a partir das 13h30, e tem como patrocinadores as empresas Brose; Colégio Suíço-Brasileiro de Curitiba; Gaia Silva Gaede Advogados; Gemü do Brasil; Mazars; e Protecta Corretora de Seguros.

Conheça os palestrantes

Gastón Perez, atual presidente e CEO da Robert Bosch América Latina, conta com MBA em Business. Ele foi CFO da Bosch Argentina e Controlling Manager da Bosch Espanha.

Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária. Mestre em Planejamento Energético, ele já foi secretário de Estado da Indústria, Comércio e Turismo; da Educação e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná, além de Diretor Superintendente do Parque Tecnológico de Itaipu, da Itaipu Binacional.

Professor Helton José Alves. É graduado em Química, com doutorado em Engenharia de Materiais pela Universidade Federal de São Carlos. Atualmente, tem atuado como relator da Câmara de Capacitação de Recursos Humanos que faz parte do Plano Nacional do Hidrogênio (PNH2) e coordena o Laboratório de Materiais e Energias Renováveis (LABMATER).

William de Almeida Pereira, graduado em Engenharia Mecatrônica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Possui MBA em Gestão de Empresas pela FGV – Fundação Getúlio Vargas. Exerce suas atividades na Siemens desde 2001 e, atualmente, é Vice-presidente da Smart Infrastructure da Siemens no Brasil.

Serviço

1º AHK Paraná — CEO Conference

Data: 14 de setembro de 2023

Local: Auditório Regina Casillo, na R. Lourenço Pinto, nº 500 - Centro,

Curitiba

Horário: Das 14h às 17h. Credenciamento a partir das 13h30

Ingressos: Entrada gratuita mediante inscrição pelo link https://bit.ly/3KqNQ0d