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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2020

Geral: Bombeiros recebem mais de 7 mil chamados devido às chuvas em São Paulo





Caos na capital levou a cancelamento de aulas e suspensão do rodízio

Agência Brasil 

As fortes chuvas que atingem São Paulo desde ontem (9) resultaram e 7,6 mil chamados ao Corpo de Bombeiros desde a meia-noite de domingo até as 16h30 desta segunda-feira na capital paulista e região metropolitana de São Paulo.
Dentre o total de chamados, foram registradas 932 ocorrências de enchentes, 166 de desabamentos ou desmoronamentos e 182 quedas de árvores. A orientação é não enfrentar as enchentes e, em caso de necessidade, acionar os Bombeiros por meio do telefone 193.
Até a tarde de hoje, foram quatro resgates, três deslocamentos para hemodiálises, um apoio em desmoronamento na zona leste da capital e oito voos com o Helicóptero Águia. Em um dos deslocamentos, na manhã desta segunda-feira, o helicóptero pousou em uma das pistas da ponte da Freguesia do Ó e realizou o resgate de uma criança e uma idosa que foram tiradas do trânsito e levadas para o Hospital Samaritano para fazer hemodiálise.
Volume de chuvas
O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou, nesta segunda, 114 milímetros de precipitação na estação do Mirante de Santana, zona norte da capital paulista. É o segundo maior volume de chuva em São Paulo para um mês de fevereiro em 77 anos. De acordo com o Departamento de Águas e Energia Elétrica de São Paulo, o nível do Rio Pinheiros é o maior dos últimos 15 anos.
Por causa das chuvas, as aulas foram suspensas em 37 escolas da capital e o rodízio de veículos também foi suspenso.


#chuvasp

Geral: Chuvas em SP: nível do Rio Pinheiros é o maior dos últimos 15 anos



Corpo de Bombeiros registrou 36 desabamentos e 320 pontos de enchente


Agência Brasil 

A cidade de São Paulo registrou, por volta das 11h da manhã de hoje (10), 62 pontos de alagamento, sendo 13 deles na Marginal Tietê e sete na região da Marginal Pinheiros. A previsão do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) é que a chuva intensa continue até o fim da tarde. As chuvas fizeram o Tribunal de Justiça do estado suspender o expediente desta segunda-feira e o Rio Pinheiros atingir o maior nível dos últimos 15 anos.
O Corpo de Bombeiros registrou 36 desabamentos e 320 pontos de enchente no município. Os principais rios da capital paulista transbordaram. O Pinheiros segue alagando a Marginal Pinheiros na altura da Ponte Cidade Universitária e da Ponte do Jaguaré. O ponto mais crítico do Rio Tietê é próximo à Ponte do Piqueri. Os córregos que ainda registram transbordamento são: Córrego Tremembé, Córrego Ipiranga, Córrego Pirajuçara e Córrego Perus.
A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) suspendeu o Rodízio Municipal de Veículos para carros e caminhões, durante o dia todo. A Linhas 9 Esmeralda da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) opera parcialmente, devido ao alagamento nos trilhos.

Suspensão de expediente

O Tribunal de Justiça de São Paulo  (TJSP) suspendeu o expediente hoje em todas as unidades judiciais e administrativas das comarcas da Capital, Barueri, Botucatu, Cubatão, Franco da Rocha, Guarulhos, Itapecerica da Serra, Jandira e Osasco.
“A medida é necessária em razão do caos que chuvas intensas e alagamentos estão causando nas cidades. A Presidência do TJSP também informa que, aos funcionários que chegarem a suas unidades até as 11 horas e quiserem, espontaneamente, permanecer até 17 horas, quando todos serão dispensados, serão concedidas horas credoras”, informa a nota.
A Polícia Federal também cancelou o atendimento ao público na Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo. “Os requerentes de passaporte e estrangeiros com agendamento programado para a data de hoje poderão retornar até o dia 28 de fevereiro, sem necessidade de reagendar o seu atendimento.”

Rio Pinheiros

O nível do Rio Pinheiros é o maior nos últimos 15 anos, informou o Departamento de Águas e Energia Elétrica. Segundo o governo do estado de São Paulo, o nível acumulado de chuva que atingiu a capital paulista superou a média esperada para todo o mês de fevereiro, durante apenas três horas de precipitação, com 100 milímetros de chuva. A Defesa Civil recomenda que as pessoas fiquem em casa.
O Corpo de Bombeiros atendeu mais de 4 mil chamados. O helicóptero Águia resgatou uma pessoa na Marginal Tietê e também atende chamados em Barueri e Carapicuíba. A Polícia Militar Rodoviária também atua em pontos de interdição nas rodovias paulistas.
Em nota, o governo do estado informou que retirou sedimentos do leito do Pinheiros equivalentes a 28 mil caminhões basculantes. Também houve a retirada de 9 mil toneladas de lixo das águas.
“Na capital, o rio Tietê possui 53 bombas sob responsabilidade do Daae (Departamento de Águas e Energia Elétrica) que passam por manutenção semanal. Em 2019, o desassoreamento foi feito ao longo de 44 quilômetros do rio e retirou mais de 400 mil toneladas de sedimentos como areia e argila em 2019, com investimento de R$ 49 milhões. Em 2020, está previsto investimento de mais R$ 20 milhões para ações, especialmente no Alto Tietê", informou  a nota.

Geral: São Paulo tem segundo maior volume de chuva para o mês de fevereiro



Defesa Civil recomenda que os paulistanos fiquem em casa


Agência Brasil


O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou hoje (10) 114 milímetros de precipitação na estação do Mirante de Santana, zona norte da capital paulista. É o segundo maior volume de chuva em São Paulo para um mês de fevereiro em 77 anos. Diante dos transtornos causados pela forte chuva, a Defesa Civil recomendou que os paulistanos fiquem em casa.
Na capital paulista, a chuva mais forte começou no final da tarde do domingo (9) e permanece firme nesta segunda-feira. Considerando todos os meses do ano, este foi o oitavo maior acumulado em 24 horas de toda a história de medições do Inmet.
Na Grande São Paulo, foram registrados em Barueri 145,8 milímetros, maior volume de chuva desde 2013.

Geral: Chuvas em São Paulo levam à suspensão de rodízio de veículos


Mau tempo deve continuar atingindo hoje a capital


Agência Brasil 

A prefeitura da capital paulista informou hoje (10) que o rodízio de carros e caminhões foi suspenso na manhã desta segunda-feira, em decorrência das chuvas em São Paulo e região metropolitana.
Em nota, a prefeitura acrescenta que as regras para a Zona Azul, como é chamado o estacionamento rotativo, continuam vigorando, de forma que a liberação não está autorizada. As restrições para a Zona de Máxima Restrição à Circulação de Caminhões (ZMRC) e a Zona de Máxima Restrição aos Fretados (ZMRF) também permanecem inalteradas, assim como o acesso a corredores e faixas exclusivos para ônibus.
De acordo com o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo (Cgesp), a tendência para hoje é de que o tempo permaneça fechado e chuvoso. A previsão indica que as precipitações devem se intensificar até as primeiras horas da tarde.
O órgão alerta ainda para a alta probabilidade de ocorrerem alagamentos e deslizamentos de terra em áreas de risco.
Em sua página, o Cgesp lista recomendações de segurança que devem ser adotadas pela população:
- Evite transitar em ruas alagadas
- Se a chuva causou inundações, não se aventure a enfrentar correntezas
- Fique em lugar seguro. Se precisar, peça ajuda
- Mantenha-se longe da rede elétrica e não pare debaixo de árvores. Abrigue-se em casas e prédios
- Planeje suas viagens, para que haja menor possibilidade de enfrentar engarrafamentos causados por ruas bloqueadas
- Em caso de dúvida sobre vias bloqueadas, ligue para a central de atendimento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) no número 156 ou entre no site da CET para saber como está o trânsito nas principais vias.

Geral: Governo de São Paulo suspende aulas em 37 escolas por causa da chuva



Em uma hora, pontos de alagamento passam de 62 para 85


Agência Brasil


A Secretaria de Educação do Estado de São Paulo suspendeu as aulas de hoje (10) em 37 escolas, de um total de pouco mais de 5 mil unidades, em função das fortes chuvas que atingiram a capital paulista na madrugada. O conteúdo das aulas será reposto futuramente.
A secretaria informa que as consequências das chuvas serão monitoradas pelas respectivas diretorias regionais de Ensino, para a tomada das devidas providências e obras emergenciais. “Não serão realizadas atividades de avaliação, introdução de novas habilidades ou qualquer atividade relevante que venha a prejudicar aqueles que não tenham conseguido chegar às escolas".

Chuva não cessa

A secretaria informa ainda que as escolas que estão com problemas devido às chuvas devem reportar as ocorrências por meio do número 0800-7700012.
A chuva na capital paulista não cessa durante a manhã. Às 12h, foram registrados, 85 pontos de alagamento, um aumento de 23 pontos apenas na última hora. 

Geral: São Paulo leva o quarto nocaute da enchente


No Bom Retiro, a água chegava ao joelho de quem se arriscava enfrentar o alagamento 

Rio Tamanduateí, próximo à estação Armênia do Metrô no início da tarde de hoje (10)


Luís Alberto Alves/Hourpress

São Paulo é a cara do Brasil: apanha, quase vai ao nocaute, porém consegue ficar de pé e prosseguir na luta. Em 1929, quando o rio Tietê tinha um traçado bem cheio de curvas, em nada lembrando a linha reta por onde hoje, suas águas poluídas, atravessam a cidade, até terminar sua viagem no rio Paraná; a cidade sofreu sua primeira grande enchente.

Na esquina da Rua Porto Seguro com Avenida do Estado, próximo à estação Armênia do Metrô, Ponte Pequena, Centro, um cavalete de concreto registra a altura que a água chegou após sair do rio Tamanduateí, algo em torno de 1,20 metros. Suficiente para alagar várias regiões, tanto do lado direito quanto do esquerdo do rio Tietê.

Estadão

Outra pavorosa enchente veio no ano de 1982, em março. Começou a chover de manhã, entrou pela noite e madrugada e na manhã seguinte o estrago estava feito. As zonas Norte, Leste, Oeste e Central foram as mais castigadas. No Bom Retiro, a água chegava ao joelho de quem se arriscava enfrentar o alagamento para não perder o dia de trabalho ou retornar para casa.

Igual um pacto, a fúria da enchente mostrou sua cara em 1990, desta vez no mês de abril. Do mesmo modo, chuva forte no dia anterior e com menor intensidade de tarde, e intensa de noite e madrugada e parte da manhã. Foi a primeira vez em que o jornal Estadão, cuja sede fica próximo ao rio Tietê, no início da Avenida Engenheiro Caetano Álvares, bairro do Limão, Zona Norte, foi impresso na gráfica do concorrente Folha de S. Paulo.

A então TV Manchete, com os estúdios da filial São Paulo, funcionando na Rua Ida Kolbe, a poucos metros da Caetano Álvares, não pode levar sua programação ao ar: o local acabou invadido pela água barrenta da enchente. Com três meses de Diário Popular (mais tarde Diário de S.Paulo), sai de casa às 3h da tarde, passaria na subsede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) onde era um dos diretores e às 7h da noite chegaria ao jornal.
Rio Tamanduateí perto de transbordar próximo da Estação Armênia do Metrô, no bairro da Ponte Pequena

Consegui pegar um ônibus no começo da noite e cheguei ao trabalho às 10h da noite. Lembro-me que as ruas e avenidas do bairro da Barra Funda, Zona Oeste, principalmente próximo ao terminal rodoviário, tinha água cobrindo o calcanhar. No Diário Popular soube que vários bairros da cidade estavam alagados. Naquele dia, São Paulo literalmente parou.

Congestionamentos gigantescos, toneladas de alimentos destruídas na Ceagesp. No Terminal Rodoviário do Tietê a água suja da enchente impediu que passageiros embarcassem ou chegassem a São Paulo. Em vários trechos do rio Tietê, desde Guarulhos até o encontro com rio Pinheiros, nenhum bairro escapou dos alagamentos.

Semelhante à luta de boxe, no ringue da vida, só que desta vez em fevereiro de 2020; uma das maiores cidades da América Latina, levou outro golpe no queixo desferido pelo pouco caso das autoridades. Há décadas diversas gestões governamentais prometeram colocar um fim nas enchentes. Tudo promessa.

 O aprofundamento da calha do rio Tietê já consumiu, de 1992 a 2015, recursos calculados em US$ 3,6 bilhões (R$ 14,4 bilhões). Pelo caos que a cidade enfrentou desde a noite de ontem (9) e tarde desta segunda-feira (10); neste combate, São Paulo vai conseguir respirar um pouco e aguardar o próximo soco, que só Deus sabe em que ano virá.




Chumbo Quente: Você é culpado pelas enchentes de São Paulo



 
As Marginais foram construídas sobre as várzeas, que reduziam o impacto
dos transbordamentos; sem elas, a água invade as avenidas

 Quando chove muito, a água desses rios não encontram mais essas várzeas (funcionam como esponjas naturais) para impedir os alagamentos

Luís Alberto Alves/Hourpress

Hoje a capital paulista amanheceu debaixo de água. Ruas e avenidas de diversas regiões ficaram alagadas, principalmente as Marginais dos rios Pinheiros e Tietê. Quase 50 semáforos “apagados” pelo temporal que começou na noite de domingo, prosseguiu pela madrugada desta segunda-feira (10) e início de manhã.

Pergunta que muita gente está fazendo. Qual a razão para São Paulo ficar imobilizada durante as fortes enchentes? A culpa é da própria população, que usa os bueiros como depósito de lixo e constrói casas e estabelecimentos comerciais nas áreas de várzeas.

As duas Marginais do Tietê e Pinheiros, desde a década de 1950 foram transformadas em corredores de trânsito, no lugar onde existiam as várzeas desses dois rios. Quando chove muito, a água desses rios não encontram mais essas várzeas (funcionam como esponjas naturais) para impedir os alagamentos.
A população usa os bueiros como depósitos de lixo; na época das fortes chuvas a água não
encontra espaço para chegar aos córregos, provocando alagamentos nas ruas e avenidas

Na Zona Norte, região de Vila Guilherme, onde hoje está o terminal rodoviário do Tietê, na década de 1960 existia naquele local o famoso “lixão de Vila Guilherme”. Aos poucos o mercado imobiliário ocupou o local, inclusive construindo um shopping center e centro de convenções. Tudo em cima da várzea.

Outra ignorância do Poder Público foi “encaixotar” os córregos da cidade e por cima colocar asfalto. Dali surgiram ruas e avenidas. A 23 de Maio, 9 de Julho, o Vale do Anhangabaú, por exemplo, estão sobre riachos, que na década de 20 corria a céu aberto.
 Por causa do lixo e do grande volume de água, suas galerias soltam liberam o excesso para fora. Essa é a razão da Avenida 9 de Julho virar um grande rio quando chove muito. Parte da Avenida do Estado, próximo do Cambuci, enfrenta o mesmo problema.

Atualmente a maioria das poucas casas térreas existentes na cidade têm quintais sem impermeabilização. Resultado: a água sai rápido para as ruas e dali para os córregos, que canalizados, chega dentro de pouco tempo ao Tietê, Pinheiros ou Tamanduateí.

Como recebem água de toda essa cidade gigantesca, logo transbordam. A calha desses dois rios, que já consumiu bilhões para reduzir o assoreamento, é rasa. A água vai para as Marginais, onde no passado era a várzea, que absorvia o excesso que saia do leito deles.

Quando a porta é arrombada, as autoridades aparecem propondo alternativas que funcionam apenas como resposta para o caos que nunca terá fim. Uma cidade onde a impermeabilização do solo é incentivada nunca se verá livre dos temporais. O modelo de engenharia civil precisa sofrer mudanças. Várzea deve merecer respeito. A natureza a criou para reduzir  impacto de enchentes!