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quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Artigo: Mudar hábitos é essencial para a perda de peso

 

Processo de transformação de hábitos passa pela detecção de três pontos: gatilho, rotina e recompensa


 Rodrigo Bomeny
Laboratório Oswaldo Cruz

Quando o objetivo é a perda de gordura e peso, almejando o bem-estar e a promoção de saúde, a mudança de hábitos é de suma relevância. Afinal, foi uma determinada rotina que levou ao estado atual de sobrepeso, e necessita ser modificada para que a meta de emagrecimento seja alcançada. Contudo, não se trata de tarefa fácil alterar costumes tão arraigados, sendo necessário esforço contínuo.

O médico endocrinologista, especialista em emagrecimento, Rodrigo Bomeny, destaca a importância do hábito para a sobrevivência humana. Conforme Bomeny, quando se exerce um ato de decisão consciente, costuma-se despender muita energia no processo. “É por isso que aprender a dirigir, por exemplo, causa tanto stress e cansaço” diz. Dessa forma, para poupar energia, o ser humano desenvolve hábitos. De maneira geral, 40% das decisões que o ser humano toma é automatizada. Por exemplo: andar, correr, comer, escovar os dentes.

Os hábitos e as decisões conscientes são realizadas em locais distintos do cérebro. O processo decisório surge no córtex pré-frontal. Os hábitos são controlados gânglios da base. “Porque são funções executadas em regiões distintas é tão difícil entendermos e aceitarmos que tomamos ações irrefletidas e, consequentemente, mudarmos nossos hábitos”, diz Bomeny. Além disso, contribui para frustrar a alteração de rotinas, o fato de que elas são resultados de um processo adaptativo, visando à economia de energia para sobrevivência. “Nesse sentido, para mudar hábitos, será preciso usar aquela energia poupada. Isso é difícil, porque o corpo quer permanecer na zona de conforto”, explica.

O médico endocrinologista, explica que a formação de hábitos passa por três pontos principais, que são: o gatilho; a rotina; e a recompensa. “O gatilho é aquilo que desencadeia a ação que gera o hábito”, relata. Há diversos tipos de gatilho, tais como: emocional (tristeza, raiva, cansaço stress); relativo a lugar (restaurante, casa da mãe, escritório); e associado a determinada situação (reunião de trabalho, encontro de amigos etc.). A rotina é ação aquilo que deriva do gatilho. Por exemplo: comer um doce sempre que está triste ou como sobremesa quando vai a um restaurante.

Já a recompensa, destaca Bomeny, é aquilo que faz com que o nosso cérebro entenda que o comportamento promovido pelo gatilho é uma boa ação. “Nossa mente nunca desenvolverá um hábito que nos faça sofrer, por isso todo hábito é recompensador”, diz. Assim, de acordo com o médico especialista em emagrecimento, para mudar hábitos, será preciso investigar os gatilhos, as rotinas e as recompensas, tarefa que nem sempre é fácil, já que se trata de processos inconscientes.

Para iniciar o processo de transformação do hábito é preciso incialmente, segundo o médico endocrinologista, estabelecer uma prioridade. “Não adianta querer mudar sua vida inteira de uma só vez, você dificilmente irá conseguir. Escolha um hábito e foque nele”, diz.

Após estabelecer qual o hábito deseja modificar, o primeiro passo a ser dado é a identificação da rotina que necessita ser alterada. Por exemplo: comer pão de manhã ou comer muito à noite. Conforme Bomeny, trata-se da engrenagem mais simples de ser identificada nesse complexo mecanismo que é o hábito. 

O segundo passo é discernir a recompensa obtida dessa ação rotineira. “Trata-se de tarefa complicada porque podem existir várias recompensas para a mesma ação”, explica o médico endocrinologista, ressaltando, porém, a importância desse reconhecimento para a transformação do hábito. “A recompensa, de certa forma, atende a um desejo, a uma expectativa que se tem de determinado gatilho. Se você não souber qual a sua recompensa, fica muito mais difícil mudar a rotina”, destaca.

A melhor maneira de identificar a recompensa é por meio de testes. Nesse sentido, explica Bomeny, caso a pessoa já tenha estabelecido a rotina de comer um salgado no meio da tarde, durante o trabalho, por exemplo, e ache que faz isso porque tem fome, ela deve testar essa hipótese. Assim, inicialmente, substituirá o lanche por um alimento saudável. Depois, deve anotar o que sentiu: se a fome continuou, cessou etc. “É importante anotar para refletir e assim conseguir detectar com mais facilidade a recompensa” diz.

Por fim, o terceiro passo é a identificação do gatilho. Conforme Bomeny, também é uma ação de difícil resolução porque existem diversos gatilhos possíveis para uma mesma rotina. “No caso do lanche da tarde, por exemplo, o gatilho pode ser a hora do dia, o local de trabalho, o estado emocional (tédio, cansaço, irritação), até a presença de outras pessoas”, destaca. A fim de conseguir distinguir o gatilho para determinada rotina, mais uma vez, anotar o que está sentindo, o momento que se encontra no dia, o horário, a tarefa que está fazendo, é imprescindível.

 

A partir do momento que as rotinas, recompensas e gatilhos estiverem bem estabelecidas, deve-se passar para o planejamento de ações que precisam ser realizadas para modificar o hábito visando a perda de gordura e peso. “Todo conhecimento do mundo será inútil se não for praticado, principalmente quando o assunto é hábito, cuja mudança requer esforço e constância”, afirma.

Segundo o médico endocrinologista, pensando em hábitos que promovem o ganho peso, o gatilho mais comum é o emocional e a rotina é o ato de comer. Dessa maneira, visando ao emagrecimento, a pessoa necessita aprender novas rotinas (prática de exercícios e meditação, por exemplo) e tentar evitar os gatilhos. Conforme Bomeny, nesse ponto, o ambiente interno (as emoções) não pode ser negligenciado.

As explicações sobre formação de hábitos fazem parte do Você+, método de acompanhamento multidisciplinar desenvolvido por Bomeny que foca no desenvolvimento de 5 níveis considerados essenciais para a mudança do estilo de vida e emagrecimento.

 Rodrigo Bomeny é graduado em Medicina pela Universidade de São Paulo (USP), com residência em clínica médica e em endocrinologia e metabologia pela mesma instituição de ensino.

Saùde: Ceará suspende aulas presenciais para conter covid-19

 


Outra medida anunciada foi toque de recolher entre 22h e 5h


Agência Brasil 

O governador do Ceará, Camilo Santana, assinou hoje (18) decreto com medidas mais rígidas para evitar aglomerações e conter o aumento dos casos de covid-19 no estado. Entre as elas estão o toque de recolher entre as 22h e 5h, a suspensão das aulas presenciais nas escolas, universidades públicas e privadas e a circulação e uso de espaços públicos, como praças, praias e calçadões. As novas regras começam a valer a partir desta quinta-feira e se estenderão pelos próximos 10 dias.

A medida foi anunciada após reunião virtual com o Comitê Estadual de Enfrentamento da Covid-19, formado por profissionais de Saúde, presidentes do Tribunal de Justiça e Assembleia Legislativa, e Ministério Público Estadual e Federal, e a prefeitura de Fortaleza. De acordo com o governador, as decisões levaram em consideração a situação epidemiológica do estado e sua curva ascendente de contaminação.

Santana disse que, no período de 18 de janeiro até ontem (17), o número de pacientes internados em leitos de UTI com covid-19 passou de 226 para 652, enquanto que os pacientes em enfermarias saltou de 581 para 1.026.

"Com esse crescimento exponencial na capital, mas também no interior do estado, fomos orientados por profissionais, pelos números e a partir da ciência para chegar a essas medidas mais restritivas, válidas até o dia 28 de fevereiro”, explicou o governador.

Pelo decreto, o horário de funcionamento do comércio, de segunda a sexta-feira será até as 20h. Os bancos seguem com atendimento normal.

Segundo o decreto, no sábado e domingo, bares e restaurantes funcionam até as 15h, e o comércio, inclusive os shoppings, até as 17h. Apenas os serviços essenciais estão liberados para funcionar após as 20h. O decreto também proíbe a realização de festas ou eventos comemorativos, em ambientes abertos ou fechados, públicos ou privados em todo o estado.

Os espaços públicos terão circulação restrita todos os dias a partir das 17h e o toque de recolher para a população ocorrerá das 22h até as 5h do dia seguinte. Durante o recolhimento a determinação é de que as pessoas fiquem nas suas residências. A exceção é para quem trabalha em atividades essenciais ou específicas.

Também haverá a suspensão das aulas presenciais em escolas e universidades públicas e privadas a partir de amanhã (19). Com isso, as aulas serão remotas.

O decreto também diz que os servidores públicos deverão trabalhar de forma remota, com exceção das atividades essenciais. O regime de teletrabalho também é recomendado ao setor privado.

No caso das igrejas e templos religiosos, o funcionamento está liberado até as 20h. Mas os locais devem adotar medidas para evitar aglomerações e manter o distanciamento entre as pessoas.

Além das restrições de circulação de pessoas, o governo disse que vão continuar as barreiras sanitárias em Fortaleza e no interior. O transporte público intermunicipal continuará funcionando, mas com fiscalização e medição de temperatura dos passageiros nas saídas e chegadas.

Saúde: Prefeito Bruno Covas volta a fazer quimioterapia

 


Exames descobriram um novo nódulo no fígado


Agência Brasil 

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, iniciou ontem (17) um novo tratamento quimioterápico após os médicos descobrirem um novo nódulo no fígado. O prefeito não precisará se afastar de suas funções durante o tratamento, segundo os médicos do Hospital Sírio Libanês, onde Covas está internado.

“O prefeito confirma que não vai se afastar, que vai continuar trabalhando. Ele está trabalhando. Se surgir um fato novo, alguma consequência da quimioterapia, isso será discutido em outro momento. Agora, ele continua trabalhando, continua despachando normalmente”, disse o médico David Uip.

Covas foi internado na terça-feira (16) para passar por uma bateria de exames de controle da doença. Os exames, realizados ontem, demonstraram sucesso da radioterapia no controle dos linfonodos, próximos ao estômago. No entanto, demonstraram também o surgimento de um novo nódulo no fígado. Com a descoberta, o tratamento que Covas fazia por meio de imunoterapia vai ser interrompido e o prefeito terá que passar por um novo protocolo de quimioterapia, que prevê quatro sessões de 48 horas de tratamento, com intervalos de 14 dias entre elas.

Segundo os médicos, Covas está bem e se alimentando normalmente, devendo permanecer no hospital até amanhã (19) ou sábado (20). Os exames de rotina pelos quais ele passou essa semana, disseram os médicos, mostraram que o câncer no sistema digestivo que ele trata desde 2019 “ganhou terreno”, mas que o novo módulo é menor do que o que foi encontrado antes e em um local diferente. "Observou-se o surgimento de um pequeno nódulo hepático, o que nos sugere que a doença tenha conseguido ganhar terreno apesar da imunoterapia", disse o oncologista Artur Katz.

Histórico

Em outubro de 2019, Bruno Covas foi diagnosticado com adenocarcinoma, um tipo de câncer na região de transição do esôfago para o estômago, além de uma metástase no fígado e uma lesão nos linfonodos. Após o diagnóstico, ele iniciou um tratamento de quatro meses de quimioterapia.

Em fevereiro do ano passado, os exames demonstraram regressão da lesão esôfago-gástrica e da lesão hepática, mas uma biópsia detectou que o câncer nos linfonodos ainda persistia e os médicos decidiram então iniciar uma nova fase de tratamento, baseado em imunoterapia, uma estratégia que permite ao próprio sistema imune do paciente combater a doença. Exames feitos pelo prefeito em abril demonstraram controle da lesão em linfonodos.

Artigo: Consumo de drogas e álcool tem efeitos nocivos sobre o aparelho cardiovascular



SBC reforça as consequências geradas pelo uso excessivo dessas substâncias, em especial ao coração

Redação/Hourpress

O Dia Nacional de Combate às Drogas e ao Alcoolismo, celebrado em 20 de fevereiro, alerta sobre o perigo dessas substâncias no organismo e a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) reforça que elas podem ter importante papel negativo sobre o aparelho cardiovascular.

Pesquisas já confirmaram o aumento no consumo de álcool e drogas provocado pelo isolamento social, durante a pandemia do novo coronavírus. Estudo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), por exemplo, reportou que 35% dos entrevistados com idades entre 30 e 39 anos relataram ter ampliado o número de ocasiões em que consumiram mais de cinco doses de álcool. Como resultado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou a recomendar que os países limitassem a venda de bebidas alcoólicas no período.

A OMS considera que a dependência em drogas lícitas ou ilícitas é uma doença. O uso indevido de substâncias como álcool, cigarro, crack e cocaína é um problema de saúde pública de ordem internacional que preocupa nações do mundo inteiro, pois afeta valores culturais, sociais, econômicos e políticos.

“Tanto a cocaína, como outras drogas ilícitas, ou a própria cannabis têm efeitos importantes sobre o aparelho cardiovascular e podem promover descarga de adrenalina, na verdade uma forte atuação das catecolaminas, entre as quais se destaca a noradrenalina, que pode levar à elevação da pressão arterial, aumentar o consumo de oxigênio por parte das células cardíacas, causar arritmias, levar à oclusão das artérias coronárias. Esses medicamentos podem fazer uma forte constrição dos vasos levando ao infarto e, muitas vezes, à parada cardíaca, tanto é que uma das causas de infarto em jovens é a utilização de cocaína”, fala o diretor de Promoção de Saúde da SBC, José Francisco Kerr Saraiva.

O Ministério da Saúde adverte que o consumo da cocaína em grande parte dos usuários aumenta progressivamente, sendo necessário consumir maiores quantidades da substância para atingir o efeito desejado. No Brasil, essa é a substância mais utilizada pelos usuários de drogas injetáveis. Muitas dessas pessoas compartilham agulhas e seringas e expõem-se ao contágio de outras doenças, como hepatite e aids.

Todos os fármacos considerados ilícitos, encabeçados pela cocaína, podem trazer transtornos cardíacos desde simples elevações da pressão arterial até arritmias graves com parada cardíaca, infarto e destruição das células cardíacas. O uso dessa droga é a principal causa de infarto do miocárdio, especialmente nos jovens, que ao não valorizarem os sintomas e não procurarem assistência médica, aumentam ainda mais o risco de desenvolver transtornos cardíacos.

O álcool também tem efeitos tóxicos, diretos e indiretos, sobre o coração. Indiretos, pois pode trazer alterações lipídicas na composição dos lipídios sanguíneos, com aumento principalmente dos triglicérides, o que, a longo prazo, pode levar a uma alteração pró heterogênica, culminando com a degeneração dos vasos. Em doses elevadas também pode causar arritmias e dano cardíaco.

“Concluímos que drogas ilícitas, particularmente a cocaína e seus derivados, possuem profundos efeitos sobre o coração e o próprio álcool em excesso pode trazer uma série de transtornos. A maioria das pessoas acham que álcool só agride o fígado, quando, na verdade, ele pode provocar alterações cardiovasculares diretas ou indiretas, elevando, portanto, o risco cardiovascular. Na realidade não existe prova de que a longo prazo a utilização de álcool, em doses leves ou moderadas, possa trazer dano. Obviamente que não podemos estereotipar essa frase e sabemos que há predisposição genética e outros fatores que podem influenciar”, ressalta Saraiva.

Para o diretor de Promoção de Saúde da SBC, uma lata de cerveja ou um cálice de vinho para uma pessoa pode simplesmente causar um efeito de prazer, mas outras podem ficar alcoolizadas, tudo vai depender do hábito de consumo e de outros fatores.

O que não foi provado, em países que têm consumo de álcool em doses baixas ou moderadas, é que ele possa ser nocivo para o aparelho cardiovascular, pelo contrário, estudos observacionais realizados na França mostram que o consumo de vinho pode ter um efeito protetor, isso foi demonstrado e tem sido proposto.

“Isso jamais nos angariaria a prescrever álcool no sentido de proteção, porque ainda que em doses baixas pode trazer transtornos para o fígado, desencadeando hepatite, cirrose e isso acaba sendo um problema que muitas vezes é um caminho sem volta”, garante Saraiva.

O álcool também acaba sendo um fator de risco adicional nos indivíduos que são diabéticos. Ele pode, inclusive, alterar os valores glicêmicos, mas, acima de tudo, contribui na alteração de lipídios e, particularmente, de triglicérides.

“Não é que o consumo de álcool seja proibido, mas deve ser feito com cuidado e nunca em excesso e o diabético tem de fazer esse controle para que o prazer não se torne um problema. O mais importante é que as drogas ilícitas, principalmente as que estimulam a produção de catecolaminas ou que simulam as catecolaminas do organismo, podem trazer diversos problemas cardíacos. Está comprovado que o álcool em excesso acaba sendo um fator de risco também para trazer alterações no coração. O consumo pode acontecer desde que seja em doses baixas e esses conceitos não se aplicam ao fígado”, revela Saraiva.

Sobre prevenção, o Ministério da Saúde diz que é muito difícil convencer alguém a não fazer algo que lhe dê prazer; drogas e álcool, antes de qualquer outra coisa, oferecem prazer imediato, e por causarem dependência física, psicológica e síndrome de abstinência são de difícil tratamento. As ações preventivas devem ser planejadas e direcionadas para o desenvolvimento humano, o incentivo à educação, à prática de esportes, à cultura, ao lazer e à socialização do conhecimento sobre drogas, com embasamento científico.

Geral: Falta de chuvas pressiona Sistema Cantareira em São Paulo

 


Reservatórios mantêm-se em níveis inferiores ao necessário


Agência Brasil 

Cartilha divulgada hoje (18) pelo Consórcio Intermunicipal das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ) sobre o fato de a redução da média histórica de chuvas nos últimos anos ter mantido os reservatórios do Sistema Cantareira em níveis abaixo do necessário. Segundo o consórcio, desde a crise hídrica de 2014, o armazenamento de água no sistema não voltou aos níveis seguros para evitar desabastecimento.

O Sistema Cantareira é o maior manancial da Região Metropolitana de São Paulo, com capacidade de 973,9 bilhões de litros de água, e abastece diretamente 10 milhões de pessoas.

“O recomendado é que, após o período das chuvas mais intensas, entre os meses de março e abril, os níveis de armazenamento do Sistema Cantareira estejam no mínimo na ordem de 75%” ressalta o texto da cartilha. Em 2020, o volume nos reservatórios nessa época do ano correspondia a 64,6% do total e nos anos anteriores havia sido ainda menor.

Isso acontece porque desde 2017 as chuvas nas cabeceiras dos rios que abastecem o sistema têm ficado abaixo dos 1,5 mil milímetros anuais, média histórica antes da crise hídrica. Em 2020, choveu 23,2% menos do que o esperado.

“Em 2021 o Sistema Cantareira adentrou o ano com apenas 36% de reservação de água e com baixa expectativa de recomposição de seu volume até março/abril, quando deverá atingir seu volume de reservação máxima”, alerta a cartilha.

O consórcio alerta ainda que a região metropolitana tem crescimento populacional constante e já sofre com eventos climáticos extremos, como a estiagem de 2014, ligados às alterações do clima no mundo. “Desde então [crise hídrica], o sistema não se recuperou completamente, fato que evidencia o reflexo da incidência dos eventos climáticos extremos e do comportamento das chuvas, que tem ocorrido em menor volume na região”.

Previsões

O consórcio traçou quatro possíveis cenários para este ano. Na previsão mais otimista, os reservatórios do Cantareira encerrariam o ano com 44,2% da capacidade útil. Na pior previsão, o sistema teria apenas 18,4% do volume útil total no fim do ano.

“Não teremos falta de água nas Bacias PCJ para o ano de 2021, porém, novamente não atingiremos os níveis recomendados de armazenamento de água, fato que nos apresenta um sinal de alerta principalmente pela baixa incidência de chuvas constatadas nos últimos anos”, avalia o consórcio.

Recomendações

Para manter a segurança hídrica na região, o consórcio recomenda uma série de políticas que permitam mais armazenamento de água e melhor uso do recurso. Entre as medidas sugeridas, estão os parques alagáveis e piscinões ecológicos que além de reduzir o impacto de inundações, permitem o armazenamento de água.

O consórcio também aponta como ação efetiva incentivos do Poder Público para que residências e empresas tenham cisternas para armazenar água da chuva, destinada a usos menos nobres, como limpeza de piso e rega de jardim.

Geral: Rio Branco decreta situação de emergência por causa da cheia do Rio Acre

 

Por causa das chuvas mais de 13 mil pessoas foram afetadas


Agência Brasil 


Marcos Santos

A cheia do Rio Acre já prejudica ao menos 13,7 mil pessoas em Rio Branco (AC). Cerca de 200 pessoas tiveram que ser levadas para abrigos provisórios. O transbordamento do rio – o segundo registrado este mês – já atingiu pelo menos 2,9 mil residências de 24 bairros da capital, agravando a crise sanitária decorrente da pandemia do novo coronavírus (covid-19) e o surto de dengue que a cidade já vinha enfrentando.

Anteontem (16) à noite, o prefeito Tião Bocalom decretou situação de emergência. O decreto permite ao Poder Público agilizar a aquisição de produtos e serviços necessários ao atendimento às populações afetadas, permitindo à prefeitura contratar serviços temporários e efetuar compras consideradas essenciais sem precisar de licitação. Além disso, o reconhecimento da gravidade da situação possibilita aos gestores municipais pedir recursos emergenciais aos governos estaduais e federal para ações de assistência e de restabelecimento e manutenção de serviços essenciais.

Até a noite desta terça-feira, ao menos 24 bairros de Rio Branco já tinham sido afetados pela cheia do rio. Segundo o coordenador da Defesa Civil, Cláudio Falcão, ao menos 2.740 residências foram atingidas. “É uma situação grave que justifica a decretação de situação de emergência pela inundação do Rio Acre”.

A prefeitura montou “módulos habitacionais” provisórios dentro do Parque de Exposições Wildy Viana, onde algumas famílias desabrigadas começaram a ser instaladas ontem à tarde. 

Conforme o Boletim de Alerta Hidrológico da Bacia do Rio Acre, do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), no fim da tarde de ontem o nível do Rio Acre atingiu, às 18h, 1,74 metros acima da cota de transbordamento do curso d´água, que é de 14 metros - o alerta de risco de transbordamento é disparado quando a água chega a 13,50 metros.

O boletim da CPRM aponta para uma redução gradual do volume d´água no Rio Acre a partir de hoje (17).

Emergência

O governador do Acre, Gladson Cameli, a também declarou situação de emergência em áreas afetadas por inundações e enxurradas em Rio Branco e em mais nove cidades acrianas (Cruzeiro do Sul; Feijó; Jordão; Mâncio Lima; Porto Walter; Rodrigues Alves; Santa Rosa do Purus; Sena Madureira e Tarauacá).

Também por decreto, o governo estadual criou um gabinete de crise para integrar os esforços de diversas secretarias e órgãos de governo para atender não só às pessoas prejudicadas pelas enchentes e enxurradas, mas também pela covid-19 e pela dengue.

Túnel do Tempo: Repressão deixa vários mortos na Ucrânia

 


Luís Alberto Alves/Hourpress

Em 18 de fevereiro de 2014 pelo menos 76 pessoas morreram e outras centenas ficam feridas em confrontos entre policiais e manifestantes contrários ao governo em Kiev, na Ucrânia.